domingo, 7 de julho de 2024

Os profanos


“... Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza Divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.” II Ped 1;4

Caçadores de palavras pegam expressões como essa, onde Pedro diz que fomos feitos participantes da natureza Divina, para assegurar que somos deuses, nossas palavras têm poder, e blá, blá, blá.

O apóstolo alistou uma relação de virtudes que devemos desenvolver, para que não fiquemos ociosos, nem estéreis no conhecimento de Jesus Cristo. “Fé, virtude, ciência, temperança, paciência, piedade, amor fraternal, caridade.”

Nossa participação refere-se à regeneração do caráter que foi degenerado pela queda; nos atributos comunicáveis, amor, justiça, santidade, verdade, mansidão, longanimidade, etc. sejamos capacitados a imitar O Criador; uma vez que, tendo nascido de novo, da (Água) Palavra, e do Espírito, (Santo) fomos convidados a escapar da corrupção.

A esfera de poder, na qual fomos inseridos, refere-se à capacitação de agir como filhos de Deus, doravante; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Se, pretendermos exercitar nossa condição de “deuses” fazendo acontecer o que desejamos, exercitando-nos em “palavras de poder”, deixaremos patente que ainda somos reféns da corrupção, da qual deveríamos ter escapado, se tivéssemos levado a sério, Cristo.

A regeneração enseja comunhão em santidade e temor, não nos faz micro deuses, autônomos, desejando às mesmas coisas egoístas de antes.

Passa pela cruz, onde as vontades carnais devem ser mortificadas. Sem isso, nossa suposta conversão é falaciosa, um derivado doentio do engano maligno. Paulo ensina: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Se, algo deve “morrer” para que o novo homem segundo Cristo viva, como chegaríamos ante Ele com isso inda vivo?

O homem foi criado à Imagem e Semelhança de Deus; ou seja: “Participante da Natureza Divina”; pela queda, um abismo foi posto entre ele, e O Criador. Na esfera inferior para onde caímos, as coisas Divinas soam “sobrenaturais”, dado que, a carne com sua corrupção nos aprisionou no sensorial.

Pela fé nos é dado “acesso” ao sobrenatural, condicionando-nos a crermos conforme a Divina vontade; não, facultando que façamos acontecer as coisas à nossa doentia maneira. Devemos, antes, romper com o sistema corrupto, para conhecer O Divino querer, mediante a Palavra, para que, nossa participação no sobrenatural seja possível. “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Não há espaço para desejos autônomos, egoístas após a queda. Nossa participação na “Natureza Divina”, enseja que participemos, sobretudo, da Vontade do Eterno. A Ele compete a direção dos nossos caminhos, se pertencemos a Ele; “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

Como o pródigo arrependido, que voltou humilhado aceitando a condição de servo, malgrado, fosse filho, assim deve ser nossa postura ante O Pai. Se, Ele deseja nos dar vestes novas e festejar nosso retorno, tem a ver como que Ele É; Deus É Amor. Nada a ver com nossos “méritos.” Afinal, somos corruptos e dissolutos como foi aquele.

Nossa participação deve ser em santificação, abandono dos maus hábitos, deixando as coisas atinentes ao poder e ao querer, com nosso Pai, que sabe o que é melhor para nós. Nossa alimentação no âmbito sobrenatural deve ser conforme a “receita” da Palavra Dele; não, segundo os mundanos padrões, afinal, “... Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus.” Mat 4;4

Os atrevidos moderninhos que se atrevem a propor uma mudança no “cardápio”, deixam patente que ainda vivem na rasa esfera corrupta, numa pretensa fusão dimensional impossível; anseiam o sobrenatural no prisma do poder, vivendo o raso na arena do querer. Invés desses pródigos se arrependerem e voltarem humilhados à casa do Pai, pretendem que o "Velho” se associe a eles, no meretrício.

Sua religiosidade profana os faz pecadores, mais que seriam sem ela. “O filho honra o pai, o servo ao seu senhor; se Sou Pai, onde está a Minha honra? Se Eu Sou Senhor, onde está o Meu temor? diz O Senhor dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o Meu Nome...” Ml 1;6

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