segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

A Teologia da Libertação


“Se vires em alguma província opressão do pobre, violência do direito e da justiça, não te admires de tal procedimento; pois, quem está altamente colocado tem superior que o vigia; e há mais altos que eles.” Ecl 5:8

A Palavra de Deus não compactua com injustiças sociais; a opressão dos pobres, por parte daqueles que os dominam. Tiago coloca o dedo na ferida dos exploradores: “Vosso ouro e vossa prata enferrujaram; sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo, vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos.” Tg 5:3,4

Quer dizer que, os da “Teologia da Libertação” estão certos? Não. Pode haver um quê de verdade na “doença” que diagnosticam; mas, nada, no “remédio” que propõem; tampouco, nos resultados a que chegam, onde aplicam seu “tratamento”.

Onde dominam, castram liberdades, de expressão, ir e vir, crença, escolha; meia dúzia de caciques e o ditador mor enriquecem, miserabilizam o povo, vilipendiam os meios de produção, e a economia das nações.

A famigerada “teologia” é apenas comunismo disfarçado com roupas religiosas roubadas dos varais dos que adormeceram, quando, deveriam vigiar contra as sementes do inimigo na Seara do Senhor.

Injustiças sociais não são problema a ser resolvido pela força do braço; até porque, como vimos, jamais funcionou.

Invés de um levante libertário, um quebra-quebra reivindicatório, como tanto se fez e nunca deu em nada, aos servos de Deus a receita é diferente; “Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei; não te ponhas com os que buscam mudanças, porque de repente se levantará a sua destruição; a ruína de ambos, quem o sabe?” Prov 24:21,22

Embora seja legítimo nos identificarmos com determinados candidatos, em face aos valores que defendem, a imposição de um querer à força, destoa do que nos foi prescrito.

Quando um homem recebe autoridade sobre outros, mais que desfrutar de “poder” como vulgarmente pensam, é chamado a um dever.

Se, invés de bem servir ancorado pela honestidade, probidade e atenção às justas demandas, o tal preferir servir-se mediante corrupção, distribuir benesses aos pares, e rigor aos adversários, o tal estará semeando desgraças, que, no devido tempo colherá. “Tudo isto vi quando apliquei meu coração a toda a obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.” Ecl 8:9

“... pois quem está altamente colocado tem superior que o vigia...”
embora na terra haja disputas, eleições, pleitos, campanhas, em última análise, nada acontece sem a permissão ou vontade, Divina. “Ele muda os tempos e as estações; remove reis e estabelece reis; Ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos.” Dn 2:21

Às vezes, do nada, um “poderoso” é chamado a prestar contas, seus dias de Manda-Chuva terminam; pois, além de ter “Um Superior que os vigia, há altos, mais altos do que eles;” Há poderes na esfera espiritual que podem ingerir do lado de cá, quando bem parecer ao Todo Poderoso.

A obra espiritual trata com indivíduos, não com sistemas; incomoda ver pessoas desvalidas, exploradas? Ajude-as com o que podes. Pois, eventual empatia com a necessidade dos pobres, quem a tiver, deve socorrê-los a partir das suas posses, não sair “filosofando” sobre as “injustiças sociais”, desejando que outrem faça, o que, o discernimento mostrou a ele. Como disse o rabino Israel de Salant, “As necessidades materiais do teu próximo, são tuas necessidades espirituais.”

É mui fácil semear culpas em sistemas, supor soluções nos arrastos insanos das multidões; nesse caso, como diz um ditado, “a galinha que canta é a que bota o ovo.” Digo, o mais hábil em encontrar culpados, é apenas um fugitivo das culpas que, tendo encontrado em si, tenta diluir alhures. “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14:12

Não há governos cabalmente justos, na terra; e alguns extremamente corruptos e ladrões. Mesmo assim, O Eterno não nos chama a uma revolução. Quem usa o “argumento” que não vale a pena ser justo, pagar tributos, respeitar contratos, pois, quase ninguém mais é, invés de ser uma ilhota de diferença nesse mar de lama, se revela da mesma estripe, justificando ao ímpio.

A única Teologia que existe, explora o Ser de Deus, e Seu relacionamento com Suas criaturas; frui pela honesta interpretação da Palavra; liberta aos que ousam praticá-la. “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8:31,32

O resto são apenas pistas falsas de fugitivos auto enganados que acreditam que não serão encontrados.

Escura escolha



“Porque todo o sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados; e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados...” Heb 5;1,2

Dois tipos; os ignorantes, e os errados. Os primeiros precisam de luz para ver; os errados, de obediência para andar conforme veem.

“Deus não toma em conta os tempos da ignorância” Atos 17;30, não significa que os pecados cometidos por ignorância não sejam pecados. Assim como, na lei dos homens há distinção entre o crime culposo, (sem intenção) e doloso, (onde o intento estava) da mesma forma O Eterno diferencia pecados; os cometidos por ignorância, e os pela escolha errada. As leis humanas copiaram daí.

Desde a Antiga Aliança, tais pecados eram tratados; “Se alguma alma pecar por ignorância, para expiação do pecado oferecerá uma cabra de um ano. O sacerdote fará expiação pela pessoa que pecou, quando pecar por ignorância...” 15:27 e 28

A presunção de ver, impondo às coisas Divinas, idiossincrasias humanas, faz as pessoas culpadas, mais do que, se ignorassem e assumissem isso. Quantos se apressam em dizer que todas as religiões são boas, todos os caminhos válidos; não porque as coisas sejam assim; mas, porque defender isso lhes convém.

Falando com os Fariseus, que pretendiam ser expoentes da Lei de Deus, portadores da Luz espiritual, O Salvador pontuou: “... Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem sejam cegos. Os fariseus, que estavam com ele, ouvindo isto, disseram-lhe: Também nós somos cegos? Disse-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso vosso pecado permanece.” Jo 9:39-41 O Salvador não reconheceu que eles viam; antes, lembrou que eles diziam ver, presumiam assim.

O Mestre veio ensinar aos ignorantes, para que vissem, e deixar os presunçosos entregues a si mesmo, pois, recusando a Luz, fatalmente a condenação das trevas permaneceria sobre eles; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3:19 Infelizmente há um laço afetivo entre o pecador e o mal, que o faz desejá-lo, mais que o ser iluminado pela Luz Celeste.

O ignorante tem concerto, basta que a luz da verdade raie sobre ele; o errado costuma não ter, até porque, em sua presunção, acredita nem precisar. No entanto, os poucos que, convencidos abandonam seus erros e passam a andar na luz, são perdoados, e transformados.

A ignorância é falta de conhecimento. Quando Paulo ensinou que O Eterno não tomava em conta os tempos da ignorância, estava traçando uma linha divisória; pois, dali em diante eles estavam ficando cientes dos seus pecados, (no contexto, a idolatria) e sendo convidados ao arrependimento. Seus passados errôneos seriam esquecidos, se, dali em diante se arrependessem e mudassem. “Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam;” Atos 17;30

Quando convidados a sair do escuro, porque a verdade está sendo posta aos nossos olhos, eventual recusa deixa de ser ignorância, estritamente, e se torna erro. Uma escolha está sendo feita, e as pessoas sabem o quê, escolheram. Rejeitaram ao conhecimento espiritual, como se, a ignorância voluntária fosse um salvo-conduto; A Palavra ensina que não; “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também Eu te rejeitarei...” Os 4:6

Nos provérbios também, A Palavra deixa ver que a “ignorância”, na verdade é rejeição, cuja forma, bem como as consequências estão postas de modo categórico; “Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? Vós escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós insensatos, odiareis o conhecimento? Atentai para Minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do Meu Espírito e vos farei saber Minhas Palavras. Entretanto, porque clamei e recusastes; estendi Minha mão e não houve quem desse atenção, antes, rejeitastes todo Meu conselho, e não quisestes Minha repreensão, também de Minha parte Me rirei na vossa perdição e zombarei, em vindo vosso temor.” Prov 1:22-26

A Exclusividade de Cristo, como Senhor e Salvador, bem como, a separação do mundo, requerida para os que se dizem Dele, vêm sendo minadas dia a dia, graças à contribuição de uma geração sonolenta, que prefere ser “descolada” a ser santa.

A ignorância por privação é normalmente reparável, sob a incidência da luz; porém, a desonestidade intelectual do que, se faz de desentendido por recusar pagar o preço que, sabe ser necessário, ou, o tal rasga sua máscara hipócrita ou, ela o irá matar; “Eles voluntariamente ignoram isto...” II Ped 3:5

domingo, 24 de dezembro de 2023

O infeliz Natal


“Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem, segundo as obras da terra de Canaã, para a qual vos levo, nem andareis nos seus estatutos. Fareis conforme Meus juízos...” Lev 18:3,4

Tradições, emulações dos feitos periféricos, tendem a ser um “incentivo” para que façamos o mesmo. Nem o que povo recém liberto fizera, observara, na escravidão egípcia, nem o que visse os povos vizinhos, deveria ser um norte comportamental para eles; antes, “fareis conforme Meus juízos”; disse O Senhor.

Infelizmente a santificação nunca é abraçada como se deve. A total separação do mundo, com seus feitos e valores ímpios; completo abandono das tradições profanas, e uma responsável postura ante O Eterno, com Seus ensinos e prescrições.

O pavor de nadar entre os patos sendo um “patinho feio”, em geral leva gente incauta a abandonar a “Pérola de Grande Valor”, pra peregrinar pelas galerias do engano contemplando toda sorte de “arte” forjada a partir do ouro de tolos.

Desgraçadamente, tudo o que esse mundo ímpio faz, parece necessitar de uma contrapartida gospel. A “bola da vez” é o Natal.

A data é derivada da adoração ao sol; a árvore, do culto a Odin, dos povos nórdicos; o presépio, de uma representação de Francisco de Assis, ante crianças; o Noel, de certo Nicolau, rico que distribuiria bens aos pobres... da Bíblia, o que temos? Há tanta substância espiritual nessa amálgama de paganismos, quanto, no “coelho da páscoa”.

A Bíblia manda celebrar em memorial a morte do Senhor; do nascimento nada diz; “... fazei isto em memória de mim... Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.” I Cor 11:24 e 26

Igrejas evangélicas em grande maioria, não conseguem passar por essa “dolorosa tentação”, sem emporcalhar ambientes santos com as tais “decorações natalinas.” Da católica nem falo; eles estão num grau mais avançado do quesito agradar aos ímpios; suas lideranças já pretendem abençoar ao dito “Casamento gay.”

Na minha infância escutava um ditado dos homens simples: “Quanto mais a gente se abaixa, mais a bunda aparece”. Como moisés usava saiote egípcio, semelhante aos romanos, foi ordenado: “Não subirás ao Meu altar por degraus, para que a tua nudez não seja descoberta diante deles.” Ex 20:26 Os zelosos pelas “doutrinas” de usos e costumes poderiam aprender algo aqui.

Quanto mais se condescende com os modos ímpios de viver, mais os ímpios requererão novas condescendências.

A coisa “progrediu” tanto, que deixou de ser uma embaixada dos Céus anunciando um Reino de Justiça e santidade, para o qual, quem quisesse se credenciar renunciasse ao mundo; tornou-se mero aglomerado religioso, onde suposta união para salvar o planeta, solapou o desafio à separação para salvar almas. Dos Seus, Cristo disse: “Não são do mundo, como Eu do mundo não sou.” Jo 17:16

Basta ver os dois versos iniciais acima; do Seu povo, O Eterno requer separação, andar conforme Seus juízos, não, segundo o mundo. “Vós Me sereis um reino sacerdotal, povo santo.” Ex 19:6

Há muitos que comemoram com reverência, reuniões familiares, e alguma reflexão; sinceridade e propósito são coisas boas; mas, não bastam. É preciso conhecer a Verdade e viver nela. “Qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Na média, o “Natal” é eclosão de consumismo, desfile da falsidade com votos de plástico, esbaldar-se em festas dionisíacas, de comilanças, bebedeiras e imoralidades. Se alguém for às casinhas da luz vermelha nessa noite, encontrará às “moças” seminuas com gorrinhos de Noel, dada a “santidade” da data aos olhos do mundo. Quantas “Templos de Orixás” decoram fachadas com luzes multicores tal é a “separação”!

Amantes mandarão “cartões de Natal” com os melhores votos aos colegas de infortúnio na arte de destruir famílias, e esbaldar-se nas avenidas amplas da morte espiritual. Há um escárnio satânico por trás da clássica risadinha do “Noel”.

Sei que posso sofrer a pecha de “ser mais realista que o rei”, “soldadinho-do-passo-certo” etc. faz tempo que o aplauso humano deixou de norte para mim. “... Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.” Gál 1:10

A verdade é que esse sistema e muitos que tomam nos lábios, O Santo Nome do Senhor, vivem, cada um à sua maneira. É mui fácil cantar louvores ao “Menino Jesus”; Esse, não desafiou ninguém a nada. Todavia Ele se fez O Mestre, antes de se tornar Salvador, mediante Sua Morte.

E não foi nada meigo, infantil, palatável aos ímpios, em Suas Falas, antes, denunciou à falsidade. “... Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com lábios, mas, seu coração está longe de Mim;” Mc 7:6

sábado, 23 de dezembro de 2023

Combatentes


“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” II Tim 4:7

Texto clássico, para quando parte um fiel. Paulo estava na iminência de ser morto; com essas palavras se despedia do jovem pastor, Timóteo.

Invés de um lamento de derrotado, de quem gostaria de preservar ainda sua vida terrena, seu porte vencedor foi como o de um atleta que sobe ao podium pra receber a merecida medalha. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada...” v 8

“Combati...”
deparamos com postagens de gente para as quais a vida deve ser vivida na maré mansa, passando ao largo de polêmicas, apenas “curtindo.” Nenhum pleito seria suficiente para retirar da “paz” dos tais.

Quem nasceu de novo, e foi capacitado por Cristo mediante dons do Espírito Santo, para o devido serviço, embora esteja em paz com Deus, não pode também estar, com essa amálgama ímpia e seus valores invertidos que fazem guerra ao Santo. “No mundo tereis aflições...”

Se, para o ímpio sistema, imoral e amoral, o negócio é amontoar todos sob a mesma sombra, malgrado a situação de cada, num confuso balaio de gatos, o ecumenismo; para Deus, a peleja é por salvar ao que for possível, separando aos salvos de tudo o que contamina e suja. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5:8

O apóstolo tinha plena ciência do que estava em jogo, e usava a devida linguagem; “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.” II Tim 2:4 Sim, estamos em guerra.

Quem é tão “da paz” que não se importa com ataques ao Santo, blasfêmias, vilipêndios ao Seu Nome, Valores, Palavra, o tal, não é da paz; está morto. Precisa urgente, nascer de novo.

“... o bom combate...” nem todo o combate é bom. Há quem lute por metais, usando à Palavra de Deus; quem preze fama, brilho pessoal mais que a Glória do Santo. Sendo o alvo do nosso combate, o pecado, o primeiro campo de batalha se dá dentro de cada um. Nossas naturais inclinações para pecar, devem ser mortificadas a todo custo; “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12:4

Dado esse ousado passo, poderemos ser instrumentos de Cristo, para auxílio em disciplina, dos que inda erram desordenadamente. Depois de vencida em nós a tentação pra o andar desordeiro, temos autoridade; “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10:6

“... acabei a carreira...”
acabar é diferente de terminar. Terminar, simplesmente, é dar por pronto, cessar. Acabar traz a ideia de terminar com esmero, com acabamento; os toques finais para que a obra fique apreciável. Muitos sequer terminar conseguem, quiçá, acabar.

O Salvador ensinou de uns que, por não terem calculado prudentemente os custos, abandonariam à obra inconclusa; disse que deveríamos evitar isso, “Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou edificar e não pôde acabar.” Luc 14:29 e 30 “Quem não renuncia tudo quanto tem, não pode ser Meu discípulo.” Eis o custo!

Quantos que iniciaram conosco em Cristo, e hoje erram vencidos pelas seduções do mundo, infelizmente. Eles começaram e não puderam terminar. Gente que alcançou renome pregando à verdade, e hoje fala desdizendo ao que disse ontem.

“... guardei a fé.” Se, há um combate que é bom, esse se dá em defesa da fé. Judas em sua breve epístola pôs isso como um assunto urgente, que superara outros, dada a necessidade que vislumbrara; “Amados, procurando escrever-vos com toda diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” Jd 1:3

Batalhar pela fé, não alude ao direito de crer que seria tolhido; antes, ao teor do que se crê, que estava sendo pervertido. “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus; negam a Deus, Único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd 1:4

A negação da exclusividade de Cristo, blasfêmia necessária ao ecumenismo, era visível desde então.

Noutra epístola Paulo acrescentou detalhes da forçosa luta: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10:4,5

O combate é inevitável; os valores e caminhos que escolhemos pra viver, e ensinar, são a “farda” que mostram de que lado estamos.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Última chance


“Veio a palavra do Senhor segunda vez a Jonas, dizendo: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e prega contra ela a mensagem que Eu te digo.” Jn 3:1,2

“... segunda vez...”
o profeta tentara fugir, achando que seria preferível isso, a obedecer.

Vulgarmente se diz que a primeira impressão é a que fica. Pois, quando comissionados pelo Eterno se, nossa primeira impressão for que a coisa não convém, que não devemos obedecer, geralmente essa visão escapista não é a que fica. Fatalmente seremos “convidados” a repensar.

A ideia de “fugir” do Senhor foi analisada; “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno minha cama, Tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali, Tua Mão me guiará e Tua Destra me susterá.” Sal 139:7-10

Não significa que Davi tenha estado nesses lugares todos e comprovado “in loco” a presença do Eterno; antes, que por estar O Espírito Santo nele, onde quer que fosse, a Santa Presença iria.

Quando a mensagem de salvação pareceu “duro discurso” e o povo debandou, O Salvador não criou um segundo discurso com termos mais palatáveis; antes, perguntou aos discípulos: “Quereis vós, também, retirar-vos?” Pedro redarguiu: “Para quem iremos nós? Só Tu tens as Palavras de vida eterna.”

O fugir do Senhor “possível”, é fazer ouvidos moucos, bancar o desentendido quando não se quer obedecer. Assim fizera Jonas. Após três dias no ventre do peixe, repensou, arrependeu-se e pediu nova chance; foi atendido.

O Eterno não “suaviza” a missão, se essa soar demasiado dura; antes, capacita além de comissionar; numa eventual segunda chance, requer a mesma tarefa da qual nos esquivamos na primeira; “... prega contra ela a mensagem que Eu te digo.”

A ímpia ideia que A Palavra do Senhor carece ser “atualizada”, para adequá-la aos paladares moderninhos, não move um milímetro do Santo propósito; se tivermos novas chances, sempre serão na mesma vereda; “caminho estreito”, renúncias, obediência.

Ou, teria O Todo Poderoso falhado, e careceria agora de uma “segunda chance” para, finalmente, entregar Sua palavra como realmente pretendia? Paulo pensava diverso, em caso de conflito entre as vontades; “De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado.” Rom 3:4

A segunda chance de Jó, onde, além de ouvir sobre O Eterno, então “viu-o”, (forma como descreveu o, tê-lo ouvido diretamente) ocasionou uma mudança nele, fazendo-o mais humilde, não no Criador, tornando-O menos Santo; “... Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, e eu não entendia. Escuta-me pois, e falarei; eu Te perguntarei, e Tu me ensinarás. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” Jó 42:3-6

Invés de perguntar para que O Senhor ensine, o ímpio homem moderno se atreve por presumir ensinar a Deus; como se, a perfeição comportasse rasuras. “Ai daquele que contende com o seu Criador! caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos?” Is 45:9

Todo aquele que consegue “ver” Deus pelas coisas criadas e reveladas, assombra-se com a Santa Majestade e com a própria insignificância; só resta arrependimento com pó e cinza, como a Jó, invés da insana porfia de tentar emporcalhar o que É Santo, por se recusar a abandonar o que sujo.

Num sentido amplo, toda humanidade está na “segunda chance”; a primeira foi desperdiçada no paraíso, quando, bastaria permanecer na Palavra do Criador, para preservação da bendita sina em comunhão com Ele;

a segunda foi-nos facultada gratuitamente pelo Salvador, chamando os perdidos para que fossem achados novamente na regeneração do Senhor; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5:24

Num sentido estrito, os homens costumam desperdiçar dezenas, centenas de chances, sempre que o Amor Divino os busca mediante a Palavra da Vida; a longanimidade Divina, usada como “patrocinadora” da impiedade humana. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8:11

Como nada sabemos sobre o amanhã, é prudente tratarmos cada chance como sendo a última; uma hora, será; “O Homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído sem que haja remédio.” Prov 29:1

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Francisco, o flexível


“Permaneçamos vigilantes contra a fixidez da ideologia, que muitas vezes, sob a aparência das boas intenções nos separa da realidade e impede de caminhar... lembremo-nos de olhar para o alto, recomeçar a partir de Deus, deixar-nos iluminar pela sua Palavra, a fim de encontrarmos sempre a coragem para partir de novo". Papa Francisco à Cúria Romana.

O Salvador exortou Seus ouvintes à vigilância. Porém, vigilantes “contra a fixidez da ideologia...? O que é isso? O Senhor ensinou a ficarmos vigilantes pela pureza da Palavra, invés de adormecer permitindo que o inimigo semeasse joio no meio.

Abstraído todo açúcar retórico, a exortação foi contra o “conservadorismo” que “separa da realidade e impede de andar.” Se, por “andar” entendermos, condescender com o ímpio curso desse mundo, e a sacralização de práticas perversas, então, o “fixismo” atrapalha mesmo.

Não somos partidários de uma ideologia. Não, no prisma espiritual. Nos é facultada uma cosmovisão peculiar, nos aspectos econômico e político; no âmbito da fé, nosso compromisso se restringe a viver e anunciar o Evangelho, algo que é mais “fixo” que céu e terra. “Passará o céu e a terra, mas Minhas Palavras não hão de passar.” Luc 21:33

“... lembremo-nos de olhar para o alto, recomeçar a partir de Deus, deixar-nos iluminar pela sua Palavra, a fim de encontrarmos sempre a coragem para partir de novo". Outro sofisma, manipulação retórica, para ser engolida antes de ruminar.

A Luz da Palavra arde para mostrar o caminho, não para o fomento de coragem ao contínuo andar, como se, esse ativismo de estar sempre andando, fosse mais importante que saber, para onde. Quem estiver no caminho errado, quanto mais andar, mais se afastará do alvo. Às vezes, um “entendes tu o que lês?” é mais oportuno que uma leitura por ela mesma, sem aprofundamento.

Valores eternos não mudam com o curso do tempo; antes, a vergonha se perde, amadurecem os frutos de “Teólogos” liberais, cujo afã é aglomerar invés de santificar; “... sem santificação ninguém verá ao Senhor.” Heb 12;14 Esses geram um povo que gosta dos rótulos cristãos, mas se recusa a trilhar no caminho estreito que Cristo prescreveu.

Teria Ele também, abdicado da “fixidez” da Sua Doutrina? Acho que não. “Jesus Cristo É O Mesmo, ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8

As pressões dos movimentos LGBTs já produzem ecos favoráveis, no Vaticano; embora Francisco mencione a “Luz de Deus para caminhar”, suas cumplicidades ímpias, declarações blasfemas, e validação de credos espúrios, passam ao largo dos ensinos santos da Palavra de Deus.

Os católicos mais ferrenhos sempre acreditaram em três “verdades”; “Eles são a única Igreja Verdadeira; fora da Igreja Católica, não há salvação; e Pedro foi o primeiro Papa, sendo os demais, sucessores dele.”

A Palavra ensina diferente; o “pedigree" de um salvo é a vida regenerada em Cristo, o caráter transformado, não, uma placa institucional, que levaria sobre os ombros; “...fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2:19

Fora da igreja Católica não há salvação? A Palavra ensina que não há fora de Cristo; “... Ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6 A medida que, lideranças se afastam do Salvador, muitos católicos até, já veem a fragilidade da instituição, em relação à Palavra; de certa forma “saem”, avessos a acatar ordens espúrias.

Sobre denominações alternativas invés do veto, Jesus Cristo observou: “Quem não é contra nós, é por nós.” Os protestantes não são contra Ele; antes, a maioria recusa acréscimos às Palavras Dele; quem começou o protesto foi um padre, ao constatar dezenas de desvios da Palavra, por parte do catolicismo. Para os que ficaram do lado de lá, a instituição pareceu mais forte que a verdade.

No Apocalipse há sete cartas a sete igrejas diversas. Cada uma com seus problemas locais, e um líder que deveria tratá-los. Se existisse mesmo, ”Papa”, e uma igreja centralizada nele, O Senhor mandaria uma carta ao líder apenas, advertindo-o para que ele cuidasse de tudo.

“Pedro foi o primeiro Papa?” Balela! Se fosse teria sido expresso na Palavra de Deus, o “Primado de Pedro” ou, as “Chaves do Reino” se refere a honra a ele concedida de ser o primeiro pregador do Evangelho, o que abriria as portas aos demais. “Sobre essa pedra edificarei” Ele mesmo se encarregou de desfazer eventual ambiguidade; “Ele (Cristo) é a pedra que foi rejeitada por vós, edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina.” Atos 4:11

O aperfeiçoamento é uma necessidade nossa; Deus É Perfeito; Sua Palavra não comporta “atualizações;” “... perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele...” 6:16

A bênção ao "casamento gay"


“A bênção do Senhor é que enriquece; não traz consigo dores.” Prov 10:22

“A bênção do Senhor...”
Nem todas as bênçãos são Dele. Muitas, são humanas, embora, o ensino para abençoar, venha do Alto; “... Amai vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam...” Mat 5:44

Nesse caso, “abençoar” é uma profilaxia; tendemos a desprezar aos que nos fazem mal; independente de algum bem chegar ou não ao alvo da bênção, ela veta que uma “raiz de amargura” venha a danar a saúde psíquica e espiritual, de quem abençoa. Estamos fadados a colher conforme plantamos; abençoando seremos abençoados.

A bênção que faz diferença, vem de Deus. Quando se trata de alguém que, presumidamente representa ao Senhor, em Nome Dele abençoa. Então, o ministro deve ter comunhão com Deus, conhecimento das Suas Leis e viver conforme, antes de se atrever onde não deve. Como disse Balaão, quando contratado por Balaque, para amaldiçoar Israel. “Recebi mandado de abençoar; pois Ele tem abençoado e não posso revogar.” Num 23:20

A bênção válida, pois, é apenas a vocalização dos desígnios celestes, não, uma humana iniciativa.

“Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e ouro, não poderia ir além da ordem do Senhor, fazendo bem ou mal de meu próprio coração; o que o Senhor falar, isso falarei.” 24:13 Como dizia um amigo de saudosa memória, “Deus não abençoa com a mão esquerda.” Não corrobora à rebeldia.

Quando alguém se precipita em abençoar a outrem que está divorciado da aprovação Divina, isso não melhora a situação do “abençoado.” O encontro do santo com o profano estraga tudo.

“Se alguém leva carne santa na orla das suas vestes, e com ela tocar no pão, guisado, vinho, azeite, ou em outro qualquer mantimento, porventura ficará isto santificado? Os sacerdotes responderam: Não. Disse Ageu: Se alguém que for contaminado pelo contato com o corpo morto, tocar nalguma destas coisas, ficará ela imunda? Os sacerdotes responderam, dizendo: Ficará imunda.” Ag2:12,13

A santificação não se transmite ao mero toque; a contaminação, sim.

Quando da separação de alguém ao Ministério, os demais ministros lhe impõem as mãos orando sobre ele, identificando-se com o tal, diante de Deus e dos homens.

Se, alguém de vida dúbia, sem as devidas credenciais que o Céu aprova, for recomendado por mim, tal não se tornará santo por isso; antes, eu me contaminarei na minha imprudência, que me fez culpado pelos pecados dele. Paulo aconselhou: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro.” I Tim 5:22 “Como abençoarei ao que Deus não abençoa?”

A grande celeuma atual é uma circular do Vaticano, onde a liderança da Igreja Católica aprova que se abençoe ao dito “casamento gay.” Isso causou enorme desconforto, em muitos padres, inclusive; pois, se A Palavra de Deus nos ensina a abençoarmos até nossos inimigos, não nos autoriza a abençoarmos aos que se fazem inimigos de Deus.

O trabalho de um ministro do Senhor, em todo tempo é honrar ao que o comissionou; deve fazer isso conhecendo e fazendo conhecer os Divinos ensinos.

Caso não o faça, O Eterno também não confirmará suas supostas bênçãos; “Agora, ó sacerdotes, este mandamento é para vós. Se não ouvirdes e não propuserdes, no vosso coração, dar honra ao Meu Nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” Mal 2:1,2

Se, a rigor é o Céu que abençoa, nada contam as intromissões humanas no que tange a isso, qual o problema de o catolicismo “abençoar” as referidas uniões? Sofrendo, a vereda da fé, os ataques que sofre atualmente, com esse plus de aprovação, da suposta “maior autoridade espiritual da terra”, claro que isso será usado a torto e a direito pelos movimentos gayzistas, para se imporem nas igrejas, como se, a autorização do Vaticano simbolizasse aprovação Divina.

Se Balaão disse que não ousaria ir além do dito do Senhor, atualmente, se despreza totalmente à Vontade Divina revelada e expressa, ao alcance de todos. Já ouvi pregadores de renome dizendo que o “espinho na carne que os gays sofrem é a homofobia”.

O ecumenismo, união dos diferentes, amálgama de todos os credos passa longe das prescrições Divinas. A Salvação está ao alcance de todos, mas os termos são únicos. Essa falácia de bênção sem o abençoador, amor sem justiça, equacionar aceitação de todos com aceitação de tudo, não cola.

Que cada um viva como aprouver; todavia, saiba o lugar das coisas. É necessário “... fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo;” Lev 10:10