“Para que, por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos firme consolação, nós, que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta. A qual temos como âncora da alma, firme e segura que penetra até ao interior do véu.” Heb 6;19
Que duas coisas imutáveis são essas, que nos dão firmeza e consolação? Antes diz: “Porque quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha Outro maior por quem jurasse, jurou por Si mesmo.” V;13
Vimos a promessa de Deus e Seu juramento como garantias a Abraão, que se estendem a toda sua descendência, em Cristo.
Reter a esperança proposta, é o “refúgio” dos crentes, que fatalmente serão atacados pelos dardos da incredulidade lançados pelo inimigo. “Reter” encerra a ideia de ter novamente, como se, por um momento tivéssemos perdido, deixado de ter. Eventualmente isso acontece; mas graças a Deus, somos renovados, e a fé ressurge, onde parecia não estar mais.
A resiliência necessária é apresentada como “âncora da alma”. Âncora é um artefato mui sólido para figurar a firmeza de um bem, abstrato. Essa quando fundada, permite que a nau a qual freia, tenha certo grau de movimento na superfície, tolhendo porém, o deslocamento, enquanto não for recolhida.
Logo, mesmo que, um eventual período ruim, de maus incidentes nos assole, e por um momento nossa esperança ameace vacilar, não deixemos nosso refúgio de reter a esperança; não acrescentemos ao pecado da dúvida, a blasfêmia de atribuir ao Eterno, imperfeições. “... é impossível que Deus minta.”
Como poderemos ter convicção que as nossas almas estão ancoradas em Cristo? É viável alguém ter certeza de salvação? Não seria algo assim, pretencioso demais? Na verdade, quem assegura isso está acima das nossas almas. “O mesmo Espírito, (Santo) testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.” Rom 8;16
Se “Em esperança somos salvos” como ensina Paulo, essa esperança, invés de ser fugaz, efêmera, volátil, deve ter o peso e a solidez duma âncora. Enquanto estamos presos num corpo carnal, num mundo mau, pleno de enganos e inimigo de Deus, sempre corremos riscos. Daí o alerta: "Quem pensa estar em pé, veja que não caia".
Essa história de “eleição” ensinada pelo Calvinismo eliminaria uma série de avisos quanto à perseverança; como: “Aquele que perseverar até o fim, será salvo;” Mat 24;13 etc. Melhor retermos a esperança proposta, que abraçarmos propostas espúrias que ferem a lisura das Escrituras.
Mesmo quem não possui apurada sintonia fina nas coisas espirituais, poderá ler alguns sinais que testificam, quando houve a conversão e, quando o suposto cristianismo de alguém é uma farsa.
Um bom aferidor é o paladar espiritual descoberto. Quando um “convertido” não gosta da Palavra de Deus, antes, vai aos cultos para ver pessoas, ter vida social, ou escutar louvores, mas perde o interesse quando A Palavra da Vida vai ser pregada, esse em fundadas razões para duvidar que tenha, deveras, nascido de novo. Aos tais, Pedro diz: “Desejai afetuosamente como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado para que por ele, vades crescendo.” I Ped 2;2
Se, invés de “Ter seu prazer na Lei do Senhor e nela meditar dia e noite” Sal 1;2 o sujeito prefere os “profetas” do “O Senhor me mostra,” isso, aquilo, os “reveladores” de grandezas carnais e promessas fáceis, incondicionais, o incauto em apreço se voluntaria ao engano, enquanto despreza a preciosa e indispensável edificação.
Invés de deixar nossas almas à deriva, a edificação nos fundamente e corrobora; Devemos crescer até À Estatura de Cristo, “Para que não sejamos mais, meninos inconstantes levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia atuam fraudulosamente.” Ef 4;14
Óbvio que ninguém salta da infância espiritual para a maturidade. Há um longo processo de aprendizado. Assim, muitas “coisas de menino” são inevitáveis no curso entre um estágio e outro. Os que fogem da sã doutrina, exibem como que, uma síndrome de Peter Pan espiritual, recusando-se a crescer. A uns que assim fizeram foi dito: “Porque devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais que, se vos torne a ensinar os rudimentos da Palavra de Deus, e vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, sólido mantimento.” Heb 5;12
Quando o texto diz que, a fé inabalável que retém a esperança proposta, penetra até ao interior do véu, sugere que essa desenvolve intimidade com Deus, tendo acesso aos Seus segredos até, como disse Davi: “O segredo do Senhor é para aqueles que O temem; Ele lhes mostrará a Sua Aliança.” Sal 25;14
Que soprem os “ventos de doutrina”; se nossa alma estiver presa ao que aprendeu a esperar do Senhor como a uma âncora, então, estará segura.
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