terça-feira, 9 de julho de 2024

Os muros


“... Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando Ele vier, nos anunciará tudo.” Jo 4;25

A vinda do Messias permeava os escritos judaicos. Na Lei, Salmos e profetas, havia vaticínios que anunciavam isso. Acima temos o dito de uma samaritana, esposando a mesma esperança, que o Ungido viesse e lhes ensinasse tudo.

Porém, nas próprias falas dela, encontramos um problema: “... Como, sendo Tu judeu, me pedes de beber, se sou mulher samaritana? (porque judeus não se comunicam com samaritanos).” V 9 Se, judeus e samaritanos não se falavam, como pretendia ela, que O Messias, um judeu, lhe ensinasse todas as coisas? Certamente, essa barreira de comunicação precisaria ser rompida; o estava sendo, naquele exato momento; quando ela aludiu à vinda do Messias, O Senhor respondeu: “... Eu Sou, Eu que falo contigo.” V 26

Muitas vezes, muros humanos se fazem obstáculos ao Divino propósito. Não que a difusão do Evangelho não encontre obstáculos legítimos, derivados de barreiras transculturais, limitações cognitivas, entraves da oposição; mas, quando existe boa vontade, honestidade intelectual, as dúvidas acabam dirimidas, a verdade prevalece.

Onde grassa a má vontade, preconceito, predisposição ao escárnio, ao ceticismo gratuito, nem a verdade jorrando qual torrente impetuosa, logrará amaciar corações endurecidos pela incredulidade.

Houve lugares onde Paulo pregou a verdade, que soou dúbia aos ouvintes; como eram honestos, foram às fontes desfazer suas dúvidas. “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a Palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.” Atos 17;11 Invés de crer “no escuro”, acenderam as luzes.

Lucas cotejou a reação dos bereanos, com a dos tessalonicenses; eles conferiam a mensagem de Paulo para ver se era fundamentada nas Escrituras. Os de Tessalônica, muitos deles, movidos de inveja perseguiram Paulo, invés de ouvi-lo.

Em duas cidades macedônias, reações bem diferentes. Numa, Paulo recebido com honestidade e respeito; noutra, com inveja e perseguição. Em Atenas, entre os filósofos, no Areópago, uns creram, outros duvidaram, mas, tudo no campo das ideias, sem nenhuma violência. É assim que deve ser; foi ordenado que O Evangelho seja anunciado a todos, em todos os lugares. Como cada um vai reagir, depende do tal.

Os samaritanos daqueles dias tinham uma barreira de modo a nem se comunicarem com judeus; em geral, todos os homens têm uma reação adversa à Palavra de Deus, porque ela costuma expor, coisas que eles prefeririam manter ocultas.

Desde a queda, o homem morreu espiritualmente, tendo a alma em consórcio com os desejos sensoriais, assumido o comando; essa “dupla” em suas inclinações naturais é chamada de “carne”; traz uma propensão ao erro, dado o estado de rebeldia contra Deus, no qual caiu desde que escolheu obedecer à oposição; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7 Prefere o risco de se perder, a renunciar suas más inclinações para salvação.

O Salvador ensinou: “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Assim, todos os pecadores, de certa forma estão como a mulher samaritana aquela; no fundo, tinha esperança de salvação; embora, soubesse que essa viria de onde ela nem queria ouvir. Esses, sabem que estão errados, e que a mensagem evangélica é séria; no entanto, fazem barulho sempre que um de nós escandaliza, como que, justificando-se; talvez, pela incapacidade de fazer silêncio quando outro expõe com argumentos sólidos, às Divinas razões.

Sabedor dessa inimizade natural, do homem com Deus, O Salvador se fez mediador da reconciliação, para aqueles que a desejarem; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Não importa se você nos detesta, prefere que fiquemos distantes, que não lhe dirijamos a palavra; a mensagem de reconciliação mediante Cristo, foi posta em nós, os que já fomos reconciliados mediante Ele.

Se, há muitos farsantes usando à Palavra para interesses rasos, e infelizmente há, quem fizer como os bereanos, e cotejar os ensinos com as Escrituras, terá seu entendimento aberto; como a mulher de Samaria, além de ser salva passando sobre preconceitos bestas, ainda conduziu muitos ao Salvador.

Não careceu O Senhor, promover milagres, demonstrações de poder; bastou a Água da Vida, Sua Palavra; “... muitos mais creram Nele, por causa da Sua Palavra. E diziam à mulher: Já não é pelo teu dito que cremos; porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que Este É verdadeiramente O Cristo, O Salvador do mundo.” Vs 41 e 42

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