sexta-feira, 19 de julho de 2024

A Luz de Cristo

“Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo.” Col 4;5

Atualmente, o mínimo interesse altruísta é confundido com ingerência, com o indevido “se meter na vida alheia”, esse conselho de Paulo dá o que pensar.

A vida em sociedade é um gigantesco teatro onde o desempenho de cada um pode ser apreciado, malgrado, suas escolhas ideológicas, filosóficas, espirituais.

Se, alguém presume que sua vida é estritamente da sua conta e de ninguém mais, desconhece o meio no qual está inserido.

As reações dos que estão fora, não são uma leitura fiel, do que somos, necessariamente; mas, que nosso modo de ser e agir deve ser testemunho de Cristo, isso a Palavra enfatiza em vários lugares.

O convertido do salmo quarenta ostenta tal mudança de vida, do lodo para a Rocha, das canções dos loucos para os louvores da Deus, que seu novo viver se fez uma mensagem, sem palavras, do que O Chamado do Senhor opera, em nosso favor; ele diz: “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;1 e 2

Mais que, andar com sabedoria ante os de fora, ele se fez luminoso; um exemplo de vida transformada, um desafio para outros andarem também pelo caminho que ele escolheu.

Nem sempre quem está fora entende o que se passa conosco em Cristo; tampouco, aprova nossa escolha. Pedro mencionou uns que estranhavam nosso “ascetismo” após a cruz; pois, deveríamos, no apreço dos tais, seguir pelos mesmos caminhos que eles; “Acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós.” I Ped 4;4

Sermos estranhos ao mundo e seu “modus vivendi” é inevitável, se queremos conhecer a vontade do Senhor. Paulo aconselha: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Onde Paulo trata da “Armadura de Deus”, entre outras coisas preceitua: “calçados os pés na preparação do Evangelho da paz;” Ef 6;15

Um leitor mais desatento pode passar por isso imaginando que Paulo aconselhou a pregação do Evangelho, como parte da “armadura”. Porém, o texto não se refere à pregação; antes, à preparação. Nosso caminhar deve ser exemplo para os que estão de fora; ensejar neles, certa curiosidade sobre os motivos do nosso agir em Cristo; Pedro amplia a ideia: “santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós;” I Ped 3;15

Resta considerarmos que, a “sabedoria para com os que estão de fora”, e nos observam, devemos demonstrar, “remindo o tempo.”

Nossa mordomia em relação ao tempo; como dele dispomos, deve ser também um exemplo aos que nos contemplam a caminhada. Enquanto os desatentos atuam de modo dissoluto em face ao tempo e suas oportunidades, devemos fazer o melhor uso possível do nosso; um dos aspectos mais apreciáveis é discernir o tempo adequado para cada atitude; A Palavra ensina: “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá tempo e juízo.” Ecl 8;5

Nem tanto, impressionam, nossas “conquistas” quando as coisas nos dão certo; mas, resiliência, perseverança apenas por fé, sem nenhum “acessório” visível; mesmo não admitindo, os que veem o bom porte dos que perseveram em Cristo, certamente são levados a pensar sobre nossos motivos; eventualmente, poderão se decidir por Cristo, também.

Tanto quanto, um escândalo se faz o prato preferido dos que querem andar de qualquer maneira, e se incomodam com as demandas do Evangelho, um de bom porte, que sofra injustiças até, sem negar sua fé, nem negociar os valores, se fará exemplo aos de índole sadia, que estejam desejando bons referenciais para espelho.

Os maus exemplos fazem barulho, arrasam coisas adjacentes como uma torrente de água suja; os bons, em silêncio, apenas observados por olhos atentos, se fazem uma centelha da Luz de Cristo, tão necessária nesse mundo de trevas.

“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;14 a 16

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Os escolhidos


“... Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo. Então entrou em mim o Espírito, quando Ele falava comigo, me pôs em pé, e ouvi o que me falava.” Ez 2;1 e 2

O profeta recebeu uma ordem e o auxílio para cumpri-la. Uma vez que Deus não força o homem a fazer o que não quer, necessária a conclusão que ele se dispôs a obedecer, o que ouvira; depois, foi ajudado pelo Espírito de Deus.

“Então, (tendo ele, em espírito dito o eis-me aqui) entrou em mim O Espírito, me pôs em pé, e ouvi o que me falava.”

Quando da Chamada de Isaías, O Espírito fez o profeta ver coisas excelsas junto ao Trono de Deus, de modo a temer pela sua vida, dada suas impurezas praticadas, estando num lugar tão santo; “Então disse eu: Ai de mim! Pois, estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios; meus olhos viram o Rei, O Senhor dos Exércitos. Porém, um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar, com um tenaz; com a brasa tocou minha boca, e disse: Eis que isto tocou teus lábios; e tua iniquidade foi tirada, expiado teu pecado.” Is 6;5 a 7

Logo, O Eterno fez ouvir sobre a necessidade dos Céus, de um mensageiro. “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, quem há de ir por Nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia a mim.” Is 6;8

Deus nos faz ver na dimensão espiritual, quando, ouvindo Sua Palavra, somos capacitados a crer e nos deixamos moldar por ela.

Vendo as coisas santas como elas são, conseguimos, como Isaías, ver melhor a nós mesmos, nossa indignidade, o risco de ser mortos, do qual somos desviados pela Purificação obrada pelo Salvador. Naquele caso, com uma brasa do Altar Divino; no nosso, com O Bendito Sangue remidor de Jesus Cristo em nosso favor.

Por fim, uma vez purificados e edificados pelo Conhecimento do Santo, aos escolhidos para tal, O Eterno deixa ver as necessidades do Céu, na espera que, vendo, nos voluntariemos, como fez Isaías. “Eis-me aqui! Envia a mim.”

Quem não passar por esses estágios todos, visão da santidade dos Céus, das próprias impurezas, e a purificação pelos meios escolhidos pelo Senhor, não espere intimidade tanta, para poder entender as carências dos Céus. “O segredo do Senhor é com aqueles que O temem; Ele lhes mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14

Se, como vimos no incidente com Ezequiel, aquilo que ordena, pelo Seu Espírito, O Senhor capacita a cumprir, de nossa parte, espera submissão, prontidão de vontade, preparo.

“Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem sua casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?) Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo.” I Tim 3;2 a 7

Se esse crivo fosse aplicado plenamente, muitos “grandes” da praça acabariam rejeitados. Deus capacita aos escolhidos, virou um chavão no meio evangélico. É verdade. Por isso, só escolhe aos obedientes; pois, é pela edificação na Palavra, que põe em pé, os que deseja enviar a serviço da Sua Santa Obra.

No caso de Ezequiel a relação já estava estabelecida entre O Senhor e Seu servo. Daí, o “põe-te em pé e falarei contigo.” No nosso, a distância é maior: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim...” Mat 11;28 e 29 As renúncias, tipificadas pelo jugo, e a edificação necessária mediante o aprendizado.

O problema dos despreparados e espontâneos, é que, por seus lapsos do que seria necessário, acabam suprindo a esses com coisas nocivas ao propósito do Eterno. “Não mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes falei, mas profetizaram. Se estivessem no Meu conselho, teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

Para O Espírito Santo entrar em nós, capacitando-nos ao que Ele quer, é preciso que deixemos o devido espaço para Ele. O homem cheio de si, necessariamente, será vazio de Deus. Por isso, “negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz, e siga-me.” Luc 9;23

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Trump e a névoa


“... os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Se há uma coisa da qual não se pode acusar aos maus, é que eles não tenham autocrítica. O simples fato de tentarem esconder a verdade sobre suas ações, ou, daqueles com os quais se identificam, evidencia que eles sabem que essas coisas são más; se as tivessem por probas, exporiam à plena luz.

Por ocasião do jogo entre Internacional e Juventude, sábado último, em Caxias do Sul, o início do mesmo foi retardado em função da forte neblina. Tanto quem iria jogar, quanto, reportar, carecia ver as coisas distintamente.

Pois, em se tratando do nosso jornalismo, obscena e majoritariamente identificado com o esquerdismo, se a notícia a reportar parecer inconveniente aos seus interesses, não conseguem fazê-lo, senão debaixo de intensa névoa. 

Usam palavras calculadas para difundir dúvidas, mais que, informações, como fizeram os zumbis da ex grande mídia, Globo, CNN, e Estadão, sobretudo, ao reportarem o “suposto atentado”, os “supostos sons de tiros” de um “suposto” atirador, que foi “Assassinado” pelo Serviço Secreto, no atentado contra Trump.

Qualquer coisa inconveniente aos canhotos, por veraz que seja, sempre terá um “Paulo Pimenta” pronto a se opor, em seu zelo inflamado contra “fake News”. Porém, quando as Fakes são produzidas por eles, em escala industrial, cara de paisagem, silêncio ensurdecedor, dos Morais, Barrosos, e Pimentas da vida.

O sujeito não gostar do Trump e preferir o Biden, ou qualquer outro, é um direito dele. Eu não gosto do Lula, de nenhum político do PT, nem por isso defendo violência contra eles. Combato-os no campo das ideias. Essa é a arena devida, da política.

Porém, para o esquerdismo, lá como cá, vide o que fizeram ao Bolsonaro, primeiro tentam assassinar a reputação, colando os mais esdrúxulos rótulos; “nazista, fascista”, o Diabo a quatro. Não funciona? Tentam matar politicamente; acusam disso, daquilo, processam, cassam direitos e o escambau; se não bastar, resta-lhes a forma mais antiga de matar, inventada por Caim.

Aqui, passaram do estágio um, ao três, em se tratando de Bolsonaro. Não podendo destruir a reputação, foram direto aos “finalmente”. Agora estão no dois, cassando direitos, prendendo passaporte. Muitos canhotos inda dizem que o atentado foi fake; mesmo, o Jair trazendo no ventre uma cicatriz que parece a linha de Greenwich.

No caso do Trump, seguiram a “ordem” cronológica. Reputação; direitos políticos, vida. Todavia, eles são pelo desarmamento, que traria violência. Ora, Adélio Bispo usou uma faca. Violência não está na arma, mas, na pessoa. Os cristãos ensinam uma doutrina que desarma espíritos, não, corpos.

“Socialistas” afrontam ao conservadorismo em suposta defesa da diversidade. Essa receita, porém, só vale para assuntos sexuais. Espose alguém uma posição diversa, ideológica ou politicamente, presto será alvo de represálias, tentativas de censura oriunda desses bravos “democratas”. Alternância de poder, democracia, coisas boas para discursos. “Na prática, a teoria é outra”. Joelmir Betting

Por trás desses títeres da maldade, estão os globalistas, que no fundo já nos mantêm com “tornozeleiras eletrônicas”; numa espécie de “liberdade condicional”, até conseguirem impor o totalitarismo global, a menina dos olhos deles.

Dominam as redes sociais; e nessas há toda uma gama de “palavras proibidas” que, se usadas, contra os interesses do sistema, presto desmonetizam, excluem vídeos, derrubam páginas. Podemos nos mover até certo ponto, como os que usam as tornozeleiras.

Esses incidentes pontuais, são “amostras grátis” de como seremos tratados, quando os globalistas forem donos da bola. Contrariou seus interesses, ousou pensar fora da caixa, expor seus pensamentos, bang! A “democracia” precisará ser preservada.

“Você não terá nada e será feliz”, vaticinam os profetas da famigerada agenda, que pretende ter o Globo no bolso, até o ano de 2030.

Sei não, mas suspeito que não desejo essa “felicidade”. Na verdade, os governos deveriam promover a justiça. A felicidade é de foro íntimo, não depende de iniciativas governamentais.

Não se conclua disso, que estou defendendo os conservadores como gente virtuosa, e os esquerdistas como maus, necessariamente. Há gente ruim em todos os espectros ideológicos.


Mas, usar a desonestidade intelectual, factual, falsidade, e violência, como faz o esquerdismo é uma coisa abjeta. No fundo, os “socialistas” são os maiores capitalistas da Terra. Mega empresários, que usam a ingênua ignorância dos seus manipulados, para que esses pelejem, pelo direito de perderem seus direitos, o que fazem com maior denodo. E ainda riem nos chamando de gado. As hienas estão junto.

Não conheço Donald Trump o suficiente para defender tudo o que pensa, ou faz. Mas, conheço as leis e a vida, o bastante, para saber que tem o direito de pensar e defender o que pensa, sem que isso lhe custe a vida.

Fugir das dores


“Mortificai, pois, vossos membros, que estão sobre a terra: a fornicação, impureza, afeição desordenada, vil concupiscência e a avareza, que é idolatria;” Col 3;5

Esse “pois”, traz a ideia de um argumento sendo concluído, em conexão com algo que foi dito antes. O verso três diz: “Porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo em Deus.”

Se, a uma leitura superficial pode encerrar certa contradição, “já estais mortos”, com o preceito que ordena, “mortificai”, a rigor, não há contradição nenhuma. O estar morto, pela conversão, é uma releitura do “Negue a si mesmo”, indispensável. Quando alguém se dispõe a isso, por amor a Cristo, identifica-se em obediência, com Ele, que foi fiel até à morte.

Paulo sintetizou: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Uma identificação, primeiro na morte, depois, na nova vida que convém, como filhos de Deus.

Assim como, a “justiça” dos salvos não é deles, propriamente, são reputados justos, por receberem em seu favor a justiça de Cristo, pela fé e obediência, também o “estar morto” é uma figura que evidencia as renúncias necessárias dos desejos malsãos que militam em nossa carne; o “mortificai” expõe nas “letras miúdas”, a prescrição de como deve ser nosso andar, doravante.

A Palavra traz, desde antanho: “Por amor de ti, somos mortos todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro.” Sal 44;22 O que Paulo citou escrevendo aos romanos, no cap 8;36

A conversão não é impor mera inércia àquilo que, antes era mau, em nós; antes, uma mudança de atitudes, pela mudança de Senhor. “Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também, vos considerai, certamente, mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6;10 e 11

Com os mesmos meios que fizemos coisas más, somos desafiados às melhores. “... apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.” Rom 6;13

Confesso que, no início da caminhada em Cristo, a ideia de perder a vida para ganhar dava nó em meus dois neurônios; testava meu parco entendimento. No entanto, o texto seguia lá, solene, sisudo, sóbrio; “Porque, qualquer que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder sua vida, a salvará.” Luc 9;24

O mundo com seus valores invertidos, passageiros inconsequentes, filosofias hedonistas, labora por encorajar a toda sorte de vícios, pelo breve consórcio desses, com os prazeres. Quanto ao porvir, em geral deixam de considerar, como se, alguém com uma doença terminal, evitando ir ao médico estivesse seguro. Apostam todas as fichas na existência terrena, que, um infortúnio qualquer pode tolher.

As coisas que o mundo pode dar, prazeres, sucesso, fama, duram até quando? “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” Mat 16;26

Escrevendo aos coríntios, Paulo foi categórico: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19 Por quê? Porque nessa vida concorrem perseguições, calúnias, rejeições; O Salvador chamou, aflições. Se, suportar essas coisas por amor a Ele, não tivesse uma recompensa no porvir, seríamos estúpidos, privando-nos de alguns prazeres possíveis, devaneando com outros, inexistentes. “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.” I Cor 15;33

O fato que tantos, preferem sofrer martírio a negar sua fé, deveria fazer pensar, aos que não creem. Nossa entrega a Cristo é um relacionamento, com uma Pessoa Viva, Real, Presente; não uma fuga psicológica aos domínios duma abstração, por medo das agruras da vida.

Em Cristo sofremos, dada a oposição da carne, do mundo e de Satanás. Portanto se quiséssemos fugir da dor, bastaria nos entregarmos aos prazeres.

Deixamos de apostar nossas vidas em prazeres duvidosos, que podem chegar a algumas décadas, pela promessa, de quem se revelou fiel, que, após um período probatório, nossa ventura será eterna.

De certa forma, fugimos das dores; não, das pequenas. “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;” II Cor 4;17

Jesus ensinou: “... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais que fazer. Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei Aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;4 e 5

domingo, 14 de julho de 2024

Reginaldo Rolim; falso?


“Não havendo profecia, o povo perece; porém, o que guarda a lei, esse é bem-aventurado.” Prov 29;18 Almeida

“O povo que não aceita a orientação divina se corrompe, mas quem obedece à lei é feliz.” Versão transformadora.

“Where there is no vision, the people perish: but he that keeps the law, happy is he.” King James

“Sin profecía el pueblo será disipado: Mas el que guarda la ley, bienaventurado él.” Reina Valera

Duas versões em português, em inglês, espanhol. Todas, com variações normais, dizem o mesmo. Profecia, orientação, visão, de origem Divina; essenciais, para a manutenção do povo do Senhor.

A profecia carece um apreço bíblico sobre o que é, além de certo “acessório”.

Os profetas não eram meros adivinhadores; antes, servos, que falavam segundo Deus. Além de denunciar pecados, anunciar juízos vindouros, prediziam eventos com inerrância; eram meros canais de Deus. “Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor Deus, quem não profetizará?” Am 3;8

Sua mensagem, em geral os indispunha com os rebeldes, dado que, não buscavam agradar aos homens, antes, serem fiéis ao Senhor.

O primeiro crivo pelo qual uma profecia deve ser testada, é o do cumprimento. “Sabe que, quando esse profeta falar em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir, não suceder, como profetizou, esta é palavra que O Senhor não disse; com soberba, a falou; não tenhas temor dele.” Deut 18;22

Entretanto, o “acessório” indispensável, que devemos ter em mente, se não quisermos ser enganados, é o das consequências da profecia.

O sujeito prevê, a coisa se cumpre, mas, o ensino dele desencaminha da retidão e exclusividade do Senhor; nesse caso, mesmo acertando, é falso também.

“Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que houver falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o Senhor, vosso Deus, de todo vosso coração e toda vossa alma.” Deut 13;1 a 3

Além do cabal cumprimento do vaticínio, esse deve resultar em Glória ao Senhor apenas, a ninguém mais; pois O Santo É Zeloso da Sua Glória. “Eu sou o Senhor, este é Meu Nome; Minha Glória, pois, não a darei a outrem, nem Minha honra, às imagens de escultura.” Is 42;8

Uma das características dos últimos dias segundo Cristo, seriam os prodígios da mentira. “Pois surgirão falsos Cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos.” Mc 13;22

Tenho observado alguns “profetas” da atualidade; um deles, em especial chamou minha atenção. Chama-se “apóstolo” Reginaldo Rolim. É compartilhado por muitos cristãos; recebe os mais efusivos comentários dos “evangélicos” que o seguem.

Suas previsões são ousadas, marca datas, horas, para certos eventos; alguns acontecem; outros, são “acontecidos” pela entrega de previsões difusas como “avalanche, reboliço” de acontecimentos, que num mundo como a atual, sobretudo com uma situação política como a nossa, facilmente se “cumpre” bastando arrolar meia dúzia de coisas e empacotar.

Meu ponto, contudo, não é o cumprimento ou não, das previsões. Adivinhar coisas, até a pitonisa de Filipos adivinhava pelo poder de Satanás, antes desse ter sido expulso, pelo apóstolo Paulo.

O que me intriga no referido “apóstolo”, é a incapacidade dele de separar ao santo do profano. Por que Deus daria tal poder a um incapaz de algo tão básico?

Não raro, encontro e sujeito requerendo orações, de Evangélicos, católicos e Espíritas, todos os “cristãos”. Assim, invés de zelar pela Santidade do Senhor, como faria um profeta idôneo, o sujeito é ecumênico, sem filtro teológico, zelo doutrinário.

Com devido respeito aos católicos, mas, eles não se limitam à observância da Palavra. Colocam dogmas, tradição eclesiástica acima dela até. Os espíritas também merecem meu respeito. Mas, doutrinariamente não são cristãos. Negam a redenção mediante Cristo, esposam aperfeiçoamento pelas obras, durante tantas encarnações, quantas, necessárias para isso. Se o sujeito não sabe essas coisas, mesmo adivinhando outras, não sabe de nada.

Em seu “pano de fundo” das lives, traz um leão coroado; abaixo a inscrição: “Parabéns, Apóstolo Reginaldo Rolim.” Dá impressão que isso não aponta para a Glória de Deus.

Tanto mais suscetíveis seremos aos enganos, quanto, mais distantes estivermos da Palavra de Deus. Pois, como vimos no princípio, não estando essa em perspectiva, tendemos a nos corromper.

Mais que adivinhador do devir, deve, um servo idôneo, ser um conhecedor e praticante do que já veio. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens procurar instrução, porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

Podemos perder a salvação?


“Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram;” Jd v 5

Muito se discute se é possível alguém perder a salvação, ou não. Para alguns círculos, “uma vez salvo, sempre salvo.”

No contexto imediato, Judas deixa ver que alguns estavam convertendo em dissolução a Graça de Deus; não os salvos, necessariamente; mas, gente que se infiltrara entre eles. “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a Graça de Deus, negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” V 4

Mesmo que esses dissolutos fossem meros infiltrados para esse fim, se, quem estava salvo o estava para sempre, livre de riscos, por que a instante advertência do apóstolo, que, disse que pretendia escrever sobre amenidades, porém, foi constrangido a esse aviso urgente?

Muitas exortações bíblicas perderiam o sentido, se, os salvos não corressem risco; como, “quem perseverar até o fim, será salvo;” “aquele que pensa estar em pé, veja, não caia;” “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida;” etc.

Àqueles que creram para a salvação, foi prescrito o ensino para edificação, tendo como fim, não serem tirados do caminho estreito, por doutrinas espúrias. Devemos crescer “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homens perfeitos, à medida da Estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;13 e 14

Cuidados que perderiam sentido, se a “Pérola de Grande Valor” não pudesse ser furtada de forma nenhuma.

Pedro aludiu a uns que, tendo andado nas veredas justas, recebido do Salvador virtudes espirituais, depois caíram, se fazendo piores que antes de conhecê-lo. “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se o último estado pior que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado;” II Ped 2;20 e 21

Esse “se, forem...” no subjuntivo, trataria de hipóteses, não da realidade, defendem alguns. Porém, no contexto Pedro apresenta-os como atuantes, fazedores daquilo que deplora. “... tais homens têm prazer nos deleites quotidianos; nódoas são eles, máculas, deleitando-se em seus enganos, quando se banqueteiam convosco; tendo os olhos cheios de adultério, não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição;” vs 13 e 14

Consideremos ainda, uma expressão na Epístola aos Hebreus, que alguns, até desviam dela, por medo das suas implicações. Sobre os que tendo vivido no lodo e sido guindados à Rocha, sentiram saudade da lama e voltaram a ela.

A Palavra deixa ver que O Espírito Santo os renovar para arrependimento está fora de cogitação. “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, O expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Se, a consequência do agir leviano, significa crucificar de novo a Cristo, temos aqui um indício do que seja, “converter em dissolução a Graça Divina”. Tratar às coisas preciosas como vulgares. Pedro faz distinção entre uma e outras; “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o Precioso Sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado, incontaminado.” I Ped 1;18 e 19

Para um dissoluto notório, apresentado na Palavra, o filho pródigo, houve uma segunda oportunidade, para volver à casa do pai. Foram as dores, privações, que lograram colocar nele uma gotícula de bom siso. Quiçá, alguém que tenha caído, após sentir as consequências nefastas da queda, inda possa, sob o patrocínio da dor, não de um renovo espiritual, voltar humilhado, e ser recebido com festa, como foi aquele.

Afinal, O Divino amor cobre falhas que o brio humano não conseguiria. “... Tu te prostituíste com muitos amantes; mas ainda assim, torna para Mim, diz O Senhor.” Jr 3;1

Graça não é algo pétreo, imutável. Devemos ter, quanto a ela, um contraponto digno em obediência e santificação. Atinente a isso, Paulo escreveu a Timóteo: “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.” II Tim 2;1

sábado, 13 de julho de 2024

Os cegos


“Depois disto, tornou a por-lhe as mãos sobre os olhos e o fez olhar para cima: ele ficou restaurado, e viu a todos, claramente.” Mc 8;25

A cura de um cego de Betsaida, que O Senhor efetuou em dois tempos. Jesus o tomou pela mão e levou para fora da aldeia. Todos os que chama a Si, O Senhor, de certa forma tira “fora da aldeia”.

O mundo muitas vezes é figurado como "Aldeia Global". O Salvador deixou claro que, os Dele não devem fazer parte desse sistema, com seus valores invertidos, alvos distorcidos, celeridade em pecar, na inglória tentativa de fugir das próprias sombras.
“Dei-lhes Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou do mundo.” Jo 17;14

Quem devaneia com cristianismo “inclusivo”, compactuando com a forma mundana de ser, ainda não entendeu o que significa Cristo. O Salvador toma pela mão e leva para fora da aldeia.

A cura foi operada em dois instantes; acredito que, por um propósito do Senhor. Poderia fazê-lo, se quisesse, sem sequer tocar no cego; porém, tomou-o pela mão, aplicou saliva em seus olhos, e o curou de modo progressivo. Num primeiro momento, o homem viu parcialmente; “levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens; pois os vejo como árvores que andam.” V 24

Esse deveria ser o primeiro estágio da visão de todos, no âmbito espiritual. Mais de uma vez, O Salvador nos figurou como árvores frutíferas: “Assim, toda árvore boa produz bons frutos, toda a árvore má produz frutos maus.” Mat 7;17 “... Eu vos escolhi e nomeei, para que vades e deis fruto...” Jo 15;16

Carecemos luz do Espírito para vermos isso; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Quem devaneia com certo utilitarismo, acercando-se dos ambientes onde Cristo é ensinado, por motivos materialistas, imediatos, ainda carece uma mistura da “saliva do Senhor”, Sua Palavra, com o pó de que somos feitos, para ver o propósito pelo qual fomos criados. Dar frutos para Glória de Deus.

Há cegueiras biológicas; pessoas nascem assim. Outras, psicológicas; alguns querem assim. “Veem” segundo suas vontades, seletivamente, escolhendo ver apenas o que desejam. Esses, nos apreços vulgares são tidos como os piores. “O pior cego, é o que não quer ver.”

Porém, há uma cegueira que talvez seja ainda mais danosa; a espiritual, que oblitera o entendimento, desvia o foco, das realidades transcendentes que deveríamos ver. “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Cegueira seletiva, contra a Luz do Evangelho; nesse objetivo, o traíra embeleza o quanto pode seu vasto é ímpio parque de diversões, o mundo, para manter fixos nalguma tela dele, os olhos daqueles que poderiam ser iluminados se olhassem na direção certa.

No caso do cego de Betsaida, O Senhor o condicionou: “... o fez olhar para cima...” Desde dias antigos, O Senhor nos desafia a isso: “Olhai para Mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque Eu Sou Deus, não há outro.” Is 45;22

Cada vez que, uma mensagem assim é produzida, Jesus Cristo, O Senhor, toma alguém pela mão, o tira por um pouco para “fora da aldeia” e o faz olhar para cima. 

Nessa geração que corre sem objetivo, entre “memes” e “cortes”, quantos têm tempo, coragem para “perder tempo” com textões? Muitos se gabam da alienação; “Passou de duas linhas, não leio.” Estão viciados nos petiscos rápidos do príncipe do mundo, sem tempo para O Príncipe da Paz.

Pois, a luz espiritual costuma assustar, ensejar desconforto, não pelo que ela é; antes, pelo que nos tornamos. Coloca-nos numa “saia justa”, e nos desafia a lidarmos com o que vemos. Por isso, a maioria evita o “risco” de olhar para cima. “... os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” JO 3;19 e 20

Temos então, um consórcio entre a cegueira voluntária e a espiritual, dos que, desejam a aprovação, sem sequer tentar, agir de modo probo.

Felizes os que ainda se deixam pegar pela mão e olham para cima. Depois de iluminados pelo Senhor, bastará A Palavra Dele, para ficarem longe da aldeia condenada. “mandou-o para sua casa, dizendo: Não entres na aldeia...” v 26
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