sábado, 14 de julho de 2018

Orando às Paredes

“Minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma. Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.” Jó 10;1 e 2

Os estoicos, filósofos da antiguidade, em sua rigidez moral consideravam que a imperturbabilidade ante as paixões era a virtude esperável dos homens sábios. Embora, certa postura firme diante das provações encontre amparo bíblico, não é intenção do Criador que passemos alheios às emoções, como se, pudéssemos pairar acima delas.

O preceito Divino, no aspecto social ensina empatia; “Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram;” Rom 12;15 no prisma pessoal, uma reação de acordo com o sentimento; “Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores.” Tg 5;3

Dar vazão às nossas emoções é a ordem natural, pois, se não o fizermos, poderemos dar azo às ditas, dores psicossomáticas, onde, os males da alma atingem ao corpo; o estranho não poderá fazer isso em nosso lugar, uma vez que, “O coração conhece sua própria amargura, e o estranho não participará, no íntimo, da sua alegria.” Prov 14;10

Assim sendo, Jó tomou uma atitude saudável quando disse: “Darei livre curso à minha queixa...” O problema de muitos do nosso tempo é que tencionam comprar remédios em açougue; digo, fazem suas queixas no lugar errado.

Voltemos a Jó: “Direi a Deus... faze-me saber por que...” Suas íntimas amarguras que ensejavam tédio eram assunto para uma conversa com Deus. Em nosso tempo, a amargura das pessoas tem patrocinado ferinas “indiretas” em redes sociais, subprodutos da inveja, malícia, vaidade, ódio; ou, as tristezas patrocinam estúpidas “orações” nos mesmos espaços, invés de fazê-las a Deus.

Ora, uma “súplica” feita diante de todos como nesses casos, deixa claro que o suplicante anseia mais a aprovação humana que a Divina; não faz um milímetro melhor que os Fariseus dos dias de Cristo; “Quando orares, não sejas como os hipócritas; pois, se comprazem em orar em pé nas sinagogas, às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” Mat 6;5 e 6

Muito do que se veicula nas ditas redes não passa de drogas; alucinógenos psíquicos com os mesmos efeitos, digo. Sempre tem um programa que me diz “quem fui na vida passada”; “como terminarei meu ano”; “qual frase define meu ser”; “qual casa terei no futuro”; “me traz uma mensagem do além” de entes queridos; até, a promoção da suja ideologia de gênero, onde mostram a cada um, como seria se, fosse do outro sexo; etc.

Os incautos consomem esse lixo em doses cavalares; de modo a perderem contato com a realidade alienados por placebos como esses, invés de cultivarem um sadio relacionamento com Deus, e ante Ele, exporem suas alegrias e dores.

O controle mundial do Anticristo que se apressa será mediante tecnologia, uma vez que, não possui os Divinos atributos; Onisciência, Onipresença e Onipotência. As pessoas facilitam expondo suas vidas nas redes sociais. Cada nuance tem que ser publicada; sentindo-se assim, ou, assado; passeando em tal e qual lugar, etc.

Acaso esses sistemas, além da exposição desnecessária nos oferecem alguma vantagem, algum cuidado? Não. Oferecem asas às nossas tolices, o que nos expõe desnecessariamente, invés de proteger.

Entretanto, os pleitos saudáveis colocados ante O Senhor têm melhor resposta; “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; lançando sobre Ele a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós.” I Ped 5;6 e 7

Ora, as pessoas em sua imensa maioria não estão nem aí para nós; se, estivermos mal, dane-se! Se, bem, nos invejam. Então, apesar disso tudo devemos amá-las, não no sentido de favorecer a má índole, mas, de ajudar a ver melhor, socorrer, quando possível, orar por sua salvação; contudo, não esquecermos que quem ainda está alienado do Salvador, bem pode se tornar um instrumento maligno; prudência, pois.

Afinal, seria estúpido orarmos a uma imagem de escultura que não pode ouvir nem, responder; pior, abrirmos nossos corações para gente que faria mau uso do que soubesse sobre nós.

Não que devamos evitar nossa interação social de um todo; mas, há coisas que deve ser Ditas ao Senhor apenas.

Jó fez “ouvidos moucos” aos “deslikes” dos seus incautos amigos; dirigiu ao Senhor sua súplica, e na hora certa recebeu o socorro que carecia. Aprendamos com ele, pois. “... Ouvistes qual foi a paciência de Jó; vistes o fim que o Senhor lhe deu?” Tg 5;11

domingo, 8 de julho de 2018

Adoração; causa ou, consequência?

“Regozijai-vos no Senhor, vós justos, pois, aos retos convém o louvor. Louvai ao Senhor com harpa, cantai a Ele...” Sal 33;1 e 2

“... aos retos convém o louvor...” Desde o primeiro “culto” prestado na Terra, temos a “jurisprudência” do que é aceitável a Deus, e, o que não. Embora as igrejas da moda digam que quanto maior o “$acrifício” mais fé, portanto, maior aceitação, O Eterno interessa-se mais pela retidão do ofertante, que, pelo montante, ou, tipo da oferta.

Malgrado, já tenha lido muitos comentaristas Bíblicos dizendo que, Abel foi aceito por ter trazido um sacrifício de sangue; Caim, rejeitado, por ter trazido frutos da Terra, a Palavra de Deus não diz que esse foi o motivo da aceitação de um, e rejeição de outro, antes, diz: “... atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta. Mas, para Caim e para a sua oferta não atentou...” Gên 4;4 e 5

Antes de olhar para a oferenda o Senhor olha o coração do ofertante para identificar seus motivos. Os motivos de Caim, por certo, não eram os melhores dada a repreensão que ouviu: “Se, bem fizeres, não é certo que serás aceito?” v 7 Nada autoriza a inferir que, “fazer o bem” equivalesse a mudar o tipo de oferta.

Mediante Malaquias O Santo denunciou o culto hipócrita de gente indiferente, cujas ofertas, eram reflexos dessa indiferença e falta de temor; por rejeitar tais pessoas, disse O Senhor, que aborrecia seu culto também; “Quem há também entre vós que feche as portas por nada; não acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei oferta da vossa mão.” Mal 1;10

Com o coração adorador, despido de emulações, egoísmos, interesses vis, até as duas moedas da viúva pobre se fazem uma grande oferta; porém, quem abrigar inimizades, partidarismos, mágoas, ou, coisas afins, não importa o que traga para oferecer, não será aceito. “Portanto, se trouxeres tua oferta ao altar, e, te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta; vai reconciliar-te primeiro com teu irmão; depois, vem e apresenta-a.” Mat 5;23 e 24

O culto aceitável sempre será consequência do relacionamento com Deus, não, a causa.

Entretanto, temos uma geração de “adoradores” cuja dita, se dá diante de grandes plateias, cantando letras ufanistas, a maioria das quais, não resiste a um escrutínio bíblico, como se, o canto comercial e egocêntrico fosse adoração que O Eterno deseja. A esses diria como nos dias de Amós: “Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas. Corra, porém, o juízo como águas, e, justiça como o ribeiro impetuoso.” Am 5;23 e 24

Com pretexto de “contextualizar” alcançar todos os públicos, têm emporcalhado as músicas produzindo verdadeiros lixos que até o bom gosto humano rejeitaria, mas, é “oferecido ao Senhor”. Se, a pessoa importa mais que a oferta, e é assim, também é certo que, um fiel que adora ao Senhor deveras, invés de plagiar porcarias, esforçar-se-á para produzir o melhor e agradar a Deus, como disse Davi certa vez: “...Não darei ao Senhor aquilo que pertence a você, nem oferecerei holocausto que não me custe nada". I Crôn 21;24

De qualquer forma, a qualidade da oferta pode ser sublime, mas, se a vida do ofertante for desprezível, tudo estará perdido. “Por isso, quando estendeis vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; ainda que multipliqueis vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal.” Is 1;15 e 16

Por isso, antes de sermos adoradores carecemos edificação pelo Espírito, pois, a única adoração aceitável ao Santo é “em espírito e verdade”, daí, “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Perd 2;5

Lembro de muitos pregadores que, por vício, acossavam suas plateias a fazer barulho, enquanto diziam que Deus falava por eles; cáspita! “... chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois, não sabem que fazem mal.” Ecl 5;1

Se, estamos em falta, sempre estamos, o silêncio submisso que atenta para a Voz de Deus é a “adoração” que nos cabe. “Assente-se solitário, fique em silêncio; porquanto Deus o pôs sobre ele. Ponha sua boca no pó; talvez ainda haja esperança.” Lam 3;28 e 29

Porém, se alguém se dispõe a cantar louvores, certifique-se que tem andado em retidão; assim, seu louvor não terá motivos colaterais, será aceito; pois, sua vida já O Louva.

sábado, 7 de julho de 2018

Os "Sem igreja" e seus frutos

“Está escrito: A minha casa é casa de oração...” Luc 19;46

A turma dos desigrejados que eventualmente se decepcionou com algum ministro, ou, instituição, tem produzido muitos vídeos onde ataca o “sistema” o dízimo, as congregações, uma vez que, “Deus não habita em templos feitos por mãos humanas;” habita em nós.

Sendo assim, por que Jesus chamou o templo de “minha casa”? Porque, mesmo O Santo habitando no espírito de quem se converte, tem zelo pelas coisas que se dedicam a Ele, pois, envolve Seu Nome, ao qual, não se deve tomar em vão; “... qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Ademais, congregações não são feitas para morada de Deus, mas, como o nome diz, para que nela congreguem-se, prestem culto, como um corpo, aqueles nos quais Deus habita.

Se, alguns constroem extravagâncias para própria glória, isso mostra a doença desses, não, invalida o labor de gente séria. Há ordenanças aos salvos, como, batismo, Santa Ceia, discipulado, etc. que demandam um espaço físico assim; como esses sem igreja engajados atuam? Ou, apenas ignoram e vivem de atacar aos que fazem?

A ideia de servir em congregação é Bíblica, não, humana; “consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando nossa congregação, como é costume de alguns...” Heb 10;24 e 25 Portanto, o argumento contra congregações é fajuto.

Com o dízimo se dá o mesmo; a manutenção do trabalho requer recursos; as igrejas sérias prestam contas aos seus membros sobre a tesouraria; “Deveis fazer essas coisas, (dizimar) sem omitir aquelas; (o juízo a misericórdia e a fé)” Ensinou O Salvador.

Os amantes do dinheiro disfarçados de servos altruístas ignoram que há um componente espiritual nos dízimos; “Honra ao Senhor com os teus bens, com a primeira parte de todos os teus ganhos.” Prov 3;9 Ele mesmo denunciou uns que o “honram” com os lábios, mas, o coração está longe. Uma forma prática de demonstrar honrá-lO é preocupar-se de modo a ser partícipe, na manutenção e expansão da Sua Obra. A viúva pobre com duas moedas de oferta deu mais que os que despejavam sobras por causa do coração envolvido na sua oferta. O Senhor elogiou sua abnegação invés de criticá-la como fazem esses inúteis.

Aliás, os que lhes dão ouvidos, o que devem fazer? Sair do “sistema” e cada um por si? Onde se reúnem, ceiam, batizam, dicipulam, para onde enviam missionários? Quais os frutos do seu trabalho? Ou, para quem trabalham, se, desprezam a tudo e a todos, rejeitam por atacado qualquer coisa que se pareça com Igreja, embora, o juízo será individual? “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Como há mercenários, mercadores de bênçãos, esses bravos defensores da “Santidade” emparelham todos sob a pecha de “sistema”; parecem o Lula combatendo a “zelite”. O que a Bíblia diz? “... houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores... por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas;” II Ped 2;1 e 3
A existência de falsários entre os verdadeiros não diminui a esses, antes, aqueles evidenciam ao combate do inimigo apenas, todavia, “sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados;” v;9

Quando uma liderança, ou denominação é flagrantemente mercenária, com discernimento nós mesmos podemos manter distância; quem se identifica com mensageiros corruptos pregadores de facilidades em troca de moedas, no fundo, é um corrupto também; merece-os.

Porém, caso sejamos enganados onde parece ser idônea a coisa, ai, confiemos que na hora certa Deus fará separação entre joio e trigo.

Nesses tempos onde tudo se vende, até água, não se dá um passo sem algum dinheiro; mas, esses bravos “altruístas” pretendem que se “pregue a toda criatura” indo “Por todo o mundo” voando em tapetes mágicos; hipócritas!

As Igrejas sérias patrocinam missionários na África, Ásia, etc. com recursos que arrecadam. Mas, secando a fonte como ficariam os socorridos por ela? Eis alguns frutos que esses amantes do dinheiro produziriam se, suas perversões diabólicas fossem levadas a sério.

Óbvio que seus vídeos alcançam grande repercussão, pois, o número de gente fiel é ínfimo. Há um ditado que diz que não se pode lavar algo com lama. Pois, esses, invés de combater apenas os mercenários que extrapolam meios e fins, lícitos fazem terra arrasada, como se, a existência do diabo anulasse a de Deus.

Deveriam ler os Provérbios de Salomão; aprender algo sobre a aparente sabedoria de uns que calam suas bocas.

“Os ataques da inveja são os únicos em que o agressor, se pudesse, preferia fazer o papel da vítima.” Niceto Zamora

quinta-feira, 5 de julho de 2018

E os que morreram sem ouvir de Cristo?

“Quem crer e for batizado será salvo; mas, quem não crer será condenado.” Mc 16;16

Temos duas sentenças categóricas sobre determinadas respostas ao amor de Deus. Salvação, ou, condenação. E, quem não recebeu o convite do Evangelho? Não pôde reagir de uma forma ou, outra, como será?

Natural inquirirmos como serão julgados os que jamais souberam do Feito de Cristo em seu favor; dá o que pensar mesmo. Diferente dos temas doutrinários onde pode-se tomar posições seguras, em assuntos polêmicos, não muito claros, podemos dar um parecer apenas, se possível, baseado em indícios bíblicos; esse é o intento aqui.

Paulo ensina: “Até à lei estava o pecado no mundo, mas, o pecado não é imputado, não havendo lei.” Rom 5;13 Se, o “salário do pecado é a morte”, porém, aqueles morriam sem a imputação do pecado (sentença), então, a morte “salarial” em apreço é espiritual; alienação de Deus, não, separação de alma e corpo, simplesmente. Pois, “... a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão...” v 14

A diferença do pecado de Adão para os demais foi que, ele transgrediu uma ordem direta do Criador, portanto, não pecou “sem lei”.

O Amor Divino pela justiça faz questão que seja anunciado o Evangelho a “Toda criatura.” Só depois, o fim. Entretanto, como julgaria Ele, aos que não tiveram ocasião para arrependimento?

Pedro diz: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas, vivificado pelo Espírito; no qual foi e pregou aos espíritos em prisão; os quais, noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé...” I Pd 3;18 a 20

O dilúvio foi juízo, então, por que Cristo iria, em Espírito, e pregaria salvação para eles? Talvez, porque o juízo foi temporal, referente à vida física apenas; um basta! Divino à violência e iniquidade de então, deixando em suspenso a questão da vida eterna.

Pedro diz mais: “Os quais hão de dar conta ao que está preparado para julgar os vivos e os mortos. Porque por isto foi pregado o evangelho também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas, vivessem segundo Deus em espírito;” Cap 4;5 e 6

Como são julgados os homens na carne? Quem crer... será salvo; quem não crer será condenado. Talvez, lá não haja necessidade de batismo; a identificação com O Salvador se daria sem esse ritual.

Como os ladrões da cruz, ambos eram “mortos” já, no tocante às obras dessa vida; tudo o que podiam fazer era crer para salvação, ou, seguir para perdição; um, o fez. E, ainda por questão de justiça, se pode inferir que Cristo foi a eles despido de Sua Glória, como veio a nós. De modo que a fé deveria basear-se em Sua Palavra e Integridade, sem assessoria das vistas.

Então, quando diz que está preparado um Tribunal para julgar vivos e mortos, não se refere à condição espiritual dos julgados, pois, vida, e morte espiritual já são sentenças de julgamento. Mas, refere-se ao “existenciário” em que, cada um respondeu ao chamado do Amor Divino.
“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Assim sendo, o verso seguinte de João tinha outro endereço, invés do usualmente pensado, quando O Salvador disse: “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem viverão.” V 25 “Agora” no prisma Eterno pode esperar uns meses.

Se, essas especulações, a meu ver, plausíveis, são válidas, então, o mesmo se aplica para todos os povos após o Dilúvio; até os dos dias atuais que, eventualmente morram sem ouvir as Boas Novas, pois, como disse Abraão “Acaso não faria justiça O Juiz de Toda a Terra?”

O Senhor disse mais: “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos que estão nos sepulcros ouvirão Sua voz. Os que fizeram o bem sairão para ressurreição da vida; os que fizeram o mal para ressurreição da condenação.” Jo 5;28 e 29

Normalmente pensamos nesse texto como arrebatamento de uns, juízo de outros; reiterando, se, a morte física fosse seu juízo, não careceriam da “ressurreição para condenação.” Fazer bem, ou mal, no caso, invés de abonar a salvação pelas obras, valora sua reação à Obra de Deus, e, “... A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;29

quarta-feira, 4 de julho de 2018

O Salvador e o Mercador

“Disse-lhe o diabo: Darei a ti todo este poder e sua glória; porque a mim foi entregue; dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.” Luc 4;6 e 7

Satanás oferecendo o mundo a Jesus, em troca de adoração. Algo precisa ser dito a respeito da posse do planeta antes de surgirem mal entendidos; ouçamos O Senhor “Se eu tivesse fome, não te diria, pois, Meu é o mundo e sua plenitude.” Sal 50;12 Nada mais justo que a Ele caibam os “direitos autorais”.

Quando Satã diz, “a mim foi entregue” trata-se de uma permissão temporal que O Eterno lhe deu para que, validasse na arena dos fatos, os argumentos “comerciais” com os quais seduziu anjos. “Na multiplicação do teu comércio encheste teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei profanado, do monte de Deus; te fiz perecer, ó querubim cobridor...” Ez 28;16

Assim, as melhores coisas que ele tem a oferecer para eventuais seguidores não são suas, mas, de Deus. A diferença inicial entre O Todo Poderoso e o usurpador é que Aquele requer, ser, para, então desfrutarmos, no Seu tempo, das coisas que nos dá. O Inimigo acena com ter, mesmo sem conteúdo, pois, seu ser é tão nefasto que jamais seduziria alguém, se, devidamente conhecido. Por isso, Deus ama a luz que O Revela; Satã, as trevas que o disfarçam.

Mesmo não estando expressa a forma de adoração que desejaria o falsário, basta pegar a prescrição Divina aos seus, e olharmos de modo oposto. “Deus é Espírito, importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” Jo 4;24

E, mesmo satã sendo, também, espírito, lambuza-se com as sujeiras da carne, e, não tem nenhum problema com a mentira, antes, ama-a. Sendo ele, o rebelde-mor, alistou a carne pós queda para sua rebelião; “... a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus...” Rom 8;7 Por isso a necessidade da cruz. A rebelde deve morrer.

Quanto à mentira Satã é genitor; “... Ele foi homicida desde o princípio; não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, pai da mentira.” Jo 8;44

Além de mentiroso é astuto; mesmo quando fala a verdade, eventualmente, há uma mentira por trás, no objetivo, na intenção. Assim, tem muitos ministros seus, de Bíblia em punho fazendo-se crer, Ministros de Deus. “... o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que seus ministros se transfigurem em ministros da justiça...” II Cor 11;14 e 15

Como se pode diferenciar uns de outros? Os falsos dos verdadeiros, digo? O Senhor ensinou a conhecer a árvore pelos frutos, mas, mesmo isso ainda pode ser passível de engano. Do hábito natural imanente onde vivemos tendemos a ver “coisas” como frutos; se, fosse isso mesmo, o inimigo que ofereceu o mundo a Cristo, seria mui frutífero. Se, “Deus é Espírito” como vimos, natural que os frutos que anseia sejam dessa dimensão também.

João Batista quando começou seu ministério, entre outras coisas disse: “Produzi frutos dignos de arrependimento...”.
Assim, o arrependimento é uma “árvore de vida”; as mudanças de atitude decorrentes, os devidos frutos. Paulo expressou de modo claro: “O fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” Gál 5;22

Como vemos nada tem a ver com coisas; são todos predicados do Ser, a despeito de termos ou, não, vida confortável.

Então, quando um ministro nos desafia ao arrependimento, mudança de atitudes segundo Deus e Sua Palavra, esse é um idôneo mensageiro de Cristo. Por outro lado, os mercadores de bênçãos, que, invés de encorajar a ajuntarmos Tesouros no Céu nos acossam com as riquezas da Terra, são só embaixadores de satã, de novo oferecendo o mundo, aos que podem vir a ser de Cristo.

O mundo, como vimos, é do Criador; Ele não viria verter Seu Sangue Precioso para buscar o que já possui. Antes, Seu alvo são almas que se perderam seguindo ao impostor “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Luc 19;10

As coisas são meios, não, fins. Aos que militarem pela Sua Causa, O Senhor se encarrega de suprir; “Buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Quem confia em Deus a Ele se entrega sem reservas; quem pretende um escambo, condicionar obediência ao usufruto de coisas é só um mercador, herdeiro daquele que comerciou nos céus.

Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser.” Agostinho

terça-feira, 3 de julho de 2018

O Elefante, o Circo e a Copa do Mundo

A tecnologia lograra feitos que, antes eram fictícios, e a Brazil’s Corporation, claro, não deixara de fazer uso dos seus benefícios.

O mais valioso era sem dúvida, o que a empresa chamava de SJF “Special Job Force” (força especial de trabalho) sendo essa, a metade da mão de obra empregada; humanoides, frutos do esmero tecnológico que, se “alimentavam” periodicamente plugados, senão, seriam confundidos com humanos.

Não fossem certas restrições do Ministério do Trabalho, e todos os funcionários seriam desses; pois, não recebiam salários, direitos trabalhistas, não ficavam doentes, venciam vastas jornadas com cargas módicas de energia, sua eficiência era comprovadamente superior, e a manutenção muito barata na relação com os benefícios.

Assediados pelos agentes do Sindicato da Força Convencional, alguns trabalhadores resolveram protestar. Aquilo era uma competição desproporcional. Eles eram humanos, não, máquinas; e ter que fazer as mesmas coisas no mesmo período de tempo era uma exigência injusta.

Vencidos os temores iniciais de perder o emprego, dos mais tímidos, os brados de “vamos à luta companheiros” acabaram vencendo, e, uma instituição muito antiga, a greve, já obsoleta nesses tempos tecnológicos começava a ressurgir.

Além de não trabalharem, os humanos sabotavam o trabalho dos robôs, de modo que, chamaram atenção de quem comandava a empresa, cujo gerente marcou uma reunião com os líderes grevistas.

Cochichos otimistas eram possíveis de se ouvir; “Eu não falei que daria certo?” “Temos que lutar não aceitar tudo bovinamente.” “É isso aí.” Recebidos na ante-sala da gerência, uma secretária educada lhes pediu que se assentassem e aguardassem um instante.

“Mas, a reunião foi marcada para as nove horas, e, uma coisa que a Empresa zela muito é pela precisão do horário.” Reclamou Sebastião Silva, do sindicato. “Sim, acedeu a gentil moça, mas, o Gerente pede desculpas pelo incidente, pois, em função dos distúrbios causados pela greve, teve que trabalhar a noite toda; imprevistos que em humanos meios ocorrem; assim que ele recarregar-se ele atenderá aos senhores.

“Recarregar-se”? “Ele é um deles?” Putz...

Pois bem, deixando a reunião por ora, o quê a “Brazil’s Corporation” e o Brasil têm em comum? Bem, metade da força de trabalho é de robôs; roubos, digo. Meio ano do nosso tempo de trabalho para ser diluído em impostos, cuja contrapartida é pífia, haja vista nossa educação, nossos hospitais, estradas, etc.

A competição é tão desleal que, invés de sonhar com algum veio empreendedorista que lhe pode trazer riqueza e, progresso à nação, a maioria dos jovens sonham com um concurso público, servir e servir-se do Estado.

A velha tática romana do pão e do circo para amansar instintos já não funciona. Agora, no apogeu do espetáculo circense, a Copa do Mundo, alguns descontentes com os “robôs”, ou, não se expressam direito, ou, não são devidamente entendidos.

Ao manifestarem seu desprezo pelo picadeiro recebem alguns puxões de orelhas, como se, torcessem contra o Brasil. Não. Apenas depreciam as luzes excessivas do circo e as convenientes penumbras de Brasília, ao abrigo das quais, os robôs, digo, os roubos deitam e rolam.

Ladrões são soltos, provas anuladas, “dependentes” de Políticos têm até 33 anos nos planos de saúde, o Fundo Partidário jorra, etc.

Sem contar que, parte da aversão deriva do superfaturamento colossal das lonas, quando, o circo foi montado aqui.

A mesma Imprensa prostituta que tenta direcionar o processo eleitoral a favor dos robôs, tenta inflar o espetáculo para que esse valha mais, que deveras, vale. Nenhum trabalhador Brasileiro torce contra o país, nem mesmo, nos esportes. Apenas, manifesta como pode, sua aversão aos indignos que nos governam. Mesmo que ganhemos a Copa, nada vai mudar, objetivamente.

Entretanto, o sistema está de tal forma, entranhado, e as pessoas divididas ainda, algumas tonteadas por bandeiras vis, que acham que mudando vernizes a coisa muda.

Alguns “Sindicalistas” corajosos têm se levantado contra os “Robôs”; mormente, o Sindicato da Probidade Pública, liderada pelo “companheiro” Sérgio Moro, e outros valorosos que se aliam a ele. Do jeito que está a coisa não pode prosseguir, queremos justiça, bradam.

Meio ano de trabalho por ano, só para sustentar roubos é inaceitável. Acorda Brasil! Queremos um Estado enxuto e governantes idôneos.

Muitas “Greves” foram feitas, as ruas da “Empresa” tomadas por trabalhadores insatisfeitos, mas, uma promessa aqui, um lenitivo ali, e nada do que interessa, deveras, mudou.

Os “sindicalistas” tanto laboraram por seus representados que, o Gerente Geral resolveu designar alguns diretores para recebê-los e ouvir deles as razões dos seus pleitos pelo que, chamam de justiça.

Moro e os demais companheiros do “Sindicato” foram recebidos numa sala de reuniões, onde, seus pleitos seriam apreciados por Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Putz!

O circo seguirá seu “espetáculo” nefasto, enquanto, o elefante ignorar a própria força...

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Lisonjas ou, disciplina?

“Não retires a disciplina da criança; se, a fustigares com vara, nem por isso morrerá. Tu... livrarás sua alma do inferno.” Prov 23 13 e 14

A Salvação como “efeito colateral” da disciplina.

Invés da famigerada “Lei da Palmada” onde, o Estado, que, protege ladrões tenciona trazer para si, uma responsabilidade que é dos pais.

Educar crianças no bom caminho, no do Senhor, não é tarefa estatal, pois, quando se trata de assuntos espirituais, morais, o Estado apressa-se em dizer que é laico, mas, quando lhe interessa perversão de valores aí, se imiscui no que lhe não pertence.

Infelizmente, em nossos dias a disciplina é mais perceptível por sua ausência, que, por eventuais ações. Mesmo os adultos se mostram espinhosos, avessos, como se, encerrasse mera intromissão, quando, um que trilha pela senda do erro, cujo final será sua perda, é advertido a mudar.

Logo nos mandam cuidar de nossas vidas, ou, pagar suas contas, etc. Pior é que muitos desses intocáveis se dizem cristãos, filhos de Deus. Porém, a Palavra de Deus diz que os que recusam a disciplina são filhos da outra; “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há que o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então, bastardos, não, filhos.” Heb 12;7 e 8

A disciplina não é uma coisa boa pela sensação que produz, mas, pelo resultado. Traz um sentir bem adverso, até. “Na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão, de tristeza, mas, depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” Heb 12;11

Então, mesmo, gerando uma tristeza pontual ela enseja alegrias futuras, sentimento de justiça, quando, o que foi nela exercitado entender os motivos. “Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;3

Muitos sentimentalóides confundem frouxidão moral com amor; não bato em meu filho porque o amo. Ora, se ele for obediente e não fizer por merecer, óbvio, que não! Contudo, é o amor responsável, maduro, que, em tempo corrige e castiga, se, necessário; mesmo que, o ato de disciplinar não lhe seja agradável; nem para Deus, é. “O Senhor não rejeitará para sempre. Pois, ainda que entristeça alguém, usará de compaixão, segundo a grandeza das suas misericórdias. Porque não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens.” Lam 3;31 a 33

A correção do Senhor vista por seu paciente só será devidamente apreciada em tempo posterior, quando, seu fim for alcançado; “Antes de ser afligido andava errado; mas, agora tenho guardado tua palavra. Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.” Sal 119;67 e 71

E guardar a Sua Palavra não é satisfazer eventuais caprichos Divinos, antes, ser livre da perdição que espreita aos rebeldes. Por isso O Senhor reitera: “Eu repreendo e castigo a todos que amo...” Apoc 3;19 Quem ama não quer perder; sabendo onde terminam os caminhos rebeldes, O Eterno corrige, para que, como o Pródigo arrependido, voltemos para casa.

A disciplina é cheia de justiça, pois, não atua num vácuo punindo alguém sem que ele saiba o motivo. A Bíblia diz que “Deus não toma em conta os tempos da ignorância...” Assim, não me cobra erros de quando eu ignorava Sua Vontade; mas, depois que conheci, se, recuso atuar conforme, aí já não lapso de saber, mas, rebeldia mesmo.

Muitos dos que são resilientes à correção escudam-se em certa desonestidade intelectual, como se, a disciplina fosse ideia humana, iniciativa voluntária do instrumento que Deus usa.

Ora, os ensinadores da Palavra são meras ferramentas de Deus; a disciplina que ensinamos a outrem, igualmente se aplica a nós, quando damos maus passos também.

Então, essa casamata mal educada onde muitos se escondem; tipo: “Só me corrijas quando tua vida for perfeita” não deriva de um apelo por coerência, mas, é só a máscara de um rebelde querendo fazer parecer intromissão humana, quilo que é Divino preceito.

“Liberte-me de minha ignorância; serás meu maior benfeitor” dizia Sócrates; essa postura não é mais encontrável numa geração arrogante, presunçosa e ignorante da própria ignorância; sobretudo, nas coisas de Deus.

Não podemos ensinar nada; uma correção qualquer, mesmo em termos educados e corremos risco de ser excluídos; algumas vezes já fui. O negócio que “bomba” é elogiar, bajular, curtir. Mas, como a disciplina mesmo sisuda é pacote feio que embala a vida, as lisonjas fáceis são apenas potes de veneno com rótulo de mel.

“Já vi jovens com a vida perdida serem salvos por correção e disciplina rigorosa. Mas, o que mais vi, foram jovens bons se perderem por exagerados elogios.” Bruce Lee