segunda-feira, 22 de julho de 2024

Está escrito


“... apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um, contra outro.” I Cor 4;6

Poderíamos evocar coisas inerentes à Divindade “apenas”, como argumentos para não se ir além do que está escrito; inerrância, autoridade, soberania, sabedoria, perfeição... e seriam razões sobejas para nos mantermos no nosso “quadrado”. 

Entretanto, concorrem vícios humanos que também devem ser combatidos.

Se, excedendo às Escrituras, as pessoas se ensoberbecem em favor de uns, contra outros, temos soberba e parcialidade, desaconselhando também, essa temerária atitude.

A incapacidade humana para julgar retamente, campeia; certa vez Davi julgou a si mesmo e se condenou à morte, pensando que o réu era um estranho; quando o seu pecado foi apresentado pelo profeta Natã, de modo indireto, sem o rei perceber que se tratava dele mesmo. Nossa noção de justiça é boa contra os outros, não contra nós, pela parcialidade.

Daí, nossa total dependência da Palavra Divina, para aferição de todos os caminhos. É necessário aos Olhos da Divina justiça, que sejamos tratados, e tratemos com isonomia. Quem pretende equiparar às próprias inclinações, com A Palavra de Deus, incorre em soberba.

Assisti trechos de uma entrevista, onde um influencer homossexual defendia sua própria salvação, baseado no que sentia em seu coração. “Sei que, o que está escrito lá (na Bíblia) é verdade, mas, não leio, por respeito ao Senhor, por saber que não combina com a verdade da minha alma”. Disse. Defendeu que mesmo agido de modo contrário ao prescrito na Palavra, baseado naquilo que ele sente, estaria salvo.

Sempre que, deixamos A Palavra de lado, e colocamos nosso desejar, sentir, saber, em lugar dela, gostando ou não, estamos trocando-a pelo conselho do diabo. Sim, foi ele que disse ao primeiro casal, que, desobedecendo seriam como Deus, e poderiam decidir por eles mesmos, acerca do bem e do mal.

Ora, quando alguém peca, em pecados sexuais sobretudo, o faz porque recebeu forte estímulo do próprio coração, que desejou aquilo. Sendo o coração humano o aferidor, os pecados se “dissolvem”, submergem nas areias movediças do prazer, patrocinados pela “legitimação” dos desejos. Nesse caso, estaria certo o satanista que disse: “Faz o que tu queres, pois, é tudo da lei!”

Que é o “Negue a si mesmo”, senão, um freio nesses desejos que se opõem à vontade de Deus?

O não ir além do escrito é um limite muito importante; porém, não encerra o assunto; não devemos ficar aquém do que está escrito, como se as diretrizes de nossas vidas fossem coisas autônomas, a serem tomadas alheios ao Criador.

“Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23 Nos Salmos, temos: “Os Teus Estatutos têm sido meus cânticos na casa da minha peregrinação.” Sal 119;54

A obediência ao Senhor, Seus Estatutos, como um motivo de louvor, não como quem sofre castração de um “direito”, como parece aos que não amam ao Senhor.

No salmo primeiro temos uma bênção prometida ao que, evita os conselhos dos ímpios; o caminho dos pecadores, e a roda dos escarnecedores. Não por se sentir melhor que os tais, mas porque, “... tem seu prazer na lei do Senhor, na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;2

A Lei do Senhor. O coração humano e seus sentires, por bem intencionados que sejam, segue sendo um impostor, adversário de Deus, traidor do próprio hospedeiro. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, O Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; isto para dar a cada um segundo seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.” Jr 17;9 e 10

Não menos importante que, não excedermos ao escrito, nem omitirmos, concorre o “também está escrito”. Convivemos com os “cortes”, pequenas porções de uma mensagem, entrevista, para evidenciar algo. A Palavra permite “cortes,” desde que, o contexto seja respeitado.

Às vezes imediato, outras, remoto, sempre haverá um, dentro do qual A Palavra deve ser interpretada. O Canhoto “cortou” tentando O Senhor: “Se tu És o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Mandará Seus anjos, acerca de Ti, que Te guardem...” Luc 4;9 e 10 O Senhor respondeu: “Também está escrito: Não tentarás ao Senhor teu Deus.” V 12

Enfim: não irmos além do escrito; não ficarmos aquém, nem forçarmos o contexto, contra intenção do autor. Pois, “Toda Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

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