quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Desvio de finalidade da fé


“Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas.” I Ped 1;9 Em mais de uma ocasião, O Salvador falou: “A tua fé te salvou”.

A ideia que, salvação e fé estejam entrelaçadas, não é uma “descoberta” que alguém mais arguto, finalmente logrou, e passou a ensinar. Antes, é algo categórico; superando a relevância de eventuais, boas obras. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Boas obras devem ser consequência da fé em Cristo, não são meios de salvação; Ele É. “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Mesmo o fim da fé, estando explícito claramente, nem sempre, ela é entendida. Em muitos casos se banaliza, lendo de modo superficial, “entendendo” como convém a cada um, deixando de se ater ao essencial. Quando O Salvador dizia: “A tua fé te salvou”, não pretendia ensinar uma espécie de fé na fé; basta que creiamos em algo de nossa predileção e seremos salvos.

Pode ser que tenhamos um simulacro. A fé salvífica tem conteúdo, não opera no vazio. “A tua fé...” fora exercida em quem podia salvar, essa era a razão da sua eficácia. Se bastasse cada um crer em algo, o que quer que fosse, então, o ecumenismo, que coloca hinduísmo, pajelança, feitiçarias, animismo, falicismo, islamismo, cristianismo, no mesmo balaio, estaria certo.

A exclusividade de Cristo é inegociável, solene: “Eu Sou O Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6 A fé que lega salvação para a vida eterna, também está expressa de modo claro; “A vida eterna é essa; que conheçam a Ti, só, Único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste.” Jo 17;3

Qualquer “fé” alternativa obra no vazio; ninguém eleva os pés do chão puxando os próprios cabelos. Assim, nenhum galgará ao Reino dos Céus, por meios humanos, tampouco, malignos; as fontes de todos os credos espúrios.

Sendo inegociáveis os “Objetos” da fé que conduz à salvação, O Deus Único e Jesus Cristo, também é inalterável, seu fim. Num primeiro momento, carecemos, por ela, “nascer de novo” para entrar no Reino dos Céus; depois, permanecer nela, em santificação, para que, nosso viver soe agradável ao Senhor; “Sem fé é impossível agradar a Deus...” Heb 11;6

Os mercenários de nosso tempo a fundem com as cobiças naturais, e pretendem que a fé seja um meio de prosperidade material, em nome da qual acoroçoam “negociatas” profanas, que, invés de agradar a Deus deixam patentes seus corações. Tais, ainda são apegados demais à matéria para ser elevados nas asas do espírito; e, há outras nuances de “desvio de finalidade”, igualmente, preocupantes.

Por ocasião de um jogo de futebol importante que acontecerá hoje em Porto Alegre, vimos uma reportagem, ontem, onde os torcedores faziam os mais bizarros rituais, pedindo uma “ajuda do além”; até um padre “benzendo o campo”, para que seu time vença.

Nada de mal em alguém gostar desse time, daquele; se identificar, torcer. Mas, deixemos Deus fora disso. Ele ama tanto os de meu time favorito, quanto, os do adversário; ensina fazermos ao próximo, exatamente o mesmo que gostaríamos que ele fizesse para conosco.

Assim, orar, fazer mandingas, para que meu time vença, não é um exercício saudável de fé; antes, uma dupla demonstração de doença na alma; ignorância espiritual, e escravidão às paixões carnais, das quais, a salvação costuma libertar.

Simpatizar com um time, seja qual for, é uma vaidade permitida; não “infrói nem diminói”, como diz o vulgo; como escolher uma roupa para vestir, um tipo de corte de cabelo, etc. Não me faz melhor nem pior, diante de Deus. Por ser algo vão, é que se classifica como vaidade.

Agora, descer aos porões do fanatismo, sagração do egoísmo, agressão gratuita, dos maus desejos contra o que tem uma vaidade diferente da minha, aí a coisa assume um peso; perde a leveza de pluma, da vaidade, e prime nas minhas escolhas volitivas, as digitais da perversão.

Sendo, o fim da fé é a salvação da alma, se, a alma “crente” ainda rasteja sôfrega, na sarjeta das paixões carnais, sobejam razões para pensarmos que a tal, ainda não conhece a Jesus Cristo.

Ele muda-nos, paulatinamente; “... para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4 E após certo percurso, a mudança é total; “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram, e tudo se fez novo”. II Cor 5;17

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