“O que guardar o mandamento guardará sua alma...”
A ideia vulgar é que os mandamentos são meras proibições, como se, O Eterno fosse sádico e nos quisesse ver “comendo do ruim.”
Nada mais distante da verdade. Assim como o conjunto de sinais, ao longo dos caminhos terrestres, são para os viajantes, os Divinos mandamentos para quem deseja se conduzir bem, na estrada da vida.
Aqueles, advertem dos perigos, prescrevem como nos conduzir em cada trecho. Ninguém reclama pela existência da sinalização. Antes, quando, determinado caminho está mal sinalizado, expondo viajantes a perigos, tende a haver reclamações junto às autoridades pelo desleixo comprometedor para com as vidas humanas.
Se tivermos em mente que os Divinos preceitos são as “placas” a orientar nosso percurso rumo à vida eterna, seremos gratos por eles, invés de reclamar.
Assim como, o que observar prudentemente os sinais de trânsito, tende a se conduzir de modo seguro, também o que for zeloso dos Divinos preceitos, bem ordenará seu caminho. “O que guardar o mandamento guardará sua alma...”
Desde a antiga Aliança, O Eterno expôs os motivos, para os limites que prescreveu aos Seus: “Agora, pois, ó Israel, o que é que O Senhor teu Deus pede de ti, senão, que temas ao Senhor teu Deus, que andes em todos os Seus caminhos, ames e sirvas ao Senhor teu Deus, com todo teu coração, toda tua alma, que guardes os mandamentos do Senhor, Seus estatutos que hoje te ordeno para o teu bem?” Deut 10;12 e 13 Ordenou minuciosamente o quê, e depois explicou o porquê; “para teu bem.”
Como cercas protetoras no entorno de lugares altos, que são colocadas ali para proteger às pessoas para que não caiam, o que lhes seria fatal, assim, os preceitos do Senhor. “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5
Quando A Palavra figura o caminho da vida como estreito, e as renúncias necessárias como “jugo”, o faz em atenção à nossa natureza e as suas perversas e suicidas inclinações. “Pois Ele conhece nossa estrutura e lembra-se que somos pó.” Sal 103;14
No que concerne à perspectiva espiritual, o caminho é apenas limpo, santo; mas pela vigência das más inclinações em nós, o necessário tolher dessas, reconfigura o caminho como estreito, e as escolhas espirituais como renúncias. Quanto à carne está dito: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo, o fomos na Sua morte?” Rom 6;3 Da vida espiritual a apreciação é outra: “Porque segundo o homem interior, (espiritual) tenho prazer na Lei de Deus.” Rom 7;22
Pedro alista virtudes que devemos desenvolver ao longo da caminhada ruma à casa do Pai: “... Acrescentai à vossa fé a virtude, à virtude, a ciência, à ciência, a temperança, à temperança, a paciência, à paciência, a piedade, à piedade, o amor fraternal.” II Ped 1;5 a 7
Esse conjunto de coisas é vital para que trabalhemos nossa vida espiritual, e possamos ser instrumentos de Deus para geração de outras vidas. “Porque, se em vós houver e abundarem essas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.” V 8
Pelo exercício nesses bens, pouco a pouco isso se torna o novo normal; o que fora renúncia difícil, enseja alento, prazer; e a vereda que soara demasiado estreita, começa a ganhar amplitude. “Porque assim vos será amplamente concedida a entrada, no Reino Eterno de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” V 11
Assim como o aprendiz dum instrumento de cordas, um violão, por exemplo, no início mal consegue aferir os dedos no devido local, de modo a produzir um som nítido, mas com o tempo e exercício, aprimora-se e consegue tocar harmonias mui rebuscadas sem sequer olhar para o instrumento, assim a edificação, o aprendizado espiritual.
As coisas difíceis, tanto na esfera prática, quanto, do entendimento, discernimento, pouco a pouco, passam a ser “naturais” se formos bons ouvintes, e sobretudo, praticantes do que ouvimos. Nossa dieta espiritual vai progredindo, à medida que a vida espiritual cresce; “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados, para discernir tanto o bem, quanto, o mal.” Heb 5;14
“Perfeitos” aqui deve ser entendido como espiritualmente maduros, não, isentos de falhas, como apenas O Senhor É.
Enfim, carecemos nos submeter aos mandamentos, mesmo quando isso parece algo difícil, ruim, até; pelo exercício contínuo na obediência, acharemos deleites onde inicialmente houve pesos; por fim, a eterna recompensa. “... exercita a ti mesmo em piedade... a piedade para tudo é proveitosa tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8
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