domingo, 1 de outubro de 2023

"Mestres" e avestruzes


“Querendo ser mestres da lei, e não entendendo o que dizem nem o que afirmam.” I Tim 1;7

Dizer, é apenas mover lábios e cordas vocais articulando palavras; afirmar, é fazer firme, mediante a reiteração, o compromisso, garantia, responsabilidade sobre o que se diz.

Um dito pontual, efêmero, pode ser levado pelo vento; uma afirmação tende a permanecer até o tempo de sua comprovação, se, veraz ou falsa.

Por que alguém afirmaria algo que não entende? “Querendo ser mestres...” Uma reputação honrosa e pesada, o alvo desses falazes inconsequentes. Tiago adverte: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque... se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, poderoso para também refrear todo o corpo.” Tg 3;1 e 2

Em troca dessa reputação, muitos se dão a empreitadas maiores que suas forças. O Salvador advertiu: “... de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo.” Mat 12;36

O inimigo cega entendimentos, onde consegue plantar a incredulidade. “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

A natureza carnal, se, não tratada pela cruz, mortificada mediante necessárias renúncias em prol da Vontade Divina, costuma intumescer noutro rumo; a pretensão de entender o que ignora. Paulo denunciou alguns que estavam, “... envolvendo-se em coisas que não viram; estando debalde inchados nas suas carnais compreensões...” Col 2;18 Queriam estabelecer padrões comportamentais segundo suas miopias, não, segundo Cristo.

O entendimento do que está em jogo gera temor, prudência, invés de temeridade e atrevimento, como se verifica nos que atinam a empresas maiores que suas capacidades. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7

Uma punção momentânea, um voluntarismo cego, um anseio por nome, mais do que, por salvação de almas, bem pode “patrocinar” atrevimentos deletérios, de gente ainda no escuro, mas pretendendo ser acendedora de lampiões.

No início da Igreja, já surgiram os “voluntários” que não entendendo o que afirmavam, causaram perturbações entre os que se haviam convertido; foram avaliados assim: “Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, transtornaram vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a Lei, não lhes tendo nós dado mandamento” Atos 15;24

Não foram enviados, “saíram”; tampouco receberam mandamentos, falaram segundo suas carnais compreensões. O resultado: Invés de frutos para a salvação de novas almas, perturbações entre os que eram salvos. “Pelos seus frutos os conhecereis” ensinou O Salvador.

Tanto quanto, um ministro idôneo pode influenciar novas conversões, um falso tem potencial para estragar a caminhada, dos que são convertidos. Onde a carência costuma ser de edificação, ensino, para os que creem, levam perturbações, dúvidas, heresias.

Oportuno observarmos o “antídoto” escolhido pelos apóstolos, para aquela situação; “Pareceu-nos bem, reunidos em acordo, eleger alguns homens e enviá-los com nossos amados Barnabé e Paulo, homens que já expuseram suas vidas pelo Nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais por palavra vos anunciarão também as mesmas coisas.” Atos 15:25-27

Homens enviados, não, “saídos”; provados, “que já expuseram suas vidas por Jesus Cristo;” comissionados, não, freelancers; “... vos anunciarão as mesmas coisas.”

Vivemos numa geração de avestruzes, (a bíblia define-o como estúpido, que bota ovos onde qualquer bicho pode pisar) que não pondera nas consequências dos atos, das escolhas. “Endurece-se para com seus filhos, como se não fossem seus; debalde é seu trabalho; está sem temor, porque Deus a privou de sabedoria, não lhe deu entendimento.” Jó 39:16,17

Que ela seja assim, pois, é a ordem natural das coisas; mas de quem aprendeu de Deus, O Eterno não espera ações tão rasas.

Que os gentios fabricassem e adorassem imagens, Deus considerou normal, dada a ignorância deles; “Porém tu, ó Israel, servo Meu, tu Jacó, a quem elegi descendência de Abraão, meu amigo; tu a quem tomei desde os fins da terra, te chamei dentre os seus mais excelentes e disse: Tu és Meu servo, a ti escolhi e nunca te rejeitei?” Isaías 41:8,9 Aquilo causara espanto.

Logo, que aquele que ignora as coisas de Deus e Seus ensinos, erre o caminho é compreensível; mas, os que orbitam nos ambientes de salvação, de Bíblias nas mãos ensinando porcarias de origem espúria? Cantando “louvores” com letras carnais, antibíblicas?

Sabemos que salvação é pela fé; mas, diferente do dito vulgar essa não é cega; requer conhecermos Aquele em Quem cremos; “A vida eterna é esta: que conheçam, a Ti só, por Único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. João 17:3

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