sexta-feira, 19 de julho de 2024

A Luz de Cristo

“Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo.” Col 4;5

Atualmente, o mínimo interesse altruísta é confundido com ingerência, com o indevido “se meter na vida alheia”, esse conselho de Paulo dá o que pensar.

A vida em sociedade é um gigantesco teatro onde o desempenho de cada um pode ser apreciado, malgrado, suas escolhas ideológicas, filosóficas, espirituais.

Se, alguém presume que sua vida é estritamente da sua conta e de ninguém mais, desconhece o meio no qual está inserido.

As reações dos que estão fora, não são uma leitura fiel, do que somos, necessariamente; mas, que nosso modo de ser e agir deve ser testemunho de Cristo, isso a Palavra enfatiza em vários lugares.

O convertido do salmo quarenta ostenta tal mudança de vida, do lodo para a Rocha, das canções dos loucos para os louvores da Deus, que seu novo viver se fez uma mensagem, sem palavras, do que O Chamado do Senhor opera, em nosso favor; ele diz: “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;1 e 2

Mais que, andar com sabedoria ante os de fora, ele se fez luminoso; um exemplo de vida transformada, um desafio para outros andarem também pelo caminho que ele escolheu.

Nem sempre quem está fora entende o que se passa conosco em Cristo; tampouco, aprova nossa escolha. Pedro mencionou uns que estranhavam nosso “ascetismo” após a cruz; pois, deveríamos, no apreço dos tais, seguir pelos mesmos caminhos que eles; “Acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós.” I Ped 4;4

Sermos estranhos ao mundo e seu “modus vivendi” é inevitável, se queremos conhecer a vontade do Senhor. Paulo aconselha: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Onde Paulo trata da “Armadura de Deus”, entre outras coisas preceitua: “calçados os pés na preparação do Evangelho da paz;” Ef 6;15

Um leitor mais desatento pode passar por isso imaginando que Paulo aconselhou a pregação do Evangelho, como parte da “armadura”. Porém, o texto não se refere à pregação; antes, à preparação. Nosso caminhar deve ser exemplo para os que estão de fora; ensejar neles, certa curiosidade sobre os motivos do nosso agir em Cristo; Pedro amplia a ideia: “santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós;” I Ped 3;15

Resta considerarmos que, a “sabedoria para com os que estão de fora”, e nos observam, devemos demonstrar, “remindo o tempo.”

Nossa mordomia em relação ao tempo; como dele dispomos, deve ser também um exemplo aos que nos contemplam a caminhada. Enquanto os desatentos atuam de modo dissoluto em face ao tempo e suas oportunidades, devemos fazer o melhor uso possível do nosso; um dos aspectos mais apreciáveis é discernir o tempo adequado para cada atitude; A Palavra ensina: “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá tempo e juízo.” Ecl 8;5

Nem tanto, impressionam, nossas “conquistas” quando as coisas nos dão certo; mas, resiliência, perseverança apenas por fé, sem nenhum “acessório” visível; mesmo não admitindo, os que veem o bom porte dos que perseveram em Cristo, certamente são levados a pensar sobre nossos motivos; eventualmente, poderão se decidir por Cristo, também.

Tanto quanto, um escândalo se faz o prato preferido dos que querem andar de qualquer maneira, e se incomodam com as demandas do Evangelho, um de bom porte, que sofra injustiças até, sem negar sua fé, nem negociar os valores, se fará exemplo aos de índole sadia, que estejam desejando bons referenciais para espelho.

Os maus exemplos fazem barulho, arrasam coisas adjacentes como uma torrente de água suja; os bons, em silêncio, apenas observados por olhos atentos, se fazem uma centelha da Luz de Cristo, tão necessária nesse mundo de trevas.

“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;14 a 16

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