A subida de Moisés não fora de sua iniciativa; antes, Deus ordenara que ele o fizesse. Natural à perspectiva humana, precipitada, considerar que Deus o estaria esperando; que lá chegando, O Eterno presto se poria a falar, sobre as instruções necessárias. Entretanto, o texto informa que, durante seis dias, apenas a nuvem o cobriu; somente ao sétimo dia, O Senhor o chamou.
Há uma diferença de tempo, entre o homem finito e O Eterno. Aquilo que nos parece moroso, para Ele não é. Quem tenciona se aproximar do Santo deve aprender, que isso só é possível nos Seus termos.
Por razões da Sua Sabedoria, O Altíssimo manifesta predileção pelo número sete. Quem ler o Apocalipse com atenção verá sobejas provas disso. Se Aquele que fez o mundo em seis dias e descansou ao sétimo, decidiu “assinar” assim Suas obras, mesmo o relacionamento com o povo eleito, quem poderia questionar Seus motivos?
Moisés viera da cultura egípcia onde crescera em meio ao politeísmo idólatra. Que mal havia se, O Criador desejara pintar naquele encontro, ainda, algumas nuances atinentes à criação?
Antes de receber a Lei, propriamente, o homem deve receber a noção de que as coisas atinentes a Deus, obedecem ao tempo Dele, não aos anseios nossos. “Confia no Senhor de todo o teu coração, não te estribes em teu próprio entendimento.” Prov 3;5
Além de marcar a necessária distância entre criatura e Criador, isso mostra que, mesmo a perfeita intimidade em obediência, ainda deve ser humilde, reverente, submissa.
Na maioria das vezes Ele que espera por nós, não obstante, isso. Não porque sejamos importantes; antes, porque Ele estabelece soberanamente, condições que, se não preenchidas tolhem que nos abençoe. De um desencontro assim, disse certa vez: “Dores de parto lhe sobrevirão, (a Efraim) ele é um filho insensato, porque é tempo, e não está no lugar em que deve vir à luz.” Os 13;13 Mesmo sendo chegado o tempo, Deus esperaria que o povo tomasse necessária posição, antes de o iluminar.
Não poucas vezes O Eterno espera pela mudança de atitude dos errados de espírito, pelo arrependimento dos que agem impiamente; “Irei e voltarei ao Meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem à Minha Face; estando eles angustiados, de madrugada Me buscarão.” Os 5;15 Angústias seriam poupadas, se tivéssemos melhor noção das coisas relativas ao Senhor.
Por Isaías, disse: “Por isso, O Senhor esperará para ter misericórdia de vós; por isso se levantará para se compadecer de vós porque O Senhor É um Deus de equidade, bem aventurados todos, os que Nele esperam.” Is 30;18
Agora temos uma espera mútua. O Senhor espera para ter misericórdia daqueles que, Nele esperam. Digamos que Ele dá tempo para a maturação da nossa fé. Se os resultados de crer fossem imediatos, nem mesmo fé seria; mas mera troca comercial. “A fé é o firme fundamento das coisas que se espera, e a prova das que se não vê.” Heb 11;1
O salmista contou um evento em que “madurou” seu crer em meio a um lamaçal, do qual, uma vez testada e aprovada sua fé, foi liberto enfim. “Esperei com paciência no Senhor, Ele se inclinou para mim e ouviu meu clamor. Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos; e pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40 1 a 3
Então, mesmo se, tendo feito tudo certo, em obediência aos Divinos mandados, ainda assim, parecer que Deus está distante, que não quer falar conosco, nos mantenhamos confiantes. No tempo que julgar oportuno Ele o fará. Como disse a Habacuque, “se tardar, espera.”
A Moisés dissera: “Sobe a Mim ao monte e fica lá...” até que uma nova instrução fosse dada, essa bastaria. Nele somos chamados à vida eterna. Porque sucumbiríamos aos açodos dos que têm pouco tempo? Para Ele, ensina Pedro, mil anos são como um dia, e um dia como mil anos. Se resolveu, como a Moisés, deixar a humanidade sob a “nuvem” por seis dias, já vislumbramos a aurora do sétimo, onde claramente falará.
Outrora, o fez para dar Sua Lei; breve o fará para tornar manifesto o Seu Juízo. “Então voltareis e vereis, a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serva Deus e o que não o serve.” Ml 3;18
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