sábado, 10 de agosto de 2024

Comunhão


“Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” Am 3;3

Em se tratando de seres arbitrários, o fato de andar juntos, pressupõe um acordo, no mínimo, quando à direção. Em geral é mais que isso. Andarem dois juntos não é fruto de uma coincidência, antes, de uma escolha, uma identificação.

Contudo, quando os “dois” não são exatamente dois; digo, uma coisa boa nas mãos de má companhia, não significa que ambos se fundam, de modo que o mau se torne bom, pela posse de uma coisa boa, nem que essa, se converta em má, sob o peso da companhia.

Como versa certo dito, “Ouro nas mãos do bandido, ainda é ouro.” Entretanto, como dizia Charles Spurgeon: “Uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar.” Às coisas morais, espirituais, convém as companhias do mesmo calibre, para que nenhuma contaminação as deturpe. “Não convém ao tolo a fala excelente; quanto menos ao príncipe, o lábio mentiroso.” Prov 17;7

Quando a pitonisa de Filipos, indo após Paulo e Silas disse a verdade, aquilo incomodou; “Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo.” Atos 16;17

Paulo tinha problemas com a verdade? Não. Ele mesmo escreveu: “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8
Ele não queria que a verdade fosse usada pelo Pai da mentira, pois, a falta de idoneidade da fonte, certamente comprometeria a pureza da água.

Eventualmente deparo com frases verazes, cujo teor, eu compartilharia. Porém, quando vejo a quem teria que dar crédito, desisto. Pelo divórcio entre raízes e ramos, desprezo à planta inteira. Paulo ensina: “... se a raiz é santa, também os ramos o são.” Rom 11;16

Por outro lado, se a autoria da frase bonita, da sentença filosófica é de alguém depravado, já há um quê de impureza na mesma, ainda que seja “apenas” a hipocrisia. Nesse caso, evito o fruto, aparentemente bom, pelo vínculo com a origem má.

Recorro ao abrigo de certa frase dos pregadores puritanos: “O que és grita tão alto, que não consigo ouvir o que dizes.”

Mais que um depósito de sentenças bonitas, devemos ser vidas que se deixam transformar pelo que aprendem do Senhor, comendo primeiro, à Palavra que depois, ensinarão. Nossas ações carecem ser eloquentes, antes das falas; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

O que significa termos “calçados os pés na preparação do Evangelho da Paz”, senão, andarmos de modo que nosso testemunho abra portas à mensagem?

A atenção alheia deve vir pelos atos, mais que pelos ensinos; e esses, quando verterem que sejam segundo Deus; “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, despenseiros dos mistérios de Deus.” I Cor 4;1

Pois os dois, que andariam juntos só estando de acordo, segundo o texto de Amós, eram os homens do povo de Israel, e O Senhor. Essa pretensão oca de andar com Deus em desacordo com Sua Palavra, é uma insanidade. Como Ele não muda, porque Sua Integridade e Perfeição não comportam mudanças, resta ao homem, que desejar a paz com Ele, para poder andar junto, se deixar moldar, pela Palavra da Vida. “Abre Tu os meus olhos, para que veja as maravilhas da Tua lei.” Sal 119;18

A santificação, que O Senhor requer dos que O servem, é justamente a separação das coisas com as quais Ele discorda, para termos comunhão.

Como ensina Paulo: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; Eu serei o seu Deus e eles serão o Meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e vos receberei; Eu serei para vós Pai, vós sereis para mim filhos e filhas, Diz O Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6;14 a 18

Então, se nos é preciosa a comunhão com O Santo, tenhamos em mente e no coração, que Ele não é tão inclusivo assim. Quando a resiliência na maldade nos toma, Ele se afasta, até que sintamos sua falta e volvamos arrependidos para poder outra vez, andarmos juntos; “Irei e voltarei ao Meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem Minha face; estando eles angustiados, de madrugada Me buscarão.” Os 5;15

A zombaria


“... nos últimos dias virão escarnecedores...” II Ped 3;3

Escarnecer: Ridicularizar, menosprezar, zombar de algo ou alguém.

Embora atue pretendendo mostrar indiferença, não é bem isso que evidencia o agir do escarnecedor. A verdadeira indiferença enseja total desprezo, a pessoa age como se nem existisse aquilo que lhe é indiferente. Agar escarnecendo de Sara, o fazia, porque pretendia a atenção do esposo, Abrão, para si; Penina zombando de Ana, invejava o amor que Elcana tinha por aquela.

Escárnio é um método enviesado, uma “releitura” de coisas que, os incomodam, embora, jamais se admita isso. O amor próprio adoecido, se fazendo maior que o amor pela verdade.

“Quem desdenha, quer comprar”
. Sabedoria popular, vendo além do esfarrapado disfarce.

Os escarnecedores mencionados por Pedro zombariam nos últimos dias, da volta de Cristo; afinal, se passaram tantos anos e nada aconteceu. Tem um quê de verdade nisso; muito de estupidez. Seria como alguém dizer: Falam que vou morrer, mas é bobagem. Já estou com sessenta e cinco anos, e nunca morri. Verdadeiro o dito, mas, confiável?
Jesus nunca voltou, desde que ascendeu aos Céus; também nunca mentiu, e prometeu que, no devido tempo, voltará; logo...

Que o escárnio é um interesse disfarçado, temos mais exemplos bíblicos. Quando da reconstrução dos muros de Jerusalém, teve quem zombasse dos edificadores, liderados por Neemias. “Ouvindo Sambalate que edificávamos o muro, ardeu em ira, se indignou muito; escarneceu dos judeus... Estava com ele Tobias, o amonita, que disse: Ainda que edifiquem, vindo uma raposa, derrubará facilmente seu muro de pedra.” Ne 4;1 e 3

Os escárnios foram usados como “armas de guerra” para tentar desencorajar a algo que temiam. Não funcionando, “subiram a régua” da oposição; os adversários daquela empresa, “ligaram-se entre si todos, para virem guerrear contra Jerusalém, para os desviarem do seu intento.” V 8 Como era de origem Divina, foram malogrados seus planos; a edificação foi concluída com sucesso.

Entretanto, na ausência de Neemias, que voltara à Pérsia, o “adversário” Tobias se aparentara com um sacerdote e arranjara uma câmara par si, junto ao Templo do Senhor.

Voltando de viagem, o governador, colocou os pingos nos is; “voltando a Jerusalém, compreendi o mal que Eliasibe fizera para Tobias, fazendo-lhe uma câmara nos pátios da casa de Deus. O que muito me desagradou; de sorte que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara.” Cap 13;7 e 8

Despejo, pé na bunda. Eis a porção dos escarnecedores! a menos que se arrependam em tempo.

As Olimpíadas, ainda em curso, foram um festival de escárnios em sua cerimônia de abertura. A pretextos de inclusão e diversidade, se deram ao direito de profanar símbolos sagradas aos Cristãos. Sabemos que o quadro da “Santa Ceia” é apenas uma pintura de Leonardo da Vinci, que deve estar a anos-luz da verdade. Mas, simboliza algo verdadeiro, sacro para os cristãos; como tal, deveria ser respeitada; mas os escarnecedores não conhecem limites.

A maioria dos tais, não escarnece da existência de Deus, de Seu Reino vindouro. Apenas discorda dos termos para ingresso, pretendendo que a “porta estreita” seja alargada, ao bel-prazer das suas comichões. Os que pregam à Sã Doutrina, são desqualificados pelos seus “discursos de ódio”; pois, de amor, apenas eles entendem. Assim criam suas igrejas “inclusivas”, se pretendendo mais íntimos de Deus, que os que se mantêm segundo A Palavra Dele.

Ora, uma coisa é anunciarmos fielmente a verdade que nos foi revelada por Deus; outra, odiar à verdade. Pior é que, os que fazem isso, supostamente lutam contra o ódio. Em tempos de misericórdia, O Eterno ainda os chama ao arrependimento e reconciliação; porém, no juízo, “Certamente Ele escarnecerá dos escarnecedores, mas dará graça aos mansos.” Prov 3;34

O Senhor expõe seus motivos; “... porque clamei e recusastes; estendi Minha Mão e não houve quem desse atenção, antes, rejeitastes todo Meu conselho, e não quisestes Minha repreensão, também de Minha parte Eu me rirei na vossa perdição e zombarei, em vindo o vosso temor.” Prov 1;24 a 26

Embora o mandado que, O Evangelho seja pregado “a toda a criatura,” dos escarnecedores convém mantermos segura distância; há certas posturas ante as quais, o silêncio é o melhor argumento. “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1

Enfim, essa resposta enviesada, à tentativa de persuasão do Espírito Santo, que os chama ao arrependimento, o escárnio, acaba fechando uma porta bendita, que presto se abriria, se tivessem a honestidade de admitir suas carências; contudo, resilientes nisso, perdem-se; “O escarnecedor busca sabedoria e não acha nenhuma, para o prudente, porém, o conhecimento é fácil.” Prov 14;6

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Jesus bet


“Estava agora em oração, e Deus confirmou em meu coração; amanhã, uma bênção financeira chegará para você.”

Texto de uma postagem que deparei, para a qual, já havia uma centena de comentários, todos na base do “Amém!” “Eu creio!” “Eu recebo!” e alguns compartilhamentos.

Infelizmente essa é a “espiritualidade” que muita gente vive atualmente. Embora o amor ao dinheiro seja o “Deus” desses, e a propagação de mandingas, o culto, não evitam profanar ao Nome Santo, em busca dessas coisas rasteiras, que qualquer casa de apostas pode propiciar, em consórcio com o Fado, sem nenhum compromisso espiritual.

O erro de objetivo prioriza o material ao espiritual, o efêmero ao eterno; de método, supondo que Deus estabelece Sua comunicação conosco, em nossos corações; Ele mesmo revela: “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9

A Samuel ensinou: “... O Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém O Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Se pode ver nossos corações, e afirma que eles não são confiáveis, antes, enganosos, como Ele se comunica conosco? Paulo explica: “... As coisas que o olho não viu, o ouvido não ouviu, não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam. Mas Deus nos revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão O Espírito de Deus.” I Cor 2;9 a 11

As coisas que O Eterno tem para nós estão acima dos mais instantes anelos dos nossos corações, que, em geral anseiam por coisas naturais, não espirituais.

Um texto assim não terá aquela centena de “améns, recebo, aceito”, etc. Por quê? Porque é de origem espiritual, não, do enganoso e perverso coração humano. Propõe correção de rumos, segundo A Palavra de Deus, invés de dinheiro incondicional a quem desejar.

Desgraçadamente, as redes sociais, malgrado seus muitos benefícios possíveis, são mais pujantes pelos malefícios que propiciam. As pessoas se vestem de personagens, conforme suas doenças de estimação, “filtram” suas almas adoecidas; caracterizam-se com alheios saberes e pensares; saem desfilando, sentindo que são, deveras, a farsa que representam.

Invés de fazer fogo, cada um com sua lenha, saem aquecendo-se em chamas alugadas, sem capacidade nem desejo de entender as tolices que propagam. Sempre recorro a um dito de Plutarco: “A mente não é um vaso para ser cheio; antes, um fogo a ser aceso.” Isto é: Não basta que decoremos sentenças, amontoemos frases profundas, partilhemos alheios saberes; devemos ruminar aos tais, viver conforme, se, quisermos que nossa partilha tenha matizes autênticos, não, nuances duma farsa.

Esse negócio de que, cão deseja ossos, ou carne, gato deseja leite, rato ora por queijo, coelho por cenouras etc. é a ordem natural. Quem pretende evocar ao Santo Nome do Senhor, entenda que, isso nos remete ao sobrenatural; requer zelo e cuidados maiores que as vicissitudes ordinárias da vida. “Se alguém falar, (coisas de cunho espiritual) fale segundo as Palavras de Deus...” I Ped 4;11

Essas porcarias dos amantes do Dinheiro que profanam ao Santo Nome de Jesus, são obscenas, para quem, minimamente vê, na dimensão espiritual. Diamante e cascalho não são similares.

Jesus está disponível a todos, no que veio fazer; salvar. Porém, não é vulgar que possa ser misturado a qualquer coisa rasteira e ímpia, como faz o desejo materialista. Deve ser mencionado com reverência e temor; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

O Anticristo pretende marcar todos como gado; certa senha que permitirá seguir comprando e vendendo; será impossível sem ela. Esses que profanam ao Nome de Cristo em demanda por dinheiro, como agirão, então?

Se agora que o amor ao dinheiro é apenas febre padecem disso com tanta força, como será quando a coisa se tornar um câncer? For obrigatório escolher entre fidelidade a Deus, ou facilidade material? Parece óbvia a escolha da maioria, infelizmente.

A possibilidade de se ganhar dinheiro mediante visualizações nas redes, patrocina toda sorte de ridículos, obscenidades, mentiras, personificações, profanações... tudo “vale” desde que resulte em engajamento; será?

Esses que acham que Jesus é um Nome bom para se “apostar” em demanda de dinheiro, ainda não entendem de valores de almas, apenas, preço; as deles são muito baratas. “Engana-se quem pensa que os cofres dos bancos têm riquezas; eles têm apenas dinheiro.” Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Vilipêndio à Graça


“Nós, cooperando também com Ele, vos exortamos a que não recebais a Graça de Deus em vão.” II Cor 6;1

Algo ser de graça, pode gerar a sensação errônea que seja de pequeno valor. O Salvador ensinou sobre a devida postura para quem entende o que a salvação significa: “... o Reino dos Céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; encontrando uma pérola de grande valor, vendeu tudo quanto tinha e comprou-a.” Mat 13;45 e 46
Sendo, algo de grande valor, como alguém trataria tal dádiva como banal?

Lemos; “A mulher graciosa guarda a honra como os violentos guardam as riquezas.” Prov 11;16 O zelo para com as riquezas forja homens violentos em defesa delas, porque esses consideram que vale o esforço para reter, àquilo que prezam.

Quanto foi pago pela salvação? Não podemos mensurar o valor da Vida de Cristo; mas, podemos ter uma parca ideia, vendo quanto valem os recursos humanos para esse fim. “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão; dar a Deus o resgate dele. Pois a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;6 a 8 Em nosso mísero DRH, não há nada que sirva para satisfazer à justiça Divina.

Isaías retratara O Senhor observando uma terra injusta, sem expectativas, de modo que Ele Próprio se voluntariou ao que, mesmo carecendo, não poderíamos. “A verdade desfalece, quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado; O Senhor viu, e pareceu mal aos Seus olhos que não houvesse justiça. Vendo que ninguém havia, maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; por isso Seu Próprio Braço lhe trouxe a salvação, Sua Própria Justiça o susteve.” Is 59;15 e 16

Caso reste alguma dúvida sobre a excelência da salvação, respondamos à seguinte questão: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” Mat 16;26

O valor das coisas mal apreciado, pode nos levar a despautérios nivelando preciosidades a vulgaridades; “Como o que arma a funda com pedra preciosa...” Prov 26;8

No caso do texto em apreço, recebermos à Graça Divina, em vão, sem haurir o devido proveito, tampouco, frutificarmos para que O Senhor encontre os nós os bens que deseja. “Não me escolhestes a Mim, mas Eu vos escolhi e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em Meu Nome pedirdes ao Pai, Ele vos conceda.” Jo 15;16

Na Parábola do Semeador, O Salvador elencou três situações, onde se tornará a vã a Graça “semeada” em nós. A) quando estamos “de passagem” pelas coisas espirituais, sem o devido tempo para receber instrução. Em geral, temos coisas “mais importantes” às quais, enquanto buscamos, deixamos a boa semente à margem do caminho; as aves dos céus, (más influências, hábitos pecaminosos) comem.

b) se, agimos em face à Graça, de modo puramente emotivo; ouvindo a mensagem da vida eterna nos mexemos emocionalmente, sem a profundidade necessária para perseverarmos, quando, o concurso das emoções favoráveis estiver ausente; 

c) por fim, quando tratamos à Graça como mais um bem adquirido, do mesmo rol de outros tantos, que o dinheiro pode comprar. Atrofiamos o potencial regenerador que ela tem, por apego material, conveniências sociais e melindres vários, não ousamos a consagração em santificação que O Divino Agricultor deseja, para produzir em nós o que Ele almeja. Frutos de arrependimento, justiça e louvor.

O fato de que nossa vida natural inda concorre, malgrado, tenhamos nascido de novo, contribui muito para que, priorizando os apelos efêmeros, naturais, coloquemos a perder riquezas espirituais, de valor eterno.

Pior que, os que recebem a Graça de Deus em vão, são os dissolutos espirituais, que ensinam coisas que barateiam ao que é precioso; não satisfeitos em malversarem-na para si, estragam-na junto àqueles que influenciam. Judas apontou os dos seus dias;

“... se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus; negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd v4

Enfim, salvação é Graça, porque Deus não nos devia ela, tampouco merecíamos; foi iniciativa soberana do Seu Infinito Amor. Porém, quem a recebe, no espírito correto, se atreve a “pagar o preço” para a manutenção da ventura recebida de graça; “Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança o aparecimento da Glória do Grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo;” Tt 2;11 a 13

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Códigos Eternos


“O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um quanto outro, são abomináveis ao Senhor.” Prov 17;15

Quem se apega com todas as forças ao “não julgueis”, sem entender deveras o sentido, precisa cotejar o ensino, com o provérbio supra. Não está censurando justificar, ou condenar; mas, fazer isso de modo indevido, alienado do método justo.

Uma coisa é julgar, de modo temerário, atribuindo motivações que ignoramos, produzindo-as. Outra, saber o que é justo, por ter aprendido do Senhor; à luz disto, se portar no teatro da vida. Nesse caso, não julgamos, antes, discernimos a essência das coisas segundo Deus. “O que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 1 ;15

Deriva de sermos bons ouvintes, ante À Palavra do Eterno, que traz edificação, maturidade, aperfeiçoamento no sentido de identificarmos a essência das coisas; “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem, quanto, o mal.” Heb 5;14

Como poderíamos optar pelo bem, pelas coisas virtuosas, ou, evitar o mal, sem certa capacidade de julgar e identificar um e outro?

Para mantermos o bom porte nos apreços que fazemos, seja, censurando, seja, apoiando, devemos nos pautar por valores, não por preferências; e os tais, derivados da Fonte da Justiça, O Todo Poderoso, se, pretendemos estar alinhados com Ele. “... todas minhas fontes estão em Ti.” Sal 87;7

Os reféns de paixões clubísticas nos esportes, ideológicas na política ou filosofia, rituais espúrios na religião, em geral, tendem a ser lenientes, cúmplices até, com os que envergam o mesmo lábaro; avessos, severos contra os que pensam diferente. Tanto censuram aos justos se esses forem diferentes, quanto, justificam aos ímpios, se os tais forem dos “seus”.

Nesse caso, tendo as paixões humanas como aferidoras, ou, alguma conveniência rasteira a “patrocinar”, então se aplica com todas as letras, o “não julgueis.” Foi a isso que O Salvador censurou. “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.” Jo 7;24 “Porque O Senhor é justo, ama a justiça; o Seu Rosto olha para os retos.” Sal 11;7

Tenho minha preferência esportiva, nada doentia, mas gosto de ver o Grêmio ganhar. Quando se anula um gol “nosso”, como ocorreu duas vezes, ontem, penso: Se fosse contra nós, seria justa a anulação? Caso afirmativo, considero justa mesmo sendo a favor. Simples assim. Por essa régua devemos pautar todos os nossos julgamentos, a isonomia. Convém medir nossos direitos com a mesma escala dos deveres.

Há um ditado que versa: “Ouro nas mãos do bandido, ainda é ouro.” Ou seja, a coisa certa, veraz, justa, feita por gente que desaprovo, segue sendo certa, veraz e justa. Mas, em geral as paixões humanas não permitem nenhuma concessão aos que não são aves do mesmo bando.

Na política, com a imprensa prostituta a serviço de quem paga seus trabalhos de alcova, alguns começam a falar que Nicolás Maduro é de direita; porque a escalada de violência e a nudez da fraude que cometeu se tornaram indefensáveis.

Aqueles que sempre defenderam à ideologia esquerdista, quando percebem que o “modus operandi” da mesma desfila inaceitável, tentam amputar um de seus próceres e jogar para o outro lado. O esquerdismo sempre foi amoral e imoral; defendendo bandidos, aborto, drogadição, casamento gay... qual o problema, roubar a eleição e matar quem se opõe?

Isso evidencia que tais “juízes” não censuram ao ímpio; antes ao que pensa diferente. Se, o tirano é mesmo de direita, o que fez esses anos todos que participou do encontro da esquerda latino-americana, no de Foro de São Paulo? Devia ser um infiltrado, um espião. Francamente! O jornalismo tinha dever de não ser tão obsceno.

Enfim, as palavras de julgamento que falarmos, serão usadas contra nós em juízo; “Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.” Mat 12;37

Por isso, quem teme a Deus fala segundo Ele; não precisa se preocupar, mesmo sabendo que os Céus registram suas falas; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; O Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que O temeram; para os que se lembraram do Seu Nome. Eles serão Meus, diz O Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve.” Ml 3;16 e 17

Nossas falas estarão no Tribunal Eterno, não como códigos; mas, como testemunhas das escolhas que fizemos. Códigos, são as Palavras do Senhor. “Quem Me rejeitar, não receber Minhas Palavras, já tem quem o julgue; a Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48

domingo, 4 de agosto de 2024

O porvir


“Porque nunca haverá mais lembrança do sábio que do tolo; porquanto de tudo, nos dias futuros, total esquecimento haverá. Como morre o sábio, assim morre o tolo!” Ecl 2;16

Salomão e sua filosofia, “debaixo do sol.” Uma vez que a sina inevitável da morte, “nivela” todos, tanto faria, ser alguém sábio, ou tolo. Será?

Dizem que Salomão teria escrito seus Cânticos nos dias da juventude, na efervescência do amor; os Provérbios na idade madura, quando a mente, no auge do vigor, busca entender o porquê das coisas; o Eclesiastes, na sua velhice; então, viu a impotência do labor e do saber humano, contra a “máquina do tempo”; por isso, um escrito eivado de pessimismo. “vaidade de vaidades; é tudo vaidade.”

Sendo os escritos de cunho sapiencial, não, por revelação, natural que as vicissitudes humanas ponham a digital em tudo o que se escreve. Agiu com um filósofo a refletir, não como porta-voz duma revelação recebida.

Geralmente, os profetas introduziam suas falas com, “Assim diz O Senhor... Veio a mim a Palavra do Senhor;” Salomão, malgrado tenha recebido o dom da sabedoria, ele mesmo deixou claro que seus escritos eram fruto de suas meditações, não de revelação Divina. “Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém. Apliquei meu coração a esquadrinhar, informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu...” Cap 1 vs 12 e 13

No fim de seu tratado pessimista, deixou uma janela nos Céus, sem a pretensão de encerrar o assunto, “debaixo do sol;” disse: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda Seus Mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra; até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Ecl 12;13 e 14

Mensurara como palavras sábias, as recebidas, não as buscadas mediante reflexão; “As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo Único Pastor.” V 11 Por isso, o dito de Paulo aos de mente filosófica: “Qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão, O Espírito de Deus.” I Cor 2;11

Quando vejo gente derivando doutrinas do Eclesiastes, como o “sono da morte” dos adventistas, percebo que estão equiparando o saber humano ao Divino, sem sequer se darem conta. Paulo cotejou o humano saber com o do Senhor; Esse, mais que em rebuscadas ginásticas intelectuais, se reflete no modo como agimos; “Falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;7 e 8

Em certo sentido é vero o dito: “como morre o sábio, morre o tolo.” A morte, após a queda, resultou inevitável; “Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre.” Frase que Ariano Suassuna colocou nos lábios do Chicó, em “O Auto da Compadecida.”

Porém, que todos se igualam como condenados, há controvérsias. Ou, que “no futuro, total esquecimento haverá”, também é duvidoso.

Que sentido teria vivermos renúncias, em submissão a Cristo, ancorando nossa esperança em venturas do além, se tudo acabasse aqui? Para quê, serviria o “Tesouro nos Céus” que devemos ajuntar? Paulo advertiu: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.” I Cor 15;33 Antes, dissera: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” V 19

Qual sentido na pergunta do Salvador, “Que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo se perder sua alma?” Mc 8;36

Se tudo se acaba com a morte do corpo, já não há uma alma que possa se perder. Contudo, Jesus Cristo ensinou: “... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais que fazer. Mas Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei Àquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;4 e 5

Do futuro, Daniel ensinou duas coisas relevantes: Ressurreição e recompensa. “Muitos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, outros para vergonha e desprezo eterno. Os que forem sábios, resplandecerão como o fulgor do firmamento; os que a muitos ensinam justiça, como as estrelas sempre, eternamente.” Dn 12;2 e 3

“Ouvi a instrução, e sede sábios, não a rejeiteis.” Prov 8;33

sábado, 3 de agosto de 2024

Esquerdismo


“A disciplina é mais forte que o número; a disciplina, isto é, a perfeita cooperação, é um atributo da civilização.” John Stuart Mill

Desde que, servos do capiroto conseguiram incutir nas massas que, disciplina equivale à opressão; possuir riquezas, a ser opressor; e acoroçoar espúrios anseios, com métodos violentos é lutar por direitos, o mundo entortou de vez.

A Bíblia ensina que, os avessos à disciplina são de espúria origem, invés de filhos de Deus; “Se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Heb 12;8

O que são as leis, e as necessárias instituições saudáveis, para garantir o império delas, senão, cercas indispensáveis à civilização, cujo respeito requer disciplina, para preservação de uma sociedade igualitária e livre?

O “progressismo” com sua anárquica destruição de valores, tem no fim do túnel seu mentor de braços abertos e garras afiadas, assanhado para impor o totalitarismo global.

O mundo carece refratários a esses “progressos” se, pretende seguir respirando, ainda que, tênues nuances de liberdade. “Cada época é salva por um pequeno punhado de homens que têm a coragem de não serem atuais." Chesterton. Esses “jurássicos” preservam valores, disciplina, leis; coisas essenciais para que a barbárie não os vitime.

O “avanço” socialista não tem uma linha de chegada que condecore vencedores; antes, o objetivo é a destruição dos valores, instituições, democracia, patriotismo, família. Quando conseguirem vermelhar o mundo, os idiotas úteis cooptados por eles entenderão, que pelejaram pelo direito de não terem direitos. Xeque-mate!

Cinicamente preservam os rótulos, enquanto destroem essências. Em nosso país, altamente vulnerado pela metástase desse câncer, temos uma “democracia”, onde o povo livremente, nas ruas, deixa patente sua escolha; mas, “contam” os votos no escuro; sonegam auditoria e ameaçam, perseguem, prendem; cassam direitos políticos de quem discordar do “resultado.” Precisam “defender à democracia”.

Nesse quesito, felizmente, o Maduro se revelou verde; sua “vitória” foi tão mal maquiada, que, apenas ditadores como ele (China, Rússia, Coréia do Norte, Nicarágua, Irã...) ou, prisioneiros de interesses mesquinhos, narco-ideológicos como Brasil, Colômbia e México conseguem fingir que o “resultado” é confiável; conceder o benefício da dúvida até a “apresentação das atas”, tempo que dão ao tirano, para ver se ele descobre algum disfarce para a fraude que perpetrou.

Lula não viu nada de anormal. Isso deve ser atribuído aos seus olhos, agravados pela miopia ideológica, comprometidos com ilícitos financiamentos recebidos daquela fonte; não, aos fatos.

Disse que bastaria a oposição, por discordar, entrar na “justiça” onde essa decidiria. Num sistema onde o próprio “eleito” declara sua vitória e fala pelo “tribunal eleitoral”, pleitear algo num antro assim, tem tudo para terminar bem; para o ditador, dono do tribunal, e dos juízes. Também isso, a toupeira voluntária finge não ver.

Nas Olimpíadas, o esquerdismo com sua pauta “Woke”, apelido conveniente que dão às perversões sexuais, e ao feminismo, mostra suas garras. Nenhuma manifestação religiosa é permitida; jogadores marroquinos comemorarem de rosto em terra como fazem quando oram a Alá, tudo bem. Parodiar o quadro da Santa Ceia, na abertura, também. De Jesus se pode falar apenas em “LIBRAS” sujeito a punições.

Tudo acaba sendo “munição” para a guerra cultural, dos esquerdistas. A jogadora de futebol, Marta, por ser LGBT, é endeusada, idolatrada acima da média; erros grosseiros como o que causou sua expulsão contra a Espanha são minimizados. Deixou de ser uma jogadora de futebol, para ser munição, por parte dos Wokes. Acaba sendo rejeitada por muitos, malgrado seus relevantes feitos, pela nociva ressignificação da sua vida.

A judoca que ganhou o ouro, Beatriz Souza, invés de ser celebrada como uma brasileira vitoriosa, é “mulher negra”; por que abririam mão de tão preciosa “munição.”

Ela é mulher, negra e brasileira. Mas, está lá representando nosso país, não, uma razão alheia aos esportes. Mas, eles se apropriam de tudo o que seve à “causa”. Se a fraude do Maduro não vingar, já começam a dizer que ele é de direita, e bolsonarista. Se, a destruição dos valores é seu alvo, por que a verdade ficaria em pé?

Pouco importa se a “Cidade-Luz” colocou triatletas a nadar entre as bostas flutuantes do Sena; há uma causa subjacente aos jogos que despolui tudo. Se eles disserem que as águas estão cristalinas, estão.

Ironicamente, é justo nos esportes que a disciplina e as regras isonômicas são indispensáveis. Mas, emporcalham tudo, mesmo as competições.

Maduro que já mandou matar dezenas de opositores se disse “guerreiro do amor”. Eles conseguem matar até as palavras, de modo que não consigam dizer mais nada.

Para azar deles, Jesus sempre foi anunciado em LIBRAS; digo, pelos gestos, que prescindem das palavras; aquele que pauta seu viver pelos ensinos Dele, em silêncio se faz pregador.