domingo, 8 de outubro de 2023

Higiene da alma


“... não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador; com o tal nem ainda comais.” I Cor 5;11

Embora, o convívio com os ímpios do mundo seja inevitável, a comunhão com os ímpios “convertidos” deve ser evitada, de modo a, nem nos assentemos à mesa, com os tais. Não se trata de santarrice, presunção, se supor melhor que os outros; antes, de assepsia espiritual, preservação da higiene na alma; o necessário bom porte comum, para testemunho, dos que servem Cristo.

Paulo citou o advento de uns, “tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia;” a eficácia da piedade obra a transformação do ser, não, da aparência; “assim, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Aconselhou Timóteo, que fosse um “atleta” na piedade, por causa da sua abrangência; “... rejeita as fábulas profanas e de velhas, exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Aparência pode arrombar algumas portas, ante “porteiros” incautos, ou de boa-fé; porém, a da vida permanece fechada diante da índole enganadora, inflexível, ímpia. O apelo de Cristo para os que estão fora, deveria ser ouvido por muitos “cristãos”; “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir Minha Voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, com ele cearei, e ele Comigo.” Apoc 3;20

O que um desses fala, é marketing, o que faz é seu “produto”; Deus requer ser adorado em espírito e verdade, não tolera à “propaganda enganosa”; tampouco, os que o servem, devem tolerar. “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

Duas objeções antigas, contra hipócritas, me ocorrem; “O que és, fala tão alto, que não consigo ouvir o que dizes.” (autor desconhecido) “Ninguém é obrigado a se declarar cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta”. Spurgeon

A hipocrisia, além dos grandes males de incidência horizontal, engano, fraude, tentativa de manipulação, tem um grave componente vertical. Sabendo que O Eterno sonda corações, e que todas as coisas estão nuas e patentes perante Ele, o hipócrita deixa evidente ao Santo que considera mais importante a aprovação humana, que a Dele.

O Salvador apreciou; “Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Lucas 16:15

Ante reprovação do Sinédrio apóstolos disseram: “... Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós do que a Ele;” Atos 4:19 Que a aprovação humana fosse catar coquinhos, quando, estivessem agindo com retidão ante O Eterno.

O ouvir a Deus, estando no teatro das nossas ações, demanda um conhecimento razoável da Sua Palavra, como padrão comportamental, e, uma consciência vivificada no Espírito, de modo que, mantenhamos “sintonia fina” com ela, tanto para “ouvir” seu silêncio, quanto, sua reprovação; quando temos que agir em situações que a Palavra não refere, ou, quando nos convém lembrar da Divina referência acerca. “Os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Isaías 30:21

Embora, seja lícito acoroçoarmos sonhos, traçarmos caminhos, idealizarmos o devir, a última palavra sobre nossos passos e nossas paradas deve vir do Senhor; se, pertencemos a Ele. Numa submissão consciente e veraz, consiste o “negue a si mesmo.” “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jer 10;23

Essa balela que o homem faz planos e Deus abençoa, que muito se escuta alhures, é só uma “reengenharia” da antiga mentira de Satã; “Vós sereis como Deus; sabereis o bem e o mal.”

O Eterno É O Senhor! Ele planeja, revela, desafia-nos a andar conforme, e capacita dando O Espírito Santo, aos que se submetem; os demais, enfeitam o carro alegórico da religiosidade, no qual desfilam inconsequentes na avenida das presunções vazias.

Embora o vulgo suspeite que santo seja uma imagem morta que “intercederia” em seu favor demandando por milagres, um santo bíblico é um pecador, que, capacitado pelo Espírito Santo, pouco a pouco separa-se do que Deus rejeita, para comunhão com Ele. 

“Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz O Senhor; não toqueis nada imundo, e vos receberei; serei para vós Pai, e sereis para Mim filhos e filhas, Diz O Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6;17,18

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