domingo, 22 de dezembro de 2024

O Reino dos Céus


“Arrependei-vos porque é chegado o Reino dos Céus!” Mat 3;2 Falas do arauto do Rei, João Batista.

Normalmente, uma mudança de reino ocorria após uma guerra. Determinado poder dominava, vinha outro superior e o derrotava; submetia os derrotados que restassem vivos, ao domínio do novo rei.

Assim, quando os caldeus derrotaram aos judeus levando-os cativos; quando foram derrotados pelos medos e persas, que por sua vez caíram para os gregos, etc. Sempre um novo reino surgia, conquistado em batalha. Em alguns casos, se evitava mortes inúteis; o reconhecidamente superior impunha-se, fazendo tributários os mais fracos.

Pois, O Reino de Deus, pela sua singularidade, “... O Meu Reino não é deste mundo...” Jo 18;36 busca por indivíduos, não por territórios, nem poder político; desafia cada um em particular, a deixar o domínio do “Príncipe deste mundo”, para pertencer ao Rei dos Reis. Vivendo ainda aqui, mas com valores procedentes dos Céus.

Não requer aptidão marcial, imposição bélica contra o semelhante; antes, rendição voluntária ao Rei. Como O Novo Reino firma-se em valores mui acima das melhores disposições dos melhores seres humanos, o primeiro passo para o ingresso nele é reconhecer nossa inépcia, nossa indignidade; “Arrependei-vos!”

“Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor; que se compadecerá dele; torne-se para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar.” Is 55;7

O Rei desse venturoso Reino, não quer meros súditos que o sirvam em troca de pão, ou movidos pelo medo. Ama e quer ser amado; requer dos Seus, que se assemelhem a Ele nos valores, no caráter. “... Amai aos vossos inimigos, bendizei aos que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem, para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz com que Seu sol se levante sobre maus e bons, a chuva desça sobre justos e injustos.” Mat 5;44 e 45

Ele deseja filhos, que se esforcem em parecer consigo, não, meros servos. Para tanto, carecem eles aprender os pensamentos do Rei, que em muito excedem às noções rasas, terrenas; “Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, são os Meus caminhos mais altos que os vossos, e Meus pensamentos, mais altos que os vossos;” Is 55;9 ensina O Rei.

Tentara desde dias idos estabelecer Seu Reino mediante Israel; “Vós me sereis reino sacerdotal e povo santo...” Ex 19;6 ordenara. Por razões que não abordaremos agora, o ideal Divino ficou mui longe de ser atingido.

Mediante Isaías, disse: “Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das suas delícias; esperou que exercessem juízo, eis aqui, opressão; justiça, eis aqui o clamor!” Is 5;7 Comparara Seu Reino a uma vinha; as ações, a frutos.

O pretendido reino se tornara uma videira degenerada, que dera frutos indesejáveis. Invés de um suplemento àquele que falira, O Rei em pessoa trouxe algo novo; “Eu Sou A Videira Verdadeira, e Meu Pai é O Agricultor...” Jo 15;1 Afinal, o “arrependei-vos” foi apregoado aos do “Povo Eleito”, num primeiro momento.

Natural que os descendentes daquele projeto que falhara, vissem no pregoeiro do novo Reino, uma espécie de concorrência, rivalizando com eles. O Senhor do Reino não escondeu isso. Ensinou que Seus súditos deveriam superar em muito, aos que fracassaram em cumprir o intento Divino; “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder à dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus.” Mat 5;20

Na Parábola dos lavradores maus, vaticinou Sua rejeição e morte, e consequente transferência do Reino, não mais tendo como critério laços de sangue com os patriarcas, antes, frutos espirituais, segundo O Divino propósito. “Portanto, Eu vos digo que O Reino dos Céus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê seus frutos.” Mat 21;43

Atualmente não está diferente do que foi. Muitos que se dizem cristãos, caíram no mesmo erro de mera profissão verbal, sem os frutos que O Rei dos Reis deseja. Nossas ações testificam quem somos, não nossas falas; “não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis; do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça.” Rom 6;16

Alguns tentam maquiar desobediências pretendendo “editar” aos decretos do Reino, sem ter sido comissionados pelo Rei para isso.

Se, naqueles dias, dos ingressandos era requerido que excedessem aos religiosos de então, em justiça, atualmente, a situação se repete. Logo, a mensagem também carece ser repetida, justamente dentro dos locais que supostamente já pertencem ao Reino; “Arrependei-vos, pois, breve se fecham as portas, para O Reino dos Céus.”

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