terça-feira, 3 de maio de 2022

Prisão de ventre


“... Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?” Ez 34;2

Desde a autonomia suicida do; “Vós mesmos sabereis o bem e o mal,” que o homem erra ao estabelecer prioridades. No caso dos pastores em apreço, interesses antes dos deveres.

Sendo o ego, o maior obstáculo para a boa ordem das ações, natural que seja o primeiro a ser removido para que as coisas retornem ao lugar, da perspectiva Divina. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.”

O Próprio Jesus Cristo, disse: “Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar Sua Vida em resgate de muitos.” Mc 10;45 Servir por amor é a essência do Reino de Deus.

Daí, entre outras facetas dos Seus ensinos encontramos as prioridades, do prisma celeste: “Buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Quando alguém faz menção das coisas Divinas, como pretexto, visando aquisição para si, das humanas, tal se encaixa no perfil que Paulo delineou como sendo adoradores das tripas; “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da Cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre...” Fp 3;18 e 19

A Cruz de Cristo atina primeiro à regeneração das almas, não a alimentação dos corpos. Perverter seu fim seria uma atitude profana.

Não apenas na esfera religiosa, até nos meandros políticos, encontramos esses que colocam o feno antes das joias.

Enquanto, para homens de almas sadias as considerações políticas começam por liberdade, probidade, justiça, educação esmerada, infraestrutura... outros discutem o preço do gás, dos ovos, do leite, da carne; não que essas coisas não sejam importantes; mas, quando se antecipam aos valores morais e cívicos, testificam das prioridades dos que, assim falam.

Para os tais, pouco importa corrupção, roubos, improbidade, valores inversos, fisiologismos vários; venderiam seus votos por uma cesta básica; de bom grado seriam serviçais de ladrões, se em troca, alguma bolsa-pão, se lhes abrisse.

As variações de preços não dependem de governos; se não houver certo lucro como estímulo à produção, alimentos nem serão produzidos; assim, o mercado, a demanda estabelece preços; o Governo gere as coisas públicas, não, as privadas. Quando governos pretéritos se meteram a congelar preços, os bem informados sabem no que deu. Escassez.

Quando ignoramos os valores da alma, nos contentamos com comer, beber e copular, abdicamos da condição humana e nos tornamos meros animais.

É fácil taxar os outros de gado, por ter aprendido a mugir duas sílabas; difícil seria agir como homem, com todo o potencial legado a quem, além de corpo, recebeu alma e espírito.

Atuar ciente das responsabilidades, consequente no que tange às próprias ações.

Não dá para semear escolhas majoritárias em corruptos, tiranos, ditadores e esperar colher na ceifa das urnas, a governantes patriotas, libertários, probos, democratas.

Os mesmos que, no auge da pandemia defendiam o fecha tudo, “a economia a gente vê depois”, por um lado, via ONU acusam o Presidente de “crime contra humanidade” por querer que a economia seguisse seu curso, com devidos cuidados; por outro, vociferam seu descontentamento com a escalada dos preços dos alimentos, esquecendo convenientemente, que foram eles que atrapalharam a economia, não O Presidente.

Ele tolhido em Seus poderes pelo STF, pagou “Auxílio Emergencial” e carreou polpudas verbas aos estados, que, na maioria foram malversadas. Desviadas.

Até “la pensa” daltônica, que enxerga vermelho onde é verde e amarelo, começa a dar sinais de cansaço, em sua inglória luta de colar versões abafando fatos. Também esses, malgrado a nobre chamada para servir ao público com um trabalho imparcial, têm se feito na ampla maioria, “pastores de si mesmos.” Como prostitutas vendem seus corpos por dinheiro, esses, fazem o mesmo com seus veículos.

Tentam abafar as manifestações populares, em claro sintoma de ausência de autocrítica. Não podem mais nem dez por cento do que podiam antes do advento das mídias sociais, mas atuam como se inda pudessem.

Os buracos de suas peneiras se fazem cada vez maiores, e concomitante, os raios do sol, mais vívidos.

Não importa o teatro de nossa atuação; religioso, civil, político; se as nossas prioridades se opuserem às prescritas pelo Criador, estaremos colocando o carro adiante dos bois. E não venham com essa balela que política e religião não se discutem. O que são os comícios e cultos, senão, locais para discutir essas coisas?

Quando o contraditório precisa ser abafado, no fundo, sabemos que estamos defendendo o indefensável. A Bíblia sentencia: “... Bem-aventurado aquele que não condena a si mesmo naquilo que aprova.” Rom 14;22

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