sexta-feira, 26 de julho de 2024

Verdes pastos


“Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus.” I Ped 4;2

Nascermos de novo em Cristo, significa que, a vida espiritual perdida foi regenerada em nós que cremos. Entretanto, a natureza carnal inda pulsa, desejando as mesmas coisas que ansiava antes.

Tolher desejos adversos a Deus e Sua vontade, é o papel da obediência, a cruz que devemos tomar diuturnamente. Essas inclinações perversas não mudam; a carne segue sua rebeldia natural, embora, em espírito possamos agora, em Cristo, escolher novos rumos. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

A conversão implica levarmos a vontade Divina às últimas consequências; no caso de Cristo, foi a cruz. No nosso, devemos, como Ele, deixar nossas vontades naturais, de lado. Pois, mesmo vivendo ainda, para efeitos das más inclinações é como se tivéssemos morrido. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

“Morrer” Nele é indispensável, para que sejamos capacitados ao novo viver. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;4

Sabedor das más inclinações carnais, aos que creem Nele, O Senhor “turbina” para que possam agir de um modo diferente. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

O risco de cairmos, espreita, porque a natureza carnal inda palpita. Seria estúpido presumir que, porque recebemos vida espiritual, estaríamos vacinados contra todos os desejos impuros. A vida espiritual “apenas” colocou em nós um poder que a natureza não tinha, de escolher agir segundo Deus. Concorre O Bendito Espírito Santo, tentando nos persuadir às melhores escolhas.

Quando formos glorificados, estaremos livres desse aguilhão dos desejos carnais. “Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor.” I Cor 15;42 e 43

O arbítrio humano oscila entre as demandas naturais, perversas, e as diretrizes do Espírito. Escolhas numa ou noutra direção, terão consequências. “... Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.” Gl 5;16 Aconselhou Paulo. Pois, “O que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gl 6;8

Assim, o arbítrio humano não é tão livre como poderia insinuar a expressão, “livre arbítrio.” É livre no sentido que a escolha é estritamente dele; não foi delegada a terceiros. Porém, só há duas possibilidades de escolha, ambas, servis. Escolhemos segundo a carne do pecado, que age em consórcio com Satanás, e nos fazemos servos dele; ou, segundo o espírito, iluminado e capacitado pelo Espírito Santo, preservando a condição de servos de Deus.

Independente de nossas presunções, profissões de fé, escolhas ideológicas, filosóficas, a diretriz que obedecermos identificará a quem pertencemos. “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6;16

Quanto mais espiritual alguém for, tanto mais, tende a ser rejeitado, nos lugares acostumados à dieta carnívora. Os verdes pastos e as águas tranquilas não apetecem aos que não são ovelhas. Esses ambientes são redis de falsos profetas, pastores mercenários.

Muitos confundem movimento com direção Divina, e barulho, com unção. Se uma diligência passar pela pradaria, poeira subirá, gafanhotos, lagartos, cobras se moverão. Assim um “profeta” que dá uns gritos revela isso, aquilo, em ambientes incautos, faz grande movimento; que proveito traz?

Às vezes, a Voz Divina não está nesse espetaculoso espalhafato, como aprendeu Elias. “um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as penhas diante do Senhor; porém o Senhor não estava no vento; depois do vento um terremoto; também o Senhor não estava no terremoto; depois do terremoto um fogo; porém também o Senhor não estava no fogo; depois do fogo, uma voz mansa e delicada.” I Rs 19;11 e 12

Aquele que peleja contra as inclinações más que identifica na própria carne, e em Cristo as vence, é feito apto a ajudar outros sem carecer teatralidade. Por isso, Paulo desejou que exercessem autoridade espiritual, apenas os que se exercitassem na obediência, disciplina, primeiro; “Estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida, vossa obediência.” II Cor 10;6

Logo, o tempo que nos resta na carne, devemos viver sob o governo do Espírito.

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