sexta-feira, 27 de maio de 2022

Mordomos fiéis


“... porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz. Eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.” Luc 16;8 e 9

O mordomo infiel, prestes a perder o emprego “saiu atirando”; antes de ser banido do seu posto, “perdoou” grandes dívidas dos credores de seu senhor, para socorrer-se nesses “amigos” quando privado da sua mordomia.

É preciso ser criterioso com o “elogio” de Jesus ao referido administrador, para não concluirmos, grotescamente, que O Salvador aprovaria a desonestidade.

Certa vez deparei com um irmão que, “interpretando” o “Granjeai amigos com as riquezas da injustiça” entendia que seria lícito o uso de dinheiro mal havido, na Obra de Deus. Desde dias antigos, essa prática fora vetada. “Não trarás o salário da prostituta nem preço de um sodomita à casa do Senhor teu Deus por qualquer voto; ambos são igualmente abominação ao Senhor teu Deus.” Deut 23;18

Esse exemplo basta, para que entendamos que o dinheiro mal havido não é bem-vindo.

Convém atentar bem para o quê, O Senhor disse: “Os filhos desse mundo são mais prudentes ‘na sua geração’, que os filhos da luz.” A única coisa boa retirada daí é a ideia de sermos prudentes, na nossa geração, de “filhos da luz”, como eles o são, na deles.

Digamos que, tínhamos uma coisa boa, prudência, em má companhia; a serviço dos ímpios. Noutra parte O Senhor ensinou: “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes, inofensivos como as pombas.” De novo a prudência em má companhia. Devemos ser “como as serpentes” no quesito prudência; no demais, como ovelhas ou, pombas.

Notemos que, os “amigos” comprados com dinheiro alheio pelo mordomo infiel, irão na eternidade, para o mesmo lugar que aquele; estarão juntos na perdição, corruptos e corruptores. “Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.” Ou alguém supõe que os “tabernáculos eternos” onde estarão os infiéis, seja algo parecido com salvação?

Todavia, caso paire alguma dúvida sobre o quê O Senhor aprova nessas questões, o contexto imediato se encarrega de dissipar: “Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito. Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras?” Vs 10 e 11

O que está em nossas mãos para gerirmos aqui, por muito que seja, trata-se de um mínimo, um nada se comparado às riquezas eternas que O Senhor tenciona nos dar. Aqui somos testados no pouco, para que fique patente nossa fidelidade, ou não.

Onde aparecerão os que usam da Palavra de Deus para negócio, os mercadores da fé? Paulo ensina: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé; traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas; segue a justiça, piedade, fé, amor, paciência e mansidão.” I Tim 6;9 a 11

Se a prudência do mordomo o fazia pensar num “depósito” para socorrer-se nos dias maus, o que aconselharia a nossa? De novo Paulo: “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos, às oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé.” I Tim 6;20 e 21

Guarda teu depósito; cuidado com a “ciência” que faz oposição à fé! Essa é falsa e como tal, deve ser resistida.

Sem acesso à Árvore da Vida, o inimigo trará seus frutos roubados da Árvore da Ciência. Mediante o domínio da tecnologia, usará todos os meios de gerar enganos, e controlar o planeta inteiro até estabelecer o totalitarismo global que anseia.

Nosso depósito é espiritual; discernimento do que procede de Deus, e do que é um simulacro, vindo da oposição. Toda “conquista” moderninha, não importa quão hightech seja, se, no final faz oposição a Deus e Sua Palavra, deve ser combatida, não assimilada.

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4

Nos convém permanecermos fiéis, mesmo padecendo injustiças; toda privação por amor a Cristo, oportunamente terá sua recompensa. “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos;” Mat 5;6

quinta-feira, 26 de maio de 2022

O Opróbrio de Cristo



“Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso, do corpo?” I Cor 12;15

Se fôssemos zelosos com erros individuais que cometemos, como muitos o são, para com pecados coletivos, do cristianismo em geral, dos quais se tentam apartar pressurosos, com certeza nosso nível de santificação daria um salto.

Muitos esquecem convenientemente, que nos convém levar o “Opróbrio de Cristo”; ter as injúrias dirigidas a Ele, como sendo também, nossas; Paulo ensinou: “Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?” II Cor 11;29

Então, o que acontece no meio cristão, com nossa anuência, ou não, de certa forma nos diz respeito. Muitos, no afã de se “descolarem” dos escândalos que infelizmente acontecem, se dizem desigrejados, assistêmicos, antirreligiosos...

Igrejas têm problemas; eu mantenho minha fé sem igreja. O sistema está corrompido? Eu critico-o de “fora” dele. O ranço religioso de muitos, atrapalha; me faço “não religioso”.

Um erro é um erro, sob qualquer rótulo. Mas, aquecer-se no fogo dos adversários em momentos convenientes e negar pertencer a Cristo, como Pedro fez, só mostra nossas misérias, não alguma indignidade em Nosso Senhor.

Se, a chamada do Salvador tem certo liame com a rejeição, perseguição, “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12 Qual o sentido de nos pretendermos dedetizados, limpinhos, acima de toda e qualquer crítica?

Sofrer por Cristo é uma honra, não uma vergonha. “Porque a vós foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer Nele, como também padecer por Ele, tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim.” Fp 1;29 e 30

Aquele que se apressa a espanar o menor resquício de “poeira” que macula seu “fardão santo”, no fundo é um hipócrita; apenas um adorador de si mesmo. Não se trata de negar a existência dos erros; mas, de como lidarmos com isso. A Palavra ensina: “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8

Muitos criam canais para combater essas coisas, ignorando que nossa missão delegada é a difusão do Evangelho. O joio será, oportunamente, separado do trigo; mas, essa pasta não é nossa. A única maneira decente de não endossar errôneas posturas é não as imitar.

Lógico que convém aos apologetas, a defesa de verdade. Mas, a abordagem contra as infiltrações de erros doutrinários sempre será do prisma de quem está inserido no corpo, não se pretendendo um médico atuando de fora.

Chegará a hora, em breve, em que essas periferias tipo, pré isso, pós aquilo, Dispensacionalista, Arminiano, Calvinista, Sabatista ou não, serão tidas em seus devidos lugares; irrelevâncias inúteis na hora dos vamos ver. Então, a fé de cada um será testada em outro nível, no qual jamais foi. Acabarão os dias das balas de festim; corpos começarão a cair ao nosso redor.

Não se tratará mais de identificar à Besta, sua marca; mas, de como reagir ante ao que estará patente. Então, o que Cristo realmente significa para nós será demonstrado de maneira cabal. Se, agora, meros melindres por falhas de terceiros que se dizem cristãos já nos incomodam, como será quando nossa fé for testada à morte, e não haverá terceiros para levar a culpa?

Naqueles dias, o “cristianismo” para nuvem literalmente irá pelos ares; então, que tal começarmos já, a levar o “Opróbrio de Cristo”, encarando os erros latentes em nosso meio como problemas nossos, invés de pretendermos ser, a única bolacha inteira do pacote?

Fuga costuma ser parceira dos ímpios; “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

Ousemos imitar nosso Mestre às últimas consequências: “... deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o Qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando afronta, e assentou-se à Destra do Trono de Deus.” Heb 12;1 e 2

Somos peregrinos; nosso lugar de descanso é além. Em terra longínqua o Pródigo se viu traído, abandonado; de volta pra casa, encontrou vestes novas e festa. 

Não esperemos, pois, encontrar entre os porcos, aquilo que só na casa do Pai, nos espera. “Tudo tem seu tempo determinado... tempo de plantar e de arrancar o que se plantou;” Ecl 3;1 e 2

terça-feira, 24 de maio de 2022

A Luz necessária


“Não há trevas nem sombra de morte, onde se escondam os que praticam a iniquidade.” Jó 34;22

Não devemos entender, dada a impossibilidade expressa de se esconderem, que os iníquos não tentem. Todavia, a simples necessidade de se esconder, no fundo, é uma confissão de que, as pessoas sabem que estão agindo mal; de modo que, se fossem vistas se envergonhariam.

“Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

Os que sabem que, vistas, suas obras seriam reprovadas, possuem boa noção acerca dos valores; embora, vivam reféns do mal; de tal forma, a buscarem o acessório das trevas, invés de atuar sem nada a esconder.

Quando o homem é desafiado a negar a si mesmo, por um lado, significa a renúncia de uma série de “direitos” de viver a vida à sua maneira, por outro, a abertura ao Novo Nascimento, da água e do Espírito, trazendo à Luz, um ser que não tem afinidade com as trevas. “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na Face de Jesus Cristo.” II Cor 4;6

Os que se “escondem”, no fundo se ocultam de si mesmos, sabedores que estão visíveis diante de Deus. “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com Quem temos de tratar.” Heb 4;13 “Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não posso atingir. Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face?” Sal 139;6 e 7


Quando o salmista cogita que, subindo aos Céus, descendo ao Inferno, ou mesmo ao abismo, em qualquer lugar O Eterno estaria, não significa que tenha ido a esses lugares pra saber; antes, sabia que O Espírito de Deus estava em si; assim, onde fosse Esse Iria. “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo o interior até o mais íntimo do ventre.” Prov 20;27

A Luz ilumina, não, coage; O Eterno Mostra O Caminho e nos desafia a andarmos nele; agora obedecer é uma decisão nossa. Mas, só fazendo isso, seremos purificados; “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

Infelizmente, muitos correm após “revelações” que não ousam mostrar o que é vital às pessoas; que elas estão mortas em delitos e pecados e carecem urgentemente de Cristo.

Qualquer falsário manipulador de tecnologias, ou, mesmo um espírito de pitonisa, bem podem “revelar” nomes, números de documentos, e frivolidades afins; mas, só um servo de Deus genuíno, se atreveria revelar para onde rumam os ímpios sem Cristo, bem como apontar o caminho que conduz a Ele. “Arrependei-vos e crede no Evangelho!”

Mais que conhecer mistérios ocultos, devemos nos atrever a abraçar e viver os ensinos revelados. “Pelos teus mandamentos alcancei entendimento; por isso odeio todo falso caminho.” Sal 119;104

Nossa preocupação, mais que, com refrigérios eventuais, é com a rota verdadeira; o sentido de um caminho não é ele, estritamente; mas, aonde conduz. Cristo foi categórico: “... ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6

Então, invés de nos gastarmos correndo após pretensos reveladores de eventos futuros, que tal nos dedicarmos mais à edificação, ao Conhecimento do Santo, para que possamos atuar Segundo Ele, em futuros eventos? “Sou teu servo; dá-me inteligência, para entender Teus Testemunhos.” Sal 119;125

Afinal, o aprendizado espiritual não tem nada a ver com decorar sentenças, assimilar ensinos; antes, permanecer na Palavra; ou seja, aprender a mesma e continuar nela, na hora de agir. “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos;” Jo 8;31

O homem traidor de si mesmo consegue pintar palavras bonitas ao longo de sua apostasia; “tolerância, inclusão, liberdade, amor, independência, autonomia, liberalidade, bem comum”, etc. Mas, lá no fundo todos sabem que lhes pesa, uma sentença, enquanto, alienados do Salvador. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.” Jo 3;19

Uma má obra não deixa de ser o que é, se se colarmos um rótulo bonito.

Andar na luz fatalmente, nos indisporá contra esse mundo que jaz nas trevas.

Não é necessário que as pessoas do mundo concordem conosco. É indispensável, apenas, que vejam Cristo atuando através de nós. “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

domingo, 22 de maio de 2022

Caminhos do coração

“Bem-aventurado o homem cuja força está em Ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

Embora contraditório, ser fortalecido em Deus, requer um enfraquecimento do homem. “Negue a si mesmo; tome cada dia sua cruz e siga-me". Deixar a autoconfiança e se estribar estritamente no Senhor.

Jeremias mostrou os dois lados da moeda: “Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço e aparta o seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes, morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia No Senhor, cuja confiança é O Senhor. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro, não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Jr 17;5 a 8

O Eterno não se torna mais forte em razão da minha fé, nem menos, se em mim houver incredulidade. As possíveis oscilações estão sempre no homem; nunca, Nele.

Ele costuma se “mostrar forte” para com as vidas que O Amam e deixam isso patente através da obediência; “Porque, quanto ao Senhor, Seus Olhos passam por toda a terra, para Mostrar-se Forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele...” II Cro 16;9

Mais que fortalecer, tem prazer neles, os quer perto; “Os Meus Olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem Comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

O que forma acidentes nos caminhos do coração, são nossos pecados. A primeira consequência, óbvio, da escolha pelas trevas é a privação das vistas; então, tendemos a ver ameaças fora de nós, quando as causas mortais albergamos dentro. “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

As inquietações já são “luzes no painel” advertindo que algo não está bem. Enquanto o justo pode descansar em Deus, mesmo cercado de adversidades. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre o seu Deus.”

Antes de contarmos com a Força do Senhor, porém, devemos descansar na Sua Sabedoria. O fato de O Poderoso estar comigo não significa que abrirá as portas que desejo; tampouco, que me socorrerá quando, espero.

Obediência traz discernimento, nunca, arrogância; “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5 “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;14

A Sabedoria Eterna não faz experiências para aprender como nós; a cortina das aparências que nos embaça às vistas, não existe aos Olhos do Santo. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

Sem essa balela de “Teísmo Aberto”, onde, O Onisciente iria “descobrindo” caminhos. “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que Eu sou Deus, e não há outro; não há outro semelhante a Mim. Que Anuncio o fim desde o princípio, desde a antiguidade coisas que ainda não sucederam...” Is 46;9 e 10

Então, ser fortalecido no Senhor, mais que poder fazer as coisas acontecerem segundo nossos anseios, é deter as inquietações patrocinadoras de angústias; uma força que se revela em quietude, descanso, confiança. “Se te mostrares fraco no dia da angústia, a tua força será pequena.” Prov 24;10

A Luz Divina em nós atua como antídoto às precipitações feitoras das angústias. Freio esse que falta aos ímpios. “Mas os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

Normalmente pensaríamos em força para a guerra; porém, os meios “bélicos” são preventivos contra ataques do inimigo e enfermidades da alma. “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos seus santos.” Prov 2;7 e 8

Não por coincidência, a fé foi figurada como escudo. Nossa confiança impedirá que saiamos batendo cabeça, segundo os açodos naturais, ou, da oposição.

Essa força que aquieta e conforta, tem a ver com ouvidos, não com músculos; “Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus Mandamentos, então seria tua paz como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar!” Is 48;18

sábado, 21 de maio de 2022

Fora da lei


“Não admitirás boato, não porás tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa.” Ex 23;1

O veto ao uso de “fake news” é muito mais antigo que o cristianismo; remonta aos dias de Moisés.

Quando testemunhamos sobre algo, imensa responsabilidade nos pesa. “Morte e vida estão no poder da língua; aquele que a ama comerá do seu fruto.” Prov 18;21 Diverso de certas heresias que grassam por aí, o “poder da palavra” humana se verifica em casos assim.

Não, como se tivesse mesmo um poder intrínseco, e bastasse repetir à exaustão o que se deseja, para fazer acontecer. O Eterno ama caráter, invés de mantras. A eficácia da oração deriva de Deus aceitar à face de quem ora, não, por fazermos uma cantilena enfadonha contra a Divina paciência. “A oração de um justo pode muito em seus efeitos...”

Se, até a oração que por sua natureza nos coloca como súplices, dependentes, demanda certos predicados, quem disse que nossas palavras, operando num vácuo, não necessariamente em direção a Deus, malgrado, a intensidade dos nossos desejos, têm algum poder?

Se as coisas fossem dessa forma, certos versos não poderiam estar na Bíblia; “Porque O Reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder.” I Cor 4;20 “Este povo se aproxima de Mim com sua boca e Me honra com seus lábios, mas seu coração está longe de Mim.” Mat 15;8 “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos Céus.” Mat 7;21 Por exemplo.

Por só aceitar adoração em espírito e verdade O Onisciente e Eterno, antes mesmo das nossas palavras, já nos pode “ouvir”. “Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces.” Sal 139;4

Quem resiste à verdade, luta contra si mesmo. A voz da consciência até pode ser ignorada, mas será ouvida. Geralmente as pessoas preferem “ouvir” tarde demais; depois de já terem errado; como disse Samuel Bolton, “se a consciência não for um freio ela será um chicote.”

Portanto, o uso de falsidade, antes de a terceiros, faria mal a mim. Por isso a exortação de Paulo: “Conservando fé e boa consciência, a qual, alguns, rejeitando fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19

Tendo uma Lei Eterna e Excelente assim a me ensinar, não preciso de “ajuda” de rasteiros tribunais humanos, que, não raro, usam eufemismos vários para maquiar razões impuras; e mudam sentenças de acordo com a “cor” ideológica do réu.

Invés de ter as leis estabelecidas como cercas intransponíveis, malversam, deturpam, ignoram, acrescentam conforme os interesses espúrios.

Muitas vezes o mal, aos Divinos Olhos desfila de “legal” nas planícies humanas. Quem conhece ao Eterno, nesses casos, prefere se manter “fora da lei". “Porventura o trono de iniquidade te acompanha, o qual forja o mal a pretexto de uma lei?” Sal 94;20

Todo o homem que ouve o Evangelho, de certa forma se coloca no “dilema de Pilatos”. “O que farei de Jesus, chamado O Cristo?” Existe uma espécie de “lei da física” espiritual, onde dois seres antagônicos não se assentam no mesmo trono.

Devemos renunciar o comando de nossas vidas em submissão ao Salvador, “negue a si mesmo”, pois o “poder” que Ele nos dá não é uma “turbinada” em nossos meios; antes, uma regeneração espiritual, Nele. “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Essa regeneração fatalmente fará visíveis nossos males; mas, além de nossas coisas a deixar, passamos e ver onde ingressar; “... aquele que não nascer de novo, não pode ver O Reino de Deus.” Jo 3;3 O Reino de Deus não é um lugar para onde vamos; é um lugar interior onde Ele Vem, e nos lava. “O Reino de Deus está entre vós...”

Quanto mais perto, mais nossas maldades nos serão visíveis. O arrependido, deveras, se sentirá eternamente agradecido por ser livre de tamanhas culpas. Os demais acharão Cristo um estorvo, uma ameaça.

“Tu amas a justiça e odeias a impiedade” Sal 45;7 Quem recusa-se à submissão, facilmente se melindrará, ante o “discurso de ódio” do Salvador. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;20 e 21

Dentre as falsidades possíveis, a mais perniciosa é a que me faria presumir de Cristo, vivendo da minha maneira. A Terra até espalharia o boato da minha conversão; mas, O Reino dos Céus é avesso a boatos.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

O Sonho do Faraó


“Que voz de grande júbilo é esta, no arraial dos hebreus? Então souberam que a Arca do Senhor era vinda ao arraial.” I Sam 4;6

Ao sinal visível da “presença de Deus”, os hebreus fizeram grande barulho comemorativo, de modo a ser ouvido até no acampamento inimigo. Embora, aos olhos mais simplórios isso pareça uma demonstração de fé, a rigor, não é.

Os clamores e “confiança” manifestos apenas em momentos de urgência, dificuldade, tem seu consórcio mais com a esperteza, que outra coisa. A fé verdadeira se alinha ao Eterno quando tudo está bem; e, nas horas difíceis, pode descansar Nele. Devemos reparar o telhado em dias de sol, não quando está chovendo.

Aquilo que precisa de uma “segunda opinião” das vistas, não é fé; quando muito, autoengano, temeridade. A idolatria dos que têm fé nos seus “santos”, também é uma doença do mesmo calibre.

Se “a fé vem pelo ouvir, e ouvir da Palavra de Deus”, ainda, “é o firme fundamento das coisas que não se veem”, os olhos não têm parte com ela. Por isso a advertência do Senhor a Tomé: “Porque me vistes, Tomé, crestes; bem aventurados os que não viram e creram.”

Pra alguns, a fé é cega. Entretanto, ela pode “ver” a vida que transcende aos sentidos. Não é algo deficiente das pernas que precise de muletas para andar com dificuldade; antes, uma firmeza tal, que mesmo às circunstâncias mais adversas, inda prevalece confiante. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Essa doença humana da incredulidade, cujas vistas se esforçam pra disfarçar os sintomas, tem sido explorada de modo absurdo, por toda sorte de falsários. O fetichismo que grassa nas igrejas, nada mais é do que isso: Oferecer uma muleta à descrença, para que essa se apoie nesse pretenso símbolo de fé, que, se existisse deveras, não careceria, tais espantalhos.

Não bastassem as “rosas ungidas”, sal, toalhinhas, fronhas, lâmpadas, e o diabo a quatro, “terra de Israel”, muitas dessas guarnições de aves de rapina, também trazem uma réplica da Arca da Aliança, para saciar a fome das vistas, de uma geração que se recusa a crer.

Quem conhece À Palavra e está atento aos tempos vividos, se vê repleto de sinais, que testificam a veracidade das profecias, bem como, a urgência de salvação, para os que ainda a desconhecem.

Porém, o problema maior é que os fetichistas da vez, acoroçoados por mensagens mercenárias de falsos profetas não têm a salvação como horizonte, quando frequentam tais ambientes. O alvo sempre é um “upgrade” financeiro, emocional, quiçá, uma cura.

Tomar o “Jugo de Jesus” e renunciar a si mesmo para salvação, seria esperar demais, sobretudo, porque as mensagens que ouvem não apontam nessa direção.

A Palavra deixa categórico qual é o objetivo da fé; “Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas.” I Ped 1;9

Não precisamos de mais revelações que as que estão na Palavra para interpretarmos o “sonho de Faraó” e nos precavermos ante o que está por vir. 

O mundo caminha célere para o totalitarismo global, imposição do ecumenismo, destruição dos valores cristãos, fim da liberdade de credo, de expressão, de culto, destruição das famílias.

Quem for prudente encherá os “celeiros” enquanto a “colheita” de liberdade permite; para que, nos dias do estio não pereça de fome.

Deus não pode ser coagido a fazer o que não quer; naqueles dias, em tempos de calmaria profanavam-no; nos dias de combate levaram a Arca ao Front, para que Deus pelejasse por eles. Nada. A Arca foi tomada pelos inimigos e eles sofreram amarga derrota.

A pior geração de todos os tempos, os pés de barro vistos por Daniel, é onde estamos. Em todos os quesitos; honra, cultura, valores, sabedoria, fé... A única coisa em veloz expansão é a tecnologia, o que acelera os meios, sem impedir o apodrecimento dos fins.

Muitas pessoas de baixíssima estatura estão em lugares altos; grassa como nunca o “triunfar das nulidades.”

Como O Eterno não É sujeito à ação do tempo, não carece dos “revisionismos politicamente corretos” dos teólogos liberais que profanam Sua Santa Palavra.

Não importa quão moderninha se pretenda a vida; a essência segue a mesma: “... perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele...” Jr 6;16

Muito barulho político, religioso, assoma para confundir; mas, no fundo é simples: “... o erro dos tolos os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Os retirantes


“Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco...” I Jo 2;19

Há uma saída que é física visível; outra, espiritual; negação da fé, mesmo permanecendo junto, a apostasia. 

A primeira, pelo menos é honesta; pois, tendo dificuldade para conviver com os santos, o sujeito muda de ares. “Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.” Sal 1;5

A saída dos que ficam de corpo presente, se dá quando, a porta estreita se vai alargando; mediante apóstatas infiltrados, as doutrinas de demônios, ou mesmo humanistas que, furtam à Palavra de Deus.

Por falta de uma mensagem sadia, esses falsos obreiros começam infiltrar adulações, onde deveriam pregar A Santa Palavra apenas.

Como um abismo chama outro, logo, os pregadores de facilidades cercam-se de incautos que desejam ouvi-los, mais que aos que pregam a mensagem sadia. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Aqueles, pois, que, pregando o fazem alheios à sã doutrina, são os mais nocivos; os que saem ficando.

Além de nada produzirem para a salvação, ainda desencaminham outros que estavam chegando a ela; “Porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne e dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.” II Ped 2;18 e 19

Como vemos, não basta alguém se dizer servo de Deus; precisa viver vitoriosamente Nele.

Quando vale à pena, pois, devemos ser mais que polêmicos, combatentes. De certa forma as heresias que se tentam infiltrar são a pedra de toque que mensura a veracidade da nossa fé; “Até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.” I Cor 11;19

Tantos “pastores” que acham que O Eterno É biodegradável deveriam reler Hebreus 13;8 “Jesus Cristo É O Mesmo, ontem, hoje e eternamente.”

Ele assegurou: “Passará os Céus e a Terra, mas, Minhas Palavras não hão de passar”. Então todo o pastor moderninho revisionista que acha que A Palavra precisa ser atualizada, é apenas mais um que saiu de nós.

Terá seguidores aos milhares, pois, as pessoas buscam mais por facilidades que pela verdade. A questão não é ser seguido por muitos, mas, para onde; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

Se sucumbem apenas às seduções, como agirão quando a apostasia oficializada for lei?

Ouvi de um “pastor” defensor do homossexualismo, mais ou menos o seguinte: “Como recusar os céus a tantas pessoas lindas, enquanto há tantos fariseus infiltrados nas igrejas?”

Primeiro: Um erro não concerta outro. Usar tal argumento é tentar se lavar com lama. Os hipócritas infiltrados não serão salvos; o Senhor separará o joio do trigo; e adjetivar de lindas, pessoas dadas a um comportamento que, A Palavra de Deus chama de infame, abominável, é levar às últimas consequências o conselho de Satanás; “Vós mesmos sabereis o bem e o mal.”

Quem disse que o belo a nós é o mesmo que aos Olhos Divinos? “Dai ao Senhor a glória devida ao Seu Nome, adorai o Senhor na beleza da santidade.” Sal 29;2

A Palavra é categórica: Não somos chamados a um encaixe com esse mundo e seus valores invertidos; antes, a uma ruptura, sem a qual, sequer experimentaremos a Divina Vontade. “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Cheio está o universo virtual de “investidores de palco” dispostos a te ensinar tudo, em troca de alguma relevância nesse espaço.

Mas, a Obra de Cristo é demonstrada, deveras, naqueles cuja transformação, a novidade de vida, salta aos olhos. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3

Chegaremos a um ponto, breve, em que não serão possíveis mudanças; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

Por isso a urgência de decidirmos por Cristo enquanto inda podemos. “... Hoje, se ouvirdes a Sua Voz, não endureçais os vossos corações...” Heb 3;15