terça-feira, 23 de julho de 2024

O ouro e as riquezas


“Como se escureceu o ouro! Como se mudou o ouro puro e bom! Como estão espalhadas as pedras do santuário sobre cada rua!” Lam 4;1

Seria o ouro degradável? O mencionado acima, parece que, ao passar dos dias perdeu sua cor, pureza. Entretanto, trata-se de uma metáfora, que o verso seguinte esclarece: “Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro, como são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro!” v 2

Jeremias estava deplorando o empobrecimento moral, espiritual do povo, que, pela desobediência caíra em cativeiro, usando o ouro como figura. Aludiu à ruína do templo também; “... como estão espalhadas as pedras do santuário...” tal pobreza tinha teor espiritual na origem.

Muitas coisas preciosas, avaliamos melhor quando ausentes. Mesmo simples como água e energia elétrica em nossas casas, quando nos faltam, percebemos melhor a importância que têm.

Então, a comunhão com Deus, ou, pelo menos o templo ainda intacto, o santuário acessível a espera que o povo se arrependesse e buscasse concerto, deixara de existir. O tempo de oportunidades dera espaço para outro, o do juízo.

Os invasores babilônios saquearam e queimaram o local de culto dos judeus, o que O Senhor advertira à exaustão, mediante Jeremias, que aconteceria, se não houvesse arrependimento, mudança de vida.

Invés de diluir a degeneração sobre abstrações, como se faz muito, atualmente, “os tempos são outros” dizem, quando, deveriam reconhecer que os humanos são outros, muito piores que os de antanho, nos quesitos, valor, honra, vergonha na cara; Jeremias foi direto; o “ouro” degenerara, os “filhos de Sião”.

Voltando ao valor melhor apreciado após a perda de algo valioso, assim é a comunhão com Deus. Tendo, e deixando de regar diuturnamente, pode parecer “rotina”, algo que, quiçá, passe despercebido ao mais desatento; esse descuido é perigoso, pode colocar a perder, o que deveria ser mantido com zelo.

Pois, perca-se a mesma, de modo a nem mais se atrever a orar, ao peso de eventuais descaminhos, e então veremos em letras garrafais, o quanto ela vale. Como ao filho pródigo, pareceu cansativo, sem graça, ser coproprietário de uma fazenda; tempos depois, se dispunha a ser mero empregado nela.

Tende o homem a ser fiel nas carências, mais que na abundância. Assim, quando fartam os bens, pode faltar noção da Fonte que os deu, O Senhor. Ignorando isso, o canhoto soltou seus cachorros contra Jó, e passou vergonha; pois, o patriarca era fiel na riqueza, coisa mais difícil que, na privação.

Atrevo-me a dizer que, os melhores dias de Davi, foram aqueles nos quais foi fugitivo da perseguição de Saul, errante pelas cavernas, entre proscritos e filisteus; malgrado, fosse ungido para ser rei, no devido tempo. Duas vezes teve aquele que o procurava para matar, em suas mãos, e o poupou, pelo temor do Senhor; mostrando alta dose de nobreza espiritual.

Invés de olhar Batseba nua do alto do palácio, como fez desafortunadamente, quando reinou, olhava para Deus com anseio, das cavernas onde se escondia. “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, suspira minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus Vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a Face de Deus?” Sal 42;1 e 2

Conhecendo nossa índole, e o perigo de que joguemos diamantes com fundas, se nos forem dados, O Senhor nos mantém em situações humildes, para que nelas preservemos as coisas que têm mais valor, as eternas.

Se, O Criador pode “ostentar” com verdade a posse dos metais valiosos, “Minha é a prata, meu é o ouro, disse O Senhor dos Exércitos.” Ag 2;8 De nós espera que busquemos, prioritariamente, coisas que valem ainda mais; “Aceitai Minha correção, e não a prata; o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8;10 e 11

Naqueles dias, Jeremias escrevia seus lamentos quando era tarde demais; seus avisos foram ignorados e o povo acabou cativo. Nós inda estamos em tempo de mudar de vida, caso recebamos com a devida seriedade as exortações Divinas, mediante os expositores da Sua Palavra. “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;20

Virá tempo em que a longanimidade Divina sairá de cena; então será tarde; “Porque clamei e recusastes; estendi Minha mão e não houve quem desse atenção... Então clamarão a Mim, mas não responderei; de madrugada Me buscarão, porém não acharão.” Prov 1;24 e 28

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55;8

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