segunda-feira, 2 de maio de 2022

Almas ébrias


“Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre teu ministério.” II Tim 4;5

Depois de prevenir que nos últimos dias a embriaguez dos sentidos entorpeceria muitos, Paulo advertiu a Timóteo: “Mas tu, sê sóbrio...”

O “vazio interior com o Formato de Deus” a pulsar em cada um exige devidos cuidados; O Deus Vivo com Seu Formato Santo, Justo soa “estreito demais” para esses ébrios, resta-lhes um “Plano B”, um simulacro profano.
‘Falem-nos segundo nossos desejos, e digam que isso é o Desejo de Deus para nós.’

Todo pregador que se der a esse truque de ilusionismo terá plateia plena; a geração da pós-verdade não se importa com consequências futuras; apenas, com calmarias imediatas.

Essa doença de querer bajulação invés da verdade é antiga; Isaías disse que em seus dias era assim: “... Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, vede para nós enganos.” Is 30;10

Isso assomou nos dias do Salvador também; “Muitos dos Seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” Jo 6;60

Tendemos a ter vidros por diamantes e vice-versa. Vemos nos programas de sobrevivência, pessoas largadas sem recursos em lugares inóspitos; elas constroem abrigos toscos, bebem água de origem insalubre; comem cobras, lagartos, sapos, o que puderem; passam frio, para suportar determinado tempo e ganhar um prêmio.

Muitos, apenas pelo orgulho de provarem a si mesmos e a todos que podem conseguir, acham que vale à pena. Todavia, coloque-se ante os tais a senda estreita que passa pela Cruz, cujo prêmio é a salvação e a vida eterna, poucos se atreverão.

Se, aquele feito “heroico” alimenta o orgulho das “lendas”, a submissão a Cristo demanda humildade. 

Também precisamos “comer do ruim”; concorrem desprezo, intrigas, perseguições, zombarias, violências até; sem esquecer o assédio de nossa própria carne, que tende ao comodismo rebelde, invés da submissão obediente; ainda as tentações do mundo, inimigo de Deus; em meio a essas coisas devemos permanecer sóbrios, impolutos, confiantes no “Criador do Programa”, Jesus Cristo.

Não temos um “Discovery Chanel” ou uma “Netflix” para exibir-nos; só os de nosso estreito convívio podem apreciar nossa atuação; mas, uma plateia seleta de bravos campeões pretéritos, está interessada em nosso desempenho e nos assiste.

Depois de alistar os feitos desses grandes vencedores de idos tempos, a Epístola aos Hebreus, como que, nos coloca atuando dentro de um estádio, no qual, todos eles estão na plateia torcendo por nós. “Portanto nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta.” Heb 12;1

Embaraços surgem quando as coisas da vida terrena tentam usurpar o espaço que devemos dispor para a celestial. Paulo ensina: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.” II Tim 2;4

Sendo uma guerra, onde a lógica de se pelejar por comodismo, facilidades, prazeres? Nosso alvo é resistir ao inimigo para preservação da vida. Ele ou eu, alguém vai perder.

A genuína Palavra oferece o necessário armamento; “Estai, pois, firmes, tendo cingidos vossos lombos com a verdade, vestida a couraça da justiça; calçados os pés na preparação do Evangelho da paz; tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus;” Ef 6;14 a 17

Cingir-me com a verdade tem a ver valores que abraço para mim; combater com a “Espada do Espírito”, os que defendo socialmente; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Se um ministro probo deve combater os conselhos do engano, necessariamente será um “desmancha-prazeres”, ante os que desejam os comodismos da ilusão.

Quem for chamado a isso, pois, despreze as vaias e os aplausos humanos, sem perder jamais contato, com a Fonte Pura da Água da Vida.

A vigência da maldade atualmente é tal, que virtude e vício paulatinamente, começam a trocar de lugar. Os que se negam e se gastam por amor ao próximo são acusados por seus “discursos de ódio”; fortes vendavais nos testarão nos últimos dias. Quem estiver na Rocha permanecerá.

Os embriagados e os embriagantes, infelizmente se perderão nessa cumplicidade no erro. “Os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados.” II Tim 3;13

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