sábado, 31 de agosto de 2024

Os imitadores


“Aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. Como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento, réprobos quanto à fé.” II Tim 3;7 e 8

Falsos obreiros, que vão de casa em casa ensinando erros e cativando gente incauta, com suas mensagens palatáveis aos ímpios paladares, desprovidas de verdade.

Alguns, equacionam o aprender algo, com saber a verdade. O efeito colateral dessa apostasia traz: “... cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências;” v 6

A verdade, invés de cativar, como fazem as doutrinas espúrias das seitas, forja homens livres, servos apenas de Cristo. “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam Nele: Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

O conhecimento prático da verdade liberta; permanecer na Palavra é praticá-la. Necessária a conclusão que, o que aprisiona é a mentira.

Não por acaso, os proponentes dessas coisas, invés de forjar pessoas livres as têm cativas.
Às seitas não basta O Senhor; sempre concorre um suplemento revelado a esse profeta, àquela profetisa, uma interpretação peculiar de determinado líder que reinventa a roda, redescobre a pólvora. O que tem de “melhor” para o paladar carnal, nos ensinos sectários é que eles geralmente são “superiores” aos ensinos de outrem, que não tem consigo as mesmas “revelações”. O orgulho religioso de não ser “tapado” como os demais é um banquete à carne, que deveria ter sido crucificada, invés de alimentada. Eis o “tempero” que mantém saciado o paladar dos sectários!

Assim, invés de uma busca íntima de adequar o próprio viver a Cristo, acaba buscando se adequar, o sonolento prosélito, à seita e suas idiossincrasias “superiores”. 

Cristo foi categórico: “Se vós permanecerdes nas Minha Palavra, sereis Meus discípulos,” o que implica que os que caem após a sedução dos sectários conheceram-na, eventualmente; mas, não permaneceram. Faltou-lhe perseverança. Foram seduzidos por algum simulacro.

Qual o método, farsantes usam para cativar após si, os que deveriam seguir livres em Cristo? “... como Janes e Jambres resistiram a Moisés, estes resistem à verdade...”

Os magos do Faraó resistiram a Moisés forjando “milagres” semelhantes aos dele. Resistiram por imitação, até onde lhes foi possível. Porém o teatrinho barato deles, achou termo. Se, com seu ilusionismo maligno pareceram fazer sinais, como Moisés, quando Deus, através dele transformou poeira em piolhos, eles largaram suas cartolas. “Então disseram os magos a Faraó: Isto é o Dedo de Deus...” Ex 8;19 Não brinco mais. 

Os imitadores atuais, certamente sabem a diferença, mas suas vítimas, não. Não foram treinadas a pensar livremente para discernir.

A parte “eloquente” de Cristo em nós, que evidencia que coisas antes mortas, passaram à vida, nossas almas, não é nos tornarmos versados nas línguas originais; capazes de pregar com grande eloquência, conhecermos o panorama bíblico inteiro, operarmos sinais, entregarmos supostas profecias, revelações.

Isso pode fazer parte do pacote de uma vida em Cristo, dependendo de escolhas humanas, no caso da busca pelo preparo, e Divinas, no sentido de legar dons. Porém, o “Selo do INMETRO” de nossa salvação, é o caráter transformado, segundo O Senhor; “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;29

Estamos num grande teatro; os que nos cercam são a plateia; “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;15 e 16

Em Cristo, a luz da verdade é acesa dentro, e requer um modo de agir que seja a difusão dessa luz que recebemos, mediante condigno modo de vida.

Por fim, não há inocência nos que são enganados, uma vez que, são “corruptos de entendimento, réprobos quanto à fé.” A corrupção requer dois lados concomitantes; corruptor e corrompido. O que propõe e o que aceita aos ensinos errôneos. O falso obreiro é uma resposta de Satã, aos desejos dos que, tendo uma índole religiosa, não a têm obediente, senão, ficariam em Cristo.

Nessas almas, “Janes e Jambres” dominam, distribuindo seus placebos “espirituais.”

“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tom 4;3 e 4

Faraó tem dias contados. Quem seguir aos servos dele, perecerá junto. “Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

"Quem sou eu para julgar?"


“Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.” Jo 7;24

O “não julgueis” tem sido o biombo favorito dos desobedientes, que, denunciados por seus descaminhos, correm para trás dele.

Faça-se aos tais, uma pergunta objetiva sobre as perversões sexuais da moda, sobre o que esbarra na aversão do Senhor, e logo se esconderão atrás de um “versículo” que alguém inventou para esse fim; fugir da Palavra de Deus. “Quem sou eu para julgar?”

Sobre a capacidade humana, foi dito que Deus fez o homem, “... pouco menor que os anjos; de glória e honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das Tuas mãos; tudo puseste debaixo dos seus pés:” Sal 8;5 e 6

Quem exerce funções ministeriais, deve ser depositário da Palavra de Deus; na Antiga Aliança eram os sacerdotes, na Nova os obreiros. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

Assim, quando alguém nos pergunta algo mais polêmico, deixa nas entrelinhas que sabemos a Vontade Divina acerca daquilo, pelo dever funcional de conhecermos À Palavra de Deus.

Quando apresentamos o que está escrito sobre determinado assunto, não estamos apresentando particular juízo, movidos pelas nossas motivações; antes, evidenciamos o juízo Divino, conforme está expresso.

Sequer precisamos nos esconder após um “quem sou eu para julgar”, uma vez que, estamos cientes que não será nosso juízo, mas o Divino que verterá. Todavia, esses melindrosos avessos à mínima ideia de juízo, quando se trata da defesa dos seus pecados de estimação, presto nos chamam de “moralistas, fundamentalistas, religiosos legalistas, expoentes de discursos de ódio”, isso que eles são avessos a julgar.

Resulta necessário que, são refratários ao anúncio do juízo Divino que veta suas comichões favoritas, apenas; no tocante a eles, podem nos julgar como aprouver; colar em nós os rótulos derivados dos seus juízos peculiares. Não deveriam viver pelo “não julgueis,” uma vez que esposam esse conceito?

O “Quem sou eu para julgar”, longe de ser uma atitude piedosa e humilde, é uma cretinice covarde que ama mais à aprovação do mundo ímpio, que, de Deus. Já ouvi isso do Papa Francisco, do Padre Fábio, da “bispa” Sônia Hernandes, dos “pastores” da graça barata, que desprezam nosso “farisaísmo”, embora, não julguem.

A Palavra de Deus é categórica sobre o homossexualismo; “como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, Ele os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;” Rom 1;28 “Não erreis: nem devassos, idólatras, adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus.” I Cor 6;10 etc.

Quem apresenta A Palavra de modo idôneo, é mero porta-voz, não juiz. Isso incomoda, sabemos. Mas, denunciamos a toda sorte de pecados, pois, A Palavra não faz distinção, como um fosse mais réprobo do que outro. Todos os pecadores são chamados ao arrependimento e mudança de vida para salvação; os que preferem mudar À Palavra invés de mudar suas vidas, estão julgando ao Próprio Deus, por terem A Palavra Dele como imperfeita, falível.

Enfim, nenhum de nós carece julgar; mas, se temos o ministério na Obra de Deus, por ofício, o mínimo que se deve esperar de nós, é que conheçamos o que O Eterno falou sobre cada assunto que desejou que conhecêssemos Sua Vontade a respeito.

Das coisas ordinárias da vida espiritual, não saber julgar segundo Deus é que seria o fato vergonhoso, como disse Paulo em determinada ocasião: “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas?” I Cor 6;2

O motivo da incapacidade daqueles, para o conhecimento da vontade Divina nas coisas mínimas, foi diagnosticado pelo Apóstolo, noutro trecho: “... porque alguns ainda não têm o conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa.” I Cor 15;34

Quem sou eu para julgar? Como homem sou mero pecador, que careço do perdão Divino, da Graça de Cristo, para ser salvo da Ira que virá; como ministro, uma voz capaz de fazer audível o Juízo Divino, deixado na Santa Palavra.

A pior das faces da maldade é aquela onde o mal se camufla, tentando furtar às vestes do bem; onde o orgulho se atreve a desfilar com o modelito da humildade.

Há dois gêneros biológicos e múltiplas formas de perversão. A recusa de conhecer ao Eterno nos Seus Termos, é já um julgamento, que coloca as inclinações da carne, acima da revelação de Deus. Alguma anomalia pontual deve ser tida como tal, não, como viés legitimador do que Deus abomina.

Os hereges


“Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o.” Tt 3;10

Buscar mel numa colmeia traz o risco de sofrermos algumas ferroadas; mexer num vespeiro, também. No primeiro caso, ao menos, a existência do mel, compensa o risco. No segundo não há nenhuma compensação, o que tornaria a hipotética atitude, estúpida.

Debater com outrem, razoavelmente esclarecido, intelectualmente honesto, que, diverge do nosso ponto-de-vista é normal. Certamente, sendo um oponente qualificado, eventualmente nos deixará em “saias justas”, com argumentos sólidos, quiçá, fará repensar e mudar alguns aspectos da nossa visão.

Um gládio de ideias nesse nível, malgrado, eventuais picadas, de um e outro lado, compensa, pelo contraponto do “mel” do crescimento para ambos; certamente sairão do pleito melhores do que entraram.

Porém, outro, sem respeito aos fundamentos estabelecidos, que se esmera em defender o indefensável, sem a honestidade de manter que disse algo, se for demonstrado falso, ou, conceder razão ao oponente quando oportuno; enfim, que não se embrenha na floresta dos argumentos sonhando com a clareira da verdade; acha que já a possui. Foge ou distorce tudo aquilo que ameace mostrar sua fragilidade, nesse caso, evitar o debate é mais sábio. Não encontraremos mel entre vespas ou marimbondos.

Paulo aconselhou que não gastemos latim com tipos desses; “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o.”

Entretanto, não é o que acontece. Notórios ateus, vibrantes sectários, especialistas em línguas originais da Bíblia, “intérpretes” preteristas desengonçados que sabem tanto da Palavra, quanto eu de física quântica, nada, estão em muitos vídeos, entrevistas, podcasts, para ensinar. O “Evangelho de Tomé”, de “Maria Madalena”, ETs, reptilianos, não existência do Jesus Histórico, de Moisés, outros esposam que Jesus seria um Deus à Imagem de Paulo, etc.

Não nego que exista algo além da Bíblia; ela não encerra informações sobre tudo o que há; não é esse seu propósito. Entretanto, no motivo pelo qual foi dada, é plena, nada lhe falta. “Visto como o seu divino poder (Deus) nos deu tudo que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela Sua Glória e Virtude;” II Ped 1;3

Para a regeneração das vidas perdidas desde a queda, tudo o que é necessário está na Palavra de Deus.

Se, alguém já sabe tudo e cumpre o que sabe, ao tal, para fugir do tédio, nada mais natural que excursione fora da Bíblia, tentando entender o Livro de Enoque, a saga dos dinossauros, a estrutura das galáxias, o tamanho do Universo, etc. Agora, quem não sabe o básico, ou, se sabe não cumpre, qual o sentido de exercitar-se em ímpias ginásticas mentais, cujo fito é desfazer da crença alheia, invés de edificar ao semelhante?

Quem encontrou a salvação, labora para difundi-la, não, para lutar contra os que creem. Os que se opõem, sabemos, servem a outro espírito, e nada lhes compete construir, uma vez que se alistaram nas fileiras do destruidor. Jesus disse: “O ladrão não vem senão a roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” Jo 10;10

O Evangelho é a maior declaração de amor de todos os tempos. Mas, está tão amalgamado à justiça, que foi necessário ao Eterno, escrevê-la com sangue. Logo, a leitura isolada, do Amor Divino, deixa de ser O Evangelho, torna-se uma heresia, ao sabor da humana e perversa concepção de “amor”.

O “Carro da salvação” é puxado por uma parelha antagônica; de um lado, o Amor Divino pelos pecadores; do outro, o ódio do Eterno, ao pecado. Do Salvador foi dito: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o Teu Deus, Te ungiu com óleo de alegria mais do que aos Teus companheiros.” Sal 45;7 

Quem não sabe separar uma coisa e outra, ao menos deveria saber fazer silêncio. Entretanto, em linhas gerais, quem menos tem a dizer é quem mais fala, salvas venturosas e raras exceções.

O tempo que gastamos após vespas, discutindo com esses cujo benefício é zero para nosso crescimento, e para proveito do Reino de Deus, perdemos, deixando de fazer a coisa certa, altercando acerca do sexo dos anjos. Qual o sentido?

Não basta que tenhamos alguma luz espiritual; é necessário que essa luz seja usada para fim proveitoso, senão, nosso entendimento será usurpado pelo poder das trevas. O Salvador ensinou: “... Se a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

Pouco importa se, “fulano não crê na existência de Jesus”; “beltrano, duvida que A Bíblia seja de origem Divina”, etc. Como bem disse Spurgeon, não trocamos de lugar com reis em seus tronos, a menos que eles também, conheçam a Jesus. Quanto aos hereges, não os conheço.

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Peregrinos


“Do mundo são, por isso falam do mundo, e o mundo os ouve.” I Jo 1;5

Dois traços para identificação dos falsos profetas e mestres. Quando suas predições, doutrina, ensinos, desalinham das Escrituras, ou, suas pregações, recebem aplausos de gente que não é do Senhor.

A mensagem deve ser pregada aos ímpios, claro! Mas, quando esses a recebem, invés de aplausos, mostram arrependimento, tristeza, contrição. Se não for assim, mesmo pensando que a receberam, ainda não entenderam o que está em jogo; a salvação das almas, mediante arrependimento e conversão.

Em geral, o ser humano aplaude a si mesmo; quando se identifica com determinada performance, arte, ensino, discurso... Quando um ímpio se “encontra” com uma mensagem espiritual, há sobejas razões para acreditarmos que a mesma não procede do Senhor; pois, Ele confronta à impiedade chamando ao arrependimento, invés de avalizar às más posturas. Após o perdão sempre tem um sisudo, “não peques mais.”

Se, um pregador “descolado” com sua “teologia liberal”, seus chavões “politicamente corretos” desfila airoso entre aplausos do mundo, não significa que esteja revolucionando-o com sua mensagem; antes, que ele deturpou à Santa Palavra, por amar mais à glória dos homens, que a de Deus. Trata-se de um farsante, drogando incautos com rótulos bonitos, ninando o berço de mortos.

“... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

O vulgo arde em febre, por modernismos; nós, ainda que possamos usufruir de meios tecnológicos de última geração, quando ao caminho espiritual, por ter vertido seu ensino da Fonte Perfeita, não há lugar para melhoramentos; apenas perseverança. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos.” Jr 6;16

Cristãos não pretendem ser melhores que outros que não creem. Mas, atendendo ao chamado de Cristo foram desafiados ao “caminho estreito”, logo, se forem vistos andando “folgados” demais, certamente é porque se desviaram da vereda proposta.

Somos exatamente iguais aos demais pecadores; contudo, aceitamos um convite, que, traz anexo um jugo de obediência a Deus, cuja vontade destoa do jeito mundano. “Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;29

Isso requer uma postura diferente do modo corriqueiro; quem se atreve a andar após Cristo deve ser um “... que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem seu prazer na Lei do Senhor, na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;1 e 2 

Não acha A Lei do Senhor, “jurássica” ultrapassada, carente de edições modernizantes. O que foi superado por ser, segundo os “rudimentos do mundo”, a própria Palavra ensina. No demais, nenhum reparo é necessário.

Empreendedores perspicazes, fazem pesquisas, consultam os anseios do povo, até descobrirem um “nicho de mercado;” o que falta em determinada praça, antes de se lançarem em novo empreendimento.

Os farsantes espirituais nem precisam disso; basta semearem segundo os desejos ímpios, poluindo locais que deveriam ser consagrados à Palavra, com músicas antropocêntricas, coreografias sem vigor espiritual, luzes, fumaça, paredes escuras, e mensagens humanistas, materialistas, ensejando motivação, onde deveria estar a “Água da Vida” fomentando arrependimento para regeneração. Como disse Watchman Nee, “muitos tentam ensinar o ímpio a viver melhor, quando deveriam ensiná-lo a morrer melhor.”

Invés dos “investidores” buscarem o público, esse os busca em sua doentia avidez pelo engano. Tais, conhecem a “receita” de Soren Kierkegaard: “Para dominar as multidões, basta conhecer as paixões humanas, certo talento, e boa dose de mentiras.”

Dominam todas as paixões, pois, padecem das mesmas; assim, propõem a saciedade das alheias, enquanto se locupletam fartando às suas. Paulo disse que os “consumidores” dos últimos dias seriam doentios assim: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Um “cristianismo” que oferece matéria-prima para humoristas, menções “honrosas” de “líderes espirituais” em revistas que alistam às grandes fortunas, é um derivado dessa farsa, não da Sã Doutrina do Senhor.

A Palavra da Vida desafia-nos a mudar de mentalidade e de atitudes, deixando o curso do mundo, andando segundo O Senhor. Quem ousar fazer isso, espere por vaias, não, por aplausos alheios. Incomoda um pouco, porém, “O mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” I Jo 2;17

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

O risco de ignorar


“... Vós não sabeis de que espírito sois.” Luc 9;55

Samaritanos se recusarem a receber Jesus e Seus discípulos; dois deles, Tiago e João cogitaram clamar aos Céus pedindo que caísse fogo sobre eles. Então, O Salvador disse as palavras acima, e acrescentou: “Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las...” v 56

Isso deve ser lido pontualmente, sem derivar daí, consequências ausentes. Certo é que o direito de crer ou descrer segue intocável, e, por alguém recusar à mensagem de Cristo, não legitima nenhuma animosidade contra o tal. O que foi vetado então, continua válido.

Entretanto, alguns partidários da “Graça Barata” que resumem suas Bíblias ao “Deus É Amor”, presto elevam suas vozes contra o “Legalismo, cegueira religiosa” dos que, anexo ao amor Divino que chama para arrependimento, apresentam a disciplina necessária, para os que pretendem seguir ao Senhor. Não veio destruir, mas salvar; porém, virá de novo e julgará segundo Sua Palavra; Seu amor não restringe Sua Justiça.

Paulo aconselha: “Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus...” Rom 11;22

Se alguém tenta fundir a universalidade do Amor Divino, com permissividade, o tal não entendeu o que significa nascer de novo, nem o que é andar em espírito. “Vós não sabeis de que espírito sois.”

O novo nascimento em Cristo teve o auxílio do Espírito Santo, capacitando a entender e constrangendo a recebermos a Palavra da Vida; certamente, nas vidas dos salvos segue atuando. Daí a postura necessária dada desde a Antiga Aliança, reiterada por Pedro. “Porquanto está escrito: Sede santos, porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;16

Grave é não saber qual Espírito anima-nos, bem como, ignorar esse fato contíguo, que não somos mais autônomos. Pertencemos a Cristo que nos regenerou, e ao Espírito Santo que nos habita.

A autonomia que o canhoto prometeu era falsa. Invés de o homem decidir livremente segundo sua vontade, foi feito escravo do pecado, incapaz de agir, resistindo a ele. “Porque o que faço não aprovo, o que quero não faço, mas o que aborreço, isso faço. se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;15 a 17

Os escrúpulos de gente que se sente desconfortável pecando, “consinto coma Lei que é boa”, mas, por escravo, não pode agir de modo diferente. Poderemos atuar segundo Deus, apenas recebendo a Cristo. “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Infelizmente é muito comum encontrar “cristãos” que não sabem de que espírito são. Eles estão nas filas das lotéricas fazendo suas “fezinhas”; “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para seus caminhos, e sê sábio.” Prov 6;6 na fila do churrasco, na festa do “santo padroeiro”, ignorando que coisas consagradas aos ídolos nos são vetadas. “... as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios.” I Cor 10;20 Não importa o nome do “Santo” sabemos o que está por trás.

Muitos por crassa ignorância, inda buscam “benzedeiras”, outros leem cartas como se isso fosse equivalente de ler à Bíblia; “vós não sabeis de que espírito sois.” Tiago amplia: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais que, em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4;4 e 5

A Palavra de Deus é categórica sobre a necessária separação entre o santo e o profano; “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; Eu serei seu Deus e eles serão Meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e vos receberei; serei para vós Pai, vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6;14 a 18

Naquele contexto inicial, os discípulos erraram por desejar juízo onde o propósito era salvação; os mencionados acima erram, pela falta de costume de ouvir O Espírito que lhes foi dado na conversão. “... Andai em Espírito, não cumprireis a concupiscência da carne.” Gl 5;16

terça-feira, 27 de agosto de 2024

"Cristo nunca existiu"


“Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem.” Sal 14;1

Bons tempos aqueles em que a estupidez tinha escrúpulos e fazia mal apenas ao próprio coração. Hoje, perdeu a modéstia e se pôs a “ensinar”, para deleite dos seus semelhantes.

Deparei com um vídeo onde dois ateus ridicularizavam da existência de Jesus, negando-a, em falas vorazes que tinham a velocidade de uma metralhadora, e a consistência cerebral de um camarão.

O "mestre” dizia que, se fosse um fato histórico, pelo menos um historiador deveria ter mencionado Cristo, e segundo ele, nada. Citou Filo de Alexandria que teria escrito 30 livros e vivido na mesma época, sem citar Jesus, como uma “prova” que Ele seria produto de um romance, uma ficção, não uma pessoa histórica. Investigadores honestos não derivam a verdade de omissões.

O fato do dito escritor não o ter citado não é prova cabal de Sua inexistência. Flávio Josefo, malgrado, não fosse seguidor de Cristo, mas um sacerdote do judaísmo, era também historiador, vivendo em Jerusalém, não em Alexandria como Filo.

Ele escreveu, em seu livro Antiguidades Judaicas, livro 18, parágrafos 63 e 64, escrito em 93 em grego koiné: "Havia neste tempo Jesus, um homem sábio [se é lícito chamá-lo de homem, porque ele foi o autor de coisas admiráveis, um professor tal que fazia os homens receberem a verdade com prazer]. Ele fez seguidores tanto entre os judeus como entre os gentios.[Ele era o Cristo.] E quando Pôncio Pilatos, seguindo a sugestão dos principais entre nós, condenou-o à cruz, os que o amaram no princípio não o esqueceram;[ porque ele apareceu a eles vivo novamente no terceiro dia; como os divinos profetas tinham previsto estas e milhares de outras coisas maravilhosas a respeito dele]. E a tribo dos cristãos, assim chamados por causa dele, não está extinta até hoje."

Logo, o argumento que nenhum historiador citou a existência do Salvador é mentira do sujeito, ou, crassa ignorância; ele que escolha a razão. 

Ademais, ignorar que os Evangelhos são quatro reportagens históricas, de autores diferentes, tendo, inclusive, pequenas discrepâncias; tentar agrupá-los numa coisa só como se fosse uma ficção ou romance de único autor, é preciso um cérebro de galinha para isso.

Em dado momento o “mestre” ateísta, disse que Marcos e Lucas não eram discípulos. Como eles poderiam saber coisas como o sonho da mulher de Pilatos, que teria aconselhado o marido a não se meter com Jesus? Perguntou.

Marcos não era dos doze; era de segunda geração. Certamente aprendeu dos apóstolos que andaram com O Senhor. Lucas admite que não foi testemunha ocular, antes, que entrevistou aos que foram para escrever. Disse: “Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra, pareceu-me também conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio;” Lc 1;1 a 3

Pior que ver duas cabeças ermas desprovidas do recheio original que deveriam ter, foi ler os comentários sob o vídeo de outros do mesmo calibre. “Ganharam um seguidor, são fantásticos, sempre fui enganado, mas abriram meus olhos” etc. 

A Bíblia ensina que seria assim. “... tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

As consequências benditas da Doutrina de Cristo, ensinada, crida e vivida, como ficam? Aquele que era adúltero, e tendo aprendido Dele, mudou de vida se tornou um homem decente, quem o indenizará pelo seu engano? Os que deixaram o crime, as drogas, a mentira, por amor a Cristo, como ficam? Quem os reembolsará pelos prejuízos??

“Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.” I Cor 15;33

Ele mesmo, Cristo ensinou como poderíamos desfazer eventuais dúvidas quanto à origem dos seus ensinos; “... Minha doutrina não é Minha, mas Daquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

A Palavra nem se detém muito com a irrelevância dos que se opõem ao evidente. Apenas coloca-os na devida prateleira e segue seu curso; “Disse o néscio em seu coração: Não há Deus.”

Porém, no tempo do juízo, os que trabalham contra a verdade, serão alvos da Ira, porque desprezaram e debocharam dos apelos do Amor Divino; “Do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.” Rom 1;18

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Sobre as águas


“Quando subiram para o barco, acalmou o vento.” Mt 14;32 Após um breve passeio sobre as águas, Jesus e Pedro, tende esse mergulhado, também, subiram ao barco onde estavam outros discípulos.

Mar agitado, ventos fortes, situação que mudou, de uma hora para outra. “quando subiram para o barco, acalmou o vento.” Certamente concorreu a vontade do Senhor, que tem poder sobre essas coisas; isso encerra uma lição que faremos bem em aprender.

No caso de Jonas, se dera o contrário. Terrível tempestade ameaçava o navio; ele assumiu ser o culpado, por estar fugindo de um mandado Divino, pediu que fosse lançado ao mar; feito isso, a tempestade acalmou. Num caso o vento serenou quando se aumentou a carga; no outro, quando se diminuiu, por quê?

No caso de Jonas havia relação de causa e efeito. A tempestade viera como punição a uma desobediência. Punido o rebelde, a procela deixou de existir. Os desdobramentos, com o arrependimento do profeta, e obediência, são de outra história.

No caso de Jesus e os discípulos, não havia uma causa corretiva. Perante os Seus, O Salvador explicava coisas em particular, como o sentido das parábolas; também permitia que eles vissem coisas que eram vetadas aos demais; como no monte da transfiguração, a Pedro, Tiago e João; ou, o incidente de andar sobre as águas. Essa intimidade fora predita, em dias idos; “O segredo do Senhor é com aqueles que O temem; Ele lhes mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14

Como os que acompanhavam ao Senhor eram Seus alunos, natural que aquilo tivesse uma função didática, diferente da correção de Jonas.

Andar contra os ventos em águas agitadas, é comum aos que ousam ser diferentes do mundo, seguindo após os ensinos do Senhor. Ele mesmo disse: “Tenho-vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo.” Jo 16;33

Duas situações antagônicas: No mundo, águas agitadas, ventos opostos, aflições; em Cristo, Paz. Não por acaso, quando O Salvador entrou no barco, as águas se acalmaram. Há uma lição importante aí.

Grosso modo, confunde-se a paz do mundo com a do Senhor; mas Ele disse que não é assim. “Deixo-vos a paz, Minha paz vos dou; não vos dou como o mundo dá. Não se turbe vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14;27

A “paz” do mundo, em geral, é uma calmaria baseada em apetites naturais saciados; por um pouco; como um leão no prado que, após devorar a uma zebra repousa “pacífico”. Miquéias descreveu alguns assim: “... que mordem com seus dentes e clamam paz; mas contra aquele que nada lhes dá na boca preparam guerra.” Miq 3;5 

O preço desses é a saciedade dos seus anseios. Paulo também apreciou aos dos seus dias, uns; “Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e a glória é para confusão deles; que só pensam nas coisas terrenas.” Fp 3;19

A paz de Cristo reconcilia-nos com Deus, a despeito do que aconteça ao redor. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Feito isso, presto soprarão ventos de perseguições, valores invertidos, difamações, calúnias, inveja dos falsos cristãos, etc. sopram contra os que pretendem “navegar” com fidelidade. As águas, os povos, se deixam agitar por essas coisas; tentam nos contagiar com suas agitações. É indispensável que Jesus Cristo esteja “no barco”, para que, tais tempestades ímpias não nos façam naufragar.

Andar sobre as águas, naquele incidente foi algo literal; hoje podemos fazer o mesmo, como Pedro, enquanto não duvidou do Mestre. Agora num sentido figurado, de não submergir nessas coisas que afundam os que não têm O Senhor como timoneiro das suas vidas.

Usando uma figura mais sólida, O Salvador nos desafiou a edificarmos nossas casas sobre a rocha, pois elas serão testadas pelos rigores naturais. “Desceu a chuva, correram rios, assopraram ventos, combateram aquela casa e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.” Mat 7;25

No primeiro caso, bastaria confiar no Senhor irrestritamente para não afundar; Pedro falhou. No segundo, cumprir à Palavra que ouvimos, para termos firme a nossa casa espiritual, o que, também requer confiança inabalável no Salvador.

A paz de Cristo não é flutuar pela ausência de problemas; antes, manter-se íntegro em meio a Eles, ciente da Bendita Presença, conosco. “Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43;2

Se as agitações circunstantes estão ameaçando afundar-te, verifique se O Senhor está na embarcação; caso não, convide-o a entrar. Entrando Ele, os ventos acalmarão.

domingo, 25 de agosto de 2024

Os sete sóis


“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas.” Luc 21;25

Todo mundo deve ter visto ou, ouvido falar sobre os “sete sóis” nos céus da China.
Especialistas disseram que é um fenômeno atmosférico que, dada a posição da terra, das nuvens e da umidade do ar, etc. possibilitou que o astro produzisse seis reflexos, gerando assim, a ilusão que, havia sete sóis ao mesmo tempo.

Seja como for, é algo extremamente raro, tanto que, eu jamais ouvi falar. Embora, se possa explicar “como” o fenômeno é produzido, a mim, do prisma de quem sabe que Deus preside sobre essas coisas, importa mais o, porquê.
Quando criou sol e lua disse: “... Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e noite; sejam eles para sinais e tempos determinados; para dias e anos.” Gn 1;14

Os que conhecem um mínimo de teologia sabem sobre as “setenta semanas” de Daniel, tempo que O Eterno aprazou, para a redenção do povo do profeta, os judeus.

A rejeição de Cristo e Sua crucificação, foi na sexagésima nona semana de anos; 483 anos após a profecia. Antes, sabendo que seria rejeitado, o Salvador avisou: “... o Reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê seus frutos.” Mat 21;43 Haveria uma interrupção, no Divino propósito em relação a Israel, uma mudança de foco.

Paulo ensina: “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. Assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, desviará de Jacó as impiedades.” Rom 11;25 e 26

Assim, a rejeição de Israel duraria até certo tempo, que seria dado aos não judeus, os gentios. Os teólogos chamam de era da Igreja. Então, cumprido esse tempo, a graça do Eterno voltaria outra vez para o povo eleito, para os regenerar e perdoar seus pecados.

Que sinal haveria quando esse tempo estivesse chegando? “A luz da lua será como a luz do sol, a luz do sol sete vezes maior, como a luz de sete dias, no dia em que o Senhor ligar a quebradura do seu povo, curar a chaga da sua ferida.” Is 30;26

A luz da lua sendo como a do sol, tornaria a noite em dia; a do sol sete vezes mais, certamente faria estragos à natureza. Então, não devemos entender literalmente. A lua figuraria a própria nação de Israel, uma vez que o tempo da igreja teria findado; sol tipifica ao próprio Deus, como Ele mesmo usa essa figura, mais de uma vez: “... para vós, os que temeis Meu Nome, nascerá o sol da justiça...” Ml 4;2 “... o oriente do alto nos visitou...” Luc 1;78 quando nasceu Cristo; “Porque o Senhor Deus é um sol e escudo...” Sal 84;11 etc.

Assim, esse upgrade luminoso do sol e da lua, figura uma iluminação espiritual especial, sobre o povo de Israel. “Sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e súplicas; olharão para Mim, a quem traspassaram; e prantearão sobre Ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por Ele, como se chora amargamente pelo primogênito.” Zac 12;10

Por que, sobre a China? Um país que adota como símbolo um dragão, que na Bíblia, figura o Capeta? Porque lá já é, como será em toda a terra, quando do império global do canhoto foi instaurado. Castração de direitos, vigilância eletrônica, supressão da liberdade de crer, escolher, expressar-se... cidadãos não passam de gado no curral do partido comunista.

Durante esse sistema, de opressão planetária, governo único e ímpio, O Criador voltará Sua Graça especial sobre a nação de Israel, tão odiada ao longo dos anos.

O sol, servo do Deus Altíssimo, como um precursor Dele, está “tocando trombeta” para avisar ao povo da aliança, que seu tempo se avizinha.

Títeres de Satã conspiram, manipulam, fraudam, na pressa de entregar todo governo da terra a ele, O Senhor observa e pergunta pelas razões deles; “Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos suas ataduras, e sacudamos de nós suas cordas?” Sal 2;1 a 3

De nada valem os mais eloquentes sinais, para quem se recusa a ver. A ciência “explica” tudo. Por isso, Daniel adverte: “... os ímpios procederão impiamente, nenhum dos ímpios entenderá; mas os sábios entenderão.” Dn 12;10 Sejamos sábios, pois.

sábado, 24 de agosto de 2024

O Processo


“Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principais dos sacerdotes para lhe entregar. Eles, ouvindo-o, folgaram, e prometeram dar-lhe dinheiro; buscava como O entregaria em ocasião oportuna.” Mc 14;10 e 11

Os religiosos a o pérfido Judas, confabulando para atentar contra a Vida do Senhor.

Estando acordados sobre o preço do “trabalho”; esperavam por um momento propício. Que tipo de situação era essa? “... os principais dos sacerdotes e os escribas buscavam como O prenderiam com dolo, e O matariam. Mas eles diziam: Não na festa, para que porventura não se faça alvoroço entre o povo.” Vs 1 e 2

Seria preciso que Ele fosse pego em flagrante delito; como? Estava decidida a sentença Dele já; pretendiam matá-lo. Faltava-lhes um pretexto que “justificasse.” A profecia que atinava a isso previra o “problema” deles. “Eles Me cercaram com palavras odiosas, pelejaram contra Mim sem causa.” Sal 109;3

A “ocasião oportuna” que poderiam esperar, pois, seria encontrar O Salvador apenas com os discípulos; assim o fizeram, quando Ele orava no Getsêmani. Quanto às acusações, o STF da época daria um jeito. “Discursos de ódio, Sinedriofobia, sedição contra César...” Qualquer coisa serviria. Achada a “falha” do Senhor, açodariam o povo contra Ele, requerendo a sentença. “Crucifica-o!”

Tiranias agem assim. Quando a casamata da hipocrisia sob a qual se abrigam, ameaça ruir, alguém lhes diz verdades incômodas, presto atacam o “problema”. A “solução”, nunca lhes é uma mudança de rumo, deixando a falsidade, se adequando às demandas justas; antes, a remoção do denunciante, aquele “perturbador” que atenta contra as liberdades, contra a “democracia”.

Tomam por debaixo dos panos, suas resoluções iníquas e escusas; se o fizessem à luz, poderiam sofrer objeções. Disfarçam a formação de quadrilha sob a névoa de benfeitores sociais. Superado esse risco de insurreição da plebe contra a injustiça que obram, então, convocam as multidões, devidamente manipuladas, para que vociferem por princípios retos, como se esses estivessem ameaçados, num emaranhado de barulho e efervescência emocional, sob o qual camuflam seus intentos assassinos.

Hoje, vemos os mesmos métodos safados de sempre. Meia dúzia de pilantras se amontoam aqui, acolá, e decidem entre eles, qual será a “vontade do povo”. Acaso, nossos representantes, depois de eleitos respeitam-nos? Basta ver o pífio Congresso que temos, com uma minúscula leva de exceções, para constatarmos que esse viés cretino, de diluir no todo, vícios de poucos, continua com a pujança de sempre.

Segundo especialistas em ritos processuais, mais de uma dezena de ilícitos foram cometidos no “julgamento” de Jesus. Isso não importava para os “defensores da justiça”; eles careciam se livrar do problema.

Esse era o mais incisivo “defeito” do Senhor. Por não comprar enlatadas as pretensões sistêmicas, as “justiças” derivadas do marketing, nem validar os louvores superficiais dos que se rendem às aparências, Ele desafiava cada um a olhar para si, encarar os fatos, a verdade. “... Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.” Jo 8;7 disse certa vez, quando pretendiam apedrejar uma adúltera.

Tá certo que a verdade nos coloca em “saias justas”, quando falhamos. Mas, olhar para dentro de si, escutar a própria consciência, pareceu “justa” demais, àqueles. Invés de “matarmos” nossos descaminhos pelo arrependimento, por que não, matar quem os denuncia? Escolheram assim.

Urge que compreendamos isso, pra que O Inefável Sacrifício de Cristo seja eficaz para nossa salvação. Não basta que externamente pareçamos probos, sejamos “gente boa”; carecemos escutar o testemunho fiel, de quem não mente, nossas consciências, e à luz dessa, não vermos mancha.

Aquela “purificação” exterior, feita pelos sacrifícios que se oferecia na Antiga Aliança, era um tipo profético que apontava para outra, mais profunda, do íntimo da alma humana. “Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo?” Heb 9;13 e 14

Atualmente, Judas vende O Senhor a outros compradores; falsifica Sua Doutrina, emporcalha a verdade que Ele ensinou; dirige pesadas diatribes contra Jesus. Digo, os ministros probos, que, fiéis à verdade, O representam.

As falas de Judas são mais palatáveis. Muitos comem-nas para a própria perdição. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Cada um traz em si, um “Xandão” que arranja motivos para ser injusto. Cabe um pé na bunda desse ditador, para que nossas consciências flutuem, invés de rastejar.

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Necessária ousadia


“Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, O Altíssimo, tem feito para comigo.” Dn 4;2

Temos aqui, um “enclave” escriturístico. Os escritos eram arranjos de cronistas que reportavam as incidências mais relevantes do povo eleito; dessa estirpe, os livros históricos dos Juízes, Crônicas, Reis, Ester, Neemias; antes, a Lei, como eram chamados os livros iniciais dados mediante Moisés; parte, talvez, por Josué, ou algum escriba da vez. Os livros sapienciais, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares, compêndios de conselhos para vida, dos sábios; ou, os profetas. Fossem os chamados maiores, ou menores, em alusão ao volume dos seus escritos, eram sempre hebreus, os autores humanos, usados por Deus.

Entretanto, no capítulo 4 de Daniel, temos o escrito pelo rei babilônio, Nabucodonosor. Não obstantes todos os deuses caldeus, os relatos para a história que ele escreveu, respeitam ao “Deus Altíssimo”, do qual, teve conhecimento através de Daniel.

“Profetas” atuais, não raro, se lambuzam em lisonjas, antes autoridades ímpias, das quais esperam obter alguma vantagem; deveriam aprender, com Daniel. Embora cativo, agia com a independência espiritual que convém. Independência no que tange aos poderes terrenos; por se manter absolutamente dependente de Deus, e Sua vontade.

O Eterno dera um sonho ao orgulhoso monarca, cuja interpretação era dura. Seria humilhado por sete anos, comendo pasto no campo, com os animais, para que baixasse sua arrogante crista e entendesse quem governa.

Todos os “sábios” foram convocados; “não puderam” interpretar. Ou, bancaram os desentendidos, por mais afeitos às conveniências, que à verdade.

Óbvio que Daniel se perturbou, quando chamado a interpretar o sonho! Pegasse o rei de mau humor, poderia ser morto. Afinal, o megalomaníaco sentia-se um deus e estava na iminência de ser “promovido” a bovino. “Então Daniel, cujo nome era Beltessazar, esteve atônito por uma hora, seus pensamentos o turbavam; falou, pois, o rei, dizendo: Beltessazar, não te espante o sonho, nem sua interpretação. Respondeu Beltessazar, dizendo: Senhor meu, seja o sonho contra os que te têm ódio, sua interpretação aos teus inimigos.” V 19

Não podia evitar seus abalos emocionais; também não, pela sua fidelidade ao Santo, falsear com a verdade, usando subterfúgios, tentando dourar uma pílula que era verde, cor de pasto. 

Todos somos diuturnamente desafiados a escolher entre as rasas conveniências humanas, e a verdade; qualquer coisa diferente da verdade, malgrado, se adorne de eufemismos, a rigor, é mentira. E “ficarão de fora os mentirosos...”

Então, ousado, entregou a interpretação fiel; ainda exortou ao soberano para que se arrependesse em tempo de evitar o juízo. “Portanto, ó rei, aceita meu conselho; põe fim aos teus pecados, praticando a justiça, e às tuas iniquidades, usando de misericórdia com os pobres, pois, talvez se prolongue tua tranquilidade.” V 27

Que belo exemplo de idoneidade! Arriscar a vida, pelo amor à verdade. Que vergonha alheia dos que a falseiam temendo às críticas dos devassos. Muitos pastores, ditos “inclusivos”, não passam de covardes fugitivos, temendo mais aos homens, que a Deus. A Palavra ensina: “... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais que fazer. Eu vos mostrarei a Quem deveis temer; temei Àquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; a Esse temei.” Luc 12;4 e 5

Ao rei descuidado, parecia mais importante a interpretação, como quem “mata uma charada” Divina, que, o teor do que estava sendo interpretado. Portou-se indiferente, como se, Deus O Altíssimo, não o pudesse confundir mais com enigmas, dado que “ele” tinha, em “seu reino” um homem da envergadura de Daniel. Ah, descuidado sonolento!

Infelizmente, muitos frequentam igrejas com a mesma indiferença de Nabucodonosor; onde, o desempenho do pregador é apreciado, como se ele fosse um artista em busca de performance, enquanto, o teor de sua pregação, acaba esquecido, desprezado. Natural, nesses casos, que invés dos verdes pastos e as águas tranquilas que O Sumo Pastor tenciona, acabem ruminado ervas ordinárias, na exclusão dos lugares santos.

Por escolherem a impiedade, alheios à Palavra do Senhor, por Ele, acabam banidos das congregações. Muitos se dizem “desigrejados” porque o sistema é ruim; quando são desgarrados do rebanho, porque seus corações são ruins, negligentes quanto ao que ouvem. “Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos. Porque O Senhor conhece o caminho dos justos; porém, o caminho dos ímpios perecerá.” Sal 1;5 e 6

A fidelidade encerra riscos. Contudo, pode garimpar testemunhos virtuosos, como fez Daniel, emulando o ímpio rei, a testemunhar, depois de passar pelo juízo previsto.

O Eterno não nos chamou para que fôssemos felizes na terra; antes, íntegros, ousados, verdadeiros. A ventura dos fiéis os espera no além, onde “... Deus limpará de seus olhos toda lágrima.” Apoc 7;17

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Os amigos de Deus


“Não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de Meu Pai vos tenho feito conhecer.” Jo 15;15

A relação do Salvador com os discípulos era bastante estreita, sem segredos; foram tratados como amigos Dele.

Embora aquele que não nutre aversão nem deseja nosso mal, num sentido amplo possa ser considerado amigo, a amizade verdadeira é algo mais. Intimidade, companheirismo, confluência de valores, ausência de segredos.

Quem se atreve a uma relação assim, com Deus, certamente recebe contrapartida; O Eterno se apraz naqueles que O temem; “O segredo do Senhor é com aqueles que o temem; Ele lhes mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14

O primeiro passo é a conversão, na qual, a inimizade que a vida pecaminosa demonstrava é apaziguada pela remissão e mediação de Cristo; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Não se trata de uma amizade entre iguais. Ele É O Criador; somos criaturas, que recebem a adoção de filhos, através dos Méritos de Cristo. Por essa distância abissal, natural que a amizade requeira um quê de serviço, de obediência ao que É Perfeito, como ensinou O Senhor: “Vós sereis Meus amigos, se fizerdes o que vos mando.” Jo 15;14

Mandou que não atuássemos segundo o mundo, que se lhe opõe; Tiago exorta: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Seria insano supor que, teríamos intimidade com O Todo Poderoso, vivendo às nossas maneiras. Paulo diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Amizade verdadeira se preocupa com as necessidades daquele que estima. Isso está numa prateleira muito superior ao utilitarismo interesseiro que muitos presumem ser, o cristianismo. Não se trata de reclamar bens, posses, porque agora, somos amigos Dele; antes, de sermos gratos, porque Ele existe e nos é leal; malgrado, permita, quando lhe aprouver, que passemos por situações delicadas.

Ele não prometeu que nos livraria; antes, que sofreria conosco; pois aos Seus Olhos, é preferível que suportemos dores, privações, para infundir em nossas almas, a necessária têmpera, talhando-nos para a resiliência, na batalha pela preservação da vida espiritual. Então, diz: “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43;2

Essa “prova de fogo”, visa expor aos nossos próprios olhos, nossa realidade espiritual; (Ele É Onisciente) quando nos prova, colateralmente, nos ilumina, deixando ver de quê, somos feitos no aspecto que conta para a vida; “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. Se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão.” I Cor 3;11 a 14

Importemo-nos com o que agrada ao nosso Amigo; comecemos por confiar integralmente Nele e Sua Palavra; “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e é galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Por essa qualidade, Abraão, o “Pai da fé” foi chamado de amigo do Altíssimo; “... creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, foi chamado, amigo de Deus.” Tg 2;23

Malgrado, o troante barulho dos ritos, a espetaculosa exposição nas vitrines da religiosidade, a maioria dos homens dos últimos dias, vive próxima a outras preferências afetivas; eles são, “Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus.” II Tm 3;4

A amizade do Criador com o primeiro homem era notável; todos os dias o visitava no jardim para falar com ele. Mas, “... o intrigante separa os maiores amigos.” Prov 16;28 Dando crédito ao intrigante, o homem rompeu a relação.

A inimizade durou até a vinda de Cristo. Nele, quem quiser pode reconciliar. Ainda passeia pela terra, buscando fazer amizades; “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, com ele cearei, e ele Comigo.” Apoc 3;20

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Os zumbis


“Falamos sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” I Cor 2;7 e 8

Há uma oposição diametral, entre “sabedoria” mundana, e Divina. Do ponto-de-vista de uma, a outra é loucura. Pois, está dito: “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7

Os que se entregam sem reservas ao Senhor, também são reputados, loucos. “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem...” I Cor 1;18

Vestindo a carapuça, Paulo nos ensina: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação.” V 21

A Sabedoria do alto, por não carecer se preocupar em como fazer, (Deus É Onisciente) ocupa-se com o que, e por quê, fazer. Atrela-se mais a objetivos, que a métodos. Por isso o apóstolo disse que, se os religiosos de então, a tivessem conhecido, jamais teriam patrocinado a vergonha do Calvário.

Tiago descreve ambas as sapiências e seus contingentes: “Se tendes amarga inveja, sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja, espírito faccioso, aí há perturbação e toda a obra perversa. Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e bons frutos, sem parcialidade, nem hipocrisia.” Tg 3;14 a 17

Havia duas árvores no jardim; uma para a vida, se mantida a comunhão; outra, que patrocinava a autonomia, tendo a morte como efeito colateral, e a necessidade de aprender, mediante a ciência, o que seria desnecessário, mantida a relação.

Quando do juízo, O Criador, entre outras coisas disse: “Com o suor do teu rosto comerás o teu pão.” Não estava “amaldiçoando com o trabalho”, como concluem alguns mentecaptos preguiçosos; antes, entregando a responsabilidade de provisão do pão, ao homem.

Enquanto estavas submisso, Eu era responsável pela tua manutenção, e te faria saber o que necessitasses; como optastes pela independência, autonomia, terás que aprender o que receberias por revelação; de lambuja buscares teu pão. Mete o peito n’água e faz por ti. Usufrua tua independência, era o significado. Anexo a isso, a escolha do novo “Senhor”, emporcalhou a toda a criação. “... maldita é a terra por tua causa.”

Infelizmente o uso da ciência para fins amorais e imorais, está destruindo a centelha que restava, da origem do que fora criado à Imagem e Semelhança Divina. Se, no prisma moral e espiritual o pecado nos tinha distanciado do Criador, restava um potencial humano a ser desperto pelo ensino e emulação rumo à virtude, que ainda era útil para regeneração.

Agora que a ciência nas mãos malignas se ocupa de nos desumanizar, nos fazendo robotizados, pilotados pelas máquinas, estamos cada vez menos “salváveis”; digo, acessíveis ao Amor de Cristo, mediante O Evangelho.

Japoneses fabricam bonecas “humanas”, para fins íntimos; Elon Musk desenvolveu outra pela “Inteligência Artificial” capaz de ser companhia agradável com diálogos educados e inteligentes; Zukerberg trabalha nos óculos capazes de projetar hologramas, paras que tenhamos nossos amigos “conosco” quando quisermos. Cada vez mais coisificados, menos gente, nos tornamos.

Pior é que a “luz no fim desse túnel” é o nefasto trem na contramão. O Reino global do Anticristo, tecnológico, invasivo, tirano. Um holograma do Canhoto, ou similar, exigirá adoração global, e matará quem se negar a isso. Eis o clímax, da Árvore da Ciência! “Foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem falasse, e fizesse que fossem mortos todos que não adorassem a imagem da besta.” Apoc 13;15

Embora a “Besta” será um império global, um reino, terá diante dele uma pessoa, um líder que exigirá para si, coisas que pertencem a Deus.

No aspecto moral, com os rígidos gêneros biológicos, xx ou xy, a ciência não serve; cada um pode ser o que quiser. No prisma tecnológico com a anulação do humano em favor da máquina, viva a ciência! Quem precisa de Deus?

As máquinas nos estão matando; como o processo é indolor, e traz algum prazer aos zumbis, esses as buscam, como um viciado busca, à droga.

Em Babel Deus confundiu as línguas visando dispersar; em Pentecostes disponibilizou, para congregar os salvos em Cristo. Pela ciência, o canhoto isolou cada um em seu mundinho virtual, evitando possíveis contágios humanizantes. Paulo aconselhou a nos portarmos, “... tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência...” I Tim 6;20

terça-feira, 20 de agosto de 2024

"Profetas" Solitários


“Portanto assim diz o Senhor: Se tu voltares, então te trarei, estarás diante de mim; se apartares o precioso do vil, serás como Minha Boca; tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles.” Jr 15;19

Jeremias estava cansado da dura missão; mesmo agindo com integridade, era visto como um maldito, por uma sociedade avessa a Deus e Suas Leis. Parece que já existia então, a narrativa fajuta do “discurso de ódio.” “... Nunca lhes emprestei com usura, nem eles a mim; todavia, cada um deles me amaldiçoa.” V 10

Então, estava olhando meio de longe pra apostasia que denunciara sem resultados. Chegou a pensar que fizera sua pregação no lugar errado falando com pessoas sem influência, sem poder de decisão; então, foi aos lugares “altos” com o mesmo resultado; “Eu, porém, disse: Deveras estes são pobres; são loucos, pois não sabem o caminho do Senhor, nem o juízo do seu Deus. Irei aos grandes e falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus; mas estes juntamente quebraram o jugo, romperam as ataduras.” Cap 5;4 e 5

Não sofria por meros anseios de ser aceito como profeta idôneo, que era; o que o entristecia era o fato de que ele sabia onde a rebelião levaria seu povo. Vidas e riquezas seriam perdidas; por fim, acabariam em cativeiro. “Tuas riquezas e teus tesouros entregarei sem preço ao saque; isso por todos os teus pecados, mesmo em todos os teus limites. Te farei passar aos teus inimigos numa terra que não conheces; porque o fogo se acendeu em Minha ira e sobre vós arderá;” vs 13 e 14

“Nunca me assentei na assembleia dos zombadores, nem me regozijei; por causa da Tua mão, me assentei solitário; pois me encheste de indignação. Por que dura a minha dor continuamente, e minha ferida me dói e não admite cura? Serias Tu para mim como coisa mentirosa e como águas inconstantes?” vs 17 e 18
 

Ver a mão de Deus cumprindo às duras coisas que anunciei, não me foi motivo de alegria, como se eu precisasse de afirmação, defendeu-se; “... não me regozijei; por causa da Tua Mão, me assentei solitário.”

Se encontrava assim, como quem “joga a toalha”; havia desistido de acreditar que veria alguma mudança, por parte do seu povo. Nesse contexto O Eterno lhe disse: “... Se tu voltares, então te trarei, e estarás diante de mim...”. Magnífica liberdade de escolha, que O Eterno faculta! “Se tu voltares...” a decisão sobre isso, cabe a ti; “então te trarei” caso escolhas fazer Minha vontade, estarei junto contigo te capacitando, e tu “estarás diante de Mim.”

A decisão sobre ser ainda profeta ou não, Deus fez arbitrária, porém, o conteúdo da mensagem deveria vir Dele; “... se apartares o precioso do vil, serás como Minha Boca; tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles.” Deus decide o que é precioso e o que é vil; ao profeta cabe a honrosa e dura missão de ser seu porta-voz. Em caso de conflito, lhe é vedado que "negocie” com a impiedade, como se, sua aceitação pessoal fosse tão, ou mais importante que a vontade Divina. “... tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles.”

Quanto, os adivinhadores precisam aprender como age um profeta de verdade! Esses que vaticinam, quedas de aviões, morte de famosos, coisas corriqueiras que, nenhum proveito trazem, a quem escuta, ainda precisam saber o mais elementar sobre profecia; sua origem é nobre, não, vulgar; “... aquele que tem Minha Palavra, fale-a com verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor. Porventura Minha Palavra não é como o fogo, diz o Senhor, como um martelo que esmiúça a pedra?” Jr 23;28 e 29

Esses que saem de um vídeo ao outro em busca de eventos para “encaixar” suas profecias, deixam evidente que buscam seus interesses, não, os Divinos.

Se, como disse Salomão, “Não havendo profecia, o povo perece...” Prov 29;18 Isso por si só evidencia que a profecia veraz, é antes, uma correção de rumos de quem se desencaminha, que uma tentativa de adivinhação, antecipando coisas que presumivelmente acontecerão.

Muitos profetas que começaram bem, hoje estão alienados de Deus, assentados solitários; não, como Jeremias, com indignação pela dureza do povo; antes, solitários porque vertem suas mensagens de si mesmos, fizeram do “profetizar” um ministério. Então, se Deus não os usa, eles usam Deus, empurrando em Nome Dele, coisas que O Santo não ordenou.

Quem sabe, para alguns, ainda haja concerto; “Portanto assim diz o Senhor: Se tu voltares, então te trarei, estarás diante de mim; se apartares o precioso do vil, serás como a Minha Boca...”

domingo, 18 de agosto de 2024

Inadimplentes mentais


“Não te preocupes com as minhas escolhas; afinal, meus boletos vêm todos em meu nome.”

Deparei com essa versão mais rebuscada do, “Não fales de mim, já que não pagas as minhas contas.”

Sempre tive uma ideia mais rasa, acerca da dura rotina de pagar pelos serviços de água, energia, Internet, e parcelas várias das compras no crediário. Para mim, além de ser natural que fosse eu a pagá-las, uma vez que, fui quem usufruiu dos serviços; sempre me soou mecânico, isso, como ir ao banheiro, pelo 1 ou pelo 2; quiçá permitir a “fuga” de uma flatulência, em rigoroso cumprimento da “Lei do ventre livre”. Nada de extraordinário, pois.

Mas, em vista dessas abordagens “filosóficas” do sentido, ou do “status quo” de quem tem em dia, as devidas contas, preciso reconsiderar.

Parece que quem não fica inadimplente nessas coisas elementares, se coloca num patamar acima da crítica, no qual, lhe assistem os direitos de ser e agir como lhe aprouver, mesmo sob o risco de ferir essa ou aquela suscetibilidade. Silêncio! O sujeito paga as suas contas! Já, quem estiver inadimplente...

Desculpem os que esposam esses argumentos tão rasos, mas, não somos tão obtusos assim. O que é uma atitude obscena, senão, uma violação contra o pudor de alguém? Uma injúria, senão uma ofensa contra a dignidade de um semelhante? Uma calúnia, senão, uma difamação em desfavor do próximo? Uma crítica, senão, uma apreciação criteriosa, da opinião, ou postura de outrem? Todas essas coisas e similares, fazem parte do dia a dia, e não envolvem, necessariamente, dinheiro, pagamento de contas ou coisas que os valham.

Seria, cada ser humano, um micro planeta que orbita em redor de moedas? Não existiriam outros valores a se considerar? A nossa inserção nas redes sociais, traz anexa a admissão de que nossas vidas sejam, ao menos em parte, públicas. Eventualmente alguém discordar de nossas escolhas, ideias, se essas forem expostas, parece-me a coisa mais natural do mundo. Atribuir-me coisas que não fiz, se alguém se atrever, estará dando um tiro no pé.

Também me assiste o direito de discordar de quem discorda de mim, desde que eu pense ter motivos para tanto, sem que, em nada, esse gládio na arena das ideias envolva dinheiro, nem careça de malcriações como “argumentos.”

Muitos se fazem ácidos críticos dos Alexandres de Morais e similares, com sua sanha ditatorial atentando contra a liberdade de expressão, sem perceberem suas “carecas” luzindo no mesmo espelho.

A única coisa que espero, acerca das ideias que posto é que, quem discordar, que o faça com certo respeito, no âmbito dos argumentos, não, dos ataques pessoais.

Certa vez convivi com uma pessoa “rebelde sem causa” que fazia da arte de me provocar, seu esporte favorito. Sempre que eu evocava a necessidade de disciplina, fosse para as coisas do cotidiano, fosse para as de âmbito espiritual, ela cantarolava um trecho de antiga música do Raul Seixas: “Faça o que quiseres, pois, é tudo da lei.” Aquilo me irritava, mas eu tinha que engolir o choro.

Um belo dia um sujeito que era doente mental, andejava pelas ruas em farrapos, às vezes seminu, se deu ao direito que “escrever” um volumoso número 2, bem na “pedra-capacho” de nossa porta. Ela ao abrir pela manhã deu de cara com aquilo recente, e o “benfeitor” andando a uma centena de metros já; irada esbravejou, xingando até à terceira geração do cagão.

Quando me convidou a participar da sua indignação, sarcástico respondi: Tudo certo. Ele agiu segundo a tua filosofia. – Como? – Faça o que quiseres, pois é tudo da lei! Ela quase desviou a ira contra mim, enquanto eu ria da situação abostada.

Em geral o ser humano é assim; quando as palavras estão na ponta da língua e podem ser usadas como chicotes, cada um “doma seu leão”. Quando alguma consequência retorna ao próprio seio, se irritam e despejam impropérios.

As “Wokepíadas” de Paris mostraram esse viés. Era proibida qualquer manifestação de cunho religioso; exceto, as oficiais, dos organizadores. Jesus Cristo foi bem didático sobre a necessária isonomia: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7;12

Há uma sala de espera das palavras, chamada consciência; lá, muitos males podem ser evitados, se fizermos uma honesta triagem íntima antes de falar.

Samuel Bolton, pregador puritano dizia: “Se a consciência não for um freio, ela será um chicote.”

Assim, porque sou eu que pago as minhas contas, mesmo as dívidas verbais, serei prudente para não me endividar acima das minhas posses. Como diz um ditado hindu, “Quando falares, cuida, para que as tuas palavras sejam melhores que o teu silêncio.”

A reconciliação


“O Senhor está longe dos ímpios, mas a oração dos justos escutará.” Prov 15;29

Deus ama a todas as Suas criaturas. Manda entregar a cada uma, um convite do Seu amor, para que venham a ser salvas mediante Cristo. Todavia, o fato do Seu amor ser inclusivo, universal, não torna o relacionamento, banal, comum; do tipo que possa ser regido à nossa escolha, “Deus como você o concebe”, dizem. Parece inocente, mas é um desdobramento da antiga sugestão do Capeta; vocês decidirão sobre o bem e mal, certo e errado.

Dessa “visão” errônea, miopia de espúria fonte, se originam monstrengos espirituais, como o ecumenismo, por exemplo. Todos os credos, por discrepantes da Palavra de Deus que sejam, antagônicos, até, estariam certos; ou, seriam aceitáveis. Afinal, todos estariam buscando a Deus, cada um à sua maneira. O Salvador É Categórico: “... Eu Sou O Caminho, A Verdade e A Vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6

Pela Sua Exclusividade e demandas santas, que as pessoas são avessas À Palavra de Deus; não poucos, chegam a adjetivar aos Santos Ensinos, como “discursos de ódio”; assim, quando se abrigam sob a casamata de crenças periféricas, não estão buscando Deus; antes, fugindo Dele. Camuflando isso com artifícios religiosos. Quem deu o primeiro passo para a reconciliação, foi O Eterno, malgrado, a culpa pela inimizade fosse humana.

Os profetas avisaram: “Porque eis que O Senhor está para sair do Seu lugar; descerá, e andará sobre as alturas da terra.” Miq 1;3 “Vendo que ninguém havia, maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; por isso Seu próprio braço lhe trouxe a salvação, Sua própria justiça O susteve.” Is 59;16

O Salvador, no pleno cumprimento do que fora prometido assegurou: “... Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” Jo 10;10

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19
Quando diz “o mundo” alude ao alvo do Seu objetivo; quando pontua, “A Palavra da reconciliação”, refere-se ao método. Não há espaço para termos alternativos. Ou voltamos à comunhão com Deus nos Seus termos, ou jamais retornaremos.

Assim, se Deus fez a Sua parte, cabe ao homem, agora, responder à altura, ao Divino chamado, para que a amizade seja refeita. O Salvador convidou: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;28 e 29

O descanso da alma, Nele, enseja uma paz tal, que já não carecemos sair por aí maquiando a rebeldia sob o disfarce da religiosidade; a Justiça de Cristo é atribuída aos injustos que se arrependem e submetem a Ele. Por Ele, apenas por Ele, o acesso ao Eterno é possível outra vez. Daí voltamos ao verso inicial: “O Senhor está longe dos ímpios, mas a oração dos justos escutará.”

Tendo deixado a impiedade autônoma, na qual vivíamos, sido abrigados sob a Justiça de Jesus Cristo, agora, seremos íntimos do Santo. Ele ouvirá nossas orações.

Pois, se O Altíssimo é inclusivo no que tange à difusão do Seu Amor, colocando-o alcance de todos, é seletivo quanto ao relacionamento. Sua mensagem amorosa é disponibilizada a quem quiser; “Pregai O Evangelho a toda criatura.” Porém, a aprovação não é tão abrangente assim: “Meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Portanto, essa balela que tenta fundir coisas que não são fusíveis, equacionando o fato que Deus aceita e ama a todos, com a ímpia ideia que Ele aceita a tudo, é uma perversão maligna da Doutrina de Cristo.

Desde a Antiga Aliança, O Eterno pontua a barreira que atrapalha o relacionamento com Ele, e o fruir das Suas bênçãos: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado Seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; os vossos pecados encobrem Seu rosto de vós, para que não vos ouça. Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, vossos dedos de iniquidade; vossos lábios falam falsidade, a vossa língua pronuncia perversidade.” Is 59;1 a 3

As pessoas que recusam ao Divino chamado, não o fazem por aversão ao suposto “discurso de ódio”; antes, porque amam pecar, viver às suas ímpias maneiras. Ademais, o ódio nem é tão ruim assim; basta que esteja na prateleira certa. Nela, até Deus o tem; “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” Sal 45;7

sábado, 17 de agosto de 2024

Além do ex


“Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21

Estarem “livres da justiça”, não significa que, vivendo no pecado, não seriam julgados por isso; não é essa a ideia. Antes, nada tinham a perder, sendo injustos; pois, estavam já, espiritualmente mortos. Assim, suas vidas pecaminosas por absolutamente descompromissadas com a obediência, eram “livres”. Quem encontra a “Pérola de grande valor”, abdica de ser livre, daquele modo, pela ventura de ser servo de Cristo.

A simples demanda pelos frutos, na óbvia ausência deles, é já um argumento capaz de despertar os ouvintes, de modo a entenderem a retórica do apóstolo.

“...agora, (convertidos) vos envergonhais.” Não é próprio que nos envergonhemos de frutos, antes de dissoluções, erros, descaminhos.

São normais, motivos para vergonha, tendo vivido às nossas maneiras se, num venturoso dia tivermos um encontro com O Salvador. O contraste diametral, entre o aprendido Dele, e o antes vivido, será inevitável. Não por coincidência, a abordagem primeira do Evangelho é, “arrependei-vos!”

Tenho um pé atrás com as “conversões” de gente que se apresenta com ex isso, aquilo; faz da sua “nova vida”, um eterno recordar das coisas que fazia como satanista, traficante, assaltante, assassino, enfim, na impiedade pretérita.

Cada fala do “convertido”, traz algum feito de quando servia à oposição; o canhoto continua sendo o protagonista na vida do “nascido de novo”; O Senhor, eventual coadjuvante. Onde foi parar o necessário pejo?

No futebol se usa a expressão, a “lei do ex”; quando um jogador que atuou por determinada equipe, agora servindo a outra faz um gol contra seu antigo time. Pois, para esses saudosos do lixo, parece vigorar uma infinda lei do ex, onde deveria vigorar a novidade de vida.

Nosso passado de erros e serviço à oposição, deveria nos envergonhar; ser mencionado apenas, quando estritamente necessário, afinal, agora estamos em Cristo; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17 

Paulo ensina mais: “Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4;22 a 24

Mesmo eventuais frutos de quem, deveras, nasceu de novo, não devem ser motivos para “testemunhos” se, esses envolverem os lábios do próprio agente. A Palavra ensina: “Que um outro te louve, não, tua própria boca; o estranho, não os teus lábios.” Prov 27;2

Nosso testemunho de vida em Cristo, no tocante à nossa participação, deve ser visto, não, ouvido; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Se, mesmo as coisas meritórias, não devem ser motivos de muito barulho, por que o seriam, as vergonhosas? Verteriam essas de um masoquismo espiritual?

Quem muito excursiona aos dias do pecado, em repetidas menções ao que deveria ter sido deixado para lá, evidencia saudade, do que deveria sentir vergonha. Mesmo a vergonha é uma coisa boa, quando a causa requer. Como dizia o Batoré: “Pensa que é bonito ser feio?”

O Senhor denunciou Seu povo em determinado contexto, como incapaz, de, ao menos demonstrar essa “qualidade”, em face aos seus descaminhos: “... tu tens fronte de uma prostituta, não queres ter vergonha.” Jr 3;3

Paulo se dizia o principal dos pecadores, quando, para evidenciar a grandeza da Divina misericórdia, sem entrar em detalhes sobre as atrocidades que cometeu ao perseguir à Igreja. Falou oportunamente, o estritamente necessário.

A saudade dos pepinos do Egito levou muitos ingratos a chamarem o Maná de “alimento vil”, nos dias do Êxodo. O Salvador ensinou: “Porque, onde estiver vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.” Luc 12;34

Por que colocaríamos sobre a mesa, coisas que ficam melhor na gaveta da vergonha? Evitemos que isso contamine nossa caminhada; em Cristo convém buscarmos o devido crescimento em santificação, pela escolha da novidade de vida, com obras correspondentes; “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Não sei se, depressão é excesso de passado, ansiedade, excesso de futuro, como definiu alguém; mas, que essas coisas interferem no viver, para bem ou para mal, é inegável. Devemos andar, “... esquecendo-me das coisas que, atrás ficam, avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo...” Fp 3;13 e 14 Se evocarmos algo antigo, que seja por uma boa causa; para ter esperança.

A pérola do conhecimento


“Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor; visto como Seu Divino Poder nos deu tudo que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento Daquele que nos chamou pela Sua Glória e Virtude;” II Ped 1;2 e 3

O “inculto” Pedro; tanto quando desejou graça e paz aos destinatários da sua carta, quanto, quando afirmou que recebemos tudo o que respeita à vida e piedade, disse que isso se deu, pelo conhecimento de Deus e de Jesus Cristo.

Ele não era um homem letrado como Paulo e Lucas, por exemplo, mas, mero pescador; nem por isso esposou uma fé cega, sem entendimento acerca de Deus e Sua Palavra.

Admitiu sua dificuldade com textos mais profundos; “Falando disto, como em todas suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, igualmente, as outras Escrituras, para sua própria perdição.” Cap 3;16 Aludindo aos escritos de Paulo.

Malgrado, suas limitações, não pretendeu que a fé fosse algo tosco, a ser abraçada sem o devido entendimento, sobre o que ela abarca. O Próprio Salvador ensinara assim; “A vida eterna é esta: que conheçam, a Ti só, por Único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3

Entretanto, conhecer a Deus e a Jesus Cristo, não é termos na ponta da língua, as sentenças da Sua Palavra. Podemos saber capítulos de cor, e ainda sermos obtusos, nas coisas espirituais; pois, conhecer requer relacionamento, não, mero acúmulo de informações. Assim como, muitos partilham nas redes sociais, sentenças profundas, filosóficas ou espirituais, sem o mínimo contacto com elas, também se pode papagaiar sobre salvação.

Jesus especificou em quê, consiste, o conhecimento de Deus; “... Minha doutrina não é Minha, mas Daquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

O conhecimento aconselhado é experimental, não, intelectual. Quem fizer a vontade Dele, conhecerá. Claro que para isso, precisamos antes, saber qual é essa vontade. Todavia o mero saber não significa conhecimento; não o que esse texto, alinhado à Palavra de Deus, esposa.

Por isso, o que sabemos e professamos, deve estar de acordo com o que fazemos, sob pena de incorrermos no mesmo erro de certos “cristãos” citados por Paulo: “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

Cristo ensinou nossa necessária ruptura com o sistema mundano, para pertencer a Ele; “Dei-lhes Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não Sou do mundo.” Jo 17;14

O motivo pelo qual o mundo nos odeia, é porque recebemos à Palavra de Deus. Isso, necessariamente, nos indispõe com um sistema que vive alheio, quando não, refratário a ela.

Assim, para conhecermos experimentalmente, à vontade Divina, carecemos, “desconhecer” muito do que as pessoas fazem ao nosso lado; “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

A renovação do nosso entendimento não requer que pensemos melhor sobre determinadas coisas; antes, que deixemos nosso modo rasteiro de pensar, e sejamos imbuídos dos pensamentos Divinos, revelados em Sua Palavra; "Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno, os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os meus, diz O Senhor.” Is 55;7 e 8

Mediante Jeremias foi ensinado: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

Interessante como essa sentença parece com o “tudo o que sei, é que nada sei”, do filósofo Sócrates.

Em suma, o preceito Divino traz: “Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; Sua saída, como a alva, é certa; Ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” Os 6;3

Dos avessos que se recusaram, não foi pequeno o prejuízo; “Meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4;6

O Eterno deseja ser conhecido. Entretanto, será inútil pleitearmos por entendimento acerca da vereda da vida, se nela nos recusarmos andar. Saber das diretrizes necessárias é o primeiro passo; andar conforme elas, o venturoso caminho. “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13;17