“Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no próprio entendimento. Reconhece -o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6
Em mudanças de calendário, como agora, a maioria das pessoas estipula metas que pretende atingir no ano vindouro; conquistas materiais, não reiteração de ingenuidades cometidas, abandono de vícios, adoção de melhores práticas atinentes à saúde, às finanças, à vida espiritual, etc.
Grande parte dos “propósitos” perde-se, sem sequer serem tentados. Os quais, serão renovados na próxima troca de ano. Paralelo a essas atitudes, a também repetitiva observação que, não adianta fazer planos virtuosos, se não houver atitudes correspondentes; e, não mudando isso, malgrado, a data, nada mudará, etc.
Por que essas coisas ocorrem? Primeiro, pela ingenuidade conveniente à cumplicidade coletiva, a qual, plasmou no imaginário social, que, mudanças de calendário são boas oportunidades para mudanças de atitudes. Não são. Mudanças de atitudes demandam em primeiro plano, uma mudança de mentalidade. “Deixe o homem ímpio seus caminhos, e o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor...” Is 55;7
Pessoas que levam essa ideia muito a sério, acabam como que traindo a si mesmas, “planejando” o que, sabem que não cumprirão, por se importar mais com a perspectiva externa, de figurar coisas “pertinentes” ante o social, que, com uma resolução interna, de mudar deveras, o que sabem que deveriam, mas não querem. O tetro da vida não é feito com script; antes, as atuações costumam ser de improviso tendo o querer, como diretor.
A humana vontade é prisioneira; lhe é permitido fazer planos de fuga por detrás das grades; fugir seria uma empresa, bem mais difícil.
Paulo expôs o conflito de um que, cheio de boas intenções, não obstantes essas, acaba coagido a realizar apenas coisas más. “Porque o que faço, não aprovo; o que quero, não faço, mas o que aborreço, faço; se faço o que não quero, consinto com a Lei que é boa. De maneira que, agora, já não sou eu que faço isso, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;15 a 17
Invés de homem livre, pois, apenas um locador, tendo o pecado como inquilino e feitor. Além do “Madruga” em apreço não pagar o aluguel, inda perverte as atitudes do dono da "casa" coagindo-o a fazer o que não quer.
Confrontado, se dirá livre; pois, a presunção de autonomia é o móvel básico da sua prisão.
Assim prossegue a sina dos portadores de bons planos para o ano novo, em apreço; cheios de boas vontades, porém, incapazes de as colocar em prática. Isso se verifica de modo mais intenso, sobretudo, nas resoluções que demandam uma mudança moral, espiritual.
Intimamente convencidas que carecem disso, as pessoas com suas vontades presas nos maus hábitos enraizados em suas naturezas, olham por entre as grades, para cenários que gostariam de visitar, mas, não tanto, ao ponto de pagar o preço para ser livres. Ficam “indo a Paris” sem saírem das suas celas.
A verdadeira liberdade, ensinou O Salvador, requer permanência na Sua Palavra. Carecemos ousadia santa para palmilhar na “Cidade Luz”. “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32
Sabedor O Senhor, da nossa escravidão e incapacidade para nos libertarmos, “turbinou” aos que lhe deram crédito assistidos pelo Espírito Santo, de modo que se possam comportar à altura da honraria que receberam mediante o novo nascimento; “A todos que O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no Seu Nome.” Jo 1;12
“Deu-lhes, poder...” As coisas virtuosas, em Cristo, não são mais um devaneio distante, uma espécie de “quem me dera”; Cristo Deu poder aos que Lhe deram ouvidos; os fez renascer da Água (palavra) e do Espírito (Santo).
Não carecemos uma lista de maus hábitos a abandonar, na nova vida que acontece após a conversão, a despeito do calendário. Pós o Novo nascimento, nosso espírito é vivificado e dirigido por santo caminho, pela Voz Bendita do Espírito Santo. “Os teus ouvidos ouvirão a palavra que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes para a direita, nem para a esquerda.” Is 30;21
Quem deseja uma mudança veraz, deve ousar mais que ficar decorando a roda do tempo, para que ela gire cheia de brilhos artificiais.
Tem, o ser humano, mais facilidade de arrostar o mundo, que enfrentar a si mesmo. Quem desejar sinceramente, ousar nessa direção, será ajudado pelo Senhor, que lhe dará a vida eterna, para que não careça mais, se importar tanto com a marcha do calendário terreno. Aos que se atreverem, enfim, feliz nascimento novo!!