sábado, 21 de maio de 2022

Fora da lei


“Não admitirás boato, não porás tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa.” Ex 23;1

O veto ao uso de “fake news” é muito mais antigo que o cristianismo; remonta aos dias de Moisés.

Quando testemunhamos sobre algo, imensa responsabilidade nos pesa. “Morte e vida estão no poder da língua; aquele que a ama comerá do seu fruto.” Prov 18;21 Diverso de certas heresias que grassam por aí, o “poder da palavra” humana se verifica em casos assim.

Não, como se tivesse mesmo um poder intrínseco, e bastasse repetir à exaustão o que se deseja, para fazer acontecer. O Eterno ama caráter, invés de mantras. A eficácia da oração deriva de Deus aceitar à face de quem ora, não, por fazermos uma cantilena enfadonha contra a Divina paciência. “A oração de um justo pode muito em seus efeitos...”

Se, até a oração que por sua natureza nos coloca como súplices, dependentes, demanda certos predicados, quem disse que nossas palavras, operando num vácuo, não necessariamente em direção a Deus, malgrado, a intensidade dos nossos desejos, têm algum poder?

Se as coisas fossem dessa forma, certos versos não poderiam estar na Bíblia; “Porque O Reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder.” I Cor 4;20 “Este povo se aproxima de Mim com sua boca e Me honra com seus lábios, mas seu coração está longe de Mim.” Mat 15;8 “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos Céus.” Mat 7;21 Por exemplo.

Por só aceitar adoração em espírito e verdade O Onisciente e Eterno, antes mesmo das nossas palavras, já nos pode “ouvir”. “Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces.” Sal 139;4

Quem resiste à verdade, luta contra si mesmo. A voz da consciência até pode ser ignorada, mas será ouvida. Geralmente as pessoas preferem “ouvir” tarde demais; depois de já terem errado; como disse Samuel Bolton, “se a consciência não for um freio ela será um chicote.”

Portanto, o uso de falsidade, antes de a terceiros, faria mal a mim. Por isso a exortação de Paulo: “Conservando fé e boa consciência, a qual, alguns, rejeitando fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19

Tendo uma Lei Eterna e Excelente assim a me ensinar, não preciso de “ajuda” de rasteiros tribunais humanos, que, não raro, usam eufemismos vários para maquiar razões impuras; e mudam sentenças de acordo com a “cor” ideológica do réu.

Invés de ter as leis estabelecidas como cercas intransponíveis, malversam, deturpam, ignoram, acrescentam conforme os interesses espúrios.

Muitas vezes o mal, aos Divinos Olhos desfila de “legal” nas planícies humanas. Quem conhece ao Eterno, nesses casos, prefere se manter “fora da lei". “Porventura o trono de iniquidade te acompanha, o qual forja o mal a pretexto de uma lei?” Sal 94;20

Todo o homem que ouve o Evangelho, de certa forma se coloca no “dilema de Pilatos”. “O que farei de Jesus, chamado O Cristo?” Existe uma espécie de “lei da física” espiritual, onde dois seres antagônicos não se assentam no mesmo trono.

Devemos renunciar o comando de nossas vidas em submissão ao Salvador, “negue a si mesmo”, pois o “poder” que Ele nos dá não é uma “turbinada” em nossos meios; antes, uma regeneração espiritual, Nele. “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Essa regeneração fatalmente fará visíveis nossos males; mas, além de nossas coisas a deixar, passamos e ver onde ingressar; “... aquele que não nascer de novo, não pode ver O Reino de Deus.” Jo 3;3 O Reino de Deus não é um lugar para onde vamos; é um lugar interior onde Ele Vem, e nos lava. “O Reino de Deus está entre vós...”

Quanto mais perto, mais nossas maldades nos serão visíveis. O arrependido, deveras, se sentirá eternamente agradecido por ser livre de tamanhas culpas. Os demais acharão Cristo um estorvo, uma ameaça.

“Tu amas a justiça e odeias a impiedade” Sal 45;7 Quem recusa-se à submissão, facilmente se melindrará, ante o “discurso de ódio” do Salvador. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;20 e 21

Dentre as falsidades possíveis, a mais perniciosa é a que me faria presumir de Cristo, vivendo da minha maneira. A Terra até espalharia o boato da minha conversão; mas, O Reino dos Céus é avesso a boatos.

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