terça-feira, 28 de maio de 2024

Inventores espirituais



“Um abismo chama outro abismo...” Sal 42;7
“... quando um edifica uma parede, outros a cobrem com argamassa não temperada;” Ez 13;10

Inicialmente, o conceito que um erro costuma requerer outro para se manter; depois, a denúncia objetiva nos dias de Ezequiel, onde um profetizava falso, outro vinha e confirmava a profecia. Um edifica a parede, outro reboca, com material ordinário.

Vaticinavam paz, quando era tempo de guerra; “Porquanto, sim, porquanto andam enganando Meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz...”

Embora se diga que a mentira tem pernas curtas, penso que manqueja; carece sempre das “muletas” de nova mentira para se suster.

Nem sempre uma mentira, intencional; às vezes um erro, tido por acerto, torna-se mentira; requer mais do mesmo, digo, outro erro, que o “confirme”.

Por exemplo, o “Juízo Investigativo” dos adventistas. Uma vez que William Miller marcara a data da volta de Jesus para 1844, e nada acontecera, criaram a referida doutrina, dizendo que, a data estava certa, o evento não. Forjaram, então, a citada doutrina, sem nenhum apoio bíblico, ainda que remotamente.
A Obra redentora foi consumada na Cruz. Assim, invés de assumir e abandonar o erro, como fez Miller, criaram outro, para “suporte” daquele.

Mais; tendo decidido ancorados em suposta visão de Ellen White, que Deus requeria a guarda do sábado, ao longo do tempo recrudesceram nisso; “concluíram” que esse é o “Selo de Deus”, nos seus; embora, a Bíblia apresente a guarda do referido dia como desnecessária; selo dos salvos como sendo O Espírito Santo.

“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, beber, por causa dos dias de festa, da lua nova ou dos sábados” Col 2;16 “... depois que ouvistes a Palavra da Verdade, o Evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com O Espírito Santo da promessa;” Ef 1;13

Assim, convencidos da sua errônea doutrina, como a Palavra ensina que o Anticristo “selará” também os seus, se fez “necessária” a doutrina do “Decreto Dominical”, como sendo a “marca da Besta”; apenas um reboco de má qualidade na “parede” que divide os que guardam o sábado, adventistas e judeus ortodoxos, dos demais; “Babilônia.”

Não é privilégio dos adventistas, descaminhos assim. O Catolicismo, em algum momento interpretou o “Pecado Original” como sendo o ato sexual. Tanto que, na “Ladainha” encontramos, sobre Maria: “Rainha concebida sem pecado original...” Pois, ela concebeu a Cristo pelo Espírito Santo.

Dessa “doutrina”, o dogma que ela segue virgem para sempre, malgrado tenha tido mais filhos. Já ouvi padres dizendo que textos que falam em “seus irmãos” para Jesus, refere-se a parentes próximos, ou convertidos. Quanto a convertidos, podemos excluir. “Porque nem mesmo seus irmãos criam nele.” Jo 7;5

Parentes próximos, como primos, por exemplo, eram chamados assim; “Eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice...” Luc 1;36 O fato de Jesus ter pedido para que João cuidasse de Maria, é porque Ele confiava mais nos laços espirituais, que nos carnais. “... qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é Meu irmão, irmã e mãe.” Mc 3;35

Ora, o pecado original foi a desobediência; tanto que, a mulher pecou sozinha, depois, chamou seu marido. Quanto ao sexo, no matrimônio, é abençoado. Deus ordenara que eles se multiplicassem, enchessem a terra; “Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a” Gn 1;28 Como fariam isso sem a relação conjugal? Deus mandaria pecar?

Como vemos, um erro requer outros. Como mais de 50% do que o catolicismo ensina contraria a Bíblia, esposam dogmas, magistério e tradição, como “fontes” além da Palavra. Nos dias de Sua peregrinação, O Senhor foi categórico: “... nem só de pão viverá o homem, mas de toda a Palavra de Deus.” Luc 4;4 depois de ressurreto, ao encerrar o Cânon, sentenciou: “... se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará sua parte do livro da vida...” Apoc 22;18 e 19

A Reforma Protestante, na verdade, um padre pelejando pela cura da Igreja, se baseou em cinco pontos: “Sola Scriptura, somente a Escritura; Solus Christus, somente Cristo; Sola Gratia, só a Graça; Sola Fide, só a Fé; Soli Deo Gloria, somente a Deus, Glória."

Embora sejam requeridas boas obras como testemunhas da fé, para efeito de salvação, apenas a fé conta; “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Enfim, quem vive e fala a verdade, não carece inventar nada; “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8

Pendão do Espírito



“... vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele Sua Bandeira.” Is 59;19

Ao cogitarmos uma bandeira, fatalmente pensaremos numa combinação de cores, uma identidade. Num sentido figurado, um conjunto de ideias, postulado filosófico, visão política do mundo, também pode ser expresso como uma bandeira.

Mas, do Espírito de Senhor, quais seriam as “nuances” do Seu pendão, quais figuras ondulariam nele?

Paulo ensinou: “... ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.” I Cor 1;11 “As quais também falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.” V 13 Devemos comparar as coisas espirituais, em seu âmbito próprio, embora, possamos usar assessórios naturais.

As figuras são necessidades para nossa expressão, dadas nossas limitações ao imanente, quando, precisamos abordar ao transcendente; ou, quando carecemos lidar “concretamente”, com abstrações.

Era hábito comum nas batalhas, um exército correr ao encontro delas, empunhando sua bandeira. Além do lábaro identificar em favor de quem, iam à luta, todo um compêndio de valores, visão de mundo, estava “abrigado” sob aquele pano.

Assim, quando o profeta alude à Bandeira do Espírito do Senhor, arrola necessariamente, sob ela, todos as coisas agradáveis ao Rei dos Reis. Por outro lado, as distorções e perversões contra as quais O Eterno luta desde a queda, são “soldados” do inimigo; sob a bandeira dele. Os valores que são caros ao Eterno, as coisas que preceitua, pelas quais devemos lutar, estão expressos na Sua Palavra; são as “cores” que identificam os valores defendidos pelo Espírito de Deus.

Não poderia mera bandeira resistir às águas. Essas costumam ser mui destrutivas, como vimos, dolorosa e recentemente. Porém, o próprio texto em apreço, deixa ver que essa expressão é mero símile; “vindo o inimigo ‘como’ uma corrente de águas...” 

Vulgarmente se chama à derrocada de valores, corrupção, imoralidade, promiscuidade concomitantes, de “mar de lama”. Mais ou menos o que se tornou a sociedade atual.

Como esse mar, a rigor, não é mar, também a Bandeira do Espírito de Deus, não é estritamente, bandeira. Antes, valores que se opõem ao lixo disseminado; o campo de batalha são as mentes humanas, as almas, que ambas as forças pretendem conquistar.

Os exércitos malignos fazem grandes estragos, com o bombardeio dos prazeres, o cerco do mundo, a infantaria da carne, pelejando pela destruição da Imagem e Semelhança Divina.

O Espírito do Senhor emprega a persuasão da Palavra, a Espada do Espírito, escudo da fé, apoiado pela logística do testemunho, e o invencível pelotão de elite da cruz.

Vencedores não são aqueles cujos corpos seguem em pé no final dela; antes, os que, mesmo ao custo das suas vidas, não capitulam ao apelo da oposição, à corrente de águas sujas dos pecados.

Foi na iminência de ser martirizado, que um deles disse: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas a todos que amarem a Sua vinda.” II Tim 4;7 e 8

Justo Paulo, que nos aconselhou a comparar as coisas espirituais com as espirituais, nos mostrou com seu exemplo, como vence aquele que batalha ao lado do Espírito do Santo. Nega à própria vida, quando necessário, sem negar ao seu Senhor. O amor o constrange, e O Espírito Santo o capacita.

O inimigo não pode se gloriar disso; embora seu exército seja muito mais numeroso, os engajados o fazem por si mesmos, pelo lixo moral que seu dominador lhes faculta, não por amor ao senhor deles. Eventualmente marcará, externamente, como gado, aos seus, por não conseguir marcá-los nos seus corações. Amor é munição que apenas o Exército de Cristo possui.

Não confundir com sentimentalismo barato, isso existe em qualquer esquina; falo do amor que, “... é sofredor, benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” I Cor 13;4 a 7

Os valentes do Senhor não vencem exércitos. Negam a si mesmos, para que Cristo vença ao pecado neles. Não são masoquistas que preferem a dor; antes, gente que ousou entrar pela porta estreita; o exercício na obediência já a fez ampla. “... assim vos será amplamente concedida entrada no Reino Eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” II Ped 1;11

“Muitas coisas não ousamos empreender por parecerem difíceis; entretanto, são difíceis porque não ousamos empreendê-las.” Sêneca

Honra na dor



“Saiamos, pois, a ele (Cristo) fora do arraial, levando Seu vitupério.” Heb 13;13

Vitupério significa expor alguém ao insulto, ou, vergonha pública. Sofrer vergonha por Cristo, embora seja honroso, nem sempre encontramos “cristãos” dispostos a tanto.

Ao surgir um escândalo, infelizmente surgem muitos, presto fracionam o corpo elevando mera denominação à potência de Igreja, para desvincular-se de outra onde o feito vergonhoso ocorreu: “A sorte que não sou dessa Igreja”, respira aliviado o sujeito, como se, Cristo tivesse muitas Igrejas.

Embora as denominações sejam várias, todos que pretendem compromisso com O Senhor são partes do Corpo de Cristo. A congregação visível é mero fragmento da Igreja, cuja plenitude, nos escapa aos olhos.

Então, não significa que, se um membro de uma denominação fizer algo escandaloso, não me atinge, apenas porque congrego noutra. Paulo expressou a necessária interligação das partes do corpo. “Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?” II Cor 11;29 Sequer havia denominações; mas, cada aglomerado em torno do Santo era parte da Sua Igreja.

Assim, a vergonha alheia é nossa; o que acontecer de virtuoso ou vicioso, nas muitas denominações cristãs, nos diz respeito.

Esse escapismo de se pretender alheio aos erros mostra que, não entendemos o que significa o “vitupério de Cristo.” Ele foi envergonhado publicamente por erros que não eram dele; antes, nossos.

Poder sofrer um pouco por Ele, mais que um “mal” a evitar como todo esforço, é uma concessão, uma honra. “Porque vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer Nele, como padecer por Ele.” Fp 1;29

O Senhor advertiu que seria assim; prometeu venturas aos que por isso passassem; “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Os apóstolos viram honra na dor, quando açoitados pelo que Cristo neles, representava; “... chamando os apóstolos, tendo-os açoitado, mandaram que não falassem no Nome de Jesus, e os deixaram ir. Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo Nome de Jesus.” Atos 5;40 e 41

Vergonhoso seria padecer por sermos culpados por um proceder indigno ante os que observam nosso andar; porém, quando for necessário sofrer porque Cristo em nós, incomoda outrem, isso nos é honroso; um testemunho, inda que oblíquo, que O Senhor, deveras, vive em nós.

Por isso Pedro aconselha: “Se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. Não temais com medo deles, nem vos turbeis; antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós.” I Ped 3;14 e 15

À medida que a roda do tempo gira, a inversão de valores se faz mais profunda. Aquilo que foi tido por honroso aos olhos humanos, sem ter sofrido alteração nenhuma, de repente, se torna réprobo, desprezível, vergonhoso. As coisas seguem sendo o que sempre foram; as valorações, não. “Ai dos que, ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas, luz, e da luz, trevas; fazem do amargo, doce, e do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;20 e 21

Sempre seremos confrontados com a dualidade antagônica, entre agradar ao Deus, ou, ao mundo. Todas as vezes que isso acontecer, façamos nossas as palavras de Pedro: “... Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós, que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido.” Atos 4;19 e 20

A vergonha de Cristo não deriva de haver lapsos Nele; antes, de quanto se dispôs a sofrer para curar aos nossos. Se, uma gotícula desse remédio amargo nos couber também, soará, ante Ele, uma demonstração, inda que ínfima, de que Seu Amor é correspondido.

Paulo exorta: “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas atente também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus.” Fp 2;4 e 5

Ser envergonhado pelo motivo correto é fazer vultoso depósito no Banco dos Céus, onde, fomos exortados a investir nossos valores. Na hora dos rendimentos e correção, renderá valiosos juros em honra, como prometeu o “Gerente”. “Portanto, qualquer que Me confessar diante dos homens, Eu o confessarei diante de Meu Pai, que está nos Céus.” Mat 10;32

segunda-feira, 27 de maio de 2024

A "maldita" propriedade



“Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? Como denunciarei, quando O Senhor não denuncia?” Nm 23;8

Balaão, o profeta mercenário, que fora contratado por Balaque, para amaldiçoar ao povo de Israel, no que foi vetado por Deus; então, disse a frase acima.

Não que alguém, além do Eterno, tenha poder para fazer algo acontecer pelas suas palavras, sejam bênçãos, sejam maldições. Mas, sequer falar, O Santo permitiu, contra Seu povo, em testemunho à Sua Fidelidade, que, oportunamente evocou: “Povo Meu, lembra-te agora do que consultou Balaque, rei de Moabe, e o que lhe respondeu Balaão, filho de Beor; do que aconteceu desde Sitim até Gilgal, para que conheças as justiças do Senhor.” Miq 6;5

Bênção e maldições procedem do Criador, como consequências das escolhas humanas. “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, que te tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Dt 30;19

Quando veta que amaldiçoemos, ordena que, vençamos o mal com o bem, cuida das nossas vidas; não protege nossos eventuais desafetos. Pois, nossas maldições seriam plantios nocivos que acabaríamos colhendo. “... Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará.” Gál 6;7

Semana passada ouvimos João Pedro Stédile, líder do MST, dizer no Vaticano, na presença do Papa; “Maldita seja toda cerca! Maldita seja toda propriedade privada!” No que foi aplaudido.

Quando, nos dez mandamentos encontramos: “Não furtarás”, consequentemente, vemos consagrado o direito à propriedade. Em se tratando de terras, mero avanço sobre o alheio, foi vetado nas “letras miúdas”; “Não mudes o limite do teu próximo, que estabeleceram os antigos na tua herança, que receberás na terra que te dá O Senhor teu Deus para possuíres.” Deut 19;14

Que, comunistas desprezem à propriedade privada, (dos outros) é de conhecimento global. Laboriosos trabalham, empreendem e adquirem; eles protestam, invadem e “se incluem” nos direitos alheios; trabalhar eles não sabem. Não passam de uma horda de ladrões.

O comunismo é uma nefasta praga, que ceifou mais de cem milhões de vidas, na China, leste europeu, e América Latina; além de falir dezenas de nações, como efeito colateral do desestímulo ao trabalho, que a referida ideologia comporta.

Que o “Papa Francisco” é um simpatizante da ideia, também não é segredo. Grande parte dos católicos o rejeita pela sua obscenidade política. Tanto que, deu espaço para esse vagabundo, (nascido aqui, para vergonha dos gaúchos) fazer tais declarações, “Urbe et Orbe”, como se fosse uma liderança espiritual, com autoridade para colocar as coisas em seus devidos lugares.

A maldição, como vimos, deriva das nossas escolhas, sobretudo, em relação ao Eterno e Seus preceitos; “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as Leis, mudado Estatutos, quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

No caso de Balaão, aumentada a recompensa para que amaldiçoasse, porfiou com Deus na esperança que O Eterno mudasse de ideia. Não sendo bastante a Fala do Criador, Ele apelou para a ironia; colocou voz na jumenta que o sujeito cavalgava, e ela falou; enquanto discutia com ela, viu que o anjo da morte já estava a postos contra ele. Quando a voz de Deus não nos basta, ficamos aquém dos animais. Àqueles Deus ordenou que entrassem na Arca e eles obedeceram.

O Eterno permitiu que o guloso por dinheiro fosse, mas, oportunamente, entre outras coisas, colocou nos lábios dele, o seguinte: “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria Ele, e não faria? Ou falaria, e não confirmaria?” Núm 23;19

A Palavra de Deus diz ainda, que, por um pouco, o mundo inteiro será “socializado”, governado pelo Anticristo. O povo será propriedade do Estado, não poderá ter cidadania plena sem certa marca, na destra ou na testa.

Todavia, enquanto pudermos resistir o inevitável, resistiremos. Trata-se da preservação dos nossos valores, não, de salvar um sistema falido e condenado.

Quem escolhe a injustiça e a pilhagem como modo de vida, a pirataria social, como fazem esses, nem precisa invocar maldições; suas ações já são eloquentes e bastantes para tal.

Pois A Palavra de Deus ensina a exclusão dos vagabundos, da mesa, até; “... se alguém não quiser trabalhar, não coma também.” II Tes 3;10 Caso falte estímulo, traz também: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para seus caminhos e sê sábio.” Prov 6;6

Quanto a jumentos falantes há tantos atualmente, que penso que, a descendência daquela, chegou aos nossos dias. “Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência.” Antônio Aleixo

Justiça; o insumo básico



“Vi mais debaixo do sol, que no lugar do juízo havia impiedade, no lugar da justiça, impiedade ainda.” Ecl 3;16

Normalmente temos a piedade como mero sentimento religioso, útil para quando orarmos, buscarmos a Deus. A justiça seria um aferidor necessário nas relações interpessoais, nos contratos cotidianos, sem um vínculo direto com a vida espiritual; será?

Paulo apresentou a piedade como útil nessa vida e no porvir: “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente, e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8 Qual seria o aspecto mais visível da piedade, na vida presente?

Mais que nos exercitarmos espiritualmente oferecendo cultos ao Eterno, estamos numa escola, onde nossos valores são alinhados aos dos Céus, aprendendo a prática da justiça, antes de levantarmos as mãos ao Criador. A Palavra Dele requer: “Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda.” I Tim 2;8 Sem injustiças, podemos acrescentar, sem receio.

A Palavra da Vida nos foi dada, não para ensinar trejeitos de religiosidade; antes, para forjar vidas probas, diante Daquele que ama à justiça. “Com minha alma te desejei de noite, com meu espírito que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo Teus Juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26;9

Se, subestimamos a regeneração dos nossos caracteres em Deus, e ainda assim pretendemos frequentar à Casa Dele, onde Sua Palavra é ensinada, ignoramos Seu objetivo, restaurar-nos; então, fazemos do culto um fim em si mesmo. Como se, pudéssemos viver nosso dia a dia às nossas maneiras, segundo nossos valores, desde que, reservássemos um tiquinho do nosso tempo, num teatrinho religioso para "agradar" a Deus.

Em dias antigos, já se tentou essa farsa. Pomposos cultos, louvores, sacrifícios; lá fora, cada um segundo sua impiedade. O Eterno protestou: “Odeio, desprezo vossas festas; vossas assembleias solenes não me exalarão bom cheiro. Ainda que Me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não Me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de Mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas. Corra, porém, o juízo como as águas, a justiça como ribeiro impetuoso.” Am 5;21 a 24

O que desqualificava aos cultos não eram sacrifícios, insuficientes, louvores desafinados, pregações imperfeitas; antes, a ausência de juízo, de justiça no modo de vida dos “devotos” de então.

Se, pois, alguém trata o aspecto espiritual da vida como mero apêndice, algo mais, que, se não fizer bem, mal não fará, ainda não entendeu nada; está invertendo prioridades, usando pedra preciosa na funda. Cristo ensina: “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

A Palavra não mostra Deus olhando para a terra esperando encontrar cânticos espirituais, mãos levantadas ou, futilidades simulares; antes, olhou demandando por quem O buscasse para se santificar, aprender a praticar o que Ele deseja. “Deus olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, nem sequer um.” Sal 53;2 e 3

Mesmo O Eterno tendo desprezado as “honrarias” da boca pra fora, mediante Isaías; reiterado isso através do Salvador, muitos ainda não entenderam as coisas. Disse: “... Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-Me com os lábios, mas seu coração está longe de Mim;” Mc 7;6

Basta que frequentemos alguns cultos, e o que mais ouviremos será: “Glória a Deus!” É errado? Não. A Ele toda glória. O problema é quando pensamos que são nossos lábios apenas, que O devem glorificar, divorciados das ações. “Resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Não que O Santo despreze sentimentos, lhe bastem as ações. São os sentimentos corretos que patrocinam as ações corretas diante Dele. Do Salvador está dito: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, O Teu Deus, Te ungiu com óleo de alegria mais do que a Teus companheiros.” Sal 45;7 Seu amor e Seu ódio agradaram a Deus; por estarem, ambos, nos lugares certos.

Porque Deus anseia por justiça mais que louvores, nossa grande dependência de Cristo; submissos a Ele, Sua justiça é imputada a nós, invés dos nossos pecados; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

domingo, 26 de maio de 2024

Aparente mente


“Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

Que as aparências enganam é proverbial. De que é feita a hipocrisia, senão, da aparência da virtude usurpada por quem vive no vício? Entretanto, as culpas pelo engano nem sempre estão plenamente na conta das coisas visíveis.

“Os olhos e ouvidos são más testemunhas, quando a alma não presta”. Heráclito

Para o antigo pensador, havia uma inclinação nas almas que “entortava” a leitura dos fenômenos, mais que, a forma, como se apresentavam. Além do que vemos, o que ouvimos também pode ser “filtrado”, de modo a se adequar mais às preferências, que, à realidade.

A alma inocente de Eva, passou a “não prestar” quando, deixando a Palavra de Deus, começou a ver como boa, a sugestão da oposição, para que desobedecesse à vontade do Criador.

Afastando-se dessa, em direção ao conselho da serpente, até as “aparências mudaram”; “Viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, comeu e deu também ao seu marido; ele comeu com ela.” Gn 3;6

“... desejável...”
aquilo que traria morte, conquistara um espaço na alma da mulher, de modo a gerar um filho, o desejo. A maioria dos nossos pecados viçam daí; quando esse rebento chora por mamar. Nossa alma carece ser entortada primeiro, para que suas percepções também entortem. Assim, me seja lícita a conclusão que, as aparências são assessórias do engano, não, a causa necessária.

Justo por ter abandonado a dependência de Deus, que a queda fez nossa dependência ainda maior. Agora, pela morte espiritual, o homem natural se torna vítima das aparências. “... Não atentes para sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque O Senhor não vê como o homem; pois, o homem vê o que está diante dos olhos, porém O Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Quando os gibeonitas, temendo o avanço de Josué com seu exército, foram a ele propor um pacto, se dizendo peregrinos de largas distâncias, levaram como “prova” das suas falas, vestes rotas e pão bolorento. A causa pela qual queriam um pacto invés de lutar, era o medo; os assessórios usados para convencer ao general, foram falas astutas e trastes que “confirmavam” às falas.

O erro de Josué foi aceitar as coisas como se apresentaram, sem consultar a quem pode ver a verdade. “Então os homens de Israel tomaram da provisão deles e não pediram conselho ao Senhor.” Js 9;14

Suas almas autônomas foram culpadas do triunfo do engano. Por isso, o conselho: “Confia no Senhor de todo o teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

Os desejos do homem caído são consortes do engano; alguém, pretendendo ser irônico, foi filósofo ao dizer: “Me engana, que eu gosto.”

Em muitos casos, aparências revelam, mais do que enganam. Certas obviedades não podem ser outra coisa, senão, o que deixam ver. Pessoas exalando sensualidade no vestir, tomando púlpitos por aí, pretendendo-se, expoentes espirituais. Quem coloca a carne em relevo, não pode, ao mesmo tempo, realçar o espírito. “... Andai em Espírito, não cumprireis a concupiscência da carne.” Gál 5;16

Lembra uma anedota que escutei outrora. Um gaúcho caminhoneiro foi interpelado por um baiano, acerca do que ele transportava; “Que levas em teu possante, gaúcho? – uma carga de suínos tchê!” O baiano foi conferir de perto: “Suíno é? Ôxe! Bicho danado de parecido com porco!”

Sempre que restarem dúvidas entre o que vemos e ouvimos, por que não consultarmos a Deus? A cereja na torta da serpente, plantadora do engano na humanidade, será fazer seu títere parecer Divino, mediante o engano. O Anticristo virá, “... com todo o poder, sinais e prodígios de mentira, com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvar.” II Tess 2;9 e 10

Como vemos, a verdade, mais que no testemunho sensorial, tem seu assento no coração; deve ser amada, para que sejamos livres do engano.
Enfim, mesmo que os caminhos nos pareçam direitos, antes de palmilharmos neles, consultemos Àquele que sabe o fim, aonde eles nos levam.

Quando inquirido acerca dos sinais do fim, e da Sua volta, a primeira coisa que O Salvador advertiu foi: “Vede que ninguém vos engane.”

“Exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado;” Heb 3;13

Odres velhos


“Ninguém deita vinho novo em odres velhos; doutra sorte, o vinho novo rompe os odres e entorna-se o vinho, os odres estragam-se; o vinho novo deve ser deitado em odres novos.” Mc 2;22

O desejo por novidades palpita na alma, humana, como registrou Lucas: “Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão, de dizer e ouvir alguma novidade.” Atos 17;21

A mensagem de salvação, é chamada de boas novas, Evangelho, em grego, malgrado, seja de conhecimento comum. Nada demais, pois, termos ouvidos para algo novo, quando surgir.

Acontece que pipocam na praça tantas “novidades” teológicas, que, como o pão dos gibeonitas, exibem o bolor dos muitos dias. A velha inclinação à desobediência, tentando etiquetar como sem uso, às peças do seu brechó.

Fontes espúrias, de gente avessa ao cumprimento da Palavra de Deus, que, tenta cooptar quem lhes ouvir, para que se torne também, desobediente consigo. Quiçá, seguidor de uma “nova visão”.

O mestre em preterismo “descobre” que Cristo não voltará, pois, “já veio” no ano 70; o especialista em grego, “desvenda” a Marca da Besta, de modo sui generis; o versado em gematria “revela” quem será o títere do capiroto; o expert em exegese ensina que é errado construirmos locais para congregar, uma vez que somos os “Templos de Deus”; o “catedrático” em hermenêutica, esposa que o dízimo era coisa restrita ao Antigo testamento, não está em vigor; outros ousam inda mais: Revelam a “esposa de Cristo” que a Igreja teria escondido por dois mil anos; sem falar, nos muitos “segredos” do Livro de Enoque, que os conhecedores fazem questão de contar, pra que, enfim, saibamos a verdade.

Quem se recusa escavar para a fundação de um prédio que deve fazer, gasta seu tempo e latim, discutindo as cores que o mesmo deverá ser pintado. Digo, os avessos ao básico, à conversão, se pretendem mestres de escatologia, luzeiros tardios dos desinformados, “Indianas Jones Teológicos” caçadores da verdade perdida, nos recônditos de algum limbo histórico... Francamente!!

Odres velhos estragando o vinho novo. O Mestre ensinou que Sua Doutrina carecia de vasos novos; “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar...” Jo 3;3 e 5

Assim, temos dois aspectos que eliminam aos “repórteres de novidades”: Quem não nasceu de novo não pode entrar no Reino, nem ver na dimensão espiritual; e quem foi regenerado em Cristo, tem um testemunho íntimo, que prescinde de tesouros arqueológicos, achados teológicos, contorcionismos linguísticos, escatológicos...

“O mesmo Espírito (Santo) testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus.” Rom 8;16

Em paz com esse testemunho, estamos abertos a quaisquer descobertas, seguros que, essas confirmarão à Palavra de Vida, invés de contrariar. Sabemos em Quem temos crido.

Deus não deixou nada, necessário, oculto nalguma profundeza, onde só um “eleito” especial pudesse encontrar; antes, “... Seu Divino Poder nos deu tudo que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento Daquele que nos chamou pela Sua Glória e Virtude;” II Ped 1;3

Portanto, ainda que não sejamos refratários a nenhuma descoberta, não carecemos de uma “nova doutrina”, de uma justificativa “bíblica” para que possamos desobedecer, ou coisas assim.

Por que ninguém poderia descobrir algo que demonstrasse os erros da Bíblia? Porque os milhares de pessoas transformados por ela, seriam vigorosa testemunha em favor da sua veracidade. Além do testemunho em nosso espírito, já referido.

Cada um que aceitou o desafio do Salvador, sabe de qual fonte bebe; “... A Minha Doutrina não é Minha, mas Daquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou se falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17 a prática da Palavra com seu “encaixe” pacífico e sábio, em todas as vicissitudes da vida, testemunha também.

O que Deus tem contra novidades? Nada. Ele nos desafia a abraçarmos às tais. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4

Elas, pois, testificam que passamos a ser de Cristo. “... se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Novidades em nós, que fomos transformados após o conhecimento da verdade. “... quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente; vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4;22 a 24