quinta-feira, 5 de outubro de 2023

A vaidade


“... não andeis mais como andam os outros gentios, na vaidade da sua mente.” Ef 4;17

Ao pensarmos em vaidade, assoma a ideia de alguém narcisista, amante de si mesmo, exibicionista...

Essas facetas fazem parte da vaidade; entretanto, é mais que isso. Abarca tudo o que é vão, que não traz proveito, benefício.
Cotejando prazeres, frutos do trabalho, sabedoria; se, divorciada de um fim proveitoso, nada faz sentido, segundo Salomão. “Olhei eu para todas as obras que fizeram minhas mãos... eis que tudo era vaidade e aflição de espírito; proveito nenhum havia debaixo do sol.” Ecl 2;11

Para que não pensemos que ele fez da vida uma terra arrasada, no final das suas reflexões, apontou para o alto, onde as escolhas serão mensuradas; “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra; até o que está encoberto; seja bom, seja mau.” Ecl 12:13,14

A forma vulgar de pensar a vida, foi avaliada por Paulo, como sendo vã; então, aconselhou aos cristãos efésios: “... não andeis mais como andam os outros gentios, na vaidade da sua mente.”

Se, não vivermos por um propósito saudável, onde irão nossas vidas, após a existência terrena?

Desde os dias do Antigo Testamento, a conversão foi explicada; “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são Meus caminhos mais altos que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Isaías 55:7-9

Paulo reiterou isso, colocando como necessário, viver segundo uma nova mentalidade, para poder experimentar à Vontade Divina; “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

De modo meio irônico o apóstolo aquilatou nossa saga como loucura, “Ninguém engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia.” I Cor 3:18,19

Antes dissera: “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” I Cor 2:14

Escrevendo aos romanos preceituou o “culto racional; isto é: Com entendimento, razão. Diferente da antiga maneira de pensar, a “razão” esperada terá, necessariamente, vínculos com a sabedoria do alto; “Falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2:7,8

Notemos que, a sabedoria que ele esposava, se demonstra pelas atitudes, (no caso dos algozes de Cristo, a ausência dela) não, pelos malabarismos fúteis, de uma loquacidade envolvente, sem um agir que se coadune com o pensar e falar.

Por ser totalmente adversa ao homem natural, a sabedoria espiritual, a “Mente de Cristo” não galga simpatias, antes, adversidades nesse mundo ímpio, avesso ao querer do Criador.

Quem aquilata como sendo de algum valor, a aprovação humana, não se apresente para ministro do Senhor; se for convidado, recuse.

A vaidade dos gentios que forja sua maneira de pensar, espera que nosso falar seja alinhado a ela; no fundo, o ímpio não quer se converter. Quiçá receber alguma droga espiritual, que tonteie um pouco a voz da sua consciência, a qual, tenta lembrá-lo de sua alienação do Senhor.

Nosso papel é sermos incômodos, ao ponto de denunciarmos o pensar vão, como tal, e desafiarmos à nova mentalidade em Cristo.

A cultura inútil que grassa nas vidas sob o império das paixões, leva os gentios a se consumirem sofrendo pelo que nada vale, alienados da fonte da vida, Deus.

Daniel denunciou a um, cheio de cultos inúteis, e de costas para a vida; “... destes louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” Dan 5:23

Quem prioriza o fútil onde deveria zelar pela vida, usa diamantes em fundas.

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