domingo, 6 de abril de 2025

A camuflagem do ódio


“Porque O Senhor repreende aquele a quem ama, assim como um pai ao filho, a quem quer bem.” Prov 3;12

Ter a repreensão como se fosse a negação do Seu amor, como tantos mensageiros da graça barata fazem parecer, é o mais danoso artifício do “anjo de luz”. Nada poderia ser mais diabolicamente engendrado, para vestir à rebelião em trajes “lógicos”, travestir indiferença de engajamento, projetar sobre outrem, as enfermidades próprias.

Pois, a equação indevida do amor com permissividade, com frouxidão moral, insinuando que, porque O Eterno ama todos aceita tudo, tem feito grande estrago, onde viçam falsos ministros que prezam por números, mais que, por vidas, comodidade, mais que, verdade.

Ao menor sinal de disciplina, nos ensinos fiéis à Doutrina do Senhor, presto arregaçam suas mangas e partem ao ataque. “Religiosidade, legalismo, mensagem tóxica, discurso de ódio;” chavões assim, são as armas no arsenal desses inconsequentes, que, imaginam que as humanas inclinações estariam em pé de igualdade com A Palavra.

A Mensagem Divina entregue é categórica: “Já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho Meu, não desprezes a correção do Senhor, não desmaies quando por Ele fores repreendido; porque O Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho; se suportais a correção Deus vos trata com filhos, porque, que filho há, a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Heb 12;5 a 8

A disciplina do Senhor é derivada do Seu Amor, não a negação do mesmo. Por isso, o canhoto viu como necessária a ressignificação da palavra “amor”; plantou essa semente entre os mentecaptos que, fingem acreditar em coisas das quais, suas próprias consciências duvidam.

Um parêntesis: Outro dia ouvi um “teólogo” defendendo o dito “pré-tribulacionismo”, doutrina que acredita no livramento da Igreja antes da “Grande tribulação” expor seu argumento baseado no seguinte texto: “Ao anjo da Igreja que está em Filadélfia escreve:... como guardaste A Palavra da Minha Paciência, também te guardarei, na hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.” Apoc 3;7 e 10 Guardar da tentação seria arrebatar daqui, segundo esposou.

Cada um pode crer no pré, ou pós, como melhor lhe parecer; mas esse texto não serve como argumento. O que quer que signifique “Filadélfia;” uma igreja local então, existente na Ásia; ou, o símbolo de um período global de toda a Igreja na terra, essa foi a melhor das sete igrejas apresentadas no Apocalipse, pelas suas virtudes. E nós somos a pior. Escândalos de toda espécie, mercenários, coachs, hereges, igrejas LGBTs, etc.

Mas, voltando, o que isso tem com nossa abordagem acerca da necessidade de disciplina? A qualidade mais notável da melhor igreja de todos os tempos, foi ter guardado fielmente, em posse de “pouca força” à Palavra do Senhor.

Aqueles que a flexibilizam, porque seria muito “antiquada”, agem como se fossem guiados pela Xuxa, o Filipe Neto, invés do Espírito Santo.

As melhorias tecnológicas, dada a celeridade da ciência nos tempos modernos, deveriam incidir sobre os meios apenas, não, sobre os fins. Por ser, O Senhor, Eterno e Perfeito, duas presunções são necessárias: Uma; Ele não sofre a ação do tempo; duas; não comete erros de modo que Sua Palavra careça ser rasurada, emendada, ante novas descobertas.

Se estamos longe dos textos originais, não significa que evoluímos, antes, que apostatamos, que nos afastamos da Fonte Pura.

O trágico desse afastamento é que, invés de, “aconselhado” pela sede, o errante retornar à fonte, geralmente tenta suprir o lapso com um simulacro de qualidade muito inferior; “Espantai-vos disto ó Céus, horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz O Senhor: Porque o Meu povo fez duas maldades; a Mim deixaram, Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas que não retêm as águas.” Jr 2;12 e 13

O pior é que, tendo “sobrevivido” com beberagens sujas, acostumado a beber dos cactos, é que firmam pé no erro é não querem se arrepender; desde dias idos foi desse jeito; “Assim diz O Senhor: pode-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6;16

Sabemos que o “caminho estreito” é muito “demodê”, a uma geração que anseia por entretenimento, mais que, por salvação. O carnavalesco mor que cobre velharias com toda sorte de artifícios acaba recebendo mais atenção que O Senhor.

Enquanto O Pai ensina a sobriedade que Seu Amor requer, o usurpador aceita tudo, de todas as formas; o jeito astuto do seu intento assassino, no qual, precisa camuflar seu ódio.

sábado, 5 de abril de 2025

Servos de Mamom


“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro; não podeis servir a Deus e a Mamom.” Mat 6;24

Mamom é uma palavra aramaica que significa dinheiro, ou riqueza. Assim, a advertência para que não tenhamos o dinheiro como um ídolo ao qual servimos, invés dum meio do qual nos servimos, oportunamente.

Os demasiado apegados a ele, lutam com unhas e dentes contra a doutrina do dízimo, por exemplo. Fazem isso com os argumentos mais estapafúrdios, tipo: “Deus não precisa de dinheiro; Deus não está vendendo bênçãos; o dízimo era da lei, do Antigo Testamento, já está superado.”

Que O Criador não precisa dinheiro é pacífico; Ele diz: “Se Eu tivesse fome não te diria, pois Meu é o mundo e toda sua plenitude.” Sal 50;12

A oportunidade de sermos partícipes na provisão dos meios para a Obra Dele, é uma forma tangível pela qual podemos deixar patente nosso amor pelo Eterno e pelo semelhante, que será beneficiado pela nossa dádiva.

Que O Santo não está vendendo bênçãos, também não é necessário discutir; A Palavra diz: “Honra ao Senhor com os teus bens, com a primeira parte de todos os teus ganhos.” Prov 3;9

Como vimos, não é uma questão carência de meios, por parte Daquele que a tudo criou; como é Ele que nos dá o trabalho e a saúde para desempenhá-lo, reconhecer isso de um modo prático devolvendo um décimo, é um modo de honrarmos a quem nos abençoou.

Ele abençoa aos que são fiéis, não porque mercadeja bênçãos, o que não precisa; antes, porque recompensa à honra, que aprecia. “... aos que me honram, honrarei; porém, os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Por fim a ideia que o dízimo seja um derivado da Lei, é falaciosa, desculpa esfarrapada. A Lei foi dada mediante Moisés, e nada fala acerca de dízimos, nos dez mandamentos; isso era uma prática mais antiga; Abraão nos seus dias o fez; “Aquele cuja genealogia não foi contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas.” Heb 7;6

A prática foi regulamentada por Moisés, para provisão do sustento à tribo dos levitas, a “igreja” da época. 

O fato de que O Salvador cumpriu a Lei em nosso lugar e nos redimiu do poder dela que matava, não significa que os princípios dela tenham deixado de valer, na Nova Aliança. Ainda devemos amar a Deus sobre tudo; honrar pai e mãe; não matar, furtar, cobiçar, dar testemunho falso; tudo isso abarca o resumo do Salvador, que condensou os dez mandamentos em dois; amar a Deus sobre tudo, e ao próximo como a nós mesmos.

O que mudou é que o Sacrifício Eterno do Senhor, eliminou a necessidade de se oferecer animais; e estamos livres do sábado um sinal que fora dado aos judeus.

Usar o fato de que há muita gente malversando os bens da igreja, como argumento para ser infiel, seria como, ter como referência os muitos que põem suas vidas a perder, no crime, nas drogas, como “patrocinadores” do aborto, por exemplo. Embora tenham alguma semelhança, são coisas bem distintas.

Sabemos que há muitos mercadores de bênçãos, e outros que condicionam a salvação ao pagamento dos dízimos; mas, os erros desses não fazem acertadas as reservas dos que cultuam a Mamom.
Igrejas sérias prestam contas das finanças com transparência; as que assim não fazem, são do time de Judas que trocam ao Senhor por moedas. Evitemos às tais.

Aquele que ama ao dinheiro sempre arranjará um “argumento” para a sua infidelidade; não poucos desses, deram muito mais do que o dízimo, ante mercenários, quando, esses prometeram que Deus multiplicaria cem vezes, se eles assim o fizessem.

Portanto, não é questão de falta de fundamentação bíblica, pois, a simonia também não tem; mas, de uma vontade corrupta, refém desse amor doentio. “Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda espécie de males, e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e transpassaram a si mesmos, com muitas dores.” I Tim 6;10

O homem íntegro não distorce à Palavra para que ela “diga” o que ele deseja ouvir; antes, submete sua vida à doutrina, para que essa seja regenerada da maneira que O Eterno quer.

Sempre haverá um “Mestre” com ensinos ao gosto do freguês; a internet os tem para todos os paladares; todavia, se alguém devaneia que a necessária marcha pelo caminho estreito seja um passeio gostoso, está rumando à perdição, endeusando aos próprios desejos, alienado de Deus.

“Há um caminho que ao homem parece direito; mas no fim, são os caminhos da morte.” Prov 14;12

sexta-feira, 4 de abril de 2025

O "pastor" peladão


“Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando Seu vitupério.” Heb 13;13

Reprovação, censura, desprezo; vitupério significa, vergonha. Motivo para se envergonhar. Pois, na nossa concessão de sofrermos por Cristo, o vitupério está no pacote. Primeiro, Ele foi envergonhado, escarnecido e injustiçado publicamente, como se fosse desprezível malfeitor.

Paulo em seus dias pontuou: “Quem enfraquece que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me abrase? II Cor 11;29

Qualquer escândalo que aconteça no meio cristão, enseja uma porção de vergonha a quem tem em si O Espírito de Cristo.

Tornou-se conhecido nacionalmente o escândalo envolvendo o “Pastor” Riter Marques de Belém do Pará, do qual “vazaram” vídeos obscenos e pérfidos. 

Invés de se prostrar humilhado, como fez Davi, quando seu pecado veio à tona, o referido líder, que preside a convenção regional de ministros, convocou uma reunião secreta, apresentou “atenuantes” fajutas; ao que parece nada acontecerá; tudo seguirá como antes, sem punição nenhuma.

Coloquei a palavra pastor entre aspas, por uma razão que me parece eloquente: O sujeito está pastor, mas não é. O que pretendo com isso? Dizer que um pastor não peca? Não. Não é essa a ideia. Um pastor é um ser humano como outro qualquer, sujeito aos mesmos tropeços. Porém, os “ossos” do seu ofício demandam uma postura diferente. Pode ter lapsos de conduta, não, de caráter.

Qual a diferença? Por ex.: suponhamos que, por um descuido pontual eu conte uma mentira, mesmo sendo contra a prática. Isso foi um lapso de conduta; eu me conduzi de modo oposto ao que acredito. Agora, que eu viva de contínuo numa mentira; aí a falha é de caráter. Um assim não pode ser diácono, muito menos, pastor.

O espiritual também pode falhar; mas quando isso acontece, invés de seguir manipulando em defesa do cargo, o sujeito se entristece, se envergonha e busca perdão, pela manutenção da salvação, seu bem mais precioso.

Infelizmente vivemos um tempo onde o mosaico parece ter apenas duas cores; ou o sujeito cancela, ou passa pano. Isso em função de alguma identificação religiosa ou ideológica. Nada poderia ser mais pernicioso no âmbito da reta justiça, que nos convém.

Por esse prisma, os que zombam dos cristãos e acondicionam todos na mesma prateleira, riem à farta. Alguns, com zelo sem entendimento defendem ao peladão, como se, ele fosse um dos nossos.

Sabemos que, nesses tempos de IA, bem se pode fazer montagens danosas com o intento de prejudicar alguém. Porém, quando um inocente é acusado, em casos assim, se apressa em pedir perícia das “provas”, não a arranjar desculpas fajutas e chantagear em defesa do cargo.

Minha distância em relação o “pegador” em apreço é ambígua; estou perto o bastante para me envergonhar por causa dele; distante o suficiente para não precisar tomar nenhuma medida objetiva. 

Perdoar quando há arrependimento e confissão isso é mandamento; um mandado libertador. Agora, deixar o dito por não dito e o feito por não feito, quando as evidências da safadeza são gritantes, como são nesse caso, aí é cumplicidade.

Se eu fosse ovelha desse cretino, deixaria de ser, ao menos, por duas razões: pela recusa de me deixar conduzir liderado por alguém desse cacife; e, porque ministros que desonram O Nome do Senhor, são canais de maldição, não, de bênçãos. “Se não ouvirdes e não propuserdes em vosso coração, dar honra ao Meu Nome, diz O Senhor dos exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isto o coração.” Ml 2;2

Se diz nos escritos latinos antigos que “À mulher de César não bastava ser honesta; ela precisava parecer honesta”. Pois, o que dizer de um pastor, cujo nome sobre ele é o de Jesus Cristo, não, o de César? 

Ninguém está livre de calúnias, reitero; mas, quando for o caso, a própria reação da vítima demonstrará.

Sobre a incidência de escândalos O Salvador ensinou: “Ai do mundo, por causa dos escândalos! Porque é inevitável que venham escândalos; mas, ai daquele, pelo qual o escândalo vem!” Mat 18;7

“Cuidado, tu que denuncias; podes cair também!” Eu sei. Se isso acontecer, que Deus me guarde, eu perderei a autoridade moral para agir assim. A correção só pode vir de quem corrige primeiro a si mesmo; “Estando prontos para vingar toda desobediência, uma vez cumprida a vossa obediência.” II Cor 10;6

Afinal, no mesmo texto que preceitua que sejamos cuidadosos com os pastores, a eles demanda que sejam exemplares; “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a Palavra de Deus; a fé dos quais, imitai, atentando para a sua maneira de viver.” Heb 13;7 Os que vivem à ímpia maneira, são lobos disfarçados.

A necessidade da cruz


“Como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse ao que tinha o império da morte, isto é, o diabo.” Heb 2;14

Já fui inquirido: “Por que Jesus precisou encarnar e morrer; não poderia Deus, simplesmente, perdoar aos pecadores?” Não! não poderia. Não se trata da minha falível opinião; antes, da Palavra de Deus. “Se formos infiéis Ele permanece fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

'Mas perdoar aos pecadores arrependidos não o negaria; antes afirmaria Seu Amor'. É. Porém, O Altíssimo preza algumas coisas além do amor. “... Justiça e juízo são a base do Seu Trono.” Sal 97;2

Se, o Amor de Deus se manifestasse de modo a tolher esses valores, justiça e juízo, O Santo estaria negando a Si mesmo. Agindo com parcialidade, deixando sentimentos tolherem Sua Divina e Santíssima Essência. Ele não pode negar a Si mesmo, pelos limites que Sua Própria Santidade estabelece. Não deve satisfações a ninguém.

Na entrega de Cristo havia mais coisas envolvidas que apenas amor; “A misericórdia e a Verdade se encontraram, a Justiça e a Paz se beijaram; a Verdade brotará da Terra, e a Justiça olhará desde os Céus.” Sal 85;10 e 11
Embora o inefável amor pelas almas estivesse atuante, O Senhor o fez sem sacrificar Seu amor por esses valores também.

Vigoraram essas razões, do Divino Ser que estabeleceu o juízo, “vida por vida”; a vida que Adão perdera na queda diante do inimigo era perfeita, eterna; o resgate deveria ser pago por alguém semelhante; de carne e sangue e sem pecados, segundo o preço da própria Justiça Divina. “Convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos...” Heb 2;17

Mesmo os mais justos dos homens que viveram, não estavam qualificados para nossa redenção; Moisés, Jó, Samuel, Noé, Daniel... nenhum. Todos os que nasceram após o degredo do Paraíso, nasceram em pecado e a ele inclinados. Foram homens admiráveis; porque, apesar disso, no temor ao Senhor lograram grandes feitos e deixaram edificantes exemplos; mas eram, como nós, pecadores.

Para efeito do resgate da vida perfeita que Adão perdera, “... nos convinha tal, Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime do que os Céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes oferecer a cada dia sacrifícios, primeiramente pelos próprios pecados, depois, pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo a Si mesmo.” Heb 7;26 e 27

Como O Criador entregara o governo da Terra ao homem, “... multiplicai-vos, enchei a Terra, sujeitai-a;” Gn 1;28 se tomasse de volta para si, simplesmente, o canhoto O acusaria de ser injusto; de ter revogado um dom; A Palavra ensina: “Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento.” Rom 11;29

Desse modo, como o homem perdera o domínio para o inimigo, “... sois servos de quem obedeceis...” Rom 6;16, apenas um filho do homem, poderia redimir ao ser humano. Isso explica porque, O Salvador se fez como um de nós.

Por isso, chamava a Si mesmo de “Filho do Homem”; um fato novo para quem É Deus; o que Ele queria fixar, pontuando a Justiça Divina em curso, no Seu Ministério.

Quando disse depois de ressurreto: “É Me dado todo o poder, nos Céus e na Terra”, aludia a isso, ao domínio perdido na Terra que fora resgatado por Ele; assim, o direito de colocar a casa em ordem por aqui, foi uma conquista Dele; “... O Pai, a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo” Jo 5;22 “E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque É O Filho do Homem.”

Desse modo, se tão alto preço foi pago, porque o Excelso Amor Divino, por nós, não sacrifica à justiça, a qual, também ama, como existem pregadores modernos pretendendo embarcar pecadores no vagão do amor, sem antes passar pelo guichê da justiça?

Essa ênfase exagerada na graça, dos que acusam aos mais sóbrios de “religiosos, legalistas, tóxicos” etc. tentando parecer que a igreja é um ambiente de entretenimento, invés de um hospital de campanha em pleno combate, é falsa, doentia.

Nossa justiça é como um trapo imundo, por isso carecemos da de Cristo, em nosso favor. Ele condiciona a remissão, a uma rendição incondicional; “negue a si mesmo, tome sua cruz e Me siga.” Até onde? Paulo pergunta: “Não sabeis que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, o fomos na Sua morte?” Rom 6;3

Depois, explana o que isso significa: “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo, na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela Glória do Pai, assim, andemos em novidade de vida.” Rom 6;4

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Céu e Inferno


“Para o tolo, cometer desordens é divertimento; para o homem entendido, é o ter sabedoria.” Prov 10;23

Deparei com uma postagem onde um ancião inquiria: “O que é o céu, senão, um suborno? O que é o inferno, senão, uma ameaça?”

Com nosso estado de vigília desatento, num primeiro instante achamos engraçado; eu achei. No próximo, os ares da jocosidade foram turbados pelas nuvens da dúvida; será?

Mas, num terceiro momento, o neurônio guardião da verdade se levantou, sacudindo a poeira, com sangue nos olhos; peraí!! O sujeito tá pensando que Deus é o Alexandre de Morais? Que aquele pense que é Deus, vá lá; não são só cabelos que faltam naquela cachola.

Como vimos no provérbio que inicia esse texto, pessoas diferentes se divertem de modos diferentes; uns, praticando desordens, outros, buscando sabedoria.

Como óculos de lentes coloridas emprestam suas cores a tudo o que olhamos através delas, assim as pessoas, avaliam o que veem, ou ouvem, pelas lentes dos valores que lhe são caros.

Assim, para um cético sem honestidade intelectual para se debruçar sobre, e aprender os motivos Divinos, um reducionismo barato como visto na sentença em análise “resolve” tudo.

Um satanista talvez dissesse que o Céu é uma mentira e o inferno, uma covardia; um filósofo, que o Céu é um ideal, e o inferno a escuridão da ignorância.

Enfim, cada um, segundo os valores albergados na própria alma, faria sua leitura, sem alterar um milímetro os fatos. Aqueles lugares são o que são, a despeito de como são apreciados.

Aos meus olhos, dois “terminais de justiça”, dois lugares de recompensa, segundo as escolhas de cada um. Não que os regenerados sejam justos; mas, pela fé em Cristo são justificados, e dali em diante, feitos herdeiros com Ele. Sua fé obediente no “Senhor Justiça Nossa” é a “justiça” possível aos salvos.

Mas por que não são um suborno e uma ameaça, segundo o dito do cético, citado? Porque o céu chama a si aos de boa índole, que se arrependem e mudam segundo Deus. E os que têm uma inclinação assim, não aceitariam suborno; aprendem a amar a Deus e à justiça, não mais vivem segundo o lamaçal moral, de onde são egressos.

Tanto quem suborna, quanto, quem é subornado, ambos são maus. Nenhum deles terá assento nos Céus. Os Céus são um convite do amor, cuja aceitação requer a devida correspondência. “Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder sua vida por amor de Mim, achá-la-á” Mat 16;25

O inferno, mais que uma ameaça, é uma realidade para o diabo e os seus anjos; os seres humanos são ensinados sobre como evitar os caminhos que levam para lá. A “porta estreita; andar na luz, negue a si mesmo”, a cruz. “Para o entendido, o caminho da vida leva para cima, para que se desvie do inferno que está embaixo.” Prov 15;24

O Senhor não precisa ameaçar com o inferno, às pessoas que, potencialmente já estão lá; apenas labora para ensiná-las e convencê-las disso; os muitos que estão sem Cristo, infelizmente, estão na “sala de espera” aguardando que suas senhas sejam chamadas; diuturnamente, milhares o são. Por isso, a urgência do Evangelho.

O Salvador não chama a Si, pessoas que estejam num lugar neutro; antes, deixa claro que fala com mortos espirituais, aos quais desafia que o ouçam, para receber vida, saindo assim, do inferno onde estão. “Na verdade, na verdade vos digo que, quem ouve A Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

O Eterno, mesmo nos amando muito, não pode fazer vistas grossas para o pecado; por isso foi necessária a cruz; quanto ao Seu desejo, O Senhor é categórico; “Vivo Eu, diz O Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva; convertei-vos, convertei-vos, dos vossos maus caminhos!! Por que razão morreríeis?” Ez 33;11

Um apelo assim, se parece com uma tentativa de suborno, ou com uma declaração de amor? Como também acontece com o sentimento humano, o Amor de Deus tenta atrair a si aos que ama, esperando ser correspondido; os que escolhem o caminho da perdição, o fazem, contrariando a Divina vontade.

Enfim, o inferno é uma consequência inevitável, para os que, obstinados no pecado, rejeitam o convite do amoroso Salvador; A Palavra Divina deixa uma pergunta aos que possam supor andar por algum caminho alternativo: “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois, confirmada pelos que a ouviram?” Heb 2;3

Ser feliz sozinho (?)


“A melhor maneira de ser feliz com alguém, é aprender a ser feliz sozinho; daí, a companhia será questão de escolha, não, de necessidade.” Jô Soares

Muito passei por essa frase sem dar muita importância, vendo-a por alto. Parecia inteligente, com um quê de lógica. Mas, pensando melhor, talvez a coisa não seja bem assim. Por baixo da maciez lógica, como na pata de um gatinho ronronando, estão as unhas retráteis do orgulho.

Que a solidão não é, em si, tão ruim, de acordo. Quantos livros, poemas, tratados espirituais, esculturas, músicas, upgrades intelectuais, são filhos da solidão! Ela, experienciada, por uma alma com índole artística, filosófica, espiritual, pode ser coautora de muitas coisas boas. Quiçá, o lapso da felicidade requeira a distração do labor! Pois, se o fim é ser feliz, aí já não sei se podemos contar com a parceria dessa sisuda senhora. Geralmente a felicidade é fruto que carece de dois baraços entrelaçados para viçar.

Inegável que alguém pode se sentir realizado, recompensado por conquistas hauridas em tempos de isolamento. Mas, a felicidade, a possível, imagino que esteja um pouco além da realização pontual, por alguma vitória.

Acredito que a carência mútua de dois que se ajuntam mercê de sentimentos, é benéfica, não, deletéria. Invés de lermos a necessidade com uma fraqueza, no prisma da complementaridade sentimental, acaba sendo um estímulo. Acaso alguém buscaria por algo que acreditasse não necessitar?

Os que tiveram decepções nessa área, e se colocam refratários, desfazendo, afirmando não querer nunca mais, chutando o pau da barraca, evidenciam uma ferida aberta; o vulcão da decepção ainda ativo, não, uma desnecessidade.

Talvez o “ser feliz sozinho” no fundo, seja uma máscara, usada por quem se recusa às concessões necessárias num relacionamento a dois. Parece, a ideia, um subproduto do feminismo, com seu “igualitarismo” doentio, tentando usurpar ao complementarismo, inevitável, dado o projeto original, que foi figurado poeticamente nas “metades da laranja”.

Assim, um “posso manter a marra, preservar a autonomia” precisa ser relido como “sou feliz assim”, mesmo que o refratário ao amor conjugal como necessário, esteja mentindo a si mesmo e ao mundo. Como um tecido colorido e chamativo, que, do avesso é tosco, sem cor, assim, almas que fazem marketing da suposta independência, como camuflagem da latente carência. Vistas pelo lado interno, não são o que parecem.

Afinal, Aquele que nos criou, sentenciou: “Não é bom que o homem esteja só; farei uma auxiliar idônea para ele.” Gen 2;18

Não poucas vezes, o relacionamento do Senhor com aqueles que Ele ama foi figurado como um casamento; a Igreja é chamada de “A esposa do Cordeiro” Apoc 19;7 e 21;9 Afinal, “O que se ajunta com O Senhor é um mesmo Espírito.” I Cor 6;17

Talvez, o que nos leva a ver certa “lógica” na frase aquela, é um rasgo egoísta, individualista, utilitarista de quem pretenderia uma fusão de corpos, sem permitir que o processo “contagie” às almas. Poderia alguém ser feliz com reservas assim? Ora esse tipo de “felicidade” muitas “profissionais” vendem. A ciência atual já consegue fabricar “esposas” tecnológicas para satisfação dos egoístas abastados, que preferem dar dinheiro, onde careceriam dar atenção, ouvidos, empatia, enfim, dar um pouco de alma. ‘Existem coisas que o dinheiro não compra’; onde será que ouvi isso?

No prisma do Criador, os dois devem ser fundidos; quando diz que serão os dois “uma só carne”, usa uma forma simplista de descrição; não pretende, com isso, separar coisas que estão amalgamadas, corpo e alma; carne e sentimentos.

Quanto à pureza que devemos preservar, nossas três partes são chamadas; “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; todo vosso espírito, alma e corpo, sejam conservados plenamente irrepreensíveis para a vinda do Nosso Senhor, Jesus Cristo.” I Tess 5;23

Enfim, o homem que não necessita de ninguém para ser feliz, já perdeu a si mesmo; na recusa em admitir as fraquezas inerentes à condição humana; sendo a felicidade uma via de mão dupla, que requer dar, para receber e tendo esse, apenas dinheiro, (esse luxo é de ricos, pobres precisam até de pão) não mais, alma, existe como mero reflexo, qual um holograma, cujos comandos programados se ocupam em disfarçar seu medo de viver.

Na verdade, embora todos gostemos, ser feliz nem é o objetivo sobre a terra; ganhamos um limite de tempo e espaço, “Pra que busquemos ao Senhor, se porventura, tateando o pudermos achar, ainda que, não está longe de cada um de nós.” Atos 17;27

Reconciliados com Ele, seremos levados, enfim, ao lugar onde a felicidade existe; “Deus limpará dos nossos olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto nem clamor; porque as primeiras coisas são passadas.” Apoc 21;4

Saúde da alma


“O sentimento sadio é a vida do corpo; mas a inveja é a podridão dos ossos.” Prov 15;30

A medicina chama de doenças psicossomáticas, aquelas, cuja origem está na alma, e as consequências incidem sobre o corpo. 

Pois, no verso supra temos o sentimento sadio versus a inveja, ambos se refletindo visíveis em quem os cultiva. No primeiro caso ensejando vida; no segundo, putrefação até da parte mais sólida, os ossos. Numa figura, acentuando a intensidade dos danos que a inveja faz.

Ainda encontramos mais nuances dessa ideia; “O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate... A luz dos olhos alegra o coração; a boa notícia fortalece os ossos.” Prov 15;13 e 30 Sempre coisas abstratas plasmando reflexos concretos.

Necessária a conclusão, pois, que a saúde dos corpos tem ligação com a sanidade das almas, como versa o dito latino atribuído a Juvenal: “Mens sana in corpore sano.” Uma mentalidade sadia, hígido estado de alma, é vital para termos um corpo também saudável, é a ideia. Pois, a mente, é uma das faculdades da alma, junto com a emoção e a vontade.

Quando Caim odiou a Abel, pelo fato do sacrifício deste, ser aceito pelo Senhor invés do dele, esse sentimento desfigurou o seu rosto, evidenciando quão gritantes são as digitais da inveja; O Senhor o inquiriu: “Por que te irastes; por que descaiu teu semblante? Se fizeres o bem, não é certo que será aceito...” Gn 4;6 e 7

A emulação, o desejo de competir com semelhante superando-o, invés da comunhão, que busca a paz com Deus, a despeito das circunstâncias, é um mal que tem estragado a vida de muitos.

Claro que, a relação com nosso semelhante, a horizontal, conta pontos, atinentes ao nosso bem estar, e por que não, ao dele? Todavia, a indispensável, a primeira que deve ser cuidada é com O Senhor.

O ideal é que ambos os aspectos, o interpessoal e a comunhão com Deus estejam fluindo bem; todavia, em caso de conflitarem, que não nos seja difícil escolher: “É melhor confiar no Senhor, do que confiar no homem.” Sal 118;8

A saúde das nossas almas, diferente de alguns ramos da psicologia que ensinam a necessidade de mais autoestima, depende de aprendermos dos ensinos de Cristo, que nos chama à renúncia das más inclinações; “Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei; tomais sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim, que Sou manso e humilde de coração, encontrareis descanso para as vossas almas.” Mat 11;28 e 29

Para os corpos, está cheio por aí, de ambientes onde os sujeitos podem se exercitar o quanto quiserem; porém, a validade desses “casulos” é breve; enquanto, a alma é eterna. Cotejando a eficácia de um e outro aspectos, Paulo ensinou a Timóteo: “... exercita a ti mesmo em piedade, porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa; tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Escrevendo aos coríntios o apóstolo esmiuçou como era sua “malhação” para seguir probo e sadio de alma; “Pois, assim corro, não como a coisa incerta; combato, não como batendo no ar; antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que pregando aos outros, eu mesmo, não venha de alguma maneira, ficar reprovado.” I Cor 9;26 e 27

Claro que, mesmo tendo uma alma sadia e um bom relacionamento com Deus, ainda estamos sujeitos a enfermidades; vivemos num mundo caído, onde toda sorte de males, grassa.

Quando A Palavra ensina acerca de Cristo, que “Pelas Suas pisaduras fomos sarados”; isso se refere à saúde das almas, não, dos corpos. Como sabemos? Olhando o contexto imediato; “... o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele...” paz é saúde da alma; afinal, “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo; não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19 

Reconciliar é reencontrar a paz perdida.
Logo, os males que são derivados de uma alma adoecida podem ser “medicados” pelos ensinos do Eterno. “Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a Tua Palavra.” Sal 119;9 Quanto à saúde do corpo, pode curar, embora, nem sempre O Senhor o faça, por razões que pertencem a Ele.

Se o sentimento sadio é vida para o corpo, esse requer uma alma sadia, pois, não finca raízes em ambientes poluídos. A conversão, é uma mudança abstrata, com reflexos visíveis; “... tirou dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos;” Sal 40;2