quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Os pacificadores



“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.” Mat 5;9

O que é um pacificador? Há diferença entre o pacífico, o pacifista, e o pacificador. O primeiro, é alguém de índole mansa, que invés de albergar no íntimo um revide imediato às ofensas, prefere dar tempo, sofrer o dano até, tendo sua paz como bem maior, que, eventualmente rechaçar uma agressão recebida.

O pacifista é o que tem uma visão de mundo, avessa ao belicismo, às guerras; se pudesse, acabaria com todas, mediante a diplomacia; patrocinaria vários acordos, tendo em vista o que julga ser o bem maior; a paz.

O pacificador, é um promotor da paz, no momento e no ambiente em que essa não existe. Não age preventivamente visando evitar conflitos; antes, intervém durante os mesmos, visando desfazê-los.

Segundo a Bíblia as guerras nascem pela cobiça incontrolável que o homem tem, de possuir o alheio; sempre colam um rótulo virtuoso, “libertação, resistência”... para efeito de opinião pública; mas, no fundo sabem que não se trata disso.

Embora um dos nomes atribuídos A Jesus Cristo, seja: “Príncipe da Paz”, Ele não veio pretendendo ser um “pacificador” nos moldes mundanos. Fez questão de afirmar que a Sua Paz era diferente; “... Deixo-vos a paz, Minha paz vos dou; não vos dou como o mundo a dá.” João 14:27

A Paz que Ele trouxe reconcilia ao homem com Deus; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5:19

Essa, invés de reflexos pacíficos nas relações interpessoais, muitas vezes traz divisão. Os próprios familiares, não raro, se revoltam quando um se entrega a Cristo; “Não cuideis que Vim trazer a paz à terra; não Vim trazer paz, mas espada; porque Eu Vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe e a nora contra sua sogra; assim os inimigos do homem serão seus familiares.” Mat 10:34 a 36

A paz com Deus requer que deixemos nossa antiga maneira de viver, tendo, nos arrependido, e confessado nossos erros; doravante, andemos segundo O Príncipe da Paz.
Ele condicionou o descanso das nossas almas, a tomarmos Seu Jugo; submissão e obediência incondicional ao Pai; “... O Pai não Me tem deixado só, porque faço sempre o que Lhe agrada.” João 8:29

Cada vez que assoma um conflito bélico, como agora temos dois de grande monta, Rússia x Ucrânia e Israel X Hamas, os pacifistas saem das suas tocas especulando motivos e propondo soluções, sempre do lado de fora, d’onde o problema está.

O coração humano e suas perversidades decorrentes de estar ele em inimizade com Deus, pelas muitas injustiças que perpetra ou aprova, usurpando um lugar que deveria ser do “Príncipe da Paz.”

Alguns, com objetivo bem definido especulam que as religiões são as causas das guerras; assim, unificando-as, num global acordo de não discordar, (todos estariam certos) saem defendendo o ecumenismo, onde cada deturpação maligna ou humana seria colocada em pé de igualdade com Jesus Cristo, O Único, que reconcilia com o Pai.

Nada mais radical, seletivo, exclusivista, que A Palavra de Deus; “Eu Sou O Caminho, A Verdade e A Vida; ninguém vem ao Pai, senão, por Mim”. Jo 14;6

O Eterno, embora seja “O Senhor dos Exércitos”, ama paz; ordena que, vivamos nela, e oremos pela sua prevalência; todavia, não a tem como um valor supremo que abafe cobras e lagartos para estabelecer; antes, pontua: “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Isaías 32:17

Então, onde a injustiça ainda campeia, malgrado o feito de Cristo para abrir caminho à salvação, muitos pretendem ser salvos por caminhos espúrios, a paz com Deus não pode encontrar assento. O mundo não convertido segue em guerra contra Ele. As guerras horizontais são consequências daquela.

Se, nos tendo reconciliado Consigo, mediante Cristo, O Eterno “pôs em nós a Palavra da reconciliação”, vivendo nós, de um modo probo, anunciando à Palavra que reconcilia, somos feitos, Nele, pacificadores; promotores da paz, onde ela inda está ausente.

Não significa que sejamos aquilatados como tais, nesse mundo egoísta, sem noção; a recompensa dos pacificadores será na eternidade; “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; os que a muitos ensinam justiça, como as estrelas sempre e eternamente.” Dn 12:3

Todas as guerras são tristes, deletérias, lamentáveis; mas, só a que nos indispõe contra O Eterno, coloca tudo a perder. “... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais que fazer... temei Àquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12:4,5

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