“Qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, que comer algum sangue, contra aquela alma porei Minha Face, e a extirparei do seu povo. Porque a vida da carne está no sangue; pelo que, vos tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma.” Lev 17;10 e 11
A proibição de comer sangue vem desde o Antigo Testamento, e foi reiterada no Novo. “... se abstenham das contaminações dos ídolos, da fornicação, do que é sufocado e do sangue.” Atos 15;20
As Testemunhas de Jeová, com sua interpretação peculiar das Escrituras, acrescentaram a prática medicinal da transfusão de sangue. Isso, segundo creem, estaria contrariando à Lei de Deus.
O mandado entregue nos dias iniciais da caminhada do “Povo Eleito” com O Senhor, foi reiterado nos últimos dias de Moisés. “Somente esforça-te para que não comas sangue; pois, o sangue é vida; pelo que não comerás a vida com a carne;” Deut 12;23
Qualquer intérprete honesto das Escrituras entenderá que essa é a Vontade de Deus. Mas, já comemos morcilha, que leva sangue; como fica? Eu já o fiz, em dias que era estranho à Lei do Senhor. A Palavra ensina: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam;” Atos 17;30
Ignorarmos que algo contraria à Lei de Deus, não muda o fato que é um erro. Mas, por ser erro sem dolo, a Graça Divina tolera. Uma vez inteirados dele, se persistirmos, aí seremos responsabilizados.
Porém, nem carecemos de uma exegese mais aprofundada para entender que, o motivo do veto Divino, é que, a vida que está no sangue do animal abatido não se torne comida, alimento.
Há duas variáveis que os intérpretes da referida religião deixaram de considerar. Uma; o sangue pelo processo intravenoso não é alimento, estritamente; sua função orgânica, embora vital, é de oxigenar ao organismo, levar o “sopro da vida” a todas as células. Outra; a doação de sangue é feita voluntariamente por alguém que está vivo; de modo que, nenhuma violência, supressão de direitos ocorre.
Dois casos repercutem, de modo que o famigerado STF foi chamado a julgar sobre o direito de se portarem assim, os referidos religiosos.
O simples fato de carecer ser julgados por alguém “estrangeiro” à fé, é já um sinal de inépcia em interpretar o que está expresso claramente.
Paulo censurou aos cristãos coríntios, pois, levavam pleitos que poderiam ser resolvidos entre eles, ante juízes ímpios. “Mas o irmão vai a juízo com o irmão, isto perante infiéis. Na verdade, é já realmente uma falta entre vós, terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes, a injustiça? Por que não sofreis antes, o dano? Mas, vós mesmos fazeis injustiça, fazeis o dano, e isto aos irmãos.” I Cor 6;6 a 8
Se não fosse a interpretação “sui generis” deles, tais pleitos seriam desnecessários. Aqueles que deveriam ser a luz do mundo, acabam batendo em portas escuras a mendigar, quando poderiam servir farta mesa.
Embora o “amor” difuso por aí tenha seus olhos sequiosos pelo querer, o amor ensinado pela Palavra de Deus, tem consórcio firmado com o verbo “dar”.
“O amor é sofredor, benigno; não é invejoso; não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses...” I Cor 13;4 e 5
O Salvador deplorou a esse “amor” pródigo em palavras, e ermo de coração; “Este povo se aproxima de Mim com sua boca, Me honra com seus lábios, mas seu coração está longe de Mim.” Mat 15;8
Quando quis manifestar Seu Amor, O Eterno o fez de modo inefável. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que ‘deu Seu Filho’ Unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.” Jo 3;16
Noutra parte, tendo o mesmo verbo como protagonista O Salvador assegurou: “Ninguém tem maior amor do que este; dar alguém a Sua vida pelos Seus amigos.” Jo 15;13
Logo, se o veto para comer sangue decorre de ser ele, a vida, e dar a vida é a maior demonstração de amor, possível, quem precisa do STF para decidir sobre isso?
É próprio de toda seita ter intepretações peculiares da Bíblia, coisa que ela veta, aliás. “... nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” II Ped 1;20 e 21
A Pessoa Bendita do Espírito Santo, a referida seita desconhece também; é dádiva de Outro Supremo, O Verdadeiro, O Único.