segunda-feira, 15 de julho de 2024

Fugir das dores


“Mortificai, pois, vossos membros, que estão sobre a terra: a fornicação, impureza, afeição desordenada, vil concupiscência e a avareza, que é idolatria;” Col 3;5

Esse “pois”, traz a ideia de um argumento sendo concluído, em conexão com algo que foi dito antes. O verso três diz: “Porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo em Deus.”

Se, a uma leitura superficial pode encerrar certa contradição, “já estais mortos”, com o preceito que ordena, “mortificai”, a rigor, não há contradição nenhuma. O estar morto, pela conversão, é uma releitura do “Negue a si mesmo”, indispensável. Quando alguém se dispõe a isso, por amor a Cristo, identifica-se em obediência, com Ele, que foi fiel até à morte.

Paulo sintetizou: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Uma identificação, primeiro na morte, depois, na nova vida que convém, como filhos de Deus.

Assim como, a “justiça” dos salvos não é deles, propriamente, são reputados justos, por receberem em seu favor a justiça de Cristo, pela fé e obediência, também o “estar morto” é uma figura que evidencia as renúncias necessárias dos desejos malsãos que militam em nossa carne; o “mortificai” expõe nas “letras miúdas”, a prescrição de como deve ser nosso andar, doravante.

A Palavra traz, desde antanho: “Por amor de ti, somos mortos todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro.” Sal 44;22 O que Paulo citou escrevendo aos romanos, no cap 8;36

A conversão não é impor mera inércia àquilo que, antes era mau, em nós; antes, uma mudança de atitudes, pela mudança de Senhor. “Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também, vos considerai, certamente, mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6;10 e 11

Com os mesmos meios que fizemos coisas más, somos desafiados às melhores. “... apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.” Rom 6;13

Confesso que, no início da caminhada em Cristo, a ideia de perder a vida para ganhar dava nó em meus dois neurônios; testava meu parco entendimento. No entanto, o texto seguia lá, solene, sisudo, sóbrio; “Porque, qualquer que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder sua vida, a salvará.” Luc 9;24

O mundo com seus valores invertidos, passageiros inconsequentes, filosofias hedonistas, labora por encorajar a toda sorte de vícios, pelo breve consórcio desses, com os prazeres. Quanto ao porvir, em geral deixam de considerar, como se, alguém com uma doença terminal, evitando ir ao médico estivesse seguro. Apostam todas as fichas na existência terrena, que, um infortúnio qualquer pode tolher.

As coisas que o mundo pode dar, prazeres, sucesso, fama, duram até quando? “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” Mat 16;26

Escrevendo aos coríntios, Paulo foi categórico: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19 Por quê? Porque nessa vida concorrem perseguições, calúnias, rejeições; O Salvador chamou, aflições. Se, suportar essas coisas por amor a Ele, não tivesse uma recompensa no porvir, seríamos estúpidos, privando-nos de alguns prazeres possíveis, devaneando com outros, inexistentes. “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.” I Cor 15;33

O fato que tantos, preferem sofrer martírio a negar sua fé, deveria fazer pensar, aos que não creem. Nossa entrega a Cristo é um relacionamento, com uma Pessoa Viva, Real, Presente; não uma fuga psicológica aos domínios duma abstração, por medo das agruras da vida.

Em Cristo sofremos, dada a oposição da carne, do mundo e de Satanás. Portanto se quiséssemos fugir da dor, bastaria nos entregarmos aos prazeres.

Deixamos de apostar nossas vidas em prazeres duvidosos, que podem chegar a algumas décadas, pela promessa, de quem se revelou fiel, que, após um período probatório, nossa ventura será eterna.

De certa forma, fugimos das dores; não, das pequenas. “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;” II Cor 4;17

Jesus ensinou: “... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais que fazer. Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei Aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;4 e 5

domingo, 14 de julho de 2024

Reginaldo Rolim; falso?


“Não havendo profecia, o povo perece; porém, o que guarda a lei, esse é bem-aventurado.” Prov 29;18 Almeida

“O povo que não aceita a orientação divina se corrompe, mas quem obedece à lei é feliz.” Versão transformadora.

“Where there is no vision, the people perish: but he that keeps the law, happy is he.” King James

“Sin profecía el pueblo será disipado: Mas el que guarda la ley, bienaventurado él.” Reina Valera

Duas versões em português, em inglês, espanhol. Todas, com variações normais, dizem o mesmo. Profecia, orientação, visão, de origem Divina; essenciais, para a manutenção do povo do Senhor.

A profecia carece um apreço bíblico sobre o que é, além de certo “acessório”.

Os profetas não eram meros adivinhadores; antes, servos, que falavam segundo Deus. Além de denunciar pecados, anunciar juízos vindouros, prediziam eventos com inerrância; eram meros canais de Deus. “Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor Deus, quem não profetizará?” Am 3;8

Sua mensagem, em geral os indispunha com os rebeldes, dado que, não buscavam agradar aos homens, antes, serem fiéis ao Senhor.

O primeiro crivo pelo qual uma profecia deve ser testada, é o do cumprimento. “Sabe que, quando esse profeta falar em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir, não suceder, como profetizou, esta é palavra que O Senhor não disse; com soberba, a falou; não tenhas temor dele.” Deut 18;22

Entretanto, o “acessório” indispensável, que devemos ter em mente, se não quisermos ser enganados, é o das consequências da profecia.

O sujeito prevê, a coisa se cumpre, mas, o ensino dele desencaminha da retidão e exclusividade do Senhor; nesse caso, mesmo acertando, é falso também.

“Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que houver falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o Senhor, vosso Deus, de todo vosso coração e toda vossa alma.” Deut 13;1 a 3

Além do cabal cumprimento do vaticínio, esse deve resultar em Glória ao Senhor apenas, a ninguém mais; pois O Santo É Zeloso da Sua Glória. “Eu sou o Senhor, este é Meu Nome; Minha Glória, pois, não a darei a outrem, nem Minha honra, às imagens de escultura.” Is 42;8

Uma das características dos últimos dias segundo Cristo, seriam os prodígios da mentira. “Pois surgirão falsos Cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos.” Mc 13;22

Tenho observado alguns “profetas” da atualidade; um deles, em especial chamou minha atenção. Chama-se “apóstolo” Reginaldo Rolim. É compartilhado por muitos cristãos; recebe os mais efusivos comentários dos “evangélicos” que o seguem.

Suas previsões são ousadas, marca datas, horas, para certos eventos; alguns acontecem; outros, são “acontecidos” pela entrega de previsões difusas como “avalanche, reboliço” de acontecimentos, que num mundo como a atual, sobretudo com uma situação política como a nossa, facilmente se “cumpre” bastando arrolar meia dúzia de coisas e empacotar.

Meu ponto, contudo, não é o cumprimento ou não, das previsões. Adivinhar coisas, até a pitonisa de Filipos adivinhava pelo poder de Satanás, antes desse ter sido expulso, pelo apóstolo Paulo.

O que me intriga no referido “apóstolo”, é a incapacidade dele de separar ao santo do profano. Por que Deus daria tal poder a um incapaz de algo tão básico?

Não raro, encontro e sujeito requerendo orações, de Evangélicos, católicos e Espíritas, todos os “cristãos”. Assim, invés de zelar pela Santidade do Senhor, como faria um profeta idôneo, o sujeito é ecumênico, sem filtro teológico, zelo doutrinário.

Com devido respeito aos católicos, mas, eles não se limitam à observância da Palavra. Colocam dogmas, tradição eclesiástica acima dela até. Os espíritas também merecem meu respeito. Mas, doutrinariamente não são cristãos. Negam a redenção mediante Cristo, esposam aperfeiçoamento pelas obras, durante tantas encarnações, quantas, necessárias para isso. Se o sujeito não sabe essas coisas, mesmo adivinhando outras, não sabe de nada.

Em seu “pano de fundo” das lives, traz um leão coroado; abaixo a inscrição: “Parabéns, Apóstolo Reginaldo Rolim.” Dá impressão que isso não aponta para a Glória de Deus.

Tanto mais suscetíveis seremos aos enganos, quanto, mais distantes estivermos da Palavra de Deus. Pois, como vimos no princípio, não estando essa em perspectiva, tendemos a nos corromper.

Mais que adivinhador do devir, deve, um servo idôneo, ser um conhecedor e praticante do que já veio. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens procurar instrução, porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

Podemos perder a salvação?


“Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram;” Jd v 5

Muito se discute se é possível alguém perder a salvação, ou não. Para alguns círculos, “uma vez salvo, sempre salvo.”

No contexto imediato, Judas deixa ver que alguns estavam convertendo em dissolução a Graça de Deus; não os salvos, necessariamente; mas, gente que se infiltrara entre eles. “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a Graça de Deus, negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” V 4

Mesmo que esses dissolutos fossem meros infiltrados para esse fim, se, quem estava salvo o estava para sempre, livre de riscos, por que a instante advertência do apóstolo, que, disse que pretendia escrever sobre amenidades, porém, foi constrangido a esse aviso urgente?

Muitas exortações bíblicas perderiam o sentido, se, os salvos não corressem risco; como, “quem perseverar até o fim, será salvo;” “aquele que pensa estar em pé, veja, não caia;” “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida;” etc.

Àqueles que creram para a salvação, foi prescrito o ensino para edificação, tendo como fim, não serem tirados do caminho estreito, por doutrinas espúrias. Devemos crescer “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homens perfeitos, à medida da Estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;13 e 14

Cuidados que perderiam sentido, se a “Pérola de Grande Valor” não pudesse ser furtada de forma nenhuma.

Pedro aludiu a uns que, tendo andado nas veredas justas, recebido do Salvador virtudes espirituais, depois caíram, se fazendo piores que antes de conhecê-lo. “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se o último estado pior que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado;” II Ped 2;20 e 21

Esse “se, forem...” no subjuntivo, trataria de hipóteses, não da realidade, defendem alguns. Porém, no contexto Pedro apresenta-os como atuantes, fazedores daquilo que deplora. “... tais homens têm prazer nos deleites quotidianos; nódoas são eles, máculas, deleitando-se em seus enganos, quando se banqueteiam convosco; tendo os olhos cheios de adultério, não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição;” vs 13 e 14

Consideremos ainda, uma expressão na Epístola aos Hebreus, que alguns, até desviam dela, por medo das suas implicações. Sobre os que tendo vivido no lodo e sido guindados à Rocha, sentiram saudade da lama e voltaram a ela.

A Palavra deixa ver que O Espírito Santo os renovar para arrependimento está fora de cogitação. “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, O expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Se, a consequência do agir leviano, significa crucificar de novo a Cristo, temos aqui um indício do que seja, “converter em dissolução a Graça Divina”. Tratar às coisas preciosas como vulgares. Pedro faz distinção entre uma e outras; “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o Precioso Sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado, incontaminado.” I Ped 1;18 e 19

Para um dissoluto notório, apresentado na Palavra, o filho pródigo, houve uma segunda oportunidade, para volver à casa do pai. Foram as dores, privações, que lograram colocar nele uma gotícula de bom siso. Quiçá, alguém que tenha caído, após sentir as consequências nefastas da queda, inda possa, sob o patrocínio da dor, não de um renovo espiritual, voltar humilhado, e ser recebido com festa, como foi aquele.

Afinal, O Divino amor cobre falhas que o brio humano não conseguiria. “... Tu te prostituíste com muitos amantes; mas ainda assim, torna para Mim, diz O Senhor.” Jr 3;1

Graça não é algo pétreo, imutável. Devemos ter, quanto a ela, um contraponto digno em obediência e santificação. Atinente a isso, Paulo escreveu a Timóteo: “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.” II Tim 2;1

sábado, 13 de julho de 2024

Os cegos


“Depois disto, tornou a por-lhe as mãos sobre os olhos e o fez olhar para cima: ele ficou restaurado, e viu a todos, claramente.” Mc 8;25

A cura de um cego de Betsaida, que O Senhor efetuou em dois tempos. Jesus o tomou pela mão e levou para fora da aldeia. Todos os que chama a Si, O Senhor, de certa forma tira “fora da aldeia”.

O mundo muitas vezes é figurado como "Aldeia Global". O Salvador deixou claro que, os Dele não devem fazer parte desse sistema, com seus valores invertidos, alvos distorcidos, celeridade em pecar, na inglória tentativa de fugir das próprias sombras.
“Dei-lhes Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou do mundo.” Jo 17;14

Quem devaneia com cristianismo “inclusivo”, compactuando com a forma mundana de ser, ainda não entendeu o que significa Cristo. O Salvador toma pela mão e leva para fora da aldeia.

A cura foi operada em dois instantes; acredito que, por um propósito do Senhor. Poderia fazê-lo, se quisesse, sem sequer tocar no cego; porém, tomou-o pela mão, aplicou saliva em seus olhos, e o curou de modo progressivo. Num primeiro momento, o homem viu parcialmente; “levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens; pois os vejo como árvores que andam.” V 24

Esse deveria ser o primeiro estágio da visão de todos, no âmbito espiritual. Mais de uma vez, O Salvador nos figurou como árvores frutíferas: “Assim, toda árvore boa produz bons frutos, toda a árvore má produz frutos maus.” Mat 7;17 “... Eu vos escolhi e nomeei, para que vades e deis fruto...” Jo 15;16

Carecemos luz do Espírito para vermos isso; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Quem devaneia com certo utilitarismo, acercando-se dos ambientes onde Cristo é ensinado, por motivos materialistas, imediatos, ainda carece uma mistura da “saliva do Senhor”, Sua Palavra, com o pó de que somos feitos, para ver o propósito pelo qual fomos criados. Dar frutos para Glória de Deus.

Há cegueiras biológicas; pessoas nascem assim. Outras, psicológicas; alguns querem assim. “Veem” segundo suas vontades, seletivamente, escolhendo ver apenas o que desejam. Esses, nos apreços vulgares são tidos como os piores. “O pior cego, é o que não quer ver.”

Porém, há uma cegueira que talvez seja ainda mais danosa; a espiritual, que oblitera o entendimento, desvia o foco, das realidades transcendentes que deveríamos ver. “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Cegueira seletiva, contra a Luz do Evangelho; nesse objetivo, o traíra embeleza o quanto pode seu vasto é ímpio parque de diversões, o mundo, para manter fixos nalguma tela dele, os olhos daqueles que poderiam ser iluminados se olhassem na direção certa.

No caso do cego de Betsaida, O Senhor o condicionou: “... o fez olhar para cima...” Desde dias antigos, O Senhor nos desafia a isso: “Olhai para Mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque Eu Sou Deus, não há outro.” Is 45;22

Cada vez que, uma mensagem assim é produzida, Jesus Cristo, O Senhor, toma alguém pela mão, o tira por um pouco para “fora da aldeia” e o faz olhar para cima. 

Nessa geração que corre sem objetivo, entre “memes” e “cortes”, quantos têm tempo, coragem para “perder tempo” com textões? Muitos se gabam da alienação; “Passou de duas linhas, não leio.” Estão viciados nos petiscos rápidos do príncipe do mundo, sem tempo para O Príncipe da Paz.

Pois, a luz espiritual costuma assustar, ensejar desconforto, não pelo que ela é; antes, pelo que nos tornamos. Coloca-nos numa “saia justa”, e nos desafia a lidarmos com o que vemos. Por isso, a maioria evita o “risco” de olhar para cima. “... os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” JO 3;19 e 20

Temos então, um consórcio entre a cegueira voluntária e a espiritual, dos que, desejam a aprovação, sem sequer tentar, agir de modo probo.

Felizes os que ainda se deixam pegar pela mão e olham para cima. Depois de iluminados pelo Senhor, bastará A Palavra Dele, para ficarem longe da aldeia condenada. “mandou-o para sua casa, dizendo: Não entres na aldeia...” v 26
Gosto
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Amor, em duas vias


“Porque nenhum de nós vive para si e nenhum morre para si.” Rom 14;7

Um dos maiores males da humanidade, certamente é o egoísmo. O Ego surgiu na queda, como alternativa a Deus. Invés de seguir conforme a ordem criada, o homem gerindo a criação em submissão ao Criador, a oposição sugeriu autonomia, independência. “Sereis como Deus; sabereis vós mesmos, o bem e o mal.”

Aceito isso, o ego entrou em cena, usurpando ao Criador. O homem passou a pretender ser, “o limite de todas as coisas”, não mais A Palavra de Deus.

Com o curso do tempo, o egoísmo acabou encorajado, como sendo uma corrente filosófica válida, sábia até. No prisma dos desejos indevidos, grassa um sonoro, “Permita-se!” Não dê ouvidos a quem falar diverso; na busca de força para os sonhados intentos, “Confie em si mesmo!” como uma “vacina” contra os conselhos da prudência; o “só dê palpites na minha vida, depois que pagares minhas contas;” no fundo: “Sou eu que arco com as consequências das minhas escolhas, portanto, não se meta! O deus aqui sou eu.”

Aquele que, foi criado à Imagem e Semelhança do Eterno, em Seus atributos comunicáveis, para o viver coletivo, num rebanho, com Um Pastor, se tornou um deus caído, “conhecedor do bem e do mal”, os quais aprecia no mirante dos interesses carnais, não, no da reta justiça.

Assim, apresentar a esse suposto deus, a ideia inicial de Paulo, que ninguém vive nem morre para si; “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.” Rom 14;8 fere seu conceito acerca da própria “Divindade”.

Logo, a conversão requer como primeiro passo, a remoção desse intruso, que, indignamente pretende assentar-se no Trono de Deus. Daí, render-se a Cristo traz anexo um pé na bunda desse intrometido. “Se alguém quer vir após Mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz, e siga-me.” Luc 9;23

O surgimento dos deuses alternativos trouxe maldição ao Paraíso Divino. “... maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.” Gn 3;17

Mediante Jeremias, as coisas são postas de novo, nos devidos lugares: “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5 “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é o Senhor. porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro; não receia quando vem o calor, mas sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Vs 7 e 8

O egoísmo eleva a píncaros indevidos o dom inato do amor próprio. O Reino de Deus, Seus Ensinos e Mandamentos são todos baseados no amor, com tempero, medida. Ame a Deus sobre todas as coisas, e ao teu próximo como a ti mesmo, é a suma.

Aquele amor que, “... é sofredor, benigno; não é invejoso; não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” I Cor 13;4 a 7

Se, o amor não busca aos próprios interesses, certamente busca aos de quem ama; assim fez O Criador: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.” Jo 3;16

Eventualmente pessoas questionam: “Se Deus É Um apenas, por que tantas religiões?” Porque todos os deuses egoístas que aceitaram a sugestão do canhoto, não bastam a si mesmos. Sentem um vazio espiritual que só O Criador preencheria. Avessos a Ele, por causa do si, que pretendem manter, criam simulacros vazios, com os quais enganam a si mesmos.

O Eterno segue chamando a todos, preenchendo de vida e paz, aqueles que O Aceitam mediante Cristo. Todavia, os termos para o regresso devem ser os Dele. Para tanto, carecemos algumas renúncias, que não combinam com o egoísmo. “... apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Enfim, a ideia Divina acerca de nós é restabelecer o relacionamento, baseado no amor, onde cada parte, preocupa-se com os anseios da outra. “Buscai primeiro o Reino de Deus, e Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Mestres dos mortos


“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Esse tempo sombrio já veio; estamos em seu pleno curso. Com o incremento da tecnologia, o advento das redes sociais, cada um pode dizer “urbe et orbe” o que pensa, no que acredita; quais são seus mestres.

Quem não se atreve a propor nenhum substituto à verdade, antes, permanece tentando ser fiel, não raro, acaba tachado de dono da verdade, acusador dos erros alheios, quando não, propagador de discursos de ódio.

Suas vaias de espúria inspiração, são mero disfarce do aplauso dos Céus; um testemunho, inda que oblíquo, que nosso andar os incomoda; e deveria ser mesmo assim, pois, servimos a senhores diferentes.

Segundo Paulo, diretamente proporcional à rejeição da “Sã Doutrina”, concorreria a incremento da “eficácia” satânica, como juízo permitido pelo Eterno, contra os que, por avessos à verdade, se albergaram nas obscuras casamatas do engano. “Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos que não creram na verdade, antes, tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;11 e 12

Facilmente descartam À Palavra de Deus, em lugar da qual colocam supostas boas obras, como se, o humanismo tivesse a mesma eficácia que Cristo. Sua diatribe contra os mensageiros da Palavra é que não precisam de religiosidade que acusa erros, basta ser uma “boa pessoa”; uma vez que nosso viver, talvez, a mensagem que pregamos, incomode alguém.

O problema básico é que, O Eterno não lida com “bondade”, antes de lidar com o mais relevante; a vida. “... Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.” Mat 22;32

As presumidas boas obras dos que descreem, não contam; são descartados os predicados como sendo iguais aos sujeitos dos quais derivam; mortos. “... sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo.” Heb 9;14

Essa balela que o sujeito pode ser ateu e ter mais “espiritualidade” que o crente, pode servir muito bem às comichões de quem se recusa a obedecer; mas, aonde leva? “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

Deus não busca espiritualidade; o capeta também é espírito e todos os credos espúrios têm lá sua espiritualidade.

A vida espiritual que Deus aprova, além do espírito traz anexa certa qualidade: “Deus é Espírito, importa que os que O adoram adorem em espírito e verdade.” Jo 4;24

Como, A Palavra Dele é a Verdade, todo e qualquer culto que descartar à Palavra da Vida como diretriz, é de origem espúria, parte do caminho largo pra perdição.

Essa balela esposada pelo Papa Francisco, por Rodrigo Silva, etc. que há ateus melhores que os crentes não se sustenta. A intenção pode ser cabeça de ouro, mas os pés são de barro. O melhor dos ateus, ainda é blasfemo, por chamar ao Eterno, de mentiroso. “... quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5;10

Fé sem obras é morta. Todavia, para efeito de salvação, basta A Obra de Cristo, e nossa fé; depois, façamos boas obras como testemunho de que fomos salvos, como derivadas da salvação, não, como “pagamento”, para a termos. “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Para os reféns de doutrinas espúrias, nosso modo de vida e a mensagem que esposamos incomoda; nesse caso, esperem deitados que deixemos isso, pra fazer as “boas obras” que o mundo aplaude.

Nossa missão não é sermos aceitos a todo custo; antes, sermos fiéis a Deus e À Sua Palavra, custe o que custar; “Toda Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

No fundo, todo servo de Deus, idôneo, acaba sendo, para quem o ouve, uma extensão da própria consciência; veículo de uma reprovação exterior, já que a interior foi ignorada; isso, da parte de Deus, que os capacita para tanto.

Faz parte do pacote que abraçamos, sermos incômodos e rejeitados; nisso está nossa glória. “Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;11 e 12

Luz aos íntimos


“... Elias já veio e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista.” Mat 17;12 e 13

Jesus fora mostrado aos seus chegados, como Ele É, em Sua Glória. “... Seu Rosto resplandeceu como o sol, Suas vestes se tornaram brancas como a luz.” V 2

Para completar uma voz vinda dos Céus assinou: “... Este é o Meu amado Filho, em quem Me comprazo; escutai-o.” v 5

Se, alguma dúvida restasse, nos corações de Pedro, Tiago e João, essas foram dissipadas no alto do monte. Oportunamente, Pedro lembrou: “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; nós mesmos vimos Sua Majestade. Porquanto Ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este É O Meu Filho amado, em quem Me tenho comprazido.” II Ped 1;16 e 17

Certificados pelo testemunho celeste, que Ele era O Filho de Deus, restou uma questão teológica aos discípulos. “... Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?” v 10

Malaquias dissera: “Eis que Eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” Mal 4;5 Embora o “grande e terrível dia do Senhor”, aluda ao Juízo Divino, então, se tratava do juízo contra o pecado; O Elias que havia de vir, já viera. Se haverá segundo cumprimento, em tempo, saberemos.

Os judeus levaram ao pé da letra, esperando Elias mesmo. A Zacarias, o pai de João Batista foi revelado: “Irá adiante dele (do Senhor) no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto.” Luc 1;17

O Senhor ensinou: “Se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir.” Mat 11;14

O Espírito Santo não era conhecido no Antigo Testamento. Quando, Eliseu admirou-se com os sinais que Elias operava, não pediu dons do Espírito Santo também para si; antes, desejou porção dobrada do “Espírito de Elias.” A Zacarias foi dito: “... será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe.” Luc 1;15 isso explica a “Fonte” da virtude de Elias.

Para os ouvintes e leitores honestos, nenhum problema com a vinda de “Elias”. Tampouco, a mínima base à doutrina reencarnacionista. Não era Elias literalmente; mas, alguém com um ministério profético semelhante, atuando no mesmo poder, pelo Espírito Santo.

Mediante Elias O Espírito Santo operara grandes sinais; por João, o maior dos profetas, trouxe a verdade sobre O Salvador; “... João não fez sinal algum, mas tudo quanto disse deste era verdade.” Jo 10;41 Nenhum dom espiritual fará sentido, se, seu portador não tiver vínculos sólidos com a verdade. A primeira “Peça” da “armadura de Deus”, é o cinto da verdade. Ef 6;14

Quando alguém lê À Palavra, com a mesma “honestidade” que Escribas, Fariseus, Saduceus e Herodianos faziam perguntas ao Senhor, para armar ciladas, não para aprender; digo, lê em busca de “erros”, “contradições” invés de o fazer em anseio por luz, já está decidido, o tal, em seu coração, a descrer; seu esforço nunca será por maior compreensão, antes, por “motivos” para basear sua incredulidade. Ah, se ousasse ser honesto! Santo Agostinho disse: “Lendo a Bíblia encontrei muitos erros; todos, em mim.”

O simples fato de o Senhor escolher apenas três dos Seus, os mais chegados, os levar a um monte e se lhes revelar como Ele É, evidencia que o conhecimento de Deus requer intimidade, mais que, curiosidade. “O segredo do Senhor é com aqueles que O temem; Ele lhes mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14

Quem fizer uma leitura puramente matemática, do incidente narrado na Parábola dos talentos, certamente estranhará o fato do senhor ter pego o talento desprezado do que o enterrara, e dado ao que possuía dez; a fé lida com confiança, não com números. “Porque a qualquer que tiver será dado, terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.” Mat 5;29

Quem tem coração humilde, atua em boa índole se deixando ensinar, receberá cada vez mais, não importa, quanto já possua. “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;7

Quem prefere buscar “erros” na Palavra, deixa o bendito consórcio com O Espírito Santo, se coloca à mercê do fabricante mor, de erros; “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho...” II Cor 4;4