quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

A boa vontade


“Glória a Deus nas alturas, paz na terra! Boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

Cântico dos anjos, por ocasião do nascimento do Salvador.

Se, a ordem dos fatores não altera o produto, em matemática, em literatura, mera mudança de ênfase, acréscimo ou omissão de uma vírgula, pode mudar tudo.

Da ênfase, vejamos: “O SENHOR é o meu pastor”, é totalmente diferente de dizer, “O Senhor é o MEU pastor.” Pois, no primeiro caso a ênfase está na essência do Pastor; no segundo, deriva dum sentimento de posse, egoísta. Embora as palavras sejam as mesmas, o espírito não é.

A vírgula; “O espírito vivifica, a carne para nada presta...” Como disse Jesus; ou, “O espírito vivifica a carne...” como leem alguns descuidados, mudando totalmente o sentido.

Ainda; “Eis que diante de ti pus uma porta aberta, que ninguém pode fechar; tendo pouca força, guardaste Minha Palavra...” Apoc. 3;8 Alguns leem: “... ninguém pode fechar tendo pouca força...” essa omissão do ponto e vírgula estraga totalmente o texto.

Agora, mudar a expressão, “Boa vontade para com os homens”, como se ela dissesse, “Aos homens de boa vontade”, como fez o catolicismo, e reverberou o espiritismo, chega às raias da canalhice.

Se assim fosse, a Paz de Cristo disposta apenas aos tais homens, não chegaria a nenhum.
Pois, “... têm se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem. O Senhor olhou desde os céus, para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus; desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, sequer um.” Sal 14;1 a 3

Paulo citou isso: “Como está escrito: Não há um justo, nem um, sequer.” Rom 3;10

O Salvador também mensurou nossa “bondade”; “... não há bom senão, Um só, que É Deus.” Mat 19;17

Logo, se a “paz na terra” fosse disponibilizada apenas aos homens de boa vontade, ela poderia ser levada de volta sem ser usada.

Entretanto, se lermos o texto como ele foi escrito, Boa vontade (graça) para com os homens, apesar de serem maus, pecadores, então, em Cristo todos podem fruir essa paz bendita com O Criador. Paulo expressou categórico: “Isto é; Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados, e pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Quem não entender que, sem Cristo sua situação é de inimigo de Deus, jamais buscará a reconciliação, da qual, sua vida depende. Se não houvesse inimizade, também não haveria necessidade de um mediador entre as partes; contudo, está dito: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens; Jesus Cristo, homem.” I Tim 2;5

Mesmo os “cristãos”, se invés de fidelidade irrestrita à Palavra, preferem agradar o mundo, abraçando sua cultura e valores duvidosos, manifestam pelas suas escolhas que a inimizade permanece. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Aqueles que enfatizam a correção, invés do amor incondicional, tão ao gosto dos desobedientes, não raro, são acusados de juízes, de religiosos, legalistas, fanáticos, etc.

A ideia sentimentalóide que, o amor e a correção são coisas excludentes, uma ou outra, é filha da irresponsabilidade inconsequente, de gente ímpia, que capitulou à sedução dos provedores à carne, não, derivada da Palavra de Deus, que ensina como andar em espírito. A salvação foi condicionada a isso, aliás: “Portanto agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito.” Rom 8;1

Na Palavra, o Amor Divino e a correção são consortes; “Porque O Senhor corrige ao que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.” Heb 12;6 “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te.” Apoc 3;19

Enfim, se há alguns que se pretendem de boa vontade, entendam que estamos de tal modo, impregnados em práticas adversas ao Divino querer, que carecemos profunda e cabal desintoxicação dessas coisas mundanas, para, enfim, aprendermos a Vontade do Criador.

Paulo amplia: “Rogo-vos, pois, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional; não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação dos vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Se houvesse algum “albino” de boa vontade, desse não seria requerido o “Negue a si mesmo”. Contudo, a boa vontade do Pai requer que a nossa seja mortificada na cruz. Sem isso, não haverá Natal.
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