sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Esconder ou prosperar


“O que encobre suas transgressões nunca prosperará; mas, o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28:13

“O que encobre suas transgressões...”
Por que alguém tencionaria fazer isso? Por estar ciente que as praticou; saber que as ações eram más; e não estar arrependido, disposto a mudar.

A doutrina do Mestre evidencia os limites dentro dos quais, devem andar os Seus. Esse clarificar entendimentos, O Senhor chamou de Luz; “a luz veio ao mundo...” Jo 3;19 Sua Doutrina, uma vez recebida, praticada, é como água que lava e regenera; mediante Seu Espírito, nos renova; “... segundo Sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.” Tt 3:5

“Deus não toma em conta os tempos da ignorância,” atos 17;30
Uma vez ciente da Vontade Dele, aquele que não se enquadra facilmente percebe isso. Pois, após a Luz, está ciente de como Deus vê suas atitudes; diante das alternativas de encobrir ou se arrepender e mudar, escolhe a primeira, para prejuízo seu; “nunca prosperará.”

Não entendamos “prosperar” como aquisição de bens; não é essa a ideia. Noutras partes a Palavra trata da “prosperidade dos ímpios”; “... pouco faltou para que escorregassem meus passos. Pois, eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios.” Sal 73:2 e 3 etc.

Não prosperará, o farsante que, agindo mal visa esconder e posar de bom. Ocultar-se de Deus é impossível; “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja? diz o Senhor. Porventura não encho os céus e a terra?” Jr 23:24 “Para onde me irei do Teu espírito, ou para onde fugirei da Tua face?” Sal 139:7

Diante dos homens, poderá “prosperar” até, o fugaz, fazendo coisas erradas e maquiando-as; mas, chega o tempo em que O Eterno o desnuda; “Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era como tu, mas Eu te arguirei; as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50:21

Quantas vezes escutamos pessoas desfazendo alheias visões com o argumento que segue: “Quem me julga é o Senhor.” Tal afirmação parece encerrar a questão, dando um tapa de luvas em quem ousou criticá-las. O fato que, quem nos julga é O Senhor, deveria ensejar temor, invés da arrogância de se supor acima de qualquer crítica. Quando alguém nos exorta pela Palavra e estamos errados mesmo, esse alguém está tencionando nos fazer um bem. Se, preferirmos que ele se cale, indiretamente diremos que Deus não se aproxime.

“... o que confessa e deixa...” Saul confessou mais de uma vez que Davi era inocente; agira mal ao tentar matá-lo; confessou, mas não se arrependeu; não houve uma mudança no coração. Essa espécie de “confissões”, onde alguém diz superficialmente: “Foi mal”, porque supõe que é o que a parte ofendida gostaria de escutar, não serve para nada.

Confissões superficiais tipo, “perdoa-me Pai porque eu sou um pecador”. Tais falas O Mestre usou nos lábios de um publicano arrependido, em contraponto ao Fariseu cheio de justiça própria, evidenciando que é melhor alguém se reconhecer pecador, que se presumir santo. Pois, Deus justifica aos humildes, não aos presunçosos.

Confissão, voltando, é um pouco mais incisiva que uma admissão genérica do óbvio; afinal, todos somos pecadores.

Quando da consagração do Templo, Salomão orou pedindo que O Senhor escutasse “Toda a oração, toda a súplica, que qualquer homem de todo o teu povo Israel fizer, conhecendo cada um a chaga do seu coração...” I Reis 8:38 Ou seja: Sabendo onde tinha falhado e admitindo isso, como fez por sua vez, Isaías: “... estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios...” Is 6:5 ele conhecia a chaga do seu coração; “Peco com meus lábios e convivo com outros iguais a mim.”

Seus lábios foram purificados e consagrados para ele falar como profeta do Senhor.

Nada mais eloquente para demonstrar que o arrependimento é verdadeiro, que, o arrependido, após perdoado deixar de cometer aqueles erros. Confessa e deixa.

“... alcançará misericórdia”. No provérbio antitético, essa conclusão está em oposição ao, “nunca prosperará”; de onde, se torna natural a conclusão que “prosperar” seria, “alcançar misericórdia.” Receber o perdão Divino. Como receberia a absolvição de sua culpa, quem a esconde, invés de admitir, se arrepender? O que encobre, pois, nunca prosperará.

Se as pessoas soubessem a fundo, o mal que o pecado faz, o evitariam como uma substância cancerígena.

Infelizmente, somos mais “talentosos” para pecar, que para admitir que pecamos. Por isso, o homem prudente deve orar como fez Davi; invés de tentar esconder erros, suplicar que Deus trate até dos despercebidos; “Quem pode entender os seus erros? Perdoa-me tu dos que me são ocultos.” Sal 19:12

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Agridoce


“O sábio de coração será chamado prudente; a doçura dos lábios aumentará o ensino.” Prov 16:21

“O sábio de coração...”
Embora, para humano apreço, fazer algo de todo coração seja o mais alto patamar, de entrega, fidelidade a um anseio, ao Divino olhar, o coração humano não é algo tão relevante, tão confiável assim. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17:9

Se, “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”, forçosa é a conclusão que, um sábio de coração, é alguém que O teme; “Bendito o homem que confia no Senhor; cuja confiança é o Senhor.” Jr 17:7

O fato de o coração humano ansiar determinada coisa, não significa, necessariamente, que essa conte com a aprovação Divina. “Do homem são as preparações do coração, mas do Senhor a resposta da língua.” Prov 16:1 Desejarmos é lícito; porém, aprovação celeste é indispensável.

“... será chamado prudente...” um sábio não é alguém que sabe tudo; o que fazer, quando fazer. Às vezes, admitir que não sabe essas coisas, é mais importante que se atrever no que não lhe foi ordenado. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; o conhecimento do Santo a prudência.” Prov 9:10

Quando não sabe os próximos passos, pelo menos sabe que não deve se meter em temeridades, agir “no escuro”, apenas para acalmar à instintiva impressão que “algo precisa ser feito.” Deus não trabalha com “algo”, tampouco, “alguém.”

Suas diretrizes são precisas. Quando as não tiver, o sábio de coração esperará. “Os que esperam no Senhor renovarão forças, subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão.” Is 40:31

Se, “Os passos de um homem bom, são confirmados pelo Senhor...”, Sal 37;23 As pausas e esperas também. O ativismo combina mais com impiedade que com sabedoria.

Da mulher adúltera, diz: “Estava alvoroçada e irrequieta; não paravam em sua casa seus pés.” Prov 7:11 Dos ímpios, diz mais: “Os ímpios são como mar bravo, porque não se pode aquietar, suas águas lançam de si lama e lodo.” Is 57:20
A inércia pode ser mais meritória que o movimento sem a direção Divina.

Por isso, do povo de Deus, em muitos casos se espera quietude, não, ativismo: “... no sossego e na confiança estaria vossa força, mas não quisestes.” Is 30:15 Adiante o profeta lamentou em nome de Deus: “Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus mandamentos, então seria tua paz como o rio; tua justiça como as ondas do mar!” Is 48:18

“... a doçura dos lábios...”
o risco é que provemos às coisas com paladares doentios, onde se deve permitir que o palato celeste, aquilate o seu sabor. A doçura dos lábios humanos sempre aponta para um vistoso bolo de anseios, com a suave cobertura das lisonjas, granulada com bajulações.

Permissões ímpias, segundo desejos carnais desorientados. Não deixará de ser doce, tal coquetel de guloseimas, embora, seu efeito seja deletério; o sabor agradável trará venenos mortais disfarçados, maquiando mortos, invés de regenerar vidas.

João, quando lhes foi ordenado que comesse um livro, disse que era doce aos lábios e amargo ao ventre; “Tomei o livrinho da mão do anjo, e comi-o; na minha boca era doce como mel; havendo-o comido o meu ventre ficou amargo.” 10:10

Assim é A Palavra de Deus; nos lábios, no mero aprendizado teórico ela é doce; porém, para “digeri-la”, praticá-la demanda renúncias que vertem em amargo, o que, inicialmente pareceu doce. Os que “honravam” a Deus apenas com os lábios, sem praticar o que afirmavam, eram viciados em doces apenas.

“... a doçura dos lábios aumentará o ensino.” A destreza docente daqueles que O Senhor capacita, é a “doçura” que torna compreensíveis as coisas que, não seriam de outra forma; como disse um etíope a Filipe, certa vez: “... Como poderei entender, se alguém não me ensinar?” Atos 8:31

Tal sabor, tem a ver com o bem espiritual que o ensino do Senhor propicia; o gosto de aprender algo valioso; não significa que, eventualmente, o “doce” não apresente nuances salgadas. Paulo preceituou que nossas lições fossem “agridoces”: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4:6

No sul, poeticamente, alguns chamam o chimarrão de “doce-amargo”; a primeira parte figurando o prazer; a segunda, descrevendo o sabor que apraz.

Assim é o aprendizado da Palavra de Deus, para quem nasce de novo; é prazeroso, porém, isso traz consigo o “amargo” de praticá-la.

No organismo o excesso de açúcar pode causar diabetes; na vida espiritual o excesso de “doçuras” é já um sintoma de diabices, do canhoto fingindo alargar ao caminho estreito.

Os desdoutrinados


“Não poderás sacrificar a páscoa em nenhuma das tuas portas que te dá o Senhor teu Deus; senão no lugar que escolher o Senhor teu Deus, para fazer habitar o Seu Nome, ali sacrificarás a páscoa...” Deut 16:5 e 6

Instruções do Senhor a Moisés, que ele transmitia ao povo. Antes do êxodo, a cada um fora ordenado que sacrificasse a páscoa fechado, dentro de casa, tendo passado o sangue do cordeiro nas portas e janelas; nas ruas estaria passando o Anjo da morte.

Depois daquela situação prática, a mesma cerimônia deveria seguir anualmente, então, em memorial pela libertação que O Senhor operara.

Se, inicialmente todos o fizeram cada um em sua casa, quando se tornou memorial, o ritual passaria por uma mudança; “Não poderás sacrificar a páscoa em nenhuma das tuas portas que te dá o Senhor teu Deus; senão no lugar que escolher o Senhor teu Deus, para fazer habitar o Seu Nome...”

Deus mudou? Não. A situação mudou. A primeira celebração era uma emergência, uma necessidade para salvação; a segunda e as subsequentes, eram um memorial, uma festividade recordando didaticamente o livramento do Senhor.

Embora cada um tenha sido salvo em sua casa em particular, a comemoração disso seria coletiva, congregacional, comum.

Uma lição que os desigrejados e desigrejandos poderiam e deveriam aprender. Apegam-se pontualmente ao ensino que cada salvo é “Templo do Espírito Santo”, para derivarem daí, “conclusões” que não passam de confusões.

“Igrejas somos nós”, versam airosos de suas “descobertas”. Igreja é o aportuguesamento de “Ekklésia” palavra grega para assembleia. Poderia alguém ser uma assembleia em particular? Nesse caso, pode ser igreja. Como diz o humorista André Damasceno, “alguns têm um jeito singular de falar no plural.”

Embora a salvação seja individual, os salvos devem conviver, congregar, edificarem-se mutuamente; é a vontade do Senhor. “Não deixando nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” Heb 10:25

Como faria sentido a diversidade de ministérios buscando a edificação, sem uma congregação para o devido exercício dos mesmos? “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé...” Ef 4:11 a 13

Unidade da fé, (maturidade) deve ser atingida por todos, dentro do “Corpo de Cristo”, a igreja. Todavia, se cada um é uma igreja como versam os tais, já não há mais unidade a ser atingida. Levando seus argumentos às consequências necessárias, pois, muitos aspectos dos ensinos de Cristo e dos apóstolos precisam ser descartados.

Uma fúria paralela desses, se volta contra o dízimo que seria uma coisa da Lei, e Cristo trouxe a Graça. Será? Abraão e Jacó pagaram dízimos. A Lei veio uns quatro séculos após.

Seria a Graça tão graciosa, que teria liberado geral? Vejamos: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo...” Mat 5:21,22 A Graça mais severa que a Lei; “... Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” Mat 5:27,28 De novo, severidade maior.

Quanto à punição pela desobediência diz: “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da Graça?” Heb 10:28 e 29

A Graça fez por nós o que nos era impossível, acrescentou tempo para arrependimento que a Lei não previa, entretanto, trouxe responsabilidades muito maiores.

Quanto aos dízimos, O Salvador disse: “Deveis fazer essas coisas...” Mat 23;23 “Aqui (na Lei) certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, (em Cristo) porém, Aquele de quem se testifica que vive.” Heb 7:8

Certo que há muitos mercenários, mercadores da fé. Porém, a falta de caráter dos hipócritas mudará a eternidade para eles, não a doutrina para nós.

Além do suprimento das congregações, o dízimo honra, reconhece a grandeza daquele a quem o damos. “Considerai quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu dízimos...” 7:4

O Salvador ensinou que temos que escolher entre servir a Deus ou, às riquezas. Penso que muitos “zelosos” contra os dízimos, o fazem por inveja, não por zelo.

Os ensinos do Senhor são diáfanos; quem banca o obtuso, deve ter algum motivo para tornar opaco, o que é transparente.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Ataque às bases


“Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” Sal 11:3

Os fundamentos são a base de um edifício, ponte, casa... figuradamente, as premissas que sustentam uma ideia; valores cognitivos, lógicos, de uma filosofia, ideologia; os signos primários de um código de comunicação; todas essas coisas e similares, são suportes que sustentam, cada uma, o “peso” para o qual foi fundada, no âmbito da sua existência.

Tanto que, se alguém se expressar de modo desconexo, sem concatenar ideias, argumentos, sobre esses “apoios” presto se dirá que, falou sem fundamento. Não disse coisa com coisa.

No caso da língua portuguesa, as palavras se dividem inicialmente em dez classes; substantivo, verbo, adjetivo, pronome, artigo, numeral, preposição, conjunção, interjeição e advérbio. Salvo eventual licença poética, cada uma deve ocupar estritamente a função para a qual foi criada.

Mesmo dentro de sua classe, pode uma palavra ser destruída em seu sentido, pervertendo-se o significado. A preservação da identidade funcional de cada uma é indispensável, para que a comunicação se dê, sem “ruídos”, mal-entendidos, distorções.

Uma palavra que a sociedade deturpou e já aceita como normal sua nova significação, é “preconceito.” Basta alguém se dizer contrário à prática homossexual, para sofrer a pecha de preconceituoso, sem se atentar direito, para o real sentido da palavra.

Uma aglutinação de duas palavras; “pré”, antes; e “conceito”, juízo, parecer; sempre foi entendida e usada como nome de um juízo prévio, antecipado, precipitado. Ocorre quando alguém “julga” a outrem por algum fator periférico; etnia, idade, cor, gentílico... sem antes conhecer as atitudes.

Todas as atitudes são passíveis de juízo; pois, existem leis, ética, códigos de conduta que demandam certa postura, sob pena de transgressão.

O homossexualismo é um tipo de atitude, não um tipo de pessoas. A rejeição a essa é derivada de um conceito que se tem sobre a prática. Além dos preceitos bíblicos, temos fatores biológicos, sociológicos, psicológicos que sempre viram isso como anômalo. Essa balela que cada um pode ser o que quiser será veraz, no dia que uma mulher puder engravidar outra; ou, um homem puder conceber outra vida. Até lá, seguirá a biologia dando as cartas.

Não existe “pré-homossexual”, alguém só se torna um, quando pratica isso; também não existe adjetivação prévia possível. Ninguém pode ser julgado pelo que não fez. Porém, se aprendeu assentar tijolos é pedreiro; se fabrica pães é padeiro; se rouba é ladrão; se relaciona-se com pessoas do mesmo sexo é homossexual. São as escolhas que cada um faz, que lhe emprestam um “segundo nome”.

Embora não se faculte a ninguém agredir, vilipendiar, ofender, pessoas que assim agem, discordar das escolhas é um direito pacífico; não é preconceito. A lacração e a militância é que tentam destruir à palavra.

Para a mesma situação, criaram ainda a tal de “homofobia”; outra bosta de verbete estragado. Fobia em grego é medo, aversão. Dessa raiz temos palavras como, “claustrofobia”, (medo de lugares apertados) “agorafobia” (medo de falar em público); “aracnofobia” (medo de aranhas); etc.

Qual o sentido de se usar “homofobia” para nominar aos que são divergentes do comportamento homossexual? Nenhum. Discordamos da escolha deles, não temos medo nem aversão.

Se, algum deles buscar nossa ajuda, terá, sem problema nenhum, como já aconteceu comigo. Rejeitar a um comportamento, não é sinônimo de rejeitar uma pessoa.

Quem não lembra da tal “cura gay”? Ridicularizavam aos ministros evangélicos dizendo que eram proponentes da mesma. À luz da Palavra de Deus, que nos norteia, isso nunca foi doença. A Palavra nomina como “paixões infames”, “erro”, pecado.

Da mesma estirpe, mentiras, adultérios, roubos, cobiças... todos precisam da mesma “cura”; arrependimento para perdão, e abandono para permanência na fé.

Claro que é mais fácil mudar uma palavra que um comportamento. Todavia, o azul seguirá sendo azul, mesmo que, alguém decida que doravante será amarelo.

As coisas não passam a ser, ante O Absoluto, segundo os paladares relativos; Deus adverte-os: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, e da luz, trevas; fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” Is 5:20

Gula, vem deixando de ser pecado para virar “transtorno alimentar”; roubo, agora é “cleptomania”; pedofilia e zoofilia são meras “doenças”, cujos agentes precisam de tratamento; e por aí segue a máquina de destruir fundamentos, tentando minar pelas bases, o restinho de decência que teima em habitar alguns recantos da humanidade.

Para efeitos de imposição social, basta que a mídia e a maioria gritem a favor, como tanto têm feito. Porém, onde estarão esses patrocinadores dos vícios, no dia do juízo? “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Ml 3:18

Deus na plateia


“Rejeitamos as coisas que por vergonha se oculta, não andando com astúcia nem falsificando a Palavra de Deus; assim, nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade.” II Cor 4:2

Pequena receita que deveria ser encontrável na vida de todos os cristãos.

“Rejeitando as coisas que por vergonha se oculta...” O simples precisar ocultar algo, é já um testemunho interior de que isso é mau; que não deve ser feito. Como disse alguém: “Quer saber se os conselhos da noite são bons? Pratique-os durante o dia.” Zeferino Rossa.

Se, o simples olhar humano, parcial, imperfeito já reprovaria eventuais obras, como eu as praticaria diante de Deus? “A noite é passada, o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz.” Rom 13:12

Alguns dizem: “Nada tenho a esconder; minha vida é um livro aberto.” Na maioria dos casos, “transparências” assim são evocadas, após cobranças interiores, das próprias consciências, dos que, escondendo algo, são incomodados. Quem deveras é transparente não precisa de marketing; apenas, transparece.

“... não andando com astúcia...” um desdobramento daquele que esconde coisas réprobas. Precisa uma imagem idônea para figurar em determinados ambientes, não a tendo, forja mediante astúcia, uma “fachada” aceitável; encena abraçar à virtude diante das luzes, enquanto, por trás, vive de braços e abraços com o vício.

Perante os homens, um teatrinho assim pode ter lá sua eficácia; porém, ante Aquele que sonda os corações, a hipocrisia apenas acrescenta mais um pecado, aos outros que o cioso das aparências, relapso quanto à saúde da alma, visa esconder.

“... nem falsificando à Palavra de Deus...” Quando chega a esse nível, o hipócrita já foi descoberto; “ingressa no Supremo” para defender sua ímpia ação. Forja a “aprovação Divina” para coisas que O Eterno já deixou patente que desaprova; esse traidor de si mesmo, seletivo nas porções bíblicas que esposa, faz vistas grossas ou despreza outras tantas, que a sadia interpretação deveria considerar.

Pouco importa o que as Escrituras digam sobre seus pecados favoritos; esse pecador religioso, convicto, dará um jeito de fazer parecer que Deus está consigo, como se essa demonstração fosse fruto de um “achado” Bíblico, não de uma maneira de se portar: “... àquele que bem ordena seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus.” Sal 50:23

A aprovação dos Céus tem a ver com um caminhar bem ordenado, não, com uma hábil manipulação da Palavra.

“... assim, nos recomendamos à consciência de todo homem...” para alguém ser recomendável à consciência, já não há espaço para encenações, aparências; virtudes abraçadas meramente em discursos. Aquele que evoca a própria consciência como tribunal de apelação para suas escolhas e atitudes, verdadeiramente pode, como Adão, “estar nu e não se envergonhar”. Ser visto exatamente como é, sem nenhuma atitude que precise ser oculta por ter ficado aquém do probo, digno, espiritualmente sadio.

Tendo Deus como o primeiro “Expectador” do seu desempenho no teatro da vida, certamente preferirá consertar seus erros mediante arrependimento, que maquiá-los via disfarces. Afinal, “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4:13

“... na presença de Deus...”
uma reiteração do já visto nos tópicos anteriores. Quem tem O Criador na “primeira fila” da plateia, se importará mais, com a aprovação Dele, que com a humana. Não obstante, a aversão dos maus, agir segundo Deus, não será uma coisa “fora da casinha” que escandalize aos homens; pois, as transformações que Ele opera em quem O Recebe, se fazem didáticas, visíveis, desejáveis, edificantes; “... muitos o verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40:3

Logo, embora sabedores que “atuamos” perante O Senhor, também o fazemos diante dos homens; “não se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5:15 e 16

“... pela manifestação da verdade.”
Mais um reforço do que já foi dito. Só a mentira, a falsidade, precisam de esconderijos, subterfúgios, sofismas; a verdade por ser quem é, não carece se esconder. Certo que, num mundo onde a mentira grassa, como o atual, em geral a verdade se torna uma desmancha-prazeres. Ela não nasceu para dar prazer; antes, para dar nome as coisas e às ações.
Num sistema como o atual, que combate à virtude e acalenta o vício, quem abraça incondicionalmente a verdade, segundo Deus, necessariamente será perseguido. Entretanto, quem preza pelo “aplauso de Deus”, não dá a mínima para as vaias do mundo.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

A dieta cristã


“... se não comerdes a Carne do Filho do homem, e não beberdes Seu Sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a vida eterna...” Jo 6:53 e 54

Finalmente entendi porque, “fora da Igreja Católica não existe salvação.” Escutei hoje, baseado nos versos acima, que apenas a referida igreja serve o corpo e o sangue de Cristo aos fiéis, na Eucaristia.

Só eles teriam poder de “transformar” os elementos da ceia, de modo a se tornarem corpo e sangue de Cristo; como diz acima, sem comer um, e beber outro, não se tem vida. Assim, só pode acontecer lá.

Esse discurso “canibal”, assim entendido pelos que ouviram, e acharam duro demais, agora foi resolvido por um toque “mágico”; uma oração do sacerdote católico muda a essência das coisas; o “Corpo de Cristo e o Sangue”, ficariam mais deglutíveis. Só que não.

Todo estudioso mediano de hermenêutica, no capítulo dos “Métodos Literários Especiais”, aprenderá o que é literatura histórica, sapiencial, poética, escatológica... o que é parábola, símile, alegoria, metáfora...

De posse do necessário discernimento, não colocará os pés pelas patas, na hora de interpretar um texto, escrito nos referidos métodos.

No contexto imediato, O Salvador explicou aos assustados discípulos, como deveriam entender aquelas palavras; “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que vos digo são espírito e vida.” V 63

Não levem ao pé da letra; antes, entendam espiritualmente, como também prescreveu Paulo: “As quais também falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.” I Cor 2:13

Os elementos distribuídos na Santa Ceia, “Eucaristia” para os católicos, não se transformam em nada. São apenas um memorial, apontando para o que Jesus fez em nosso favor. “Fazei isso em memória de Mim.” Ordenou.

“Comer Sua carne e beber Seu Sangue” é uma metáfora para nos identificarmos com Ele, em obediência ao Pai, até à morte, se necessário; ideia que Paulo desenvolveu: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6:3 e 4

Se a vida dependesse de se comer a “Carne” beber o “Sangue” de Cristo, os católicos estariam perdidos; pois, o “Sangue” apenas o padre bebe.

Noutra parte, invés de carne e sangue figurou Sua Doutrina como Água Viva, tendo a mesma eficácia: Vida eterna. “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte, que salte para a vida eterna.” Jo 4:14

Se, a vida é impossível sem a “Carne e o Sangue”, como então seria facultada através da água?

Ora, todos os minimamente entendidos sobre a relação de Deus com o homem sabem que Jesus Cristo É A Palavra de Deus encarnada; “O Verbo se fez carne e habitou entre nós...” Assim, “Comer Sua Carne” é uma eloquente metáfora, para se alimentar do Verbo, ou seja: Da Palavra.

O sangue foi vetado que se comesse, nesses termos: “Qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, que comer algum sangue, contra aquela alma porei Minha face, e a extirparei do seu povo. Porque a vida da carne está no sangue...” Lev 17:10 e 11

Tendo Sua Carne como metáfora para a Palavra, e Seu Sangue como a Vida, fica fácil entendermos o que Ele quis ensinar, quando prescreveu a “comida e bebida” necessárias.

Se a vida adviesse meramente por participarmos de um ritual, qualquer patife poderia ter; não!! A salvação requer que tomemos a cruz; essa significa renunciarmos a todas as práticas que a Doutrina do Senhor desaprova, e vivermos como Ele viveria, estando em nosso lugar. “... quem de Mim se alimenta, viverá por Mim.”

Os que não mostram apetite pela Palavra, atrofiam, não crescem; qualquer dogmazinho de fundo de quintal, os envolve; “... vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento.” Heb 5:11 e 12

Todas as denominações têm seus problemas; mas, a Católica está descendo a ladeira de modo tal, que o comunismo e a ecologia parecem mais importantes que a salvação. O problema de ficar por muito tempo se “comer de Cristo” é que se perde o paladar e a noção.

Assepsia espiritual


“Se aquele que me trouxe novas, dizendo: Eis que Saul é morto, parecendo, porém, aos seus olhos que era como quem trazia boas novas, eu logo lancei mão dele, e o matei em Ziclague, cuidando ele que eu, por isso lhe desse recompensa. Quanto mais, a ímpios homens, que mataram um homem justo em sua casa, sobre a sua cama; agora, pois, não requereria eu o seu sangue de vossas mãos, não vos exterminaria da terra?” II Sam 4:10 e 11

Davi sentenciando à morte, Recabe e Baaná; pois, tinham assassinado a Isbosete filho de Saul, e levaram sua cabeça a Davi, imaginando fazer grande coisa.

A outro que levara a notícia da morte de Saul, Davi sentenciara à morte também, (não porque levara uma má notícia, isso faz parte) mas, porque fizera aquilo manifestando a efusiva alegria de quem traz boas novas; essa imprudência lhe custara a vida; “... Quanto mais, aos ímpios homens, que mataram um homem justo em sua casa, sobre sua cama...”

Se, o simples se alegrar com a morte de Saul custara àquele, sua vida, como trataria diferente a esses dois assassinos que mataram em sua cama, o filho do rei?

Apesar de que, Saul se comportara como inimigo de Davi, tentando matá-lo mais de uma vez, por inveja, não fez o mesmo o filho de Jessé; por duas vezes tivera Saul nas mãos e poupara-lhe. Sabia que a unção real de Saul fora escolha do Eterno; isso bastava para que não intentasse nada contra o rei, por temor do Senhor. Seu filho escreveria: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria...” Prov 1;7

Ah, se todo o governante se “vacinasse” desse modo, contra o assédio dos bajuladores, que, se apressam ao que não lhes foi ordenado, acoroçoados pela índole lisonjeira, buscando com isso, angariar favores!

Quantos “obreiros” que, ao ficarem sabendo de um deslize mínimo de um irmão, coisa que poderiam resolver sozinhos com uma exortação e um conselho; invés disso, fermentam a coisa, correm ao pastor, que tem alvos maiores e mais relevantes com que se ocupar.

O pastor que tiver discernimento, há de entender que o deslize do obreiro é maior que aquele que, ele poderia ter resolvido sem muito barulho. Devemos aprender com Davi, a cortar o mal onde ele nasce. Quando um ímpio assim, aparecer com a cabeça alheia debaixo do braço, possivelmente seja a dele que “deva rolar”.

Se o reinado de Davi começasse assim, iniciaria manchado de sangue inocente, com o rei “endividado” ante dois ímpios.

A casa de Saul fora rejeitada, e Davi era o escolhido do Senhor para reinar. Entretanto, sabermos de coisas assim, não nos autoriza a cometermos temeridade, injustiças, como se, a Vontade final de Deus, “justificasse” meios espúrios para sua realização. Como disse Abraão: “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” Gn 18:25

Rebeca mãe dos gêmeos, Esaú e Jacó sabia que o menor seria maior, fora lhe revelado; contudo, permanece o fato de que ela e Jacó trapacearam para iludir ao cego Isaque, no momento de abençoar os filhos. O Eterno não precisava daquela “ajuda”. Jacó aprendeu nos últimos dias da vida dele, quando foi sua vez de abençoar aos filhos de José.

Também pelas mãos dele, Efraim, o mais jovem foi posto acima do primogênito Manassés; Deus não usou nenhum jeitinho espúrio para isso.

José tentou interferir e corrigir o “erro”; “Vendo, pois, José que seu pai punha sua mão direita sobre a cabeça de Efraim, foi mau aos seus olhos; tomou a mão de seu pai, para a transpor de sobre a cabeça de Efraim à cabeça de Manassés. José disse a seu pai: Não assim, meu pai, porque este é o primogênito; põe tua mão direita sobre sua cabeça. (era usual que a bênção maior fosse do mais velho) Mas seu pai recusou, e disse: Eu sei, meu filho, eu sei; também ele será um povo, também será grande; contudo, seu irmão menor será maior que ele...” Gn 48:17 a 19

A Obra de Deus não possui fins tão “nobres” que justifiquem meios escusos; o quê, fazer e como fazer, contam; como diz um adágio popular, “um erro não conserta outro.”

Assim, quem usa meios espúrios para realizá-la, desacredite da aprovação Divina; Deus não usa calvos para anúncios de shampoos. Quem for chamado para anunciar às coisas santas, que viva segundo as mesmas coisas.

Então, para os eventuais ministros do Senhor, a receita é a que segue: “... sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis.” I Tm 3:10