quinta-feira, 26 de maio de 2022

O Opróbrio de Cristo



“Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso, do corpo?” I Cor 12;15

Se fôssemos zelosos com erros individuais que cometemos, como muitos o são, para com pecados coletivos, do cristianismo em geral, dos quais se tentam apartar pressurosos, com certeza nosso nível de santificação daria um salto.

Muitos esquecem convenientemente, que nos convém levar o “Opróbrio de Cristo”; ter as injúrias dirigidas a Ele, como sendo também, nossas; Paulo ensinou: “Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?” II Cor 11;29

Então, o que acontece no meio cristão, com nossa anuência, ou não, de certa forma nos diz respeito. Muitos, no afã de se “descolarem” dos escândalos que infelizmente acontecem, se dizem desigrejados, assistêmicos, antirreligiosos...

Igrejas têm problemas; eu mantenho minha fé sem igreja. O sistema está corrompido? Eu critico-o de “fora” dele. O ranço religioso de muitos, atrapalha; me faço “não religioso”.

Um erro é um erro, sob qualquer rótulo. Mas, aquecer-se no fogo dos adversários em momentos convenientes e negar pertencer a Cristo, como Pedro fez, só mostra nossas misérias, não alguma indignidade em Nosso Senhor.

Se, a chamada do Salvador tem certo liame com a rejeição, perseguição, “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12 Qual o sentido de nos pretendermos dedetizados, limpinhos, acima de toda e qualquer crítica?

Sofrer por Cristo é uma honra, não uma vergonha. “Porque a vós foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer Nele, como também padecer por Ele, tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim.” Fp 1;29 e 30

Aquele que se apressa a espanar o menor resquício de “poeira” que macula seu “fardão santo”, no fundo é um hipócrita; apenas um adorador de si mesmo. Não se trata de negar a existência dos erros; mas, de como lidarmos com isso. A Palavra ensina: “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8

Muitos criam canais para combater essas coisas, ignorando que nossa missão delegada é a difusão do Evangelho. O joio será, oportunamente, separado do trigo; mas, essa pasta não é nossa. A única maneira decente de não endossar errôneas posturas é não as imitar.

Lógico que convém aos apologetas, a defesa de verdade. Mas, a abordagem contra as infiltrações de erros doutrinários sempre será do prisma de quem está inserido no corpo, não se pretendendo um médico atuando de fora.

Chegará a hora, em breve, em que essas periferias tipo, pré isso, pós aquilo, Dispensacionalista, Arminiano, Calvinista, Sabatista ou não, serão tidas em seus devidos lugares; irrelevâncias inúteis na hora dos vamos ver. Então, a fé de cada um será testada em outro nível, no qual jamais foi. Acabarão os dias das balas de festim; corpos começarão a cair ao nosso redor.

Não se tratará mais de identificar à Besta, sua marca; mas, de como reagir ante ao que estará patente. Então, o que Cristo realmente significa para nós será demonstrado de maneira cabal. Se, agora, meros melindres por falhas de terceiros que se dizem cristãos já nos incomodam, como será quando nossa fé for testada à morte, e não haverá terceiros para levar a culpa?

Naqueles dias, o “cristianismo” para nuvem literalmente irá pelos ares; então, que tal começarmos já, a levar o “Opróbrio de Cristo”, encarando os erros latentes em nosso meio como problemas nossos, invés de pretendermos ser, a única bolacha inteira do pacote?

Fuga costuma ser parceira dos ímpios; “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

Ousemos imitar nosso Mestre às últimas consequências: “... deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o Qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando afronta, e assentou-se à Destra do Trono de Deus.” Heb 12;1 e 2

Somos peregrinos; nosso lugar de descanso é além. Em terra longínqua o Pródigo se viu traído, abandonado; de volta pra casa, encontrou vestes novas e festa. 

Não esperemos, pois, encontrar entre os porcos, aquilo que só na casa do Pai, nos espera. “Tudo tem seu tempo determinado... tempo de plantar e de arrancar o que se plantou;” Ecl 3;1 e 2

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