sábado, 21 de outubro de 2023

O fogo necessário


“... importa que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, honra e glória, na revelação de Jesus Cristo;” I Ped 1:6,7

A necessidade das tentações, para que, Cristo seja honrado pela nossa obediência; quando, o tentador assedia com a desobediência camuflada de prazer, mas, preferimos renunciar a tais coisas por amor a Cristo, honramos a Esse, e resistimos àquele.

Isso traz alguma tristeza? “... necessário que estejais por um pouco contristados...” escreveu Pedro.

Ao Espírito quem em nós habita após o novo nascimento, a ideia de pecar soa abjeta, à carne, a expectativa dos prazeres do pecado tem seus atrativos.

Mesmo que O Espírito se alegre pela nossa obediência, a carne exibirá traços de frustrações, por ter sua inclinação contrariada; “Os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a do Espírito é vida e paz.” Rom 8:5,6

Paulo fez distinção entre duas tristezas; “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para salvação, da qual ninguém se arrepende; mas, a tristeza do mundo opera a morte.” II Cor 7:10

Tristeza segundo o mundo vem como consequência do pecado e seus “frutos” deletérios; tristeza segundo Deus deriva de resistirmos às inclinações naturais, por amor a Ele.

Ainda, a tristeza assoma como consequência de termos, eventualmente, caído nalgum erro; e pensando melhor, depois, nos vermos arrependidos, e decididos a não o repetir.

Quando vem de uma queda pontual, é menos grave que o “duplo ânimo” que, funde em todo o tempo, um desejo pelas coisas santas, sem a necessária separação das profanas; “Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4:8 Mãos e corações ficam sujos; ações e desejos acoroçoados andam de mãos dadas.

Também, se vivemos segundo Deus, podemos nos entristecer como vítimas, ou, meros observadores da injustiça que grassa no mundo. Ló vivendo entre ímpios e injustos, sentiu tristeza por motivos alheios; “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, por isso via e ouvia sobre suas obras injustas.” II Ped 2:8

Vendo a covardia inominável do terrorismo, ou da defesa do aborto, por exemplo, qual ser, justo, não se entristecerá? Só alguém completamente abjeto, asqueroso, cultor do ódio e do egoísmo, se identificará com coisas assim.

Somos chamados a crer, depois, ensinados nas minúcias, sobre o que significa a fé que professamos; nos é permitido bradar a cidade e ao mundo, o que cremos. Que vice nossa fé, todos saibam dela! Não nos envergonhamos de Cristo; antes, nos é honroso pertencer a Ele!

Porém, chegará um momento que nossa fé será testada. Se, o ouro é testado ao fogo, e nossa fé é mais preciosa que ele, como vimos, inevitável que ela seja posta à prova, no “fogo” também.

Paulo ensina: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. Se, alguém, sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3:11-13

Notemos que, as provas incidem sobre os que se dizem fundamentados por Cristo; não os que abraçam credos alternativos. Deus prova aos que se dizem Seus.

Sobre esse Fundamento Único, é possível que nossas vidas sejam edificadas com materiais ordinários, “madeira, feno, palha” coisas que não resistem ao fogo das provações; uma “fé” que soa portentosa quando as coisas estão em céu de brigadeiro, mas, que se apressa a fugir, quando das provas que demandam renúncia e confiança em meio às tempestades.

Para os momentos tipo “pede pra sair” da fé, o “material de construção” deve ser melhor que aqueles combustíveis que o fogo devora; “ouro, prata, pedras preciosas...” Como ouro e prata são depurados ao passar pelo fogo, invés de consumidos, assim deve ser nossa fé.

Nos momentos adversos, devemos buscar bem fundo nossas más inclinações, omissões, para que, após a prova saiamos melhores que, quando entramos nela.

A disciplina espiritual faz parte de nossa filiação a Deus. “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há, que o pai não corrija?” Heb 12:7

Nas tentações temos duas opções; sofrer resistindo-as, ou pecar; “Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida...” Tg 1:12

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