sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

A idolatria de Deus


“Os filisteus, ouvindo a voz de júbilo, disseram: Que voz de grande júbilo é esta, no arraial dos hebreus? Então souberam que a Arca do Senhor era vinda ao arraial.” I Sam 4;6

Os hebreus sofreram revés numa batalha contra os Filisteus; então, os anciãos aconselharam que a Arca de Deus fosse tirada do seu lugar e levada ao front; uma espécie de “convocação” para que O Eterno pelejasse por eles. 

Chegado o “Reforço” fizeram um carnaval; uma gritaria que até no acampamento inimigo se ouvia. Há alguns “avivamentos” que não passam de engano de mortos.

Um vício ainda atual, infelizmente, grassava naqueles dias já. Quando a vida está calma, tudo vai bem se vive à nossa maneira; porém, surgido um revés, Deus, socorro! Ora, a permissão do triunfo dos Filisteus era juízo, avisado pelo Criador mediante um profeta, dada a profanação dos filhos do Sacerdote Eli e a omissão deste, em corrigi-los.

Hoje, quando tudo vai bem, uns chamam ao Salvador de travesti, outros encenam no Carnaval a humilhação do Rei dos Reis sob os pés de Satanás. Aí vem um adiantamento do juízo e todos começam com súplicas. Eu canto a mesma música em céu de brigadeiro ou sob tempestade; O Eterno É Santo, É Rei; Digno de Ser Amado; Deve Ser Temido.

Portanto, era desnecessária a atitude aconselhada pelos anciãos de “trazer Deus” à batalha, uma vez que Ele, em Seu Juízo já estava nela.

Se, no ponto-de-vista das relações humanas é bom termos respeito às opiniões dos mais velhos, no que tange à sabedoria, nem sempre eles têm a luz necessária. “Na verdade, há um espírito no homem, a inspiração do Todo-Poderoso o faz entendido.” Jó 32;8

Como ensina A Palavra que um abismo chama outro, além de uma concepção rasteira do Santo, segundo a qual, Ele contaria para socorrer no mau tempo, mas podia ser profanado na calmaria, tinham outra menor ainda, sobre a Sua Presença. Achavam que O Todo Poderoso que enche Céus e Terra habitava na Arca; dependendo assim, da ambulância desta para poder se locomover.

Quando o Artefato chegou ao acampamento, na concepção rasa deles, Deus chegara.

Entretanto, houve nova derrota humilhante; de quebra, a Arca da Aliança também acabou em mãos inimigas; “Deus foi capturado”.

Ora, sendo a queda, a entronização do eu, em lugar de Deus, natural que a regeneração comece justo aí; “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”; noutras palavras, como se, O Salvador dissesse: “Saia do trono! Não te pertence! Deixe que O Pai Reine através de Mim.”

Entretanto, muito do que se tem chamado de fé no meio cristão visa estabelecer uma “co-regência” onde Deus É Rei para fazer minhas vontades. Na hora do socorro Ele conta muito; na das decisões morais, valores, certo e errado, santo e profano, nós nos viramos sozinhos, graças a Deus!

Não poucos safados travestidos de pregadores têm vendido a fé como um meio de obter coisas em “Nome de Jesus”. 

Ora, seria estúpido usar diamantes numa funda, uma vez que uma reles pedra pode fazer a mesma função, sem custo; aqueles por seu imenso valor podem muito mais.

Assim a fé para obter coisas simples alcançáveis mediante trabalho; ela excede em muito ao existir para me satisfazer; seu fim é mais alto e valioso; “Sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e É galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Pois, esses perdulários de preciosidades ensinam a entregarmos a Deus apenas nossos problemas; da vida cuidamos nós!

Contudo, o preceito Bíblico demanda um pouco mais; “Entrega teu caminho ao Senhor; confia Nele, e Ele o fará. Fará sobressair tua justiça como a luz, e teu juízo como o meio-dia.” Sal 37;5 e 6

Notemos que a direção Divina traz no pacote justiça, juízo. Embora o que merecíamos tenha caído sobre Cristo, mesmo sendo salvos pela graça, digo, há um quê de justiça do qual Deus não abre mão. Que nossa vontade submeta-se À Sua. Ele é Deus!

Se, os incautos aqueles achavam que O Todo Poderoso seria movido movendo-se a Arca, agora o conceito caiu ainda mais; ensinam que movendo bibelôs, moedas, sal, azeite, rosas, lâmpadas, lenços e demais porcarias desse tipo, se pode obter Favor Divino.

As coisas preciosas em mãos inimigas, agora já não são a Arca e seu conteúdo; mas, vidas enganadas que acreditam nesses pilantras.

Deus não se deixa ver em objeto nenhum; antes, revela-se na Sua Palavra; Essa ensina a prática da justiça, na qual os filhos obedientes são regenerados; “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; e me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Nossas escolhas refletem-nos


“O que anda com sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído.” Prov 13;2

Duas parcerias possíveis; andar com sábios ou com tolos; no primeiro caso resulta uma aquisição dos valores com os quais se identifica; “ficará sábio”. No segundo, apenas a herança do juízo preparado contra tolos; “será destruído”.

Algumas cogitações são possíveis sobre essas duas escolhas antagônicas; quem admira um sábio a ponto de querer andar com ele, vê nos dons dele, uma espécie de ideal; “o que quer ser quando crescer”. No entanto, quem opta pela companhia dos tolos não precisará crescer nada para ser como os tais; já tem a “estatura” exata dos seus mestres.

Quiçá, possa ser por isso que o tal prefere as companhias mais rasas; invés de vislumbrar na luz de outrem uma dádiva a ser buscada, vê apenas uma ameaça ao seu “conforto” como alguns que rejeitaram pessoalmente ao Salvador. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Quem anela andar com os sábios visando ser como os tais, de certa forma já é; se, não no conteúdo, pelo menos, na escolha. São esses “sábios” que A Palavra encoraja a instruir, uma vez que a instrução não atuará no vazio; “Dá instrução ao sábio, ele se fará mais sábio; ensina o justo, ele aumentará em doutrina.” Prov 9;9

Por isso Paulo advertiu que não se gaste muito latim com o adepto de heresias; “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado.” Tt 3;10 e 11 Não sei o que é pior; se, a companhia dos tolos ou, ser sábio aos próprios olhos; repousar “seguro” na ignorada ignorância.

Profuso o hábito dos “descobridores” de doutrinas novas, ou erros do “sistema religioso” que saem por aí “reformando” a todos que não se encaixem em suas doentias e fanáticas idiossincrasias.

Um “sábio” espiritual, sabe primeiramente de sua ignorância e limitação; mais; que “Nenhuma profecia Bíblica é de particular interpretação”; podendo o tal, laborar em equívoco; quanto à pouca luz que possui será sempre devedor ao Bendito Espírito Santo.

Estará sempre pronto a mudar, crescer, aperfeiçoar-se, desde que, convencido por melhor luz do que a sua.

Há pouco deparei com um comentário que citava uns quatro versos bíblicos atacando a quem denuncia como um erro o homossexualismo; não julgueis, o cisco e a trave, a hipocrisia, que, não sendo observados têm feito muitos se dizentes cristãos, a agir com “preconceito”.

Embora não pretenda eu ser sábio pelo conteúdo, tenho por sábia toda escolha semelhante, de quem aproxima-se de outrem que sabe, para aprender mais. No caso, de Cristo.

Porém, há uma diferença diametral entre aproximar-se do Senhor com anseio de aprender, e decorar meia dúzia de versos conforme interesses e jogar os tais contra o vento, como se, esses fossem testemunhas de alguma insensatez Divina; ou, como se, O Santo edificasse ao que destruiu, como disse Paulo.
Que tipo de pessoa tentaria usar à Palavra de Deus contra Deus? Um sábio, ou um tolo? “Não há sabedoria, inteligência, nem conselho contra o Senhor.” Prov 21;30

A Palavra de Deus, buscada na motivação correta, apreendida, vivida é Fonte da Água da Vida; não entendo por que, tantos mortos dela se aproximam se, não têm intenção de beber para ser ressuscitados. 

Usam porções escolhidas a dedo, como se, a dádiva que labora para dar vida, de repente adoecesse e passasse a corroborar escolhas mortas. “O mandamento do Senhor é puro, ilumina os olhos. O temor do Senhor é limpo...” Sal 19;8 e 9

O Eterno nunca força ninguém a nada; propõe dois caminhos, adverte da chegada de cada um e permite escolhas; a quem O escolhe, protege, ensina, disciplina e abençoa; quem preferir à oposição que o faça; todavia não profane ao Santo misturando-O com o que Ele abomina. “... assim diz o Senhor Deus; Ide, sirva cada um os seus ídolos, pois que a mim não me quereis ouvir; mas não profaneis mais o meu santo nome com as vossas dádivas e com os vossos ídolos.” Ez 20;39

Embora não tenha na Bíblia o “Diga-me com quem andas e direi quem és”, o que somos influencia, direciona nossas escolhas; se somos de Cristo escolhamos ao que Ele aprova; senão, qual sentido de mencionarmos Sua Palavra?

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Os nossos testemunhos


“Contudo, não deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e alegria vossos corações.” Atos 14;17

Interessante a leitura; chuvas e tempos frutíferos, cujo efeito era suprimento da vida com alegria, eram testemunhos de Deus sobre Si mesmo. O Salvador ensinara que essas coisas incidem sobre justos e injustos; apontando a universalidade do Amor Divino.

Noutra parte, se evocou à criação toda, com mesmo fim; fazer conhecido O Criador. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entendem; claramente se veem pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;19 e 20

Paráfrases do que dissera Davi: “A lei do Senhor é perfeita, refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos, alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, ilumina os olhos.” Sal 19;7 e 8 Refrigério, fidelidade, sabedoria, retidão, alegria, pureza e luz; bens derivando dos Preceitos do Senhor.

Se, para efeito de Seu testemunho O Eterno permite que se evoque Seus feitos, para testificar de nosso novo nascimento e filiação espiritual, não são nossas obras realçadas; se fossem estragariam tudo.

Como, “O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele...” (Jesus Cristo) é nossa identificação com o que Ele Fez por nós que evidencia nossa salvação; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

Um viver que honre ao Salvador, testifica que fruímos Sua eficácia. “... não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;14 a 16

A Doutrina de Cristo é a Luz que ilumina à vereda da salvação, para recebê-la não basta que vejamos o caminho simplesmente; antes, que trilhemos; “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

A prática como “acessório” do conhecimento espiritual fora posta pelo Próprio Senhor; dissera: “... Se vós permanecerdes na Minha palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Esse é o grande “problema” do cristianismo; não existem teoricamente salvos. Não é um patrimônio a ser recebido no intelecto como mera reflexão filosófica; é uma dádiva que deve repousar no coração; desse modo, todo nosso ser e agir acusarão a presença de Cristo: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

As testemunhas do Salvador, invés de ter algo a contar, simplesmente, são chamadas a ser; “recebereis virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda Judéia, Samaria e até aos confins da terra.” Atos 1;8

Quando Paulo diz que devemos trazer “Calçados os pés na preparação do Evangelho da paz”, o risco aqui é que se faça uma leitura superficial; como se o texto dissesse, pregação. Não! ele diz, preparação.

Nosso novo modo de vida em Cristo, necessariamente despertará curiosidade de quem nos vir assim; agir bem, como testemunha de Cristo é preparar o caminho, como João Batista; após a preparação, eventualmente a porta se abrirá para a pregação; então, “... estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” I Ped 3;15

Nos tribunais humanos, testemunhas são chamadas para estabelecer a ocorrência dos fatos, ou, conforme o interesse das partes, remontar a vida pregressa dos querelantes;

Os renascidos em Cristo vivem fatos novos; a maldade passada da qual testificam é a própria. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos.” Sal 40;2

Se, um dos vetos da Lei era não dar falso testemunho, muito menos na era da Graça, onde nossa responsabilidade aumentou, por ter O Todo Poderoso chegado ainda mais perto de nós.

Spurgeon dizia: “Ninguém é obrigado a se declarar cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta.” Aja com tal, interpreto.

Se, o testemunho do Amor Divino é abrangente, sobre justos e injustos, o da Sua Salvação é mais preciso; demanda andar em espírito mortificando a carne na cruz.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

A luz desprezada


“O bom entendimento favorece, mas o caminho dos prevaricadores é áspero.” Prov 13;15

Paralelismo antitético; quando a segunda parte opõe-se à primeira. Aspereza coloca-se em oposição ao favor; bom entendimento, à prevaricação.

Mas o que é prevaricar? Descumprir um dever por interesse, má fé; abusar de poder, transgredir costumes, adulterar...

Normalmente temos fidelidade, vigilância, prudência, temor do Senhor, como valores na trincheira oposta ao pecar; mas agora vemos, invés de um lapso moral, outro intelectual; a conclusão dessa análise é que, alguém não peca por ser mau, apenas; antes, por além de mau ser estúpido, não entender as consequências.

Não que isso atenue; o pecado deixe de ser o que é por causa disso; apenas, que por esse lapso, a cegueira leva o homem a agir de modo imediatista ao sabor do momento, sem pesar as consequências, muitas vezes, letais.

Agur confessou que ver impiedade e tolice prósperas quase que cegou seu entendimento; “Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, mas firme está sua força.” Sal 73;3 e 4

Essas e outras cogitações semelhantes o assaltaram, até que se refez: “Se eu dissesse: Falarei assim; ofenderia a geração dos teus filhos.” V 15

O entendimento recebido na Casa de Deus apontou mais adiante; “Até que entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles. Certamente Tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição. Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores.” Vs 17 a 19

“Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas no fim são caminhos da morte.” Prov 14;12

Por isso o esforço do maligno para apagar a Luz; “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Muitos devaneiam com revelações de coisas novas; mas, não se ocupam em entender o que já foi revelado, em cuja luz, nossas vidas podem ser edificadas. Balaão já tinha ouvido um não! categórico e seguiu insistindo; “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a Lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9

Pela importância disso que Paulo afirmou que orava pelos efésios, “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai da glória, vos dê em Seu Conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento...” Ef 1;17 e 18

Nossa própria vaidade pode ser obstáculo ao entendimento. A demanda maior nem é por um intelecto perspicaz; mas, vontade submissa.

Em linhas gerais, salvas algumas porções polêmicas e desnecessárias para salvação, a Doutrina de Cristo é simples, óbvia até. O problema é que temos uma geração de “especialistas”; esses não se ocupam do óbvio.

“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, também sejam de alguma sorte corrompidos vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

Gastamos hebraico, grego, latim, códigos da Bíblia, gematria, etc. para “demonstrar” como serão as coisas na reta final; quem será o Anticristo, de onde... essas coisas têm valor mas não são essenciais. Mal usadas podem desviar a atenção do que é vital.

O essencial é que entendamos como deve ser nossa relação com O Salvador e Seu Corpo; se essa estiver bem, o juízo vindouro, armações do Falso Profeta, do Pai da Mentira não nos surpreenderão; na hora certa haveremos de discernir.

Se, o bom entendimento favorece, aqueles que entendem que o alvo de saber mais é andar ainda melhor, invés de se exibir como sabedor, quanto mais andamos nessa senda de santificação, mais luz receberemos. Pois Deus “... reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade” prov 2;7

Quando a Palavra afirma que a fé vê o invisível, esse “vê” significa mais, entende do que vê; e entendendo como será depois, mesmo que agora não seja nada daquilo, não desfalece, confia; “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, nos currais não haja gado; todavia, me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.” Hc 3;17 e 18

Muitas vezes em nossa insanidade nos preocupamos em entender astros, estrelas, espaço, onde não podemos ir; e sequer nos ocupamos com o sentido dos passos onde vamos; “Quem pode entender seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos.” Sal 19;12

Além dos maus passos que entendia, Davi sabia que havia mais; esse entendimento o fez orar de modo sábio assim.

sábado, 6 de fevereiro de 2021

A guerra dos meninos


“Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Parece uma contradição. Sugerir o ardor de um desejo infantil, em almas adultas. Desejai como meninos, o exercício da razão. A meninice em realce tem a ver com o afã de querer muito, algo que parece desejável, mais do que, com o teor do desejo.

A negligência com a Doutrina de Cristo foi a denúncia, segundo a qual, certos cristãos, malgrado o curso de tempo, seguiam meninos. Se, o anelo pode ter vigor infantil, a compreensão e diligência não devem. “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça porque é menino.” Heb 5;12 e 13

Ora, sendo a conversão, um dom facultado a gente grande, “O que crer e for batizado será salvo”, a coisa não se aplica a meninos literais; pois, crer demanda entender ao menos em parte, o teor da fé; sendo possível esse encontro de adulto natural, com menino espiritual, se desfaz a aparente contradição.

Quando alistou todos os dons, os quais, nenhum teria valor sem o concurso do amor, Paulo, como numa tênue exortação aos que faziam uso carnal dos mesmos pontuou: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

Adiante propôs a junção desejável dos aspectos adulto e infantil; “... sede meninos na malícia e adultos no entendimento.” Cap 14;20

Tenho visto uma guerra de meninos, dado o teor da “Campanha da Fraternidade”; ela traz o ecumenismo e o homossexualismo como batedores; centro da preocupação “quaresmal” da CNBB e do CONIC que estão juntos nessa.

Frases como “discursos de ódio, polarização, fundamentalismo” aparecem sob a sedutora canção que, do estava dividido se fez a unidade. Qual o motivo da surpresa?

Francisco não produziu a “Fratelli Tutti” segundo a qual, mesmo sem novo nascimento todos são irmãos creiam no que quiserem? Está tocando firme e forte sua agenda pela igreja global única, sem barreiras; sem Deus.

Alguns católicos estavam furiosos com a participação do CONIC, os “Protestantes”, mais que com o teor comunista do texto. Para eles é mais grave a presença desses que cultuar o ateísmo.

Se, do que estava dividido se fez unidade, então essas partes sempre compuseram um todo; em algum momento foi fracionado. Mas, não é assim.

Unidade é ímpar e o liame é o Espírito Santo; essa já possuem todos os salvos independente da denominação onde vivam. 

União é humana, política, rasteira, terrena, balaio de gatos, ecumenismo. Poderão estar na mesma figura como os pés da estátua aquela, com dedos mesclados de ferro e barro; se “misturam” mantendo-se apartados.

O que poderão fazer os católicos sinceros que estão indignados com isso? Infelizmente, (posso falar pois fui um dos tais) não é a diretriz da Palavra de Deus que seguem, mas da igreja.

Aprenderam que “Fora da Igreja Católica não há salvação”. Cristo disse diferente: “Ninguém vem a Pai senão, por mim.”

Mais; que Pedro era a Pedra sobre a qual a Igreja foi edificada, sendo eles, os únicos e legítimos sucessores; o próprio Pedro pensava diferente; “... Eis que ponho em Sião a Pedra principal da esquina, eleita e preciosa; quem nela crer não será confundido.” I Ped 2;6 Óbvio que Fala de Jesus Cristo.

Nunca pretendeu a exaltação terrena de ser Papa; “Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles...” Cap 5;1 Tampouco quis que tradições e dogmas tomassem o lugar da Palavra; “Se alguém falar, fale segundo as Palavras de Deus...” Cap 4;11

Por fim, os “protestantes” do CONIC também laboriosos por ecumenismo patenteiam igual meninice. Se Deus não conta por quê precisaríamos um religião global? Se conta, por quê ousaríamos contra à Sua Palavra?

A irmandade veraz é espiritual mediante novo nascimento; “... não nasceram do sangue, nem da da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;13

E a verificação de quem entre no Reino também não deriva de arranjos humanos; “... O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Mãe é a Água (palavra) e Pai, o Espírito (Santo); fora disso, não importa o zelo religioso de quem for, estará sem pai nem mãe; “Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensinamento da tua mãe.” Prov 1;8

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

A respeito do respeito

“O jeito mais prático de se aprender sobre respeito é lembrar que as escolhas do outro não são da sua conta.”

Deparei com essa frase numa postagem hoje e me pus a pensar; será que respeito é isso mesmo, ou eu aprendi errado?

É que muitas vezes usei a frase; “Com todo respeito me permito discordar...” já vi e ouvi outros fazendo semelhante afirmativa. 

Agora, se respeito é uma barreira que faz o outro intocável diante de mim, ele escolheu tá escolhido e ponto final, já não existe como discordar respeitosamente; uma vez que mero importar-se com as alheias escolhas seria uma intromissão; um desrespeito já.

Nesse caso, para quê serviriam as redes sociais? Pois, as reações de curtir, amar, aplaudir, fazer muxoxo, espantar-se, comentar, etc. são nossa opções possíveis e usuais, ante as publicações/escolhas dos outros; e deles para com as nossas.

Mas, se para respeitá-las eu não posso interagir expressando meu pensar como faço? Ou, se mesmo postando coisas aos olhos de todos, aquilo interessa apenas a quem posta e não ao público, não seria melhor que o tal guardasse o que é de seu exclusivo interesse apenas para si?

Há algo errado na pele dessa geração hipersensível, que a faz melindrosa ao extremo, a ponto de receber de braços abertos apenas curtidas e aplausos; se pintar algo diverso, presto a síndrome do tatu bola em estado de defesa deixa apenas a redonda casca à vista dos “predadores” que se atrevem a opinar.

A coisa é de tal modo tênue, que se um respirar em público poderá ser acusado de separatista, por separar oxigênio e gás carbônico; ou, como observou alguém num post sarcástico, se outrem postar que detesta cebola presto a galera subirá a tag #somostodoscebola; teremos “urbi et orbe” uma caçada aos nefastos cebolafóbicos.

Francamente! Nunca pensei que o ser humano seria tão rasteiro assim.

Ora, escolhemos amigos, reais e virtuais, por alguma identificação. Se um dos meus, sem mais nem menos decidir comer fezes, eu me importarei, claro! Não será por falta de respeito; antes preocupação com sua sanidade; primeiro, por respeito a ele tentarei chamá-lo de volta à razão; mas se isso não tiver jeito e o dito se revelar um fezívoro incorrigível, por respeito a mim mesmo, me afastarei do tal.

Não raro, quando alguns defendem coisas muito fora-da-casinha, seja contrariando valores civis, espirituais, políticos até, que me são caros, me dou ao direito de excluir aos tais.

Já excluí alguns, e também fui barrado em páginas onde meu modo de pensar e expor não era bem visto.

Portanto, respeito é uma coisa, e melindre gratuito, outra. Não creio que nenhuma pessoa concorde cem por cento com outra; por mais que dois tenham grande identificação em muitas áreas, em alguma divergirão e podem levar isso numa boa, significando apenas alteridade de opiniões, não desrespeito.

Sobre isso, aliás, oportuna a frase de Voltaire: “Não concordo com uma palavra do que dissestes; mas defenderei até à morte teu direito de dizeres o que pensas”. Isso é respeito! 

Posso ser diametralmente diferente de alguém, sem nem por isso me impor, ou vetar que o tal seja como é. Isso tudo, preservado meu direito de discordar das escolhas dele. Simples assim.

De duas fontes vertem as águas do respeito; dignidade e posição. O primeiro caso tem a ver com quem se é; o segundo, com onde se está.

Por exemplo: Dilma quando presidente pela posição deveria ser chamada de Excelência; quando falava em saudar a mandioca o estocar vento, agia de modo indigno de uma inteligência mínima a merecer respeito. Inevitáveis os choques entre o respeito e a zombaria.

Então, para finalizar, se o respeito não se devendo à posição de autoridade de alguém, deve-se em virtude de certa dignidade, aqueles que, sendo meus amigos ou não, agirem com um mínimo dessa fibra já terão meu respeito.

Assim como, direito e dever são, de certa forma, frutos do mesmo baraço, sendo o cumprimento de um, o patrocinador do usufruto do outro, do mesmo modo, a dignidade e o respeito.

A primeira é o germe, de cuja vida nasce o segundo.

Se alguém quiser tomar as ruas, praças, redes sociais defendendo assassinato de inocentes indefesos, prostituição infantil, ideologia de gênero, drogadição liberada, pedofilia, zoofilia e afins, será direito seu defender tais escolhas; e meu, me importar com isso e manter distância de uma besta dessas que, tendo ganhado o dom da vida para viver, desperdiça-o na sanha de destruir. Sendo chamado a ser filho de Deus, por preguiça para disciplina opta pela paternidade do Diabo.

Quem ao amanhecer escolhe as veredas fáceis do vício, tem grandes chances de encontrar a noite ainda antes de anoitecer.

O "poder" da fé


“Não podia fazer ali obras maravilhosas; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. Estava admirado da incredulidade deles...” Mc 6;5 e 6

Houve eventos onde O Senhor se admirou da fé, dum centurião, uma mulher siro-fenícia, agora O encontramos admirado da incredulidade dos Seus concidadãos.

Embora a narrativa diga que Ele “não podia” fazer ali obras maravilhosas, nem de longe isso ensina o “poder da fé” que alguns incautos apregoam. Quando Ele dizia: “A tua fé te salvou...” não estava aludindo ao suposto poder da mesma; mas, a ter sido posta no alvo certo. Crido em quem podia; “Crede em Deus crede também em mim.” Ensinou.

O papel da fé não é acessar bênçãos no aspecto do poder; antes, atuar de uma forma que agrada Àquele que pode. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele Existe e que é galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

O que restringia Jesus não era eventual lapso de poder, por causa da incredulidade; antes, a desonra. “Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre seus parentes e na sua casa.” Mc 6;4

Quando O Eterno “não pode” fazer algo bom a quem O desonra, isso tem a ver com Sua Justiça, não com Seu Poder como Eli tardiamente aprendeu; “... Na verdade tinha falado Eu que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de Mim perpetuamente; porém agora diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que Me honram Honrarei, porém os que Me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Isaías disse mais ou menos o mesmo; que não há nada de errado com o Poder do Senhor; mas, com as vidas dos que desejam seus benefícios; “Eis que a Mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado Seu Ouvido, para não poder ouvir. Mas, vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59;1 e 2

Quando A Palavra diz que “a oração de um justo pode muito nos seus efeitos” é porque a prática da justiça que O Eterno Ama, honra-o.

No primeiro culto humano se diz que “Deus atentou para Abel e sua oferta, porém, para Caim e sua oferta não atentou.” A ordem dos fatores é vital aqui; antes de olhar para a oferta O Santo olha para a pessoa do ofertante; seu modo de vida, motivações.

Se, a narrativa não deixa patente que Caim agia de modo réprobo, sendo por isso rejeitado, a exortação subsequente explicita isso; “Se bem fizeres, não é certo que serás aceito?” Gn 4;7 Implica que não fora aceito porque agia mal.

Então, o “poder” de uma oração, ou mesmo da fé, é ser a mesma oriunda de uma vida da qual Deus, que tudo Pode, se agrada.

São balelas, cadeias malignas essas “orações infalíveis” que circulam por aí. Se, o poder estivesse do lado de cá, em minha fé ou em minhas orações, por quê precisaria eu do Senhor?

Se, você ainda acha que Deus precisa de nossa fé para fazer algo, Ele tem uma questãozinha básica; a mesma que colocou para Jó: “Onde estavas tu, quando Eu fundava a terra? Faze-me saber, se tens inteligência.” Jó 38;4

Se, as más conversações corrompem os bons costumes, também as más concepções e interpretações pervertem à Sã Doutrina.

Quando O Santo diz para não se orar sobre determinado assunto, não é porque seria “forçado” a atender, senão; antes, porque a aversão por tais alvos é tanta, que sequer deseja ouvir mais sobre o mesmo. “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem me supliques, porque não te ouvirei.” Jr 7;16

Nesse caso a rejeição não era pela pessoa que oraria, Jeremias; mas, por seus alvos, um povo que estava sob juízo pela reiterada desobediência.

Enfim, não existem “palavras certas” que Deus ouve ao orarmos; antes, vidas ainda ao alcance de Sua misericórdia, ou, intercessores aos quais Ele aceita; fora disso, por fervorosas e justificáveis que determinadas orações pareçam, no fundo serão meros “sacrifícios de tolos”, erros de alvo.

Três amigos de Jó em sua saga foram “consolá-lo”; invés disso se revelaram molestos; pois, o acusaram de faltas que não cometera; no fim, após uns puxões de orelha em Jó pela sua imprudência, pelos amigos, apenas a oração Dele era aceitável; “... o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei ...” Jó 42;8

Enfim, nossa fé não força Deus a nos abençoar; mas ao ouvirmos quando Ele fala, ganharemos Sua atenção quando falarmos.