sábado, 30 de setembro de 2023

A autoridade


“Maravilharam-se da sua doutrina, porque ensinava como tendo autoridade, não, como os escribas.” Mc 1;22

O modo pelo qual ensinavam os escribas, sendo de forma diferente de Cristo, que ensinava com autoridade, devia ser, sem demonstrar aspectos da mesma.

O ensino requer, necessariamente, conhecimento; ninguém pode ensinar o que não sabe. Embora, a estupidez tenha perdido a modéstia atualmente. A presunção loquaz de um beócio não pode ser aquilatada como ensino.

Em se tratando de lições espirituais, a autoridade também é uma necessidade; como convencer opositores sem ela? E há tantos.
Eventualmente, escutamos pretensas doutrinas; ao provarem, nossos ouvidos, às palavras, presto encontramos um “sabor” de clara de ovo sem sal.

Ontem ouvi de um mestre espírita: “Você acha que Deus se importará em saber com quem você se relacionou sexualmente, invés de atentar se você é uma boa pessoa, de bom caráter? (a ideia era “cristianizar” o homossexualismo)

A primeira coisa que tira o vigor de um ensino é a sua “democratização”. Ao passar sobre o que está escrito na Palavra, e trazer a argumentação para o nível do “você acha”, a opinião ímpia foi colocada acima das Palavras do Todo-Poderoso. Pronto. Autoridade, zero.

Jesus Cristo invocou ao Pai como fiador do que Ele ensinava; “Porque não tenho falado de Mim mesmo; mas o Pai, que Me enviou, Me deu mandamento sobre o que hei de dizer, o que hei de falar.” Jo 12;49 Se Ele se submeteu à Vontade do Pai, onde aparecerá nossa “autonomia?” O ímpio não é um “achador”, antes, é um perdido que precisa ser achado.

Todo mensageiro que se ocupa em ser agradável, mais que, ser verdadeiro, invés de buscar pelo outro, busca a si mesmo; a verdade, por dura que soasse, desafiaria o ouvinte ao arrependimento para salvação; a lisonja, coopta sua presa; faz dela um degrau na escada da aceitação do pregador egoísta, sem nenhum efeito regenerador; além de, drogar psicologicamente ao errado de espírito, para que não acorde em tempo.

Quando O Salvador ensinou que, pelo fruto se conhece a árvore, usou uma metáfora significando que, pelas atitudes se pode conhecer ao caráter. Quem atua de modo contrário ao que foi prescrito na Palavra do Eterno, invés de um caráter probo, evidencia perversão, insubmissão, desobediência.

Não importa o que “você acha”; você não será juiz; antes, será O Criador. Os termos do julgamento, A Palavra Santa, não, o achômetro ímpio. “... A Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia. Jo 12;48

Pois, contrário a todas as informações psicológicas, biológicas, criaram sexualidades alternativas ao sabor das comichões de cada um; em defesa disso, “Deus me fez assim”, “Deus é amor”, etc.

Ora, todo o homem desde a queda, deixou de ser como Deus o fizera; por isso, “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” Jo 3;3 Como você nasceu, com qual inclinação, isso não importa; se renasceu em Cristo, deve andar segundo A Palavra da Vida, para continuar vivo.

Pergunte a qualquer pai sadio, que ama seu filho, se ele o quer envolvido com drogas, assassinatos, roubos? Quem disse que amor é sinônimo de licença para pecar? Que O Criador ama a todos é fato. Porém, mandou ensinar que, malgrado, muitos sejam chamados, poucos serão escolhidos.

O critério, fidelidade para com A Palavra, retidão; “Meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que se assentem Comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Além de não ter autoridade nenhuma, a doutrina espírita também erra por falta conhecimento.

Ignoram à doutrina do pecado, e pior, a Remissão de Cristo, transferindo a purificação para o pagamento de supostos “Karmas” em muitas encarnações. A Palavra não ensina isso; “... aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.” Heb 9;27

A volta dos supostos entes queridos que fariam psicografar cartas e falariam através de médiuns, também é vetado pela Palavra: “Quando, pois, vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares, os adivinhos, que chilreiam e murmuram: Porventura não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos?” Is 8;19

Cristo também mencionou um morto que, tendo visto como as coisas são no além desejaria voltar e avisar aos seus; O Senhor narrou: “... se algum dentre os mortos fosse ter com eles, se arrependeriam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.” Lucas 16:30,31

O caso do espiritismo, não crê em Cristo. Ou, caro amigo espírita, “você acha” que Jesus Cristo pagaria tão alto preço, se, cada um purgasse os próprios pecados em várias vidas? Por quê?

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Se o trigo não morrer


“Porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3;3

Os caçadores de “erros bíblicos” teriam material de trabalho aqui; como poderia alguém estar morto, e ter sua vida escondida?

Dá o que pensar; para quem se atreve, antes de sair, temerariamente, mostrando sua inépcia para a interpretação das Escrituras. Esses que falam em editar à Palavra, removendo coisas que, a mesma, já apresenta como superadas, mostram o que ignoram. Nas questões morais, nada foi, nem será superado; Deus não muda. Apenas, caíram algumas nuances rituais, punitivas, que cumpriram seu papel, oportunamente.

Agostinho analisou esse viés, com certa ironia; “Lendo a Bíblia, encontrei muitos erros; – disse – todos, em mim.”

A primeira credencial que deve ter um intérprete, é ser convertido; obediente à Palavra, de modo tal, que possa ser tido por homem espiritual; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a Mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a Mente de Cristo.” I Cor 1;14 a 16 Essa compreensão, só é facultada aos que nascem de novo.

O que devemos entender, inicialmente, sobre a morte, é a perspectiva Divina; se, a do corpo, significa separação desse, da alma, a morte espiritual refere-se à separação entre homem e Deus; “... vossos pecados fazem separação entre vós e vosso Deus...” Is 59;2

Quando O Salvador falou em perder a vida para achá-la, estava cotejando a existência natural, com a vida espiritual. “Porque qualquer que quiser salvar sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder sua vida por amor de Mim e do Evangelho, esse a salvará.” Mc 8;35

Na conversão somos desafiados a nos identificar com Cristo em Sua obediência irrestrita; Ele o foi até à morte. Nós devemos ser até à mortificação das vontades naturais, sabidamente contrárias ao Divino querer; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Paulo mencionou a proeza de estar “crucificado”, vivendo. “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou por mim.” Gál 2;20
Noutras palavras, a mesma ideia do verso inicial: “Porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo, em Deus.” Col 3;3

Durante Seus ensinos, O Senhor deixou expresso que falava com “mortos”, desafiando-os a viver pela fé; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;24 e 25

Se, por estarem todos mortos, no prisma natural, isso fazia necessária a submissão a Cristo e Sua Palavra, para receber a vida espiritual, na posse dessa, devemos estar “mortos” para a antiga maneira de viver, avessa ao Divino propósito.

A morte de quem se aliena, optando pelo pecado, é judicial; “Porque o salário do pecado é a morte...” Rom 6;23 Porém, a do que “mortifica-se” em obediência, ou, toma sua cruz, é uma escolha corajosa e voluntária; que faculta que nossas vidas estejam escondidas em Deus.

Os que, desde seus mirantes puramente naturais, se atrevem a opinar nas coisas atinentes ao espírito, ao ministério do Salvador e suas implicações, erram na vivência do “conhecimento” primeiro, de Jó; “Eu Te conhecia, só de ouvir falar, mas agora Te veem os meus olhos.” Jó 42;5 Disse o assustado patriarca.

Aos que presumem encontrar algo de Cristo, nos ensinos desses falastrões obtusos, bem cabe a pergunta de um anjo, feita às mulheres junto ao sepulcro de Jesus: “... Por que buscais o vivente entre os mortos?” Luc 24;5

A mortificação dos hábitos pecaminosos pretéritos, onde vivemos, muitas vezes, requer que sejamos seletivos com certos ambientes, companhias; arrolando algumas coisas que não convêm aos salvos, Paulo aconselhou da parte de Deus: “Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo e vos receberei; serei para vós Pai, e sereis para Mim filhos e filhas, diz O Senhor, Todo-Poderoso.” II Cor 6; 17 e 18

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

A consciência


“Conservando fé, e boa consciência; a qual alguns, rejeitando, naufragaram na fé.” I Tim 1;19

Boa consciência; existiria uma, má? As entrelinhas do verso acima deixam implícito que sim; por que faria alusão, alguém, à boa, senão, para fazer distinção entre essa e outra que é diferente?

O que é consciência? Os dicionários trazem lá suas explicações detalhadas, sobre conhecimento íntimo, percepção moral, sistema de valores que habita o âmago de cada um.
Embora, grosso modo evoquemos o testemunho da consciência como aferidor moral, ela, em si, é uma coisa amoral. Nem sempre seguir após seus reclames significa agir com sabedoria, probidade.

Aquilo que sabemos, não moldará, necessariamente, nosso agir; a desonestidade intelectual atua nessa “brecha”, quando alguém, por priorizar um interesse raso, prefere bancar o desentendido; alguns fazem assim no que se refere a Deus, como denunciou Paulo: “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram; seu coração insensato se obscureceu.” Rom 1;21 Rejeitando às informações da luz, perderam-na; voltaram voluntariamente ao escuro.

Em nosso idioma a palavra aglutina duas, para formar uma; com, e ciência; ampliando a ideia, significa com conhecimento, com um testemunho interior patrocinando nossas escolhas, ou, reprovando-as. Pois, a vontade bem pode agir sem lhe dar atenção.

A amoralidade da consciência acontece pelo grau diferenciado de ciência que cada um tem. A bíblia concorda com isso; “Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes seu entendimento e consciência estão contaminados.” Tt 1;15

Então, chegamos à necessidade de se adjetivar a consciência; podendo ela ser pura, boa; ou, contaminada, má. Imaginemos alguém que cultua e venera determinado ídolo, em torno do qual, seu viver religioso foi forjado. Qualquer demérito atribuído ao mesmo, ferirá à consciência do presumido adorador, malgrado, seu objeto de culto, não valha nada. Sua ciência é falha e esse lapso o leva a defender veemente ao que é fútil, vão.
“Assim que, quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo...” I cor 8;4

Ampliemos nosso leque: pensemos ainda que, na Índia, onde a vaca é considerada um animal sagrado, se, um de outra cultura, como a nossa, peregrinando por lá, pensar em fazer um assado como fazemos por aqui. Tal, será tido por sacrílego, profano, pecador; fazer lá, o que seria normal em nosso país, soaria como uma grave ofensa, não pelo feito, em si; antes, pelo fato daquelas consciências laboram em erro.

Desse modo, parece legítimo concluir que, uma boa consciência é aquela que habita numa alma que desfruta razoável porção de luz, acerca dos valores eternos, e age conforme; enquanto a má, está contaminada pela ignorância, e labuta em erro.

Paulo chegou a considerar a possibilidade de, não tendo alguém aprendido acerca da Lei de Deus, poder esse, viver segundo ela, apenas pelo testemunho da consciência. Pois, tendo essa sido “programada” pelo Criador, se não sofrer sob nenhum “vírus” de uma cultura pagã, poderá tatear as coisas espirituais, antes de as ter aprendido; “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente sua consciência, e seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;” Rom 2;14 e 15

Os sacrifícios rituais do Antigo Testamento facultavam uma “purificação” exterior, meramente ritual, e serviam como tipo profético do Sacrifício de Cristo, que em tempo, viria.

Comparando uns e Outro, o escritor aos hebreus pontuou a superioridade do Feito de Cristo, por poder lavar onde os sacrifícios antigos não podiam; “Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo?” Heb 9;13 e 14

Se, as consciências precisam ser purificadas para que possamos servir a Deus, é bastante lógico e legítimo defender que, essas se tornam boas pela regeneração em Cristo, enquanto, as outras permanecem contaminadas, impuras.

Por causa da sua limitação funcional, ela só informa, não escolhe; mesmo tendo uma boa consciência, inda podemos albergar atitudes más. Porém, assim fazendo, seremos punidos por ela, como ensinava certo puritano: “Se a consciência não for um freio, ela será um chicote.”

Então, se a boa consciência não for conservada, o barco da salvação irá a pique.
Em suma; a consciência é um “veículo excelente; mas, só funcionará eficazmente, se, o combustível for a verdade.

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

As tentações


“Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis...” I Cor 10;13
“Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas, cada um é tentado, quando atraído e engodado pela própria concupiscência.” Tg 1;13 e 14

Primeiro, nos deixamos atrair; enganar, por fim, desejamos. Nossa vontade é a última barreira.

Que o inimigo é o tentador, é pacífico. Todavia, o “trabalho” dele seria infrutífero, se, não encontrasse em nós, ressonância para as perversões que ele possa sugerir. Se, quando ele nos assediar, deixarmos patente nosso não! nossa aversão ao pecado, ele terá que plantar seu joio noutra seara. “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” Tg 4;7

Transferir a culpa, como fizeram os do primeiro casal, não tem eficácia nenhuma. O preço do arbítrio é sermos responsáveis pelas escolhas que fazemos.

Se, ao inimigo basta que o resistamos no temor a Deus, aos desejos insalubres, não podemos resistir; por isso, o conselho: “Foge das paixões da mocidade; segue a justiça, fé, amor e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor.” II Tim 2;22 Se, ao inimigo poderemos enfrentar, dos desejos maus, temos que fugir.

Embora, ao homem mais melindroso ofenda, a ideia de que ele tem pecados, basicamente, todo mundo se acha “gente boa”, os fatos não têm relação nenhuma com as predileções; o são, em si mesmos, a despeito da nossa apreciação.

A rigor, o homem alienado de Deus não tem pecado, mesmo; é escravo. O pecado é que o tem em seus domínios. Paulo narrou o infortúnio desses: “Se faço o que não quero, consinto com a Lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;16 a 20

O conflito entre uma vontade impotente, e a tirania do feitor que, a subjuga.

Os mais vividos conheceram os antigos relógios à corda; bastava “carregar” certo curso que o mesmo seguia funcionando até o final da “corda”; de tempo em tempo, ela precisaria ser refeita. Pois, o prazer em pecar faz o homem “funcionar” no automático; o poder do pecado inoculado nele, é a “peça” que põe toda engrenagem em movimento, dispensando a “corda” do tentador.

Dada essa inclinação para o mal, as tentações viçam sem necessidade de mais estímulos que a própria propensão carnal; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8:7 O tentador pode tirar férias que o homem se arranja para pecar sem a “ajuda” dele.

Não significa que ele tenha abandonado o que mais gosta de fazer; mas, gasta seu “latim, de preferência, com os que temem a Deus, ou, estejam propensos a fazê-lo; seu alvo é matar, não brincar com os mortos.

Alguém disse com propriedade: “Reconhecemos um louco sempre que o vemos; nunca, quando o somos.” Assim ocorre com o pecado. Enxergamos longe, aos alheios; não, os nossos.

Um pouquinho de incredulidade que ofereçamos ao tentador, e ele entrará na brecha com seu trabalho sujo. Se ouvir alguém dizer: “Eu nasci assim e devo seguir assim.” Apoiado! Dirá o traíra. Não importa, quão pecaminosa seja a conduta, subjacente ao “assim”, em questão. “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Então, estando o homem impotente para romper com o pecado, O Salvador deu uma “turbinada” nas almas dos que creem, para que, doravante, possam agir como filhos de Deus, não como escravos do pecado. “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

A permissão ao tentador para que faça seu engodo, não inclui, forçar-nos a fazer o que não queremos. Podemos cair nas tentações, ou, sofrê-las em pé; essa opção cabe-nos. “Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida...” Tg 1;12

A angústia


“Se te mostrares fraco no dia da angústia, tua força será pequena.” Prov 24;10

Embora nunca desejemos o dia da angústia, ele é inevitável, dada a dualidade da vida; de luz e trevas, bênção e maldição, verdade e mentira, vida e morte, júbilo e angústia...

Podemos sofrer ataques externos, pelo que nossa vida representa no teatro social; onde, seremos detestados pelos que, se incomodam com eventual luz irradiando através de nós; “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Nesse caso, o preço a pagar por termos nos comprometido com Cristo. Tanto, quanto, mais intenso for nosso compromisso, mais acirrada será a manifestação da oposição. “... todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Tim 3;12

Também é comum alguém de índole justa se afligir, angustiar, ao ver a impiedade adjacente, estando impotente para mudar aquilo, como foi com Ló em Sodoma; “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias, sua alma justa, por isso via e ouvia sobre suas obras injustas;” II Ped 2;8

Podemos nos angustiar ainda, pelo instante anseio de que determinadas coisas aconteçam, as quais, supomos ser o melhor; em muitos casos, Deus as tolhe, e oportunamente, entendemos o motivo, no usufruto de bênçãos superiores.

Davi lutou com esses moveres íntimos, que, no seu dito, traziam abatimento de alma; disse: “Por que estás abatida, ó minha alma, por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois, ainda O louvarei pela salvação da Sua Face. Ó meu Deus, dentro de mim, minha alma está abatida; por isso lembro-me de Ti desde a terra do Jordão...” Sal 42;5 e 6

A Fidelidade Divina nos garante Sua Santa Presença, tanto, passando nós pela água, quanto, pelo fogo; Is 43;2 Entretanto, nem sempre nos apercebemos que “água e fogo” são metáforas, figuras de linguagem que tipificam os sofrimentos que nos trazem angústias.

Então, podemos fazer uma releitura, como fez Davi: “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.” Sal 46;1

Também acontece de nos angustiarmos sem um motivo definido que identifique o porquê; Saint-Exupery definiu à nostalgia como sendo “uma saudade, não sei de quê.”

Quem de nós jamais passou por situações assim, onde se afligiu, angustiou, sem saber direito o motivo? No caso de Davi, bem sabia a razão; “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a Face de Deus?” Sal 42;2

Porém, só pode sentir “saudade de Deus” aquele que, um dia O conheceu.

Há muitas almas infelizes, desejando o descanso que só Jesus Cristo pode dar, presas, numa mentalidade obtusa, numa religiosidade inútil, ou, num corpo viciado em pecados.

Se, naquele caso era saudade, nesse, é absoluta necessidade de Deus. “Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que Sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas. Porque Meu jugo é suave e Meu fardo é leve.” Mat 11;29 e 30

Diferente do que acreditam e ensinam alguns super crentes da praça, a fé em Cristo não nos dedetiza de modo a pairarmos acima dos problemas. Angústias fazem parte do pacote; “Tenho-vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo.” Jo 16;33

O Eterno não tem prazer em nos afligir; “... não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens.” Lam 3;33

Todavia, não é o prazer, o motor de seu trato conosco, inicialmente; antes, o ensino; “Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse Teus Estatutos.” Sal 119;71

Além do ensino pelas consequências das más escolhas, que Ele permite que soframos, aprendemos também a nos aproximar Dele, em busca de livramento; “Invoca-me no dia da angústia; Eu te livrarei, e tu Me glorificarás.” Sal 50;15

O inimigo costuma em seu sadismo assassino, içar suas velas conforme os ventos. Se, identificar alguém angustiado, tentará entrar nessa brecha sugerindo coisas abjetas; em muitos casos, até o suicídio, a sua “solução” mais radical.

Como disse John Kennedy, devemos reparar o telhado em dias de sol, não quando chove.

Assim a fé; sua valia maior é quando as coisas não vão bem; devemos buscar edificação nela, nas horas serenas, para que, nas provas, sejamos aprovados. 

Então, eventuais angústias que poderiam nos por a perder, nos aproximarão mais, Daquele que nos fará vencer. “... na angústia me deste largueza...” Sal 4;1

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

O que não pode mudar


“Porque nenhuma outra coisa vos escrevemos, senão as que já sabeis ou, também, reconheceis...” II Cor 1;13

Enquanto o mundo vive de novidades, escritos especulam o sentido disso, daquilo, inventos pipocam a cada dia superando aos antigos, novas “moralidades” se atrevem, tentando “desconstruir” a que foi sedimentada pela mão do tempo, a Palavra de Deus vive a “monotonia” do que é perene, eterno, inalterável. “Porque nenhuma outra coisa vos escrevemos, senão as que já sabeis...”

Pedro, igualmente: “Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais...” II Ped 1;12

No prisma da eficácia da Palavra, novidades devem brotar onde ela é semeada, “... como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;4 Ainda: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram, e eis que, tudo se fez novo!” II Cor 5;17 etc.

No do conteúdo, nenhuma novidade deve se imiscuir, sob pena de incorrermos em juízo; Quando encerrou o Canon, O Senhor ressuscitado foi categórico: “... se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará sua parte do livro da vida, da Cidade Santa e das coisas que estão escritas neste livro.” Apoc 22;18 e 19

O resumo da ópera foi feito pelo Salvador: “... Por isso, todo escriba instruído acerca do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” Mat 13;52

As que eram segundo os “... rudimentos do mundo, não segundo Cristo;” Col 2;8, a Própria Palavra se encarrega de ensinar como e quando foram superadas; os ritos da Antiga Aliança tiveram sua vigência, “Consistindo somente em comidas, bebidas, várias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção. Mas, vindo Cristo, o Sumo Sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por Seu Próprio Sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” Heb 9;10 a 12

Então, os melindrosos que, em seus escrúpulos seletivos se escandalizam com a pena de morte para certas coisas, no Antigo Testamento, enquanto defendem o aborto na atualidade, fingem não saber, que a Própria Palavra e os ensinos de Cristo mudaram o que Deus achou necessário; prorrogando o tempo, para que, os errados de espírito, encontrem lugar de arrependimento.

A Palavra do Eterno não carece de edição; muito menos, pelas mãos dos ímpios.

Se, pecados mais graves como prostituição, adultério, feitiçaria, blasfêmias... eram punidos com pena de morte, nada disso mudou; todo tipo de pecado, se, não remido pelos méritos de Cristo, conduz ao mesmo destino. “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6;23

Então, mudando o que deveria ser mudado, nada mudou. O esperável de um Ser Perfeito, como O Criador, é a perfeição, não a confecção de rascunhos, que devam ser finalizados por gente ímpia. “Jesus Cristo É O Mesmo; ontem, hoje e eternamente” Heb 13;8 “O céu e a Terra passarão, mas, minhas palavras não hão de passar.” Mat 24;35

Os defensores do “aperfeiçoamento”, da “atualização” da Palavra, apenas douram a pílula das perversões, como se, as coisas que já foram valoradas pela eternidade, pudessem ser revistas pela efemeridade. Farão isso; a Palavra valora suas atitudes também; “Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram a Palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm?” Jr 8;8

O que eles tentam pintar de aperfeiçoamento, A Palavra de Deus lê como, rejeição.
A eventuais sinceros que estejam confusos, a mesma Palavra aconselha: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16

Nos dias de Jeremias, as veredas antigas eram os ensinos conhecidos, então; Lei e profetas; hoje, os de Cristo superaram aqueles, facultando o eterno bem; “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, aprendei de mim, que Sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;28 e 29

Embora irônico, todas as “novidades” nesse prisma, são velhas; são desdobramentos da mentira do canhoto, de que, o homem seria deus e decidiria as coisas por si mesmo. Pode soar agradável, mas, é letal. A mesmice da Palavra soa monótona, mas traz vida, e a renova, todos os dias.

domingo, 24 de setembro de 2023

O carro; os bois


“Não achando por onde o pudessem levar, por causa da multidão, subiram ao telhado, e por entre as telhas o baixaram com a cama, até ao meio, diante de Jesus. Vendo Ele a fé deles, disse-lhe: Homem, teus pecados te são perdoados.” Luc 5;19 e 20

Um paralítico levado de maca à presença de Jesus, para que fossem perdoados os pecados dele? O mal, visto pela perspectiva Divina é diferente do que vemos.

Nosso imediatismo, o desejo de ver as coisas acontecerem patrocina uma inversão, onde, a saúde do corpo, que é perecível, parece mais importante que a da alma, que é eterna.

Claro que O Salvador sabia o motivo pelo qual levaram o paralítico até Ele! Sem se negar a curar, começou pelo que era mais importante; a remoção dos pecados.

Alguém curado de um câncer, pode morrer de infarto, cirrose hepática, falência dos órgãos, acidente, etc. A cura de uma enfermidade, ainda que milagrosa, é um bem, pontual; enquanto, a salvação de uma alma, mediante remissão de pecados é um bem de valor eterno.

Apesar de ter feito o que é impossível ao homem, perdoar pecados, O Senhor não conseguira vencer o ceticismo dos religiosos que o rodeavam; invés de compreenderem diante que quem estavam, preferiram julgar a partir de suas medíocres possibilidades, supondo ser blasfema, fraudulenta, a pretensão do Salvador.

Ciente que a capacidade deles não ia além do pífio alcance dos olhos, O Salvador foi além: “Para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra poder de perdoar pecados (disse ao paralítico), a ti, digo: Levanta-te, toma tua cama, e vai para tua casa. E, levantando-se logo diante deles, tomando a cama em que estava deitado, foi para sua casa, glorificando a Deus.” Vs 24 e 25

Não obstante a eloquência desse exemplo, e o clamor de tantos ensinos a respeito, sobre o que é mais importante, (Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.) a prioridade do latente, sobre o transcendente, da cura invés do da salvação, permanece. Não aprendemos nada.

Você duvida? Façamos um teste: Em determinada igreja estará um conceituado pregador para falar sobre a salvação; noutra, na mesma cidade, estará um famoso ministro com dons de curar toda sorte de enfermidade. Ambos os eventos devidamente anunciados, carros de som, apelos, “venha buscar sua bênção!” Onde a imensa maioria do povo irá?

Não creio que seja preciso responder. Correrão todos por um “anel” ignorando a perda dos dedos que se avizinha. Colocarão o peso no que é efêmero e desprezarão o que tem valor eterno.

O “abençoado” por um curandeiro desses pode sair por aí a plenos pulmões testificando o que “Jesus” fez. Um salvo, que, tendo nascido de novo adotou nova forma de viver, será uma testemunha viva do que Jesus Cristo fez e faz todos os dias em sua vida. Sua transformação terá a eloquência de uma mensagem; “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3

Quer dizer que O Senhor não cura? Não! Significa apenas, que não é essa a prioridade Dele. Como nos ama, em atenção à fé dos que creem e lhe obedecem, O Senhor socorre, muitas vezes, sem necessidade de um “especialista”, que, em muitos casos, são fraudes.

A fé não deriva dos milagres; é o contrário. A pessoa crê e se submete, para a salvação; depois, do “perdoados estão os teus pecados”, pode receber outros milagres menores, do Senhor. “Quem crer e for batizado será salvo; quem não crer será condenado. Estes sinais seguirão aos que crerem...” Mc 16;16 e 17

Curas, por grandiosas que sejam, são menores que salvação. Por qual delas O Senhor precisou morrer para poder efetuar? Não fez inúmeras sinais, ressuscitou mortos, até, estando Ele, vivo? Pois, para nos dar salvação, precisou morrer. Isso deveria bastar como explicação acerca do que é mais importante.

Ademais a cura nem sempre amolece ao coração endurecido pelo pecado. O Senhor curou a dez leprosos e apenas um voltou para adorá-lo agradecido.

Para receber uma basta estar doente; se, O Senhor quiser curará mesmo ao que não crê; porém, para receber salvação é preciso contrição, arrependimento, mudança de vida; embora ela esteja proposta a todos, não é para qualquer um. É para os que ousam tomar suas cruzes.

Nas filosofias de botecos se diz que não devemos colocar o carro adiante dos bois; contudo, nas coisas essenciais, a maioria faz assim.