sábado, 28 de outubro de 2023

Remédio amargo


“Para a minha paz que tive grande amargura, mas a ti agradou livrar minha alma da cova da corrupção; porque lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados.” Is 38:17

Tendemos a preferir o bom, ao bem; o aprazível ao proveitoso. As coisas de usufruto imediato, às outras que, primeiro requerem um custo, antes de mostrar seu valor, seu sentido. A ideia de deixar o melhor vinho para o final, não se alinha às predileções humanas. Para sermos dirigidos por Deus é indispensável o, “negue a si mesmo.”

Jeremias anteviu a direção dos nossos caminhos, como prerrogativa do Senhor. “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jer 10:23 Davi, idem; “Como purificará o jovem seu caminho? Observando-o conforme Tua Palavra.” Sal 119;9

Quem se dispõe a andar com Deus, pois, esteja também disposto contrariar sua lógica, fazer coisas que não quer. “Para minha paz, estive em grande amargura...” Nossa enfermidade carece remédios amargos; isso evidencia que o processo é doloroso, porém, o resultado, paz.

Os que profetizam coisas adocicadas, aos ímpios, não são profetas do Senhor; não passam de mercenários tripudiando da ingenuidade.

Deus não é Deus de mortos; portanto, enquanto a questão da regeneração não for resolvida, não há outra mensagem; “... quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” João 5:24

A paz com Deus vem em consequência de aceitarmos Sua Justiça em nosso favor; “O efeito da justiça será a paz...” Is 32;17 Não pode ser feita por nós, pois, “... todos nós somos como o imundo, e nossas justiças como trapo da imundícia;” Is 64:6 Assim, “Nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os Céus;” Heb 7:26

Nossas inclinações são para o mal, desde crianças; até quando fazemos o bem, muitas vezes, é por motivos errados, reconhecimento, aplausos; “caridade” diante das câmeras. Uma mudança drástica em nossos caracteres é necessária, para, renunciando à impiedade, estarmos em paz com Deus. “Os ímpios não têm paz, diz O Senhor.” Is 48:22

Embora, O Senhor tenha figurado a mudança necessária como um transplante de coração, (Ez 36;26) a rigor, não é tão simples assim; dormir anestesiado e acordar transformado.

Demanda uma ousada mudança de mentalidade; um processo demorado; “deixe o homem ímpio seu caminho, o homem maligno seu pensamento...” Is 55;7. Mudança em prol de adotarmos como diretriz, os pensamentos Divinos; “... torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55:7,8

Embora essa mudança diametral seja amarga à alma humana que estava acostumada a fazer as coisas à sua maneira, aos Olhos Divinos, soa agradável; não pela amargura do processo, como se, O Eterno fosse sádico; mas, pelo prazer do produto final, salvação. “... mas, a Ti agradou livrar minha alma da cova da corrupção;”

Como numa relação conjugal, a excelência é que ambos tenham prazer, assim, na relação do homem com Deus. 

Nenhum pai gosta de ver seu filho numa mesa de cirurgia, por exemplo; mas, estando doente, qualquer um pagará por isso, se, no final do processo vislumbrar seu filho restaurado. Os autônomos, diz O Senhor, “... escolhem seus próprios caminhos; sua alma se deleita nas suas abominações.” Is 66:3

O problema do homem sem Deus vai muito além de saúde; trata-se de vida ou morte. Alienados Dele, malgrado, respirando, apenas existimos por um tempo, mas estamos mortos espiritualmente, fadados à perdição.

Reconciliados, nossos pecados são apagados, e recebemos o dom da vida Eterna; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5:19

“... porque lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados.”
Esse apagar da lousa cheia de escritos de enganos, mentiras, egoísmos, corrupção, e começar uma nova escrita, requer a separação do modo mundano de ser, ao preço de rejeições várias, se, de fato prezamos, à vontade Divina; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12:1,2

Amargura pontual agora, para sermos salvos, e livramento cabal, quando o amargo do juízo tomar o mundo ímpio; “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Mal 3:18

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