domingo, 14 de julho de 2024

Podemos perder a salvação?


“Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram;” Jd v 5

Muito se discute se é possível alguém perder a salvação, ou não. Para alguns círculos, “uma vez salvo, sempre salvo.”

No contexto imediato, Judas deixa ver que alguns estavam convertendo em dissolução a Graça de Deus; não os salvos, necessariamente; mas, gente que se infiltrara entre eles. “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a Graça de Deus, negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” V 4

Mesmo que esses dissolutos fossem meros infiltrados para esse fim, se, quem estava salvo o estava para sempre, livre de riscos, por que a instante advertência do apóstolo, que, disse que pretendia escrever sobre amenidades, porém, foi constrangido a esse aviso urgente?

Muitas exortações bíblicas perderiam o sentido, se, os salvos não corressem risco; como, “quem perseverar até o fim, será salvo;” “aquele que pensa estar em pé, veja, não caia;” “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida;” etc.

Àqueles que creram para a salvação, foi prescrito o ensino para edificação, tendo como fim, não serem tirados do caminho estreito, por doutrinas espúrias. Devemos crescer “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homens perfeitos, à medida da Estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;13 e 14

Cuidados que perderiam sentido, se a “Pérola de Grande Valor” não pudesse ser furtada de forma nenhuma.

Pedro aludiu a uns que, tendo andado nas veredas justas, recebido do Salvador virtudes espirituais, depois caíram, se fazendo piores que antes de conhecê-lo. “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se o último estado pior que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado;” II Ped 2;20 e 21

Esse “se, forem...” no subjuntivo, trataria de hipóteses, não da realidade, defendem alguns. Porém, no contexto Pedro apresenta-os como atuantes, fazedores daquilo que deplora. “... tais homens têm prazer nos deleites quotidianos; nódoas são eles, máculas, deleitando-se em seus enganos, quando se banqueteiam convosco; tendo os olhos cheios de adultério, não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição;” vs 13 e 14

Consideremos ainda, uma expressão na Epístola aos Hebreus, que alguns, até desviam dela, por medo das suas implicações. Sobre os que tendo vivido no lodo e sido guindados à Rocha, sentiram saudade da lama e voltaram a ela.

A Palavra deixa ver que O Espírito Santo os renovar para arrependimento está fora de cogitação. “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, O expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Se, a consequência do agir leviano, significa crucificar de novo a Cristo, temos aqui um indício do que seja, “converter em dissolução a Graça Divina”. Tratar às coisas preciosas como vulgares. Pedro faz distinção entre uma e outras; “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o Precioso Sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado, incontaminado.” I Ped 1;18 e 19

Para um dissoluto notório, apresentado na Palavra, o filho pródigo, houve uma segunda oportunidade, para volver à casa do pai. Foram as dores, privações, que lograram colocar nele uma gotícula de bom siso. Quiçá, alguém que tenha caído, após sentir as consequências nefastas da queda, inda possa, sob o patrocínio da dor, não de um renovo espiritual, voltar humilhado, e ser recebido com festa, como foi aquele.

Afinal, O Divino amor cobre falhas que o brio humano não conseguiria. “... Tu te prostituíste com muitos amantes; mas ainda assim, torna para Mim, diz O Senhor.” Jr 3;1

Graça não é algo pétreo, imutável. Devemos ter, quanto a ela, um contraponto digno em obediência e santificação. Atinente a isso, Paulo escreveu a Timóteo: “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.” II Tim 2;1

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