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sábado, 31 de dezembro de 2016

O Tempo e a vontade

Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado.” (Provérbio chinês)

Interessante dito, pois, grosso modo parece contraditório; o sujeito gastaria mais tempo, para gastar menos tempo. Entretanto, a ideia central é que deve investir mais no preparo, quem deseja êxito em algo.

A Doutrina de Cristo, outra coisa não é, senão, que gastemos o tempo de nossa terrena peregrinação, “afiando o machado”, para que, após, tenhamos todo o tempo do mundo. “Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará.” Mc 8;35

Salomão, em temática semelhante acresceu a necessidade de esforço maior, a quem prepara menos sua “ferramenta”. “Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então, se deve redobrar a força; mas, a sabedoria é excelente para dirigir.” Ecl 10;10

Dentre as muitas coisas com as quais lidamos mal, uma das mais importantes é o tempo. Muitas vezes usamos a longanimidade Divina, Sua Santa Paciência, contra nós. Salomão, outra vez: “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11

Isto é, não consideramos a possibilidade do juízo sobre o mal, pois, quiçá, ao longo do tempo se possa remediar o erro, ou, seja esquecido. Ora, quando O Eterno perdoa, lança no “mar do esquecimento”, mas, pecados não confessados, mesmo velhos, inda são feridas vivas perante Ele, e, eventual Silêncio, não significa conivência. “Estas coisas tens feito, eu me calei; pensavas que era tal como tu, mas, eu te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;21

Temos certa fixação com datas “redondas” e na virada do milênio grande histeria tomou a humanidade; agora, no câmbio de ano, muitas queimas de fogos estão preparadas, de modo que, por alguns momentos, a crise profunda, inflação, desemprego, parecerão inexistir. Muitos enganam a si mesmos marcando como certas para o ano novo, coisas que deveriam ter feito há muito, e não fizeram; pelo hábito de procrastinar, não farão de novo.

Quantas vidas se perdem no trânsito, infelizmente, pois, muitos, saem em direção às suas festas com muita pressa, para “ganhar tempo.” Vimos há pouco a Corrida de São Silvestre em São Paulo, onde, o tempo foi usado como aferidor do desempenho dos atletas, o que, serve de figura para nossas vidas. A relevância não está em viver mais tempo, antes, em viver, de maneira tal, que qualquer que seja a duração de nossa vida, ela faça sentido, justifique-se, influencie, ilumine a quem nos contemplar na “maratona”. Ocorre-me uma frase de Demócrito: “Viver mal, não refletida, justa e piedosamente, disse, não é viver mal, mas, ir morrendo por muito tempo.”

Alguns se contradizem ao afirmar que creem em Deus e Sua Palavra, porém, quando morre alguém inesperadamente, “filosofam”: “Quando chega a hora de alguém morrer, não adianta, vai mesmo.” Ora, isso de ter uma hora marcada, um destino inelutável deriva do fatalismo grego, não, da Bíblia, que nos apresenta como arbitrários, consequentes.

Uma pessoa imprudente no trânsito não morre porque “chegou sua hora”, antes, porque chegou a colheita de sua semeadura, quiçá, “herdou” consequências de alheia culpa. Sabedor dessas variáveis, A Palavra de Deus nos exorta a tomarmos rumo num eterno presente, não deixando para um porvir que, nem sempre virá. “...Se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações...” Heb 3;7 e 8

O Tempo de Deus para cada um de nós basicamente está em nossa expectativa de vida normal, livre de acidentes, violência, enfermidades graves, coisas que são consequências de escolhas, geralmente, não uma Divina imposição. Dentro desse tempo, O Santo insta conosco no desejo que voltemos à comunhão consigo mediante O Salvador. “De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós.” Atos 17;26 e 27

A rebeldia do egoísmo humano costuma mascarar a falta de vontade como se, falta de tempo. Muitos desses, quando constatarem, finalmente, a seriedade do que está em jogo, terão vontade, quando o tempo tiver passado, como nos dias de Jeremias: “Passou a sega, findou o verão, e não estamos salvos.” Jr 8;20

Dizemos que querer é poder, e, em certo sentido, é, mesmo; digo, não posso, nem irei, em busca do que não quero. “Conheço muitos que não puderam, quando deviam, porque não quiseram quando podiam.” (François Rabelais)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Votos em branco



“Como ao pássaro o vaguear, como à andorinha o voar, assim a maldição sem causa não virá.” Prov 26; 2 

O entrelaçamento de causa e consequência vem desde a criação. O Senhor advertiu a Adão que, se fizesse certa escolha, que lhe fora vetada, morreria. Ele pagou para ver, viu. Se, é natural  do trabalho, o devido fruto, também, a maldição, o juízo Divino, seguem à rebelião que afronta Sua vontade. 

Desse modo, O Salvador aconselhou que semeássemos boas sementes apenas. “Portanto, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-lho também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7; 12 Paulo disse o mesmo, porém, com uma linguagem poética; “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” Gál 6; 7 

Não raro, somos demasiado superficiais para buscarmos sentido nas palavras; aliás, nem lhes impomos que transportem o sentido algum; antes, podem trafegar vazias, desde que encenem nossas conveniências; descansamos como tendo recebido o “frete”.  A futilidade como modo de ser espera que os convivas sejam igualmente fúteis, senão, eventual gravidade pode nos desalojar do conforto da manada.

Nessa época de fim de ano, as felicitações voam para todos os lados, buscando endereços certos e errados indiscriminadamente. Eu não quero que o desonesto, corrupto, ladrão mentiroso contumaz, tenha um feliz ano novo; antes, que colha as devidas consequências de seus atos aos olhos da Justiça. 

Se, uma vez corrigido aprender a lição, terá uma herança maravilhosa. “O juízo habitará no deserto, a justiça morará no campo fértil. O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32; 16 e 17 Contudo, se persistir, depois de punido, que seja infeliz por sua própria escolha. 

Por soturno e desmancha prazeres que pareça, a melhor maneira de desejar a outrem um ano de paz, é ensinando amar e praticar a justiça. Isso é tão precioso aos olhos Divinos que fará tais mestres, depositários de bênção eterna. “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento;  os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre, eternamente.” Dn 12; 3

Acontece que a posse da alegria baseada em valores adversos à justiça, embora possa ser a colheita de frutos do engano, também a ceifa é enganosa;  no fundo, o reiterar de um plantio que, no fim, redundará em maldição.  A prosperidade dos ímpios é circunstancial como a provação dos justos; um dia o Eterno atua. “O justo é libertado da angústia e vem o ímpio para  seu lugar.” Prov 11; 8   

Claro que entendo a boa intenção, a civilidade dos votos de pessoas que nos consideram; mas, estou tratando palavras como estudantes de medicina que esmiúçam  corpos mortos, para aprender como cuidar, depois, dos vivos. Não sou contra a civilidade, cordialidade; mas, a superfície das águas é mero reflexo, os peixes nadam mais fundo.  Assim, embora gostando de ver a superfície, às vezes ouso um mergulho. 

O “ponto fraco” das consequências é o tempo. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8; 11 

Então, se, aos olhos Divinos dar tempo é manifestar paciência, longanimidade esperando que nos arrependamos; aos  de muitos insanos, a falta de juízo significa aprovação, ou, indiferença de Deus. Porém, Ele adverte que não é assim; “Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar os meus estatutos, tomar a minha aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, lanças as minhas palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão, consentes com ele, tens a tua parte com adúlteros. Soltas a tua boca para o mal, a tua língua compõe o engano.  Assentas-te a falar contra teu irmão; falas mal contra o filho de tua mãe. Estas coisas tens feito, eu me calei; pensavas que era tal como tu, mas, te argüirei, as porei por ordem diante dos teus olhos; ouvi pois isto, vós que vos esqueceis de Deus; para que eu vos não faça em pedaços, sem haver quem vos livre.” Sal 50; 16 a 22 Diatribe Divina contra um que toma Seu Nome, Sua aliança nos lábios, mas, age em oposição ao que diz.  Deus diz: Eu me calei, mas, agora estou denunciando. 

Não gosto do “Natal” sem Deus, nem, penso que devamos ponderar nossos passos a cada ano. A escalada do tempo por degraus é mero arranjo; as coisas dignas de levarmos  transcendem datas, agendas. Vigiai em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de ... estar em pé diante do Filho do homem.” Luc 21; 36