quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Os que aprendem


“O Senhor Deus me deu uma língua erudita, para que Eu saiba dizer a seu tempo uma boa palavra ao que está cansado. Ele desperta-me todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça, como aqueles que aprendem.” Is 50:4

Erudito é aquele que possui vasta instrução; conhecimento. Pois, esse bem, pode ser um patrimônio intelectual para ser guardado, se assim desejar seu possuidor. Os que recebem dons do Senhor, porém, sabem que esses têm uma função, atinente às necessidades do semelhante. “Para que Eu saiba dizer, a seu tempo, uma boa palavra ao que está cansado.”

Os equipados com dons entendem que esses não são para o deleite, antes, para alguma utilidade na Obra do Senhor; “A manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” I Cor 12:7 Palavra da sabedoria e da ciência são dons do Espírito.

Além de saber o que dizer, a pessoa preparada há de saber quando, também; “... a seu tempo...” pois, “Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo propósito debaixo do céu... tempo de estar calado, e de falar;” Ecl 3:1 e 7 “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita ao seu tempo.” Prov 25;11

O ser, identificado nessa profecia, ora, aparece sábio; detentor de uma língua erudita; outra, soa a mero aluno; “... desperta meu ouvido para que eu ouça, como aqueles que aprendem.”

“... desperta meu ouvido...”
Figura de linguagem, comparando os ouvidos com alguém que estava dormindo, e foi acordado para algum afazer específico. O estar dormindo, espiritualmente, não tem a ver com sono do corpo; mas, com indiferença da alma, que mesmo estando morta, ou entre os que assim estão, pode não se incomodar, como se, o convívio com os alienados de Deus fosse seu lugar. Não poucas vezes encontramos: “Quem tem ouvidos ouça o que O Espírito diz às igrejas.” Quem está “dormindo”, ignora essa fala.

Paulo pensava diferente dos sonolentos; deu o necessário “soco na mesa”, para chamar de volta à razão, os que estavam assim, adormecidos; “... Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.” Ef 5:14 Quem dorme espiritualmente, pois, o faz entre mortos.

Por certo o profeta messiânico se referia a Cristo. Uma língua com vasta instrução, para trazer alívio aos cansados era a Dele; “Vinde a Mim, todos que estais cansados e oprimidos, Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo; aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11:28,29

Quando O Senhor, em dependência filial ia “aprender” com o Pai, esvaziado de Sua Glória, mostrava mediante exemplo, como nos convém ser. “Porque não tenho falado de Mim mesmo; mas o Pai, que Me enviou, Ele Me deu mandamento sobre o que hei de dizer; o que hei de falar.” Jo 12:49

Ele, sendo Um com O Pai, não carecia aprender nada; esvaziado e feito homem, O Salvador precisou coisas que antes não precisara; “Ainda que era filho, aprendeu a obediência por aquilo que padeceu.” Heb 5;8 Aprendeu obediência, não por que fosse desobediente; mas, porque, sendo Deus, antes não precisara obedecer ninguém; então, ao se identificar conosco, careceu agir, “... como aqueles que aprendem...” “Porque Eu vos dei o exemplo para que, como vos fiz, façais também.” Jo 13;15

A Vontade do Pai era o limite da fala do Salvador; agora que falamos em Seu nome, Sua Vontade expressa na Palavra deve ser o limite para nós; “... Assim como O Pai Me enviou, também Eu vos envio...” Jo 20;21

No encerramento da revelação, O Senhor vetou acréscimos e omissões à Palavra. Nosso limite, como seus servos, é o que está escrito.
“Se alguém falar, fale segundo as Palavras de Deus...” I Ped 4;11

Paulo também prescreveu termos; “Eu irmãos, apliquei essas coisas por semelhança a mim e Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito...” I Cor 4;6

Como o abençoado do Salmo primeiro, nos convém “termos nosso prazer na Lei do Senhor, e nela meditar dia e noite.” Sal 1;2

Infelizmente, em muitos casos o que está escrito é ignorado, desprezado, por pessoas que, desejando o ministério, não buscam o devido preparo para o mesmo. Invés do que O Santo revelou na Sua Palavra, esses preenchem as lacunas de conhecimento bíblico com o que “O Senhor lhes revela”.

Deus pode; eventualmente faz, quando aprouver à Sua Soberana Vontade; mas, se O Salvador, apesar de Sua Onisciência, portou-se entre nós “como aqueles que aprendem,” assim fez, para realçar a importância do aprendizado. “Então, conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor...” Os 6;3

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