quinta-feira, 5 de outubro de 2023

A vaidade


“... não andeis mais como andam os outros gentios, na vaidade da sua mente.” Ef 4;17

Ao pensarmos em vaidade, assoma a ideia de alguém narcisista, amante de si mesmo, exibicionista...

Essas facetas fazem parte da vaidade; entretanto, é mais que isso. Abarca tudo o que é vão, que não traz proveito, benefício.
Cotejando prazeres, frutos do trabalho, sabedoria; se, divorciada de um fim proveitoso, nada faz sentido, segundo Salomão. “Olhei eu para todas as obras que fizeram minhas mãos... eis que tudo era vaidade e aflição de espírito; proveito nenhum havia debaixo do sol.” Ecl 2;11

Para que não pensemos que ele fez da vida uma terra arrasada, no final das suas reflexões, apontou para o alto, onde as escolhas serão mensuradas; “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra; até o que está encoberto; seja bom, seja mau.” Ecl 12:13,14

A forma vulgar de pensar a vida, foi avaliada por Paulo, como sendo vã; então, aconselhou aos cristãos efésios: “... não andeis mais como andam os outros gentios, na vaidade da sua mente.”

Se, não vivermos por um propósito saudável, onde irão nossas vidas, após a existência terrena?

Desde os dias do Antigo Testamento, a conversão foi explicada; “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são Meus caminhos mais altos que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Isaías 55:7-9

Paulo reiterou isso, colocando como necessário, viver segundo uma nova mentalidade, para poder experimentar à Vontade Divina; “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

De modo meio irônico o apóstolo aquilatou nossa saga como loucura, “Ninguém engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia.” I Cor 3:18,19

Antes dissera: “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” I Cor 2:14

Escrevendo aos romanos preceituou o “culto racional; isto é: Com entendimento, razão. Diferente da antiga maneira de pensar, a “razão” esperada terá, necessariamente, vínculos com a sabedoria do alto; “Falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2:7,8

Notemos que, a sabedoria que ele esposava, se demonstra pelas atitudes, (no caso dos algozes de Cristo, a ausência dela) não, pelos malabarismos fúteis, de uma loquacidade envolvente, sem um agir que se coadune com o pensar e falar.

Por ser totalmente adversa ao homem natural, a sabedoria espiritual, a “Mente de Cristo” não galga simpatias, antes, adversidades nesse mundo ímpio, avesso ao querer do Criador.

Quem aquilata como sendo de algum valor, a aprovação humana, não se apresente para ministro do Senhor; se for convidado, recuse.

A vaidade dos gentios que forja sua maneira de pensar, espera que nosso falar seja alinhado a ela; no fundo, o ímpio não quer se converter. Quiçá receber alguma droga espiritual, que tonteie um pouco a voz da sua consciência, a qual, tenta lembrá-lo de sua alienação do Senhor.

Nosso papel é sermos incômodos, ao ponto de denunciarmos o pensar vão, como tal, e desafiarmos à nova mentalidade em Cristo.

A cultura inútil que grassa nas vidas sob o império das paixões, leva os gentios a se consumirem sofrendo pelo que nada vale, alienados da fonte da vida, Deus.

Daniel denunciou a um, cheio de cultos inúteis, e de costas para a vida; “... destes louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” Dan 5:23

Quem prioriza o fútil onde deveria zelar pela vida, usa diamantes em fundas.

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Desvio de finalidade da fé


“Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas.” I Ped 1;9 Em mais de uma ocasião, O Salvador falou: “A tua fé te salvou”.

A ideia que, salvação e fé estejam entrelaçadas, não é uma “descoberta” que alguém mais arguto, finalmente logrou, e passou a ensinar. Antes, é algo categórico; superando a relevância de eventuais, boas obras. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Boas obras devem ser consequência da fé em Cristo, não são meios de salvação; Ele É. “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Mesmo o fim da fé, estando explícito claramente, nem sempre, ela é entendida. Em muitos casos se banaliza, lendo de modo superficial, “entendendo” como convém a cada um, deixando de se ater ao essencial. Quando O Salvador dizia: “A tua fé te salvou”, não pretendia ensinar uma espécie de fé na fé; basta que creiamos em algo de nossa predileção e seremos salvos.

Pode ser que tenhamos um simulacro. A fé salvífica tem conteúdo, não opera no vazio. “A tua fé...” fora exercida em quem podia salvar, essa era a razão da sua eficácia. Se bastasse cada um crer em algo, o que quer que fosse, então, o ecumenismo, que coloca hinduísmo, pajelança, feitiçarias, animismo, falicismo, islamismo, cristianismo, no mesmo balaio, estaria certo.

A exclusividade de Cristo é inegociável, solene: “Eu Sou O Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6 A fé que lega salvação para a vida eterna, também está expressa de modo claro; “A vida eterna é essa; que conheçam a Ti, só, Único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste.” Jo 17;3

Qualquer “fé” alternativa obra no vazio; ninguém eleva os pés do chão puxando os próprios cabelos. Assim, nenhum galgará ao Reino dos Céus, por meios humanos, tampouco, malignos; as fontes de todos os credos espúrios.

Sendo inegociáveis os “Objetos” da fé que conduz à salvação, O Deus Único e Jesus Cristo, também é inalterável, seu fim. Num primeiro momento, carecemos, por ela, “nascer de novo” para entrar no Reino dos Céus; depois, permanecer nela, em santificação, para que, nosso viver soe agradável ao Senhor; “Sem fé é impossível agradar a Deus...” Heb 11;6

Os mercenários de nosso tempo a fundem com as cobiças naturais, e pretendem que a fé seja um meio de prosperidade material, em nome da qual acoroçoam “negociatas” profanas, que, invés de agradar a Deus deixam patentes seus corações. Tais, ainda são apegados demais à matéria para ser elevados nas asas do espírito; e, há outras nuances de “desvio de finalidade”, igualmente, preocupantes.

Por ocasião de um jogo de futebol importante que acontecerá hoje em Porto Alegre, vimos uma reportagem, ontem, onde os torcedores faziam os mais bizarros rituais, pedindo uma “ajuda do além”; até um padre “benzendo o campo”, para que seu time vença.

Nada de mal em alguém gostar desse time, daquele; se identificar, torcer. Mas, deixemos Deus fora disso. Ele ama tanto os de meu time favorito, quanto, os do adversário; ensina fazermos ao próximo, exatamente o mesmo que gostaríamos que ele fizesse para conosco.

Assim, orar, fazer mandingas, para que meu time vença, não é um exercício saudável de fé; antes, uma dupla demonstração de doença na alma; ignorância espiritual, e escravidão às paixões carnais, das quais, a salvação costuma libertar.

Simpatizar com um time, seja qual for, é uma vaidade permitida; não “infrói nem diminói”, como diz o vulgo; como escolher uma roupa para vestir, um tipo de corte de cabelo, etc. Não me faz melhor nem pior, diante de Deus. Por ser algo vão, é que se classifica como vaidade.

Agora, descer aos porões do fanatismo, sagração do egoísmo, agressão gratuita, dos maus desejos contra o que tem uma vaidade diferente da minha, aí a coisa assume um peso; perde a leveza de pluma, da vaidade, e prime nas minhas escolhas volitivas, as digitais da perversão.

Sendo, o fim da fé é a salvação da alma, se, a alma “crente” ainda rasteja sôfrega, na sarjeta das paixões carnais, sobejam razões para pensarmos que a tal, ainda não conhece a Jesus Cristo.

Ele muda-nos, paulatinamente; “... para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4 E após certo percurso, a mudança é total; “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram, e tudo se fez novo”. II Cor 5;17

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Os intocáveis


Hoje deparei com uma postagem que me pareceu a cara da geração atual. Dizia: “Tua opinião sobre mim é como um panfleto; pego, amasso, jogo no lixo e sigo em frente.” 99,9% dos comentários era de apoio, identificação. O meu saiu um pouco, da caixinha.

Quem jamais pegou um panfleto, por educação, depois amassou e descartou por desinteresse? Normal. Embora, algumas vezes um panfleto possa trazer coisas que nos interessam; de modo que, generalizar o trato dado a eles, no mínimo, é desinteligente.

Me pus a pensar se, as pessoas são mesmo tão refratárias, às opiniões alheias sobre elas. Pela sofreguidão com que alguns buscam curtidas e coraçõezinhos, me pareceu natural que as tais rejeitam veementes, às opiniões que lhes não são favoráveis, apenas; não raro, no afã de darem um golpe indireto contra alguém específico, dizem isso de modo atabalhoado, jogando todas as opiniões, na vala comum da irrelevância. Embora, como vimos, as favoráveis a esses egoístas sejam acoroçoadas, não, descartadas. Assim, sua aversão seria à correção, críticas, ensino.

Sem dúvidas, vivemos a geração mais imprestável de todos os tempos; nos quesitos, caráter, nível educacional, honestidade intelectual, capacidade de coexistência com os dissidentes, noção, generosidade, pudor, etc.

Contudo, é a que mais se acha; pois, sendo vazia de conteúdo, o imenso espaço que resta é preenchido com arrogância, presunção, melindres, antipatia...

A Bíblia menciona-a: “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

Nós que postamos coisas nas redes sociais não o fazemos para que as pessoas opinem sobre nós; embora soe natural e seja o esperável, que possam fazê-lo sobre o que publicamos. Mesmo que, discordando por alguma razão, é o caminho normal, a interatividade.

Entretanto, as coisas com as quais me identifico, uma vez, públicas, acabam deixando patentes, traços sobre mim; de modo que, se alguém opinar aí, não estará fazendo-o num vácuo, sem nenhum conhecimento de causa. Se, a coisa se mostrar irrelevante, óbvio e natural será seu descarte. Todavia, nem tudo o que as pessoas pensam ou falam é lixo.

A geração Paulo Freire aprendeu que o ensino é uma espécie de opressão; assim, essa gente “libertária” sai gritando “urbe et orbe” sua aversão à mínima aproximação dos “opressores.”

“Dane-se o futuro! O que importa é o que vem pela frente!” cunhou uma dessas, em Dilmês fluente.

Certa vez, li; “Muitas pessoas apegam-se às suas opiniões, não porque essas são corretas; mas, porque são delas.” Ignoro o autor.

Para efeito de vitrine decorada, na loja das nossas pretensões intelectuais, muitos de nós partilham coisas profundas, sobre viver de modo que o caluniador não tenha razão; fazer degraus com as pedras que nos jogam; falar é prata, silenciar, é ouro; vencer o mal com bem; pensar fora da caixa; etc. Porém, “Na prática, a teoria é outra.” Como dizia Joelmir Betting

De minha parte, não espero que as pessoas concordem, necessariamente, com o que escrevo. Podem discordar à vontade; de preferência, que o façam expondo suas razões. Caso não as citem, mas discordem educadamente, tudo bem.

Vai que, numa opinião dessas, alguém me ajuda fazendo ver coisas que eu não tinha percebido. “Liberte-me da minha ignorância, e ter-te-ei na condição de meu maior benfeitor.” Ensinava Sócrates aos seus discípulos. Não proibia que discordassem dele; apenas esperava que as discordâncias se fundamentassem em argumentações sólidas.

A vida é um imenso teatro; ninguém vive “vacinado” contra apreciações alheias, estando, como todos estamos, no “palco”. Paulo o apóstolo, tendo em mente isso, aconselhou aos cristãos de Corinto: “Portai-vos de modo que não deis escândalo aos judeus, aos gregos, nem à igreja de Deus.” I Cor 10;32

Três tipos de “plateias” observavam o porte deles, então; os gregos, os judeus e os próprios irmãos de fé. Com a mesma naturalidade com que aceitamos um eventual elogio, quando nos portamos bem, devemos considerar uma correção, quando tropeçamos em nossa caminhada.

Segundo Tácito, “aquele que se irrita ao receber uma crítica, reconhece que a mereceu.”

No tocante aos que são de Cristo, a expectativa do Salvador é que alcancem uma postura tal, ante a sociedade, que os próprios de fora da igreja, reconheçam o Divino agir, através deles; “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;15 e 16

É provável que esse texto seja “amassado e jogado no lixo;” pois, quem acende uma luz visando iluminar, não pode ter a garantia, que essa não será apagada pelos que preferem ficar no escuro.

domingo, 1 de outubro de 2023

"Mestres" e avestruzes


“Querendo ser mestres da lei, e não entendendo o que dizem nem o que afirmam.” I Tim 1;7

Dizer, é apenas mover lábios e cordas vocais articulando palavras; afirmar, é fazer firme, mediante a reiteração, o compromisso, garantia, responsabilidade sobre o que se diz.

Um dito pontual, efêmero, pode ser levado pelo vento; uma afirmação tende a permanecer até o tempo de sua comprovação, se, veraz ou falsa.

Por que alguém afirmaria algo que não entende? “Querendo ser mestres...” Uma reputação honrosa e pesada, o alvo desses falazes inconsequentes. Tiago adverte: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque... se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, poderoso para também refrear todo o corpo.” Tg 3;1 e 2

Em troca dessa reputação, muitos se dão a empreitadas maiores que suas forças. O Salvador advertiu: “... de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo.” Mat 12;36

O inimigo cega entendimentos, onde consegue plantar a incredulidade. “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

A natureza carnal, se, não tratada pela cruz, mortificada mediante necessárias renúncias em prol da Vontade Divina, costuma intumescer noutro rumo; a pretensão de entender o que ignora. Paulo denunciou alguns que estavam, “... envolvendo-se em coisas que não viram; estando debalde inchados nas suas carnais compreensões...” Col 2;18 Queriam estabelecer padrões comportamentais segundo suas miopias, não, segundo Cristo.

O entendimento do que está em jogo gera temor, prudência, invés de temeridade e atrevimento, como se verifica nos que atinam a empresas maiores que suas capacidades. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7

Uma punção momentânea, um voluntarismo cego, um anseio por nome, mais do que, por salvação de almas, bem pode “patrocinar” atrevimentos deletérios, de gente ainda no escuro, mas pretendendo ser acendedora de lampiões.

No início da Igreja, já surgiram os “voluntários” que não entendendo o que afirmavam, causaram perturbações entre os que se haviam convertido; foram avaliados assim: “Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, transtornaram vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a Lei, não lhes tendo nós dado mandamento” Atos 15;24

Não foram enviados, “saíram”; tampouco receberam mandamentos, falaram segundo suas carnais compreensões. O resultado: Invés de frutos para a salvação de novas almas, perturbações entre os que eram salvos. “Pelos seus frutos os conhecereis” ensinou O Salvador.

Tanto quanto, um ministro idôneo pode influenciar novas conversões, um falso tem potencial para estragar a caminhada, dos que são convertidos. Onde a carência costuma ser de edificação, ensino, para os que creem, levam perturbações, dúvidas, heresias.

Oportuno observarmos o “antídoto” escolhido pelos apóstolos, para aquela situação; “Pareceu-nos bem, reunidos em acordo, eleger alguns homens e enviá-los com nossos amados Barnabé e Paulo, homens que já expuseram suas vidas pelo Nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais por palavra vos anunciarão também as mesmas coisas.” Atos 15:25-27

Homens enviados, não, “saídos”; provados, “que já expuseram suas vidas por Jesus Cristo;” comissionados, não, freelancers; “... vos anunciarão as mesmas coisas.”

Vivemos numa geração de avestruzes, (a bíblia define-o como estúpido, que bota ovos onde qualquer bicho pode pisar) que não pondera nas consequências dos atos, das escolhas. “Endurece-se para com seus filhos, como se não fossem seus; debalde é seu trabalho; está sem temor, porque Deus a privou de sabedoria, não lhe deu entendimento.” Jó 39:16,17

Que ela seja assim, pois, é a ordem natural das coisas; mas de quem aprendeu de Deus, O Eterno não espera ações tão rasas.

Que os gentios fabricassem e adorassem imagens, Deus considerou normal, dada a ignorância deles; “Porém tu, ó Israel, servo Meu, tu Jacó, a quem elegi descendência de Abraão, meu amigo; tu a quem tomei desde os fins da terra, te chamei dentre os seus mais excelentes e disse: Tu és Meu servo, a ti escolhi e nunca te rejeitei?” Isaías 41:8,9 Aquilo causara espanto.

Logo, que aquele que ignora as coisas de Deus e Seus ensinos, erre o caminho é compreensível; mas, os que orbitam nos ambientes de salvação, de Bíblias nas mãos ensinando porcarias de origem espúria? Cantando “louvores” com letras carnais, antibíblicas?

Sabemos que salvação é pela fé; mas, diferente do dito vulgar essa não é cega; requer conhecermos Aquele em Quem cremos; “A vida eterna é esta: que conheçam, a Ti só, por Único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. João 17:3

sábado, 30 de setembro de 2023

A autoridade


“Maravilharam-se da sua doutrina, porque ensinava como tendo autoridade, não, como os escribas.” Mc 1;22

O modo pelo qual ensinavam os escribas, sendo de forma diferente de Cristo, que ensinava com autoridade, devia ser, sem demonstrar aspectos da mesma.

O ensino requer, necessariamente, conhecimento; ninguém pode ensinar o que não sabe. Embora, a estupidez tenha perdido a modéstia atualmente. A presunção loquaz de um beócio não pode ser aquilatada como ensino.

Em se tratando de lições espirituais, a autoridade também é uma necessidade; como convencer opositores sem ela? E há tantos.
Eventualmente, escutamos pretensas doutrinas; ao provarem, nossos ouvidos, às palavras, presto encontramos um “sabor” de clara de ovo sem sal.

Ontem ouvi de um mestre espírita: “Você acha que Deus se importará em saber com quem você se relacionou sexualmente, invés de atentar se você é uma boa pessoa, de bom caráter? (a ideia era “cristianizar” o homossexualismo)

A primeira coisa que tira o vigor de um ensino é a sua “democratização”. Ao passar sobre o que está escrito na Palavra, e trazer a argumentação para o nível do “você acha”, a opinião ímpia foi colocada acima das Palavras do Todo-Poderoso. Pronto. Autoridade, zero.

Jesus Cristo invocou ao Pai como fiador do que Ele ensinava; “Porque não tenho falado de Mim mesmo; mas o Pai, que Me enviou, Me deu mandamento sobre o que hei de dizer, o que hei de falar.” Jo 12;49 Se Ele se submeteu à Vontade do Pai, onde aparecerá nossa “autonomia?” O ímpio não é um “achador”, antes, é um perdido que precisa ser achado.

Todo mensageiro que se ocupa em ser agradável, mais que, ser verdadeiro, invés de buscar pelo outro, busca a si mesmo; a verdade, por dura que soasse, desafiaria o ouvinte ao arrependimento para salvação; a lisonja, coopta sua presa; faz dela um degrau na escada da aceitação do pregador egoísta, sem nenhum efeito regenerador; além de, drogar psicologicamente ao errado de espírito, para que não acorde em tempo.

Quando O Salvador ensinou que, pelo fruto se conhece a árvore, usou uma metáfora significando que, pelas atitudes se pode conhecer ao caráter. Quem atua de modo contrário ao que foi prescrito na Palavra do Eterno, invés de um caráter probo, evidencia perversão, insubmissão, desobediência.

Não importa o que “você acha”; você não será juiz; antes, será O Criador. Os termos do julgamento, A Palavra Santa, não, o achômetro ímpio. “... A Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia. Jo 12;48

Pois, contrário a todas as informações psicológicas, biológicas, criaram sexualidades alternativas ao sabor das comichões de cada um; em defesa disso, “Deus me fez assim”, “Deus é amor”, etc.

Ora, todo o homem desde a queda, deixou de ser como Deus o fizera; por isso, “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” Jo 3;3 Como você nasceu, com qual inclinação, isso não importa; se renasceu em Cristo, deve andar segundo A Palavra da Vida, para continuar vivo.

Pergunte a qualquer pai sadio, que ama seu filho, se ele o quer envolvido com drogas, assassinatos, roubos? Quem disse que amor é sinônimo de licença para pecar? Que O Criador ama a todos é fato. Porém, mandou ensinar que, malgrado, muitos sejam chamados, poucos serão escolhidos.

O critério, fidelidade para com A Palavra, retidão; “Meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que se assentem Comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Além de não ter autoridade nenhuma, a doutrina espírita também erra por falta conhecimento.

Ignoram à doutrina do pecado, e pior, a Remissão de Cristo, transferindo a purificação para o pagamento de supostos “Karmas” em muitas encarnações. A Palavra não ensina isso; “... aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.” Heb 9;27

A volta dos supostos entes queridos que fariam psicografar cartas e falariam através de médiuns, também é vetado pela Palavra: “Quando, pois, vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares, os adivinhos, que chilreiam e murmuram: Porventura não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos?” Is 8;19

Cristo também mencionou um morto que, tendo visto como as coisas são no além desejaria voltar e avisar aos seus; O Senhor narrou: “... se algum dentre os mortos fosse ter com eles, se arrependeriam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.” Lucas 16:30,31

O caso do espiritismo, não crê em Cristo. Ou, caro amigo espírita, “você acha” que Jesus Cristo pagaria tão alto preço, se, cada um purgasse os próprios pecados em várias vidas? Por quê?

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Se o trigo não morrer


“Porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3;3

Os caçadores de “erros bíblicos” teriam material de trabalho aqui; como poderia alguém estar morto, e ter sua vida escondida?

Dá o que pensar; para quem se atreve, antes de sair, temerariamente, mostrando sua inépcia para a interpretação das Escrituras. Esses que falam em editar à Palavra, removendo coisas que, a mesma, já apresenta como superadas, mostram o que ignoram. Nas questões morais, nada foi, nem será superado; Deus não muda. Apenas, caíram algumas nuances rituais, punitivas, que cumpriram seu papel, oportunamente.

Agostinho analisou esse viés, com certa ironia; “Lendo a Bíblia, encontrei muitos erros; – disse – todos, em mim.”

A primeira credencial que deve ter um intérprete, é ser convertido; obediente à Palavra, de modo tal, que possa ser tido por homem espiritual; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a Mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a Mente de Cristo.” I Cor 1;14 a 16 Essa compreensão, só é facultada aos que nascem de novo.

O que devemos entender, inicialmente, sobre a morte, é a perspectiva Divina; se, a do corpo, significa separação desse, da alma, a morte espiritual refere-se à separação entre homem e Deus; “... vossos pecados fazem separação entre vós e vosso Deus...” Is 59;2

Quando O Salvador falou em perder a vida para achá-la, estava cotejando a existência natural, com a vida espiritual. “Porque qualquer que quiser salvar sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder sua vida por amor de Mim e do Evangelho, esse a salvará.” Mc 8;35

Na conversão somos desafiados a nos identificar com Cristo em Sua obediência irrestrita; Ele o foi até à morte. Nós devemos ser até à mortificação das vontades naturais, sabidamente contrárias ao Divino querer; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Paulo mencionou a proeza de estar “crucificado”, vivendo. “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou por mim.” Gál 2;20
Noutras palavras, a mesma ideia do verso inicial: “Porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo, em Deus.” Col 3;3

Durante Seus ensinos, O Senhor deixou expresso que falava com “mortos”, desafiando-os a viver pela fé; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;24 e 25

Se, por estarem todos mortos, no prisma natural, isso fazia necessária a submissão a Cristo e Sua Palavra, para receber a vida espiritual, na posse dessa, devemos estar “mortos” para a antiga maneira de viver, avessa ao Divino propósito.

A morte de quem se aliena, optando pelo pecado, é judicial; “Porque o salário do pecado é a morte...” Rom 6;23 Porém, a do que “mortifica-se” em obediência, ou, toma sua cruz, é uma escolha corajosa e voluntária; que faculta que nossas vidas estejam escondidas em Deus.

Os que, desde seus mirantes puramente naturais, se atrevem a opinar nas coisas atinentes ao espírito, ao ministério do Salvador e suas implicações, erram na vivência do “conhecimento” primeiro, de Jó; “Eu Te conhecia, só de ouvir falar, mas agora Te veem os meus olhos.” Jó 42;5 Disse o assustado patriarca.

Aos que presumem encontrar algo de Cristo, nos ensinos desses falastrões obtusos, bem cabe a pergunta de um anjo, feita às mulheres junto ao sepulcro de Jesus: “... Por que buscais o vivente entre os mortos?” Luc 24;5

A mortificação dos hábitos pecaminosos pretéritos, onde vivemos, muitas vezes, requer que sejamos seletivos com certos ambientes, companhias; arrolando algumas coisas que não convêm aos salvos, Paulo aconselhou da parte de Deus: “Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo e vos receberei; serei para vós Pai, e sereis para Mim filhos e filhas, diz O Senhor, Todo-Poderoso.” II Cor 6; 17 e 18

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

A consciência


“Conservando fé, e boa consciência; a qual alguns, rejeitando, naufragaram na fé.” I Tim 1;19

Boa consciência; existiria uma, má? As entrelinhas do verso acima deixam implícito que sim; por que faria alusão, alguém, à boa, senão, para fazer distinção entre essa e outra que é diferente?

O que é consciência? Os dicionários trazem lá suas explicações detalhadas, sobre conhecimento íntimo, percepção moral, sistema de valores que habita o âmago de cada um.
Embora, grosso modo evoquemos o testemunho da consciência como aferidor moral, ela, em si, é uma coisa amoral. Nem sempre seguir após seus reclames significa agir com sabedoria, probidade.

Aquilo que sabemos, não moldará, necessariamente, nosso agir; a desonestidade intelectual atua nessa “brecha”, quando alguém, por priorizar um interesse raso, prefere bancar o desentendido; alguns fazem assim no que se refere a Deus, como denunciou Paulo: “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram; seu coração insensato se obscureceu.” Rom 1;21 Rejeitando às informações da luz, perderam-na; voltaram voluntariamente ao escuro.

Em nosso idioma a palavra aglutina duas, para formar uma; com, e ciência; ampliando a ideia, significa com conhecimento, com um testemunho interior patrocinando nossas escolhas, ou, reprovando-as. Pois, a vontade bem pode agir sem lhe dar atenção.

A amoralidade da consciência acontece pelo grau diferenciado de ciência que cada um tem. A bíblia concorda com isso; “Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes seu entendimento e consciência estão contaminados.” Tt 1;15

Então, chegamos à necessidade de se adjetivar a consciência; podendo ela ser pura, boa; ou, contaminada, má. Imaginemos alguém que cultua e venera determinado ídolo, em torno do qual, seu viver religioso foi forjado. Qualquer demérito atribuído ao mesmo, ferirá à consciência do presumido adorador, malgrado, seu objeto de culto, não valha nada. Sua ciência é falha e esse lapso o leva a defender veemente ao que é fútil, vão.
“Assim que, quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo...” I cor 8;4

Ampliemos nosso leque: pensemos ainda que, na Índia, onde a vaca é considerada um animal sagrado, se, um de outra cultura, como a nossa, peregrinando por lá, pensar em fazer um assado como fazemos por aqui. Tal, será tido por sacrílego, profano, pecador; fazer lá, o que seria normal em nosso país, soaria como uma grave ofensa, não pelo feito, em si; antes, pelo fato daquelas consciências laboram em erro.

Desse modo, parece legítimo concluir que, uma boa consciência é aquela que habita numa alma que desfruta razoável porção de luz, acerca dos valores eternos, e age conforme; enquanto a má, está contaminada pela ignorância, e labuta em erro.

Paulo chegou a considerar a possibilidade de, não tendo alguém aprendido acerca da Lei de Deus, poder esse, viver segundo ela, apenas pelo testemunho da consciência. Pois, tendo essa sido “programada” pelo Criador, se não sofrer sob nenhum “vírus” de uma cultura pagã, poderá tatear as coisas espirituais, antes de as ter aprendido; “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente sua consciência, e seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;” Rom 2;14 e 15

Os sacrifícios rituais do Antigo Testamento facultavam uma “purificação” exterior, meramente ritual, e serviam como tipo profético do Sacrifício de Cristo, que em tempo, viria.

Comparando uns e Outro, o escritor aos hebreus pontuou a superioridade do Feito de Cristo, por poder lavar onde os sacrifícios antigos não podiam; “Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo?” Heb 9;13 e 14

Se, as consciências precisam ser purificadas para que possamos servir a Deus, é bastante lógico e legítimo defender que, essas se tornam boas pela regeneração em Cristo, enquanto, as outras permanecem contaminadas, impuras.

Por causa da sua limitação funcional, ela só informa, não escolhe; mesmo tendo uma boa consciência, inda podemos albergar atitudes más. Porém, assim fazendo, seremos punidos por ela, como ensinava certo puritano: “Se a consciência não for um freio, ela será um chicote.”

Então, se a boa consciência não for conservada, o barco da salvação irá a pique.
Em suma; a consciência é um “veículo excelente; mas, só funcionará eficazmente, se, o combustível for a verdade.