sábado, 21 de setembro de 2024

O Supremo no STF?


“Qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, que comer algum sangue, contra aquela alma porei Minha Face, e a extirparei do seu povo. Porque a vida da carne está no sangue; pelo que, vos tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma.” Lev 17;10 e 11

A proibição de comer sangue vem desde o Antigo Testamento, e foi reiterada no Novo. “... se abstenham das contaminações dos ídolos, da fornicação, do que é sufocado e do sangue.” Atos 15;20

As Testemunhas de Jeová, com sua interpretação peculiar das Escrituras, acrescentaram a prática medicinal da transfusão de sangue. Isso, segundo creem, estaria contrariando à Lei de Deus. 

O mandado entregue nos dias iniciais da caminhada do “Povo Eleito” com O Senhor, foi reiterado nos últimos dias de Moisés. “Somente esforça-te para que não comas sangue; pois, o sangue é vida; pelo que não comerás a vida com a carne;” Deut 12;23

Qualquer intérprete honesto das Escrituras entenderá que essa é a Vontade de Deus. Mas, já comemos morcilha, que leva sangue; como fica? Eu já o fiz, em dias que era estranho à Lei do Senhor. A Palavra ensina: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam;” Atos 17;30

Ignorarmos que algo contraria à Lei de Deus, não muda o fato que é um erro. Mas, por ser erro sem dolo, a Graça Divina tolera. Uma vez inteirados dele, se persistirmos, aí seremos responsabilizados.

Porém, nem carecemos de uma exegese mais aprofundada para entender que, o motivo do veto Divino, é que, a vida que está no sangue do animal abatido não se torne comida, alimento.

Há duas variáveis que os intérpretes da referida religião deixaram de considerar. Uma; o sangue pelo processo intravenoso não é alimento, estritamente; sua função orgânica, embora vital, é de oxigenar ao organismo, levar o “sopro da vida” a todas as células. Outra; a doação de sangue é feita voluntariamente por alguém que está vivo; de modo que, nenhuma violência, supressão de direitos ocorre.

Dois casos repercutem, de modo que o famigerado STF foi chamado a julgar sobre o direito de se portarem assim, os referidos religiosos.

O simples fato de carecer ser julgados por alguém “estrangeiro” à fé, é já um sinal de inépcia em interpretar o que está expresso claramente.

Paulo censurou aos cristãos coríntios, pois, levavam pleitos que poderiam ser resolvidos entre eles, ante juízes ímpios. “Mas o irmão vai a juízo com o irmão, isto perante infiéis. Na verdade, é já realmente uma falta entre vós, terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes, a injustiça? Por que não sofreis antes, o dano? Mas, vós mesmos fazeis injustiça, fazeis o dano, e isto aos irmãos.” I Cor 6;6 a 8

Se não fosse a interpretação “sui generis” deles, tais pleitos seriam desnecessários. Aqueles que deveriam ser a luz do mundo, acabam batendo em portas escuras a mendigar, quando poderiam servir farta mesa.

Embora o “amor” difuso por aí tenha seus olhos sequiosos pelo querer, o amor ensinado pela Palavra de Deus, tem consórcio firmado com o verbo “dar”.

“O amor é sofredor, benigno; não é invejoso; não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses...” I Cor 13;4 e 5

O Salvador deplorou a esse “amor” pródigo em palavras, e ermo de coração; “Este povo se aproxima de Mim com sua boca, Me honra com seus lábios, mas seu coração está longe de Mim.” Mat 15;8

Quando quis manifestar Seu Amor, O Eterno o fez de modo inefável. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que ‘deu Seu Filho’ Unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.” Jo 3;16

Noutra parte, tendo o mesmo verbo como protagonista O Salvador assegurou: “Ninguém tem maior amor do que este; dar alguém a Sua vida pelos Seus amigos.” Jo 15;13

Logo, se o veto para comer sangue decorre de ser ele, a vida, e dar a vida é a maior demonstração de amor, possível, quem precisa do STF para decidir sobre isso?

É próprio de toda seita ter intepretações peculiares da Bíblia, coisa que ela veta, aliás. “... nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” II Ped 1;20 e 21

A Pessoa Bendita do Espírito Santo, a referida seita desconhece também; é dádiva de Outro Supremo, O Verdadeiro, O Único.

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Os escravos


“Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso, o que controla seu ânimo do que aquele que toma uma cidade.” Prov 16;32

Um dos aspectos do “Fruto do Espírito” é domínio próprio. Na Antiga Aliança, o agir do Espírito Santo era mais estrito; Sua operação não era tão conhecida. Invés de um fruto espiritual, certa atitude era valorada como uma escolha filosófica pelo melhor.

O domínio sobre outrem foi posto como indesejável, enquanto, o que regia a própria vontade era quem escolhia a virtude. Do poder sobre outrem, foi dito: “Tudo isto vi quando apliquei meu coração a toda obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Infelizmente isso sempre aconteceu. Os egípcios dominaram mais de quatro séculos, nos últimos tempos, escravizaram aos hebreus. Quando da Divina intervenção, a libertação do povo e as dez pragas, restou um país arrasado, como punição. Os Babilônios escravizaram ao mesmo povo por setenta anos; depois, foram subjugados pelos medos e persas. Em geral, quem plantou opressão, acabou colhendo os devidos frutos.

A escravidão sempre foi um flagelo, com males para ambos os lados. Os escravos, por razões óbvias, não carecemos descrever suas dores. Os escravistas, inda que pudessem fruir aqui, frutos da sua perversidade, diante de Deus, os que não foram justiçados, lá o serão. “Os pecados de alguns homens são manifestos, precedendo o juízo; em alguns manifestam-se depois.” I Tim 5;24

Essa vergonhosa chaga também nos maculou. Felizmente, nos dias atuais, já não há espaço. Um ou outro incidente, pontual, acaba punido pela lei, se descoberto.

Por interesses ideológicos, muitos fundiram a escravatura ao racismo, como se fossem, necessariamente, frutos do mesmo baraço. Inclusive, movimentos antirracismo, chegaram a pleitear a remoção de certa frase do hino riograndense, pois, seria racista. “Povo que não tem virtude, acaba por ser escravo.” Diz.

Pelo menos três objeções me ocorrem, à ideia de alterarmos a letra do nosso consagrado hino. a) a escravidão não aconteceu somente em prejuízo dos negros. Vimos dois exemplos dos judeus; nepaleses sob domínio chinês, hindus de castas inferiores submissos às “superiores”, hititas, cananeus, sob o domínio dos hebreus, foram escravos, povos dominados pelos romanos, mongóis, também; etc.

b) os países que abasteciam aos navios negreiros eram governados por negros, com populações majoritariamente negras. Assim, como vendiam seus concidadãos aos escravistas brancos de outras nações, eram também culpados pela nefasta prática;

c) por fim, se a antítese da virtude é a escravidão, por certo, o autor não tencionava atingir à que tolhe a soberania e castra direitos civis. A escravidão da qual a virtude liberta é a dos vícios. Seja o escravo, quem for.

Há escravos da pornografia, mentira, lascívia, corrupção, do amor ao dinheiro, dos jogos de azar, das drogas, etc. Entre todas as cores e raças. O que é a conversão desejada pelo Salvador, Jesus Cristo, senão, uma libertação desse feitor impiedoso, o pecado?

Paulo ilustrou como esse tirano domina: “Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero, não faço, mas o que aborreço, faço. Se faço o que não quero, consinto com a Lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;15 a 17

Nossa inclinação natural precisa ser mortificada, e carecemos de uma injeção que nos “turbine”, para deixarmos a avenida costumeira da rebelião, (Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser. Rom 8;7) e sermos capacitados a abraçar a virtude em Cristo, como novo modo de vida. “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Não é algo que ganhamos pronto, pré-fabricado; antes, somos potencializados, com a regeneração espiritual, e chamados às escolhas que se coadunam com a necessária santificação.

Paulo esmiúça: “quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente; vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade. Por isso deixai a mentira, falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros. Irai-vos, mas, não pequeis; não se ponha o sol sobre vossa ira. Não deis lugar ao diabo.” Ef 4;22 a 27 etc.

Em Cristo nossa virtude não é estritamente nossa; foi nos dada a bendita “chave” que abre nossas “algemas”; cada tentação é uma oportunidade. De liberdade, ou escravidão. Então é vero o dito: “Povo que não tem virtude, acaba por ser escravo.”

Haters de Deus


“Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco; como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir O Deus Vivo e Verdadeiro.” I Tess 1;9

Igrejas da Acaia e Macedônia, tomavam como exemplo a mudança radical ocorrida em Tessalônica, desde quando, pela ministração de Paulo, os tessalonicenses abraçaram à fé.

Uma conversão coletiva, enseja mudanças profundas numa comunidade. Naquele caso, “... dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus Vivo e Verdadeiro.”

Toda a escolha encerra perdas. Suponhamos que alguém deva tomar para si um algarismo favorito de zero a nove: Ao dizer sim, ao de sua predileção, automaticamente disse não, os demais. Nas coisas do coração, quando se decide casar, a opção por um cônjuge, traz anexa a rejeição de todos as demais possibilidades, eventuais pretendentes.

De igual modo, a fé. Embora, a palavra da moda seja ecumenismo, todos deveriam se unir, mesmo, cada um preservando seu modo de crer, no tocante ao “Deus Vivo e Verdadeiro”, essa escolha exclui a todas as demais. Senão, O Todo Poderoso, Criador dos Céus e da Terra, seria do mesmo calibre que qualquer fantoche de humana feitura.

Em Tessalônica, cultuavam a ídolos, coisas derivadas das mãos humanas. O Eterno diz: “Eu sou O Senhor; este é O Meu Nome; Minha Glória, pois, a outrem não darei, nem Meu Louvor às imagens de escultura.” Is 42;8 “... nada sabem os que conduzem em procissão suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.” Is 45;20 etc.

Sempre aparece um sofista a dizer que, não adora imagens, apenas venera; para defender que são como a fotos de um parente falecido; pior: Os que pegam incidentes onde, Deus mandou fazer imagem de dois querubins, ou, uma serpente de metal, como se isso legitimasse à idolatria.

Venerar e adorar são sinônimos; os tais cultuam imagens, lhes fazem procissões, coisas que não fazem ao Deus Vivo; dirigem orações às coisas mortas, como elas pudessem ouvir, e em todos os lugares, como se fossem onipresentes. Quanto à fotografia de um ente querido, ninguém faz orações, nem lhe fala, como se, o falecido inda vivesse; ninguém, psicologicamente sadio, ao menos.

Por ter, O Criador ordenado a confecção de certas imagens, derivar disso uma “permissão” tipo, se Deus pode, eu também posso, bastaria olhar para o que está criado, e pensar se também pode, antes da estupidez de pretender ter as mesmas prerrogativas.

Se o Eterno ordena a fazer algo para si, é a obediência que convém ao servo prudente. Quanto ao tema, porém, foi categórico: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque Eu, O Senhor teu Deus, Sou Deus Zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que Me odeiam.” Ex 20;4 e 5

Diferente do que possa pensar um incauto, a confecção de imagens proibidas não é uma forma de “enriquecer a fé”, tampouco, incrementar ou facilitar a adoração; antes, deriva de odiar ao Senhor.

Ninguém assumirá isso abertamente. “Aquele que odeia dissimula com seus lábios, mas no seu íntimo encobre o engano;” Prov 26;24 O mestre dos sofistas, que cega entendimentos dos incrédulos, Satanás, sempre prepara uma desculpa piedosa para que a desobediência, camuflada com tais vestes, não se mostre como é.

O amor a Deus não se manifesta com lisonjas, antes, com obediência à Sua Palavra; “Se Me amais, guardai os Meus mandamentos.” Jo 14;15 “Aquele que tem Meus mandamentos e os guarda esse é o que Me ama; aquele que Me ama será amado de Meu Pai; Eu o amarei, e Me manifestarei a ele.” Jo 14;21

Os reféns da Mentira, os “haters” de Deus, conseguem a proeza de sê-lo, fingindo servi-lo. Quem ama a Deus deveras, se incomoda com tudo o que contraia ao Espírito Santo, que nele está. “Pois o zelo da Tua casa me devorou, as afrontas dos que Te afrontam caíram sobre mim.” Sal 69;9

Quem se pretende, servo do Deus Vivo, mas, ao ver seu Senhor profanado, não arde em zelo, nem peleja em defesa da justiça e da verdade, não passa de um idiota útil da oposição, pela cegueira na qual erra.

A conversão salta aos olhos, pela mudança radical que enseja, como ocorreu em Tessalônica. Os que “servem a Deus”, mas ninguém sabe, não exibem sinais notórios disso, lograram a proeza de esconder algo que, O Salvador disse ser impossível: “... não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte...” Mat 5;14

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Os sábios


“Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio; ensina o justo e ele aumentará em entendimento.” Prov 9;9

O paralelismo sinonímico é uma característica da poesia hebraica. Onde, uma sentença esposa uma ideia, depois, reitera-a com outras palavras.

É o caso do provérbio supra. “Dá instrução ao sábio e ele se fará mais sábio", é sinônimo de: “Ensina o justo e ele aumentará em entendimento.”

Não parece contraditório que um sábio careça de ensino, instrução? Existem dois aspectos da sabedoria; o princípio e o contingente. O sábio em princípio é alguém que fez a escolha de lidar com os fatos, mesmo que esses lhe sejam adversos. De índole dócil, ensinável, temente a Deus; inda que, sabendo pouco, é um sábio em princípio, pela abertura da sua alma, que se faz permeável ao Senhor. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento...” Prov 1;7

Na segunda sentença, o “sábio” é chamado de justo; pois, além de aplicado ao aprendizado, o tal, é amigo da probidade, praticante da justiça. Essa qualidade lhe permite admitir suas insipiências, e questionar buscando aprendizado. Tem um lapso a preencher, mais que, uma coroa de latão a ostentar no inglório reino da presunção.

Entretanto, esse espécime é mais notório pela ausência, que, pela incidência em nossos dias, infelizmente. Cada um porta-se como sendo uma obra acabada, que não carece aperfeiçoamento, mandando longe qualquer tentativa de ensino; afinal, o Google lhe “ensina” tudo o que precisa saber. Os demais, que se mantenham distantes; afinal, não pagam suas contas. Se alguém discordar, corrigir, bastará cancelar ao “enxerido.”

Se me dissessem há alguns anos, que, roupas rasgadas seriam moda, dar tapas na cara seria uma competição com grande apelo, que homens lutariam boxe contra mulheres, pela derivação de uma doença ideológica, que escolheríamos nossos “representantes” colocando-os numa rinha, como galos, para vibrar com quem agride mais, eu me recusaria a acreditar que nos tornaríamos tão imbecilizados assim. Contudo, teria que me desculpar com meu hipotético profeta.

Tenho medo dos próximos passos dessa geração melindrosa, refratária ao conhecimento, aos valores e princípios, amoral e imoral. A decadência da espécie foi tida como inevitável, a Salomão: “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10 Ou seja: A derrocada do “homo sapiens” seria tão esperável à sabedoria, que sequer estranharia sua incidência.

Porém, o aprendizado em si pode ser um cansaço inócuo, dependendo do quê, alguém está aprendendo. Paulo citou as mulheres que se deixavam ludibriar por mestres viciosos; “Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.” II Tim 3;6 e 7

Aprender a verdade deve ser nosso alvo, mesmo que, para tanto careçamos descartar muitas “certezas”, rever posturas, comportamentos, modo de pensar.

O conhecimento da verdade costuma ser um vento contrário nesse mundo de mentiras onde vivemos. Ora, a mentira airosa exibe seu “Ingrêis”, “fake News”; outra, se esconde no eufemismo de “narrativa”, mas, segue sendo a bosta de sempre. 

Podemos facilmente andar a favor do vento, sem necessidade de nos indispormos com “A” ou “B”; mas, ao “vestirmos a roupa da moda”, estaremos traindo a nós mesmos, privando-nos do que é valioso, pela acomodação preguiçosa ao mais fácil.

A recusa em conhecer à verdade é fatal. O Salvador ensinou: “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.’ Jo 8;31 e 32

O problema é que para isso, carecemos uma mudança radical, tanto, que, soa como se nos anulássemos, pela verdade; “... Se alguém quiser vir após Mim, negue a si mesmo, tome sua cruz, e siga-me.” Mc 8;34

A sabedoria de quem confia em Deus, permite “ver” além das aparências, e apostar todas as fichas nas consequências que Ele garante: “Porque aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á, e quem perder sua vida por amor de Mim, achá-la-á.” Mat 16;25 

Só os sábios de fato, se atrevem a tanto; “Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas, falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória;” I Cor 2;6 e 7

A sabedoria que Deus lega, diferente do conhecimento que é amoral, tem consórcio com retidão, justiça, como vimos no princípio. “... o Senhor dá sabedoria; da Sua boca é que vem conhecimento e entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade;” Prov 2;6 e 7

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Mosaico Papal


Fala do Papa Francisco na Ásia.

“Todas as religiões são um caminho para chegar a Deus. São como línguas diferentes, diversos caminhos para chegarmos lá. Mas Deus é Deus de todos. Se vocês começassem a discutir, a minha religião é mais importante que a tua, é verdadeira e a tua, não; onde isso nos levará? Meu Deus é mais importante que o teu; é sério isso? Há um só Deus e nossa religiões são linguagens, caminhos para levar a Deus. Uns são Sick outros, muçulmanos, outros, hindus e cristãos. São caminhos diferentes. Entendido?”

Entendido e aplaudido foi isso; para protesto, sobretudo, dos católicos, que o Pontífice deveria representar.

Sempre se ensinou que “fora da Igreja Católica não existe salvação.” Agora aparece um Papa “Infalível”, e assegura que todos os caminhos, diversos, antagônicos, levam a Deus. Natural a decepção dos que, têm que lidar com tamanha contradição.

Também discordo da fala, porém, por motivos distintos dos católicos. A Salvação nunca foi atrelada a uma instituição; antes a um relacionamento “A vida eterna é esta: que conheçam, a Ti só, por Único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem enviaste.” Jo 17;3

A tradição não está em pé de igualdade com A Palavra de Deus; aliás, Jesus censurou aos que, em defesa dela, anulavam à Palavra. “... invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus.” Mat 15;6 “... invalidais o mandamento de Deus para guardardes vossa tradição.” Mc 7;9

Assim, quando uma tradição se chocar com A Palavra da Vida, para um vero cristão, não é difícil escolher. Fúteis são as coisas humanas; Pedro “o primeiro Papa” ensinou: “... Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos, antes que a Deus;” Atos 4;19

Invocar “santos” e Maria como mediadores, é uma tradição, que contraria à Palavra: “Porque há Um só Deus, e Um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5

Chamar ao líder espiritual de pai, (Padre), também é uma tradição espúria. “A ninguém na terra chameis vosso pai, porque Um só é o vosso Pai, o qual está nos Céus.” Mat 23;9

O batismo infantil também é uma tradição avessa À Palavra. Devemos batizar quem crê; não, crianças incapazes para isso; etc.

Não raro, nos acusam que para nós tudo é a Bíblia. Quisera fosse, mas, muitos distorcem, omitem, malversam também. Alguém se dizer evangélico, protestante, não é sinônimo de ortodoxia, infelizmente.

Mas, quem leva devidamente a sério sua vocação em Cristo, não ousa fora dos limites estabelecidos. “Toda A Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

Não de agora, quando vemos a coisa acontecendo aos nossos olhos, mas, há muito, os que conhecem e se baseiam na Palavra de Deus, como diretriz da vida, vêm alertando que chegará a ditadura da religião única, onde todas as crenças serão validadas, exceto, a Sã Doutrina de Cristo.

Esse levante contra O Ungido do Senhor está expresso: “Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra o Senhor e contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, sacudamos de nós Suas cordas.” Sal 2;1 a 3

Cristo É Categórico: “Eu Sou O Caminho, A Verdade e a Vida; ninguém vem a Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6 

Para o Papa Papudo, animistas, falicistas, hinduístas, budistas, islâmicos, etc. estão todos certos, todos no caminho. (?)

Deus é Um só, dizem os sofistas. Pois, não apenas Deus, há mais coisas que são ímpares, e devemos considerar: “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus, Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós.” Ef 4;4 a 6

Ou regressamos a Ele nos Seus termos, ou nunca o faremos. Quem ensina diferente disso é assassino e pilantra.

A mega igreja global se estabelecerá e governará por uns dias. A intimidade com Deus prescreve que nos separemos do que é profano, invés de nos unirmos.

Ao sistema, pouco importa se os católicos estão zelosos pelo catolicismo. Farão o que lhes der na telha, ignorando protestos. Quisera, o zelo daqueles, fosse por Deus e Sua Palavra, não pela instituição e suas tradições.

A Igreja como conheceram acabará; em seu lugar a mega Babilônia global.

Que Deus lhes faça aprender que, o testemunho de salvação vem Dele, não de selos humanos. “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.” Rom 8;16

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

A maldição


“Como ao pássaro o vaguear, à andorinha o voar, assim a maldição sem causa não virá.” Prov 26;2

Alados quando voam, sempre o fazem por algum motivo; buscam alimento, água, construir um ninho, fugir de uma ameaça; aves migratórias entendem quando chega o tempo de partir. Enfim, o voo das tais, sempre tem uma causa.

Mas qual seria a causa da maldição? Antes de vermos isso, é necessário fazer distinção entre dois tipos de maldição. A que é proferida pelos lábios de alguém contra outrem, e a oriunda de Deus.

No que tange aos nossos lábios, somos ensinados a não incorrer nisso, sob pena de culpa. “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, não amaldiçoeis.” Rom 12;14 Afinal, O Salvador dissera: “Como quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei também.” Luc 6;31

Como não queremos ser amaldiçoados, que não sejamos amaldiçoadores também. Pois, amar ao semelhante é um mandamento. Não significa que devamos ser lisonjeiros com ele, gostar na marra, da sua companhia, tampouco, concordar com tudo o que ele faz; sendo nós justos, lenientes ante eventual falha, verazes e bondosos para com ele, estaremos manifestando um tratamento condizente com o amor que deve fazer ao próximo como deseja que aquele faça a si.

Porém, a maldição oriunda de Deus, sempre tem o pecado, a rebeldia, como causa. Quando cometido o primeiro, que ensejou a queda, entre outras coisas O Criador disse: “... Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá...” Gn 3;17 e 18

A primeira maldição acrescentou algo novo à criação. Espinhos e cardos. Desde então, a coisa só fez crescer. O pecado tornou o homem filho de Satanás, Jo 8;44; e a progressão da maldade por todas as partes também arrastou consigo as inevitáveis consequências; “A terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24.5 e 6

A Lei de Deus amaldiçoava a quem não a cumprisse cabalmente, coisa que nenhum ser humano consegue; “Todos aqueles, pois, que são das obras da Lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da Lei, para fazê-las.” Gál 3;10

Por isso nossa urgente necessidade de Jesus Cristo; “Cristo nos resgatou da maldição da Lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, para que, pela fé nós recebamos a promessa do Espírito.” Gál 3;13 e 14 O Salvador recebeu em Si, a maldição que caberia a nós, para que Nele, fôssemos abençoados.

Os que tentam fundir Cristo com a Lei de Moisés, exigindo a guarda do sábado, por exemplo, precisam ver mais detalhadamente o que era requerido nesse dia.

“Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado.” Ex 35.3 “... cada um fique no seu lugar, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia.” Ex 16;29 Não cumprir cabalmente à Lei trazia maldição. Por isso, quem se abriga nela, acaba se apartando de Cristo que remiu quem crê. “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela Lei; da Graça tendes caído.” Gál 5;4

Deve significar algo, a última palavra do Antigo Testamento ser “maldição”; o primeiro ensino do Mestre, na Nova Aliança, começar com “Bem aventurado”; Mat 5;3 e, o último verso da Palavra, uma bênção rogando a Graça de Cristo. Apoc 22;21

Espinhos não faziam parte da criação, nem o pecado estava no Divino propósito. Fomos abençoados pela fé no Salvador, “... os que são da fé são benditos com o crente Abraão.” Gl; 3;9 Nossos “espinhos” foram tirados pelo perdão.

Tenhamos cuidado pois, para nos portarmos de modo a nos mantermos no lugar onde O Eterno ordena vida e bênção. “Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: Preparai para vós o campo de lavoura, não semeeis entre espinhos.” Jr 4;3

Desde outrora, Deus tem chamado o homem às melhores escolhas. “Céus e Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando ao Senhor teu Deus, dando ouvidos à Sua Voz, e achegando-te a Ele; pois Ele é a tua vida e o prolongamento dos teus dias...” Deut 30;19;20
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domingo, 15 de setembro de 2024

O que ler?


“Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá.” I Tim 4;13

Recebi de um amigo que me honra lendo meus textos, o pedido de indicação de leituras relevantes.

Pensei um pouco, mais um pouco, algumas dezenas de títulos se deixaram fotografar na parede da memória. Mesmo assim, não me atrevi a recomendar nenhum. Uma série de “efeitos colaterais” me assustaram.

Já aconteceu de alguém me indicar algo “imperdível;” eu ler sem ter me empolgado. Certamente, coisas que indiquei também passaram pelo mesmo crivo, decepção.

Por que isso acontece? Porque temos necessidades e paladares diferentes, e estamos em estágios distintos em nossa escalada de aprendizado. Assim, nem sempre o que soa aprazível a um, tem o mesmo resultado a outro.

Podemos ainda, diferir sobre o que buscamos, quando lemos. Em se tratando de teor espiritual, nenhum cristão colocará nada no lugar da Palavra de Deus. Além da teologia, para a devida interpretação, bons autores, como Charles H. Mackintosh, Charles Spurgeon, Don Richardson que seu espetacular “O Fator Melquisedeque”, algo sobre os puritanos, Dave Hant, com “A sedução do Cristianismo” e “Escapando da Sedução”, foram leituras que me fizeram bem.

A Palavra coloca um conselho sobre a busca da sabedoria: “Examinai tudo. Retende o bem.” I Tess 5;21

Assim, o fato de alguém ser Arminiano, não deve tolher que leia bons autores Calvinistas, e vice-versa. Eu sou cristão, entretanto, li o “Alcorão” mais de uma vez; “o Livro de Mórmon”, “O Grande Conflito”, alguns títulos espíritas, livros de psicologia, e muitos de filosofia. Qual o proveito? Não sei. Mas, na pior das hipóteses, um livro com teor que descremos, enriquece nosso vocabulário, permite conhecer os motivos de quem crê diferente, nos qualificando a argumentar com conhecimento, quando falarmos com um desses.

Quem gosta de sensibilidade apurada e linguagem poética, Antoine de Saint Exupèry, com a “Terra dos Homens” e “O pequeno Príncipe”, embora não tenham teor espiritual, mostram profunda habilidade na leitura da alma humana, e grande riqueza poética no modo como isso é expresso.

Se outrem desejar aprender com certo humor, “O Elogio da Loucura” de Erasmo de Roterdã é um achado. Na filosofia, “O Livre Arbítrio” de Artur Schopenhauer me ajudou. Os diálogos de Platão, Górgias, Teeteto, A República, Sofista, Fédon etc. também têm seu valor. Não significa que concordo, necessariamente, com tudo que está exposto lá. Na receita aquela do “examinai tudo e retende o bem”, devemos ser cuidadosos. Se, no método argumentativo a dialética é admirável, no teor, nem sempre o que se lê nos soa digno, probo.

Li “O Mundo de Sofia” de Jostein Garden; é uma espécie de sumário da história da Filosofia, desde os pré-socráticos, até meados do século XX. O autor não esposa nenhuma visão, apenas, menciona cada uma expondo o que essa defendia, em linhas gerais.

A busca da sabedoria deve ter a avidez de um garimpo, segundo o mais sábio entre os homens, Salomão. “Se clamares por conhecimento, por inteligência alçares tua voz, se como a prata a buscares, como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá sabedoria; da Sua Boca é que vem o conhecimento e entendimento.” Prov 2;3 a 6

Já ouvi pregadores com sua exagerada ênfase no “poder”, baixando a lenha em outros que citam filósofos em suas mensagens. Ora, quando a citação serve para enfatizar uma verdade bíblica, como a aversão à luz ensinada por Cristo em João Cap 3; 19 a 21 Foi Platão que disse: “Trágico não é a criança com medo do escuro; antes, os adultos com medo da luz.” Qual problema citar algo assim?

Paulo menciona o cretense Epimênides na carta a Tito. Tt 1;12 Pediu certa vez: “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo e os livros, principalmente, os pergaminhos.” II Tim 4;13

Portanto, querido irmão, perdoe-me se não me atrevo a prescrever esse ou aquele livro. Talvez, o maior trunfo de um autodidata, (Um idiota por conta própria, como definiu o Quintana) seja ele não receber “nada” em troca de seus estudos.

Difere de quem busca se formar por um diploma, e um labor naquilo que se habilitou que permita ganhar a vida; natural e honesto, isso. Quem busca ao conhecimento “apenas” por ele mesmo, tem melhores chances de apreciá-lo em seu real valor.

Se, por um lado, tudo recebemos do Senhor; Ele nos capacita ao aprendizado; por outro, nossas escolhas terão consequências. Foi a um que desde criança estudava, que foi dito: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da Verdade.” II Tim 2;15