sábado, 10 de outubro de 2020

A Ordem Sobrenatural das Coisas

“... Arão fez expiação por eles, para purificá-los. Depois vieram os levitas, para exercerem seu ministério...” Nm 8;21 e 22

Tratando-se das coisas espirituais, purificar-se antes de servir é a ordem “natural”, como lavar-se antes das refeições.

No fundo tratava-se de coisas sobrenaturais, de Divina esfera; embora, a “purificação”, fosse bem natural mesmo.

Mera capacitação formal, de participar de uma Assembleia humana; A maioria das prescrições sobre “pureza” tinha a ver com aspectos de higiene; prevenção de doenças contagiosas ainda desconhecidas dos homens, não do Criador; malgrado, a coisa fosse reputada como purificação espiritual, não passava de um tipo, um símbolo tênue de vera purificação que O Senhor buscaria.

A epístola aos Hebreus que ensina a transição do velho para o Novo Sacerdócio chama aqueles ritos de purificação horizontal, nas coisas atinentes à carne; “... o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne...” Heb 9;13

Lavar-se com água limpa era a purificação prática; o ritual, um tipo profético em sinal de reverência a Quem a prescrevera.

Só quando veio Cristo, a regeneração desejada se fez possível; “... nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam. Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado. Nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz comemoração dos pecados, porque é impossível que sangue de touros e bodes tire pecados.” Heb 10;1 a 4

Sendo impossível por aqueles meios, Deus os quis apenas como figuras transitórias, até O Sacrifício perfeito; “Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os Céus;” Heb 7;24 a 26

O Feito de Cristo é muito mais que mero arranjo externo para que eventual inepto se torne apto ao rito sagrado. A Água da Vida lava consciências. “... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo...” Heb 9;14

A premissa aquela, seja primeiro purificado, depois sirva, no nosso caso demanda comparecermos ao Serviço do Santo, com as consciências em silêncio, como testemunho do bom porte em Cristo.

Não significa que todos que O servem sejam assim; mas, que se, recusarem a ouvir esse atalaia que, oportunamente adverte das impurezas ainda não tratadas, uma hora não apenas o ministério mas até fé irá a pique. "Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19

Eventualmente ouço uns dizendo que “se busque poder”; de minha parte diria que busquemos purificação. Da santificação Deus se agrada, e “A alegria do Senhor é nossa força”. 

O poder necessário ao serviço vem como bônus a quem cumpre o dever, igualmente necessário. A isso Paulo chamou: “Fortalecei-vos no Senhor; na força do Seu Poder”. Ef 6;10

Por causa da “matéria prima” ruim, O Eterno usa de longanimidade, dada nossa dureza; pesa também Seu amor para com outros que pode tocar mediante nós; porém, nossos erros adormecidos, “escondidos” se, não tratados, ouvida a consciência poderão resultar em escândalo um dia; pois o silêncio de Deus são significa aprovação, apenas misericórdia eventual; “Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas te arguirei, e as porei por ordem diante dos teus olhos:” Sal 50;21

Muitos buscam “silenciar” a consciência com serviço; quanto mais ela lhes acusa do erro não tratado, mais querem “Fazer a obra” quando, a obra que está sendo requerida segue intocada.

Esdras dá um exemplo bem didático da ordem correta das coisas; “Porque Esdras tinha preparado seu coração para buscar a Lei do Senhor, para cumpri-la e para ensinar em Israel os Seus estatutos e Seus juízos.” Ed 7;10

Buscar a Lei; aprender. Cumprir, obedecer. Só então, ensinar.

Nossas escolhas morais e espirituais patrocinam nosso agir; esse molda nosso caminho. Por isso a figura que nossos caminhos estão nos corações; (consciências) “Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

Assim, a fé “remove montanhas” principalmente de culpas, para que em nós, como João Batista, se prepare o “Caminho do Senhor”; “... todo o monte e todo o outeiro será abatido; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40;4

Se você tem fé na Palavra quando ela promete algo, creia-a também quando te corrige; “seja purificado, depois sirva”.

domingo, 4 de outubro de 2020

Nossos inimigos íntimos


“Foi o número dos dias, que Davi habitou na terra dos filisteus, um ano e quatro meses.” I Sam 27;7

Inusitados dezesseis meses de Davi. Ele fora ungido por Samuel para ser rei, vencera ao gigante Golias, fora amado e reconhecido pelo príncipe Jônatas como sucessor de Saul; aclamado pelo povo como grande guerreiro, agora refugiava-se com um “exército” de seiscentos proscritos, entre os inimigos de Israel.

Humildemente pedira para não ficar na cidade real, Gate e recebera de Aquis, o rei filisteu, a cidade de Ziclague.

Tornara-se mero salteador dos povos circunstantes; malgrado o rei soubesse que fora ele que derrotara Golias, no passado, ignorava isso; considerava as vantagens de tê-lo por perto. “Aquis confiava em Davi, dizendo: Fez-se ele por certo aborrecível para com o seu povo em Israel; por isso me será por servo para sempre.” I Sam 27;12 Essa “moral” atual, tipo, se me traz vantagens danem-se as demais coisas vem de larga data.

A sina de que “Os inimigos do homem são os da sua própria casa”, era coisa antiga também, quando O Salvador mencionou-a.

Entre os filisteus Davi era respeitado, bem quisto; no palácio de Saul, odiado; de modo que, o rei tentara matá-lo mais de uma vez. Com “amigos” assim, desnecessários os inimigos.

Oportuna uma citação de Voltaire: “Deus me livre dos meus amigos, que dos inimigos eu me cuido.”

Se, é vera a máxima que “um profeta não é bem-vindo, na sua terra”, naquele caso era um guerreiro valente que não era bem vindo; as qualidades proféticas e unção de rei só afloraram ulteriormente. Davi não era o inspirado salmista, tampouco rei; apenas o guerreiro precoce e ousado que matara ao gigante.

A inveja foi avaliada em dia futuros pelo filho seu que nasceria, Salomão; Sua essência violenta; “O furor é cruel, a ira impetuosa, mas quem poderá enfrentar a inveja?” Prov 27;4 Por fim, sua causa; “Também vi que todo o trabalho, toda a destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo.” Ecl 4;4 A destreza em obras, popular talento, atrai a inveja alheia.

Portanto, quem recebe um talento do Senhor, seja para o que for, recebe um peso para carregar; ou, usa-o e será alvo da inveja, ou, enterra-o e será réu, no Tribunal do Senhor.

Um fragmento de uma antiga canção diz: “Na verdade o homem se sente mais realizado, se invés da dizer parabéns! Ele fala, coitado!” Quem invejaria um coitado? Possivelmente sua triste sina fará a minha parecer melhor do que é; quiçá, dar vez ao orgulho de me presumir também, melhor do que sou.

Tipo antigos palhaços de circo, que faziam brejeirices sobre pernas-de-pau, assim é o orgulho. Leva um palhaço bobo a ostentar uma estatura muito maior que possui, e seu valor é pueril, para um riso momentâneo e mais nada.

Então, quando virmos alguém com unção na vida, potencial ministério, em situação, eventualmente desvantajosa, não significa, necessariamente, que o tal “enterrou o talento”; pode que, como Davi esteja sendo exercitado em circunstâncias desvantajosas até o tempo oportuno, aprazado por Deus, para que saia à luz, enfim, o Divino propósito.

Não esqueçamos que a Onisciência do Eterno Lhe permite “Chamar às coisas que ainda não são, como se, já fossem.”

Somos imediatistas; veríamos em José, mero prisioneiro; em Davi, um fugitivo fora-da-lei, como viu o finado Nabal; em Jesus, um amigo da ralé social, como fizeram os religiosos da época.

Em José Deus via o primeiro ministro de Faraó; em Davi o rei de Israel; em Jesus Deus É, Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

Se, vulgarmente se diz, atribuindo a Maquiavel, que os fins justificam os meios, numa espécie de vale-tudo pelo fim almejado, em se tratando das coisas espirituais, o fim, (objetivo) qualifica os meios, ou o caminho.

Não importam circunstâncias adversas que enfrentemos; se, no fim redundar em salvação, vida eterna, será esse um caminho bendito, e vice-versa. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

Não estranhemos pois, se, malgrado andando retamente tivermos que, eventualmente “comer do ruim” como se diz, estando mais seguros distante dos “chegados” que perto deles.

A presença deles por perto não é essencial. A que É já está; “Quando passares pelas águas Estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti. Porque Eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel ...” Is 43;2 e 3

A grandeza das rejeições e perseguições que sofremos é proporcional à chamada ministerial do Senhor. Ele não faria um lutador peso-pesado par segurar a toalha de fora do ringue.

sábado, 3 de outubro de 2020

A unidade e o conjunto vazio

“Há um só corpo, um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus; Pai de todos...” Ef 4;4 a 6

Esse texto, ora é distorcido para que signifique união, ora, para que valide credos espúrios. Se, Deus é o mesmo, dirá o Simplício, todas as religiões são boas e todos serão salvos. Se, no aspecto espiritual tudo é ímpar assim, então só resta nos unir, dirá o sofista com viés ecumênico.

Há diferença entre exegese e eisegese; a primeira é a ciência que se ocupa em extrair o real significado de um texto, a despeito de como repercuta. 

A segunda ocupa-se de um simulacro, um sofisma tencionando forçar um escrito no rumo que deseja, invés de deixar que ele fale por si.

De outra forma: A Exegese busca entender o que Deus disse; a outra “força” para que o escrito “diga” o que o “intérprete” deseja.

Deus denunciou alguns assim; “Porventura Minha palavra não é como fogo, diz o Senhor; como martelo que esmiúça a pedra? Portanto, eis que Sou contra os profetas, diz o Senhor, que furtam Minhas Palavras, cada um ao seu próximo.” Jr 23;29 e 30

Se, “Há um só Senhor” subentende-se, verdadeiro; pois, as Escrituras apresentam vastíssimos exemplos de deuses falsos.

O mesmo se aplica ao batismo e à fé. Um só batismo de arrependimento, uma só fé salvífica. Mas, espere, volverá o Simplício; “... um só Deus e Pai de todos” diz também. É.
Acontece que esse “todos” não é tão “inclusivo” como pode parecer superficialmente.

João ensinou: “Veio para o que era Seu, os seus não O receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, nem da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;11 a 13

Notemos que, pessoas adultas com arbítrio para receber ou não ao Salvador, fazendo isso, nasceram.

Interpretação teológica de João; porém, adiante temos o registro das Palavras do Salvador sobre os que entram no Reino; “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar...” Jo 3;3 e 5

Quanto à visão ecumênica de todos os credos serem válidos, uma vez que Deus é um só, a interpretação sadia mostra o oposto. Ao restringir o ingresso a Cristo, automaticamente elimina todos os demais que trilham caminhos alternativos. “... Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jo 14;6

A unidade dos salvos é conhecida como “Corpo de Cristo”, a despeito das diferenças denominacionais, ou mesmo, rituais; há uma comunhão com os que são habitados pelo mesmo Espírito, que testifica e os une. “Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” Ef 4;3

Eventualmente, irmãos se desentendem, não por diferenças de espírito, mas, de crescimento, entendimento; uns têm determinada estatura, outros ainda não. Mas, isso não leva a rupturas nem inimizades.

Por isso a importância do aprendizado, preceituado adiante, como fator de profilaxia espiritual, “vacina contra heresias.” Pois o crescimento derivado do ensino de obreiros idôneos nos capacita, “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” V 14

Se, Deus é Pai de Todos, indistintamente, por quê, a imensa maioria está de costas para Ele, vivendo cada um à sua maneira, ostentando nas redes sociais seu egoísmo e independência? Uns capricham na sensualidade, nas caras e bocas e legendam: “Dono (a) de mim!

Os que são de Deus não autônomos assim; pertencem a Ele, e por Ele são ensinados, disciplinados mediante A Palavra; “Porque O Senhor corrige o que ama, açoita qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não filhos.” Heb 12;6 a 8

Se, a paz é vínculo entre os que têm o mesmo Espírito, isso nos coloca em guerra espiritual contra esse sistema ímpio que se opõe ao Criador. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais, que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4;4 e 5

Enfim, todos os salvos pertencem a Um só Espírito; mas, tão Um, que não se mistura com a oposição.

domingo, 27 de setembro de 2020

Família sob ataque


“Acautelai-vos, que ninguém vos engane...” Mat 24;4

A manipulação é uma violência indolor. Se, coopto alguém e o levo a agir como quero, de certa forma sequestro sua vida ao meu serviço. Estarei anulando um indivíduo e levando-o a ser mera coisa, extensão de meus vícios; pois, é em prol desses que se costuma manipular.

Literalmente manipular é a arte de usar títeres, ou fantoches; para tais produzirem determinados movimentos usa-se um conjunto de cordões presos estrategicamente. No sentido figurado trata-se de induzir alguém, produzir nele, mediante “cordas” minhas, as ações ou reações que servem ao meu propósito.

Filósofos gregos chamavam às multidões de “Bestas acéfalas”. Monstros sem cérebros. Basta um “animador” entrar no meio e sair gritando determinada palavra de ordem, (mesmo que seja, crucifica-o) e logo teremos um coro reproduzindo ao grito primeiro.

O Filósofo Soren Kierkergaard disse: “Para dominar às multidões, basta conhecer as paixões humanas, certo talento, e uma boa dose de mentira.” Isso explica o sucesso do Edir Macedo, R. R. Soares, Valdemiro Santiago, Lula e outros patifes do mesmo calibre.

Para manipular, três coisas são necessárias. O objetivo, os objetos, e os meios; “cordas” que produzirão os movimentos buscados.

O objetivo mais pujante é o Globalismo a serviço do maligno. Os bonecos encontram-se todos prontos e são inúmeros; por preferirem o agradável ao verdadeiro, de certa forma pedem para ser manipulados. As “cordas” são o poder econômico.

Quem conhece a doutrina esquerdista está ciente da sua tática de “dividir para conquistar”; seu método; lançar discórdia; objetivo; totalitarismo, domínio absoluto.

Onde atuam, invés de uma sociedade relativamente coesa, temos um arranjo todo fracionado como um boi no balcão do açougue.

Negros contra brancos, gays contra héteros, ateus contra deístas, feministas contra fêmeas, sulistas contra nordestinos, veganos contra carnívoros, etc.

Poder econômico e político costumam estar amalgamados. Usando a política se institucionalizou o racismo, com o absurdo “sistema de cotas”; mediante a economia, O Magazine Luiza acaba de fazer algo semelhante.

A Natura, apresentou a Thammy Miranda como “modelo de Pai”; 

agora, a cereja da torta: Um comercial de margarina onde um amontoado de pessoas, com um comportamento que parece uma mistura de lupanar com presídio, e manicômio seria uma “família tradicional”; “Para uma família tradicional, uma margarina tradicional”.

Até meu cavalo, tão pouco letrado identifica de longe o ataque à família, com pretexto de propaganda bem humorada. A mesma filhadaputice da Natura, com meios diferentes.

Idiotas úteis aplaudem. “Parece a minha casa”! Os intérpretes dizem ser estratégia de marketing para vender mais. Um cacete! Natura e Qualy nunca mais!

Dinheiro essa gente tem de sobra, são donos do mundo. Lutam por coisas maiores. Poder e almas.

Isaías anteviu esses dias da “pós-verdade”, onde, punição é para justos, não injustos, como seria numa sociedade minimamente sadia. “... o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; verdade anda tropeçando pelas ruas, equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece; quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado...” Is 59;14 e 15

Grande parte da mídia a quem competiria informar, também atua por manipulação, sonegando a verdade e produzindo enganos a quem não consegue discernir. A Bíblia traz: “Maldito aquele que faz um cego errar o caminho!”

Às vezes deparo com alfinetadas dos que são contra textos agressivos com palavras mais duras. Esses devaneiam que o campo de batalha seja lugar para poesias. Gosto delas, escrevo-as eventualmente. Mas, na hora do machado não uso canivete.

Sempre oportuno lembrar Gideão; ao vê-lo lutando bravamente numa luta desigual, invés de criticar seu atrevimento, o Anjo do Senhor elogiou sua coragem chamando-o, “Varão Valoroso”. Jz 6;12

Adiante, quando se preparava a batalha, O Senhor mandou que os covardes voltassem para casa. Então, quem prefere ser politicamente correto, evitar polêmicas acaba limitando ao Agir de Deus mediante sua vida.

Em tempos de juízo, O Eterno escolheu o capitão Jeú que “Cavalgava furiosamente” não um poeta como Davi, ou um filósofo como Salomão. Como precursor do Messias, João Batista com seu machado de cortar hipocrisia.

Muitos cristãos foram manipulados já como se, paz fosse nosso alvo. Cristo fez distinção entre Sua Paz e a que o mundo dá. A Dele nos reconcilia com Deus e se faz espada contra esse sistema corrupto. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que amizade do mundo é inimizade contra Deus?” Tg 4;4

Os ataques contra o conhecimento de Deus e Seus Valores vão se intensificar ainda; eis nossa brecha! Nossa inserção no bom combate! “... as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus...” II Cor 10;4 e 5

Vida no Deserto

“Eu te conheci no deserto, na terra muito seca. Depois eles se fartaram em proporção do seu pasto; estando fartos, ensoberbeceu-se seu coração, por isso esqueceram de mim.” Os 13;5 e 6

Quando Deus afirma que conheceu a Israel no deserto, não é apenas uma figura de linguagem; era desértico o cenário, no prisma da liberdade, vida espiritual, e literalmente, quando da jornada do Êxodo; O Eterno os sustentou por 40 anos, de modo milagroso.

É fácil ser “fiel” quando dependo que o Maná caia durante a noite, para que eu o coma no dia seguinte.

Porém, a jornada no deserto, ainda que tenha durado 40 anos, muito mais que o necessário à travessia que seria de meses, como juízo pela incredulidade, ainda que tenha durado tanto, digo, era transitória; ao determinado tempo, O Eterno os introduziu sob a liderança de Josué, na Terra da Promessa, plena de fartura.

“No outro dia depois da páscoa, nesse mesmo dia, comeram, do fruto da terra, pães ázimos e espigas tostadas. Cessou o maná no dia seguinte, depois que comeram do fruto da terra, os filhos de Israel não tiveram mais maná; porém, no mesmo ano comeram dos frutos da terra de Canaã.” Js 5;11 e 12

Um mais desavisado talvez dissesse: “Canaã, finalmente! Os problemas acabaram!” Bem, depende do quê, se considera problema. Pois, no quesito relacionamento com Deus, parece que a fartura atrapalhou; “... estando fartos, ensoberbeceu-se seu coração, por isso esqueceram de mim.”

É doentia essa ética utilitarista de muitos “cristãos” onde, O Todo Poderoso, invés de temido, adorado e cultuado como convém é tido como um pneu reserva, esquecido e só lembrado quando fura um dos que estão rodando.

Assim, Deus é buscado quando lapsos emocionais, relacionais, materiais assomam; mas, dirimido isso “não é mais necessário”. Uma blasfema inversão, que faria do pecador o Senhor, e do Eterno, O Servo.

Claro que Deus é “Socorro bem presente na angústia...” e Ele mesmo desafiou: “Invoca-me no dia da angústia...” ou seja: Continua conhecendo os desvalidos, no deserto. A questão é como será nossa postura após o livramento.

A fé sadia é base de um relacionamento que vai muito além das circunstâncias, como ensinaram Habacuque e Paulo, por exemplo: Aquele disse: “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, nos currais não haja gado; todavia, me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.” Hc 3;17 e 18

O Apóstolo ampliou: “... aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto ter fome; tanto a ter abundância, quanto padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

As circunstâncias devem ser, como a palavra sugere, aquilo que nos circunda; está ao redor, não dentro de nós, onde deveria ser habitat de fé, que opera por amor; de tal modo que enseja obediência a despeito do que nos rodeia a atrai a Divina habitação ao nosso frágil “templo”. “... Se alguém Me ama, guardará Minha palavra; Meu Pai o amará; Viremos para ele e Faremos nele morada.” Jo 14;23

Deus É plenitude, vida; não um oásis circunstancial, que após um socorro pontual na jornada já não serve mais.

Essa perversão de “transformar pedras em pães”; digo, uso da fé para “alquimias materialistas”, isso foi sugestão do Capeta, lembremos.

Se a fé, pela sua natureza tem “olhos” peculiares que podem nos deixar, como Moisés, “firmes como que vendo o invisível”, nossos desertos eventuais não deveriam fomentar dúvidas que Canaã nos espera. Deus é Fiel.

Assim como, na aridez que nada poderia gerar Deus enviava o alimento dos Céus, na “noite escura da alma,” a fé sadia saberá onde comer; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Estamos no limiar do pior de todos os desertos, o espiritual; breve, instaurado o império do Anticristo, a mensagem da Graça será reputada “discurso do ódio” falar a verdade, “fundamentalismo”; não se alinhar à igreja ecumênica, balaio de gatos, será sedição; firmeza na fé vai custar muitas vidas.

Aí, a importância vital de ter olhos que vão além do circunstante e veem o devir, mais que a situação momentânea. “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” Rom 8;18

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

A Urgência do Amor


“Quantas vezes a gente em busca da ventura
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!”
Mário Quintana.

Buscarmos alhures o que está perto, como lindamente versou o Quintana, é uma “doença” que já deu o que falar. Pascal cunhou a célebre frase onde ensina que “o coração tem razões, que a própria razão des conhece;”

É como se, uma febre qualquer deixasse opacas as retinas da razão, e privado dessas, sem ver as coisas como são, fizéssemos as más escolhas; coisa que só em dias ulteriores identificaríamos; como que, tencionando volver à esquina onde escolhemos o erro devaneamos; “Eu era feliz e não sabia.”

Nos cânticos de Salomão há uma passagem onde, ao ouvir o amado batendo à porta, a coração de pretendida estremeceu, “... eis a voz do meu amado que está batendo: abre-me, minha irmã, meu amor, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, meus cabelos das gotas da noite.” Cap 5;2

Nenhum equívoco; sabia quem estava batendo, e o que sentia por ele; “O meu amado” dissera.
No entanto, não foi o coração que criou barreiras. Mas a dona “Razão” apresentou argumentos para que ela não se levantasse e recebesse seu amor. “Já despi minha roupa; como as tornarei a vestir? Já lavei meus pés; como os tornarei a sujar?” v 3

Evidente que o sujeito insistiu uma segunda vez, e o coração dela deixou claro seus “pensamentos” sobre o assunto. “O meu amado pôs a sua mão pela fresta da porta, minhas entranhas estremeceram por amor dele.” V;4

Parece que ela fez o que vulgarmente se chama fazer docinho, “valorizar” um pouco, bancando a difícil, enquanto se perfumava para o receber; “Eu me levantei para abrir ao meu amado; minhas mãos gotejavam mirra, os meus dedos mirra com doce aroma, sobre as aldravas da fechadura.” V;5

Entretanto, quando a “Cheirosa” finalmente abriu a porta, era tarde demais; “Eu abri ao meu amado, mas já o meu amado tinha se retirado, tinha ido; a minha alma desfaleceu quando ele falou; busquei-o e não o achei, chamei-o e não me respondeu.” V;6

Transportando esse incidente das coisas do coração, para a arena espiritual, muitos se portam do mesmo modo, quando “O Amado” bate às portas dos corações em busca de correspondência ao Seu Amor.

“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir Minha Voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no Meu Trono; assim como Eu venci, e me assentei com Meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz...” Apoc 3;20 a 22

Noutra parte, personificado na Sabedoria, O Eterno deixa patente a insistência do Seu amor, e a resiliência humana em rejeitar; “A sabedoria clama lá fora; pelas ruas levanta sua voz. Nas esquinas movimentadas ela brada; nas entradas das portas e nas cidades profere suas palavras: Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? E vós escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós insensatos, odiareis o conhecimento? Atentai para minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do Meu Espírito e vos farei saber Minhas Palavras.” Prov 1;20 a 23

Muitas vezes as pessoas se movem internamente ante o apelo do Amor Divino, mas, como a amada dos Cânticos aquela, demoram abrir aporta; muitos só o percebem quando é tarde demais.

Não que Deus deixe de amar, mas chega uma hora que outra coisa que Ele ama, a justiça se impõe e Ele muda a abordagem; “Entretanto, porque clamei e recusastes; estendi a minha mão e não houve quem desse atenção, antes rejeitastes todo o Meu Conselho, não quisestes a minha repreensão; também de minha parte me rirei na vossa perdição e zombarei, em vindo o vosso temor.” Vs 24 a 26

Não poucos estão como o “Vovô” da quadra do Quintana, como os óculos sobre o nariz rebuscando em gavetas para ver se o encontram; digo, o melhor propósito do Amor de Deus para elas está bem ao alcance, mas elas saem devaneando com por coisas desnecessárias e fúteis que, quiçá, se tornarão maldições no final.

Por isso, a mensagem de salvação sempre se nos é apresentada com sentido de urgência, por dois motivos, eu diria; pela fugacidade de nossas vidas, que podem acabar a qualquer instante, e pelo valor eterno dos que nos é proposto.
“Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes Sua voz, (de Deus) não endureçais vossos corações, como na provocação. Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram...e não puderam entrar por causa da sua incredulidade.” He 3;15, 16 e 19

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Evangélicos progressistas???


Deparei esta manhã com a seguinte manchete:

“Evangélicos progressistas reagem contra a homofobia de pastores e ensaiam avanços na Política”.

Adiante diz: “Ala da igreja evangélica rechaça pregação por “medo do inferno” e uso deturpado de trechos bíblicos para criticar homossexuais.”

A matéria aborda uma fala infeliz de André Valadão, e requenta outra antiga de sua irmã Ana Paula que, teriam teor “homofóbico”; em cima disso os tais progressistas decidiram virar a mesa.

Primeiro esses dois não me representam em nada. Estão longe de ser referenciais de teologia evangélica sadia. Que falem por si mesmos.

Passei o dia pensando, o que seria um “Evangélico Progressista”.

No jargão político sabemos que a “moral” adjacente aos partidos classifica-os como conservadores ou progressistas. 

Os primeiros, zelosos de valores, família, igreja, bons costumes patriotismo; os “Progressistas” são de viés esquerdista, comunista; defensores do aborto, casamento gay, ideologia de gênero, descriminalização das drogas, em alguns lugares, pedofilia e zoofilia, até.

Aí meus dois neurônios ainda ativos se puseram a pensar como alguém pode defender essas pautas, e se dizer evangélico? Parece que acabam de inventar à roda quadrada.

Os católicos fizeram vistas grossas quando os comunistas se infiltraram, com a famigerada Teologia da Libertação; hoje os defensores dela são maioria, dominam tudo e até o Papa é comunista. Para efeitos práticos a igreja está dividida entre os tradicionais e “progressistas”, com hegemonia de poder nas mãos destes.

Se, soubessem mesmo o que é conversão nem usariam um termo obtuso assim: “Ala da Igreja”. A Igreja não é partido político que se subdivide em alas. Múltiplas são as denominações, algumas diferenças de usos e costumes, mas a Palavra é a mesma, o Espírito também, (Falo de igrejas sérias) os salvos dentre todas as denominações são membros de um corpo, com Uma Cabeça, Cristo; não signatários de uma ala.

Medo do inferno para “ameaçar” gays? Primeiro um erro grotesco de perspectiva. A Mensagem evangélica não visa ameaçar com morte a quem já está morto. Fala com mortos, gente condenada, visando atraí-los à vida. “... vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

Quanto à ameaça do inferno é doutrina bíblica contra todos os pecadores, gays ou não. “Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei.” Luc 12;5

Dizem ainda que “Deturpamos textos bíblicos para criticar aos gays”; Não sei quem faz isso mas, não vou interpretar para não deturpar; apenas copiar; quiçá um deles lendo-os me ensine como interpretar corretamente;

“Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é;” Lev 18;22 “...homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza, recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.” Rom 1;27
“... efeminados, nem sodomitas... herdarão o reino de Deus.” I Cor 6;9 e 10 Etc.

Sei que os movimentos LGBTs criaram a tal de “Bíblia Inclusiva” que exclui ou redefine esses textos com os quais discordam.

Contudo reescrever editando Deus, por bonitinho, progressista e inclusivo que pareça, não passa de estupidez. “... em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram a palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?” Jr 8;8 e 9

Quem disse que podemos por nós mesmos definir bem e mal, certo e errado mesmo contrariando Deus foi a oposição; O profeta pensava diferente; “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do homem que caminha dirigir os seus passos.” Jr 10;23

Mas o que tenho contra os gays? Nada. Se tivesse algo bastaria fazer vistas grossas aplaudi-los no erro para que, no fim eles se perdessem.

Mas O Amor de Cristo que “Folga com a verdade” nos constrange a ser chatos, inconvenientes até, apara adverti-los dos riscos que correm; sendo amados por Deus, precisam, como todos os pecadores, corresponder a esse amor andando segundo Sua Palavra para receber a salvação.

E, para não deixar uma questão em aberto, não existe evangélico progressista. O que há são infiltrados inconversos, com fins políticos e espirituais deletérios; se conhecessem deveras a Deus, não achariam que as coisas acontecem por esperteza humana; antes, Ele faz acontecer como Deseja.

Afinal já temos as tais “Igrejas Inclusivas” para quem quer ser gay e escamotear a Bíblia ao mesmo tempo.

Nossa oração e desejo é que se arrependam para salvação; caso prefiram seguir discordando da Palavra, o mesmo Deus ensina a solução; “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” Am 3;3