sábado, 14 de outubro de 2023

A intercessão


“... é Cristo quem morreu, ou antes, ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus e intercede por nós.” Rom 8:34

A intercessão, passados mais de dois milênios dos ensinos de Cristo, ainda não é devidamente entendida.

Por ocasião do dia da “Senhora Aparecida” ouvi um sermão dum padre defendendo-a como nossa intercessora. Usou exemplos da intercessão de Moisés, para demonstrar a eficácia da mesma; depois, pontuou que alguns, (me incluo nesses) diriam que Moisés orou enquanto vivo; porém, pontuou, os que creem em Cristo, estão todos vivos, mesmo após a morte.

Fundiu a vida espiritual, salvação, com a existência terrena, como fossem a mesma coisa. Que Deus não é Deus de mortos, mas, de vivos, isso é ensino Bíblico; porém, a morte do corpo é inevitável, mesmo para os salvos; “... aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.” Heb 9;27

“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, tampouco, terão eles, recompensa; mas sua memória fica entregue ao esquecimento. Também seu amor, ódio, e inveja já pereceram; não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” Ecl 9;5 e 6

Os salvos terão seu galardão no além; “debaixo do sol”, nas coisas atinentes a essa vida, nada mais fica ao alcance deles. Depois da morte, como vimos, o juízo, não a sina de intercessores.

Enquanto vivos, podemos e devemos orar uns pelos outros. Depois da morte, nem os mais hábeis contorcionistas teológicos forjarão alguma pista de que se deva fazer isso. “... A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos?” Is 8:19

O problema maior com esses supostos intercessores, não é sobre eles estarem vivos ou não; os salvos estão. Mas, a blasfêmia reside em se considerá-los, como deuses. Como assim?

Imaginemos que, alguém ore a “Aparecida” aqui no Rio Grande dos Sul pela manhã; no mesmo horário outros o façam, um em Natal, outro Aracaju, outro Fortaleza, etc. Ao qual dos pedintes ela ouvirá? Se, apenas a um, será parcial, terá feito acepção de pessoas; se, a todos, terá que estar em todos os lugares ao mesmo tempo, para poder ouvi-los. Assim, teria Onipresença, que só Deus tem.

Citou ainda o criticado frei, a passagem das bodas de Caná, onde, Maria disse aos servos de Cristo: “Fazei tudo oque Ele vos disser.”

Pois, Ele disse algo também, sobre intercessão. “... Eu vos escolhi e nomeei, para que vades e deis fruto, e vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em ‘Meu Nome’ pedirdes ao Pai Ele vos conceda.” João 15:16 Notemos que, as petições devem ser no Nome Dele, diretas ao Pai, não na caixa postal de um suposto intercessor.

Porém, o vigário fez um novo contorcionismo, citou um texto clássico; “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2:5

Anexou passagens que referem a Cristo como o Cabeça e a Igreja como Seu Corpo na terra; assim, pedindo através de um santo da igreja, estaria o pedinte, rogando em Nome de Jesus, será?

De novo, fingindo mediocridade intelectual considerou iguais, coisas que são diferentes. Quando A Palavra diz que Cristo É O Cabeça, é uma metáfora, significando que É Ele quem dirige; quem tem autoridade. Quando figura a igreja como Seu corpo, além de abarcar a área de Sua influência, pressupõe que os membros do corpo farão exatamente o que A Cabeça ordena, não darão ouvidos a cabeças alternativas que ousarão trazer coisas diferentes. Os teólogos chamam a isso de “Corpo místico” de Cristo.

Como vimos acima, o Único intercessor válido é “Jesus Cristo homem,” não, místico.

Sem contar que a tal de Aparecida não tem nada a ver com Maria, a santa escolhida pelo Eterno para gerar Jesus Cristo. Trata-se de uma estatueta trazida pelos escravos africanos, usada em seus ritos, que perdida nas águas do rio Paraíba, foi casualmente pega na rede de um pescador; o que a febre humana fez com isso, tem a ver com essa febre, não com a vontade Divina.

Invés duma incursão pelas veredas da vida espiritual em busca da verdade, como faria um de alma filosófica, o seu vigário caminhou pelas calculadas raias do sofisma, evitando meticulosamente, qualquer indício que o desviasse de seu objetivo prévio; a afirmação de um dogma espúrio, coberto de artifícios tantos, de modo a se parecer com um ensino bíblico.

Aos que agem assim, vale a reprimenda do Senhor aos sofistas dos Seus dias: “Ai de vós... hipócritas! Pois, fechais aos homens o Reino dos Céus; nem vós entrais nem deixais, aos que estão entrando.” Mat 23:13

Nenhum comentário:

Postar um comentário