domingo, 28 de maio de 2023

Quanto tempo temos?


“Meus tempos estão nas Tuas mãos; livra-me das mãos dos meus inimigos, dos que me perseguem.” Sal 31;15

Embora seguro de que, seus tempos estavam nas Divinas mãos, o salmista sabia que havia interesses tentando abreviá-los.

Nosso tempo é instável, indigno de confiança; temerário é planejarmos ações futuras contando com ele.

Ainda que seja saudável termos sonhos, ambições, o homem prudente submeterá essas coisas à aprovação Divina, invés de ousar intempestivamente; “... vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, lá passaremos um ano, contrataremos e ganharemos; digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Que é a vossa vida? Um vapor que aparece por um pouco, depois desvanece. Devíeis dizer: Se O Senhor quiser, se vivermos, faremos isto ou aquilo. Mas, agora vos gloriais em vossas presunções; toda glória como esta é maligna.” Tg 4;13 a 16

Dar um passo maior que a perna, ou contar com o ovo inda não posto é uma inclinação espúria.

Entretanto, o livramento Divino não é unilateral; O Eterno decide livrar e assim o faz, a despeito da postura humana. Geralmente é fruto de um consórcio, efeito colateral do nosso cumprimento à Sua Palavra. Não nos livra contra nossa vontade; sobretudo, os que conhecem à Vontade Dele.

Assim como no trânsito, o respeito aos sinais livra aos que bem se conduzem, nas coisas espirituais, os Divinos ensinos também. “Meditarei nos Teus preceitos, terei respeito aos Teus caminhos.” Sal 119;15 “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10;23

Salomão aconselhou: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

O primeiro preceito a observarmos, para que nosso tempo se prolongue é honrarmos devidamente, àqueles que nos trouxeram a esse tempo; nossos pais. “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que O Senhor teu Deus te dá.” Ex 20;12

Se, não honrarmos nossos pais naturais, tão próximos, como honraríamos ao Pai dos Espíritos, Deus? Nossos pais naturais são irmãos espirituais; “... Pois quem não ama ao seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” I Jo 4;20

O segundo passo é não termos a vida natural como prioritária; devemos negar as inclinações pecaminosas da carne de modo tal, que O Salvador figurou essa renúncia como “perder a vida”; “Porque aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; quem perder sua vida por amor de Mim, achá-la-á. Pois, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma...” Mat 16;25 e 26

O livramento de Deus é prioritariamente atinente à vida espiritual, não aos humanos desejos desorientados. Às vezes, a morte física resulta necessária, para preservação da vida eterna. “... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais o que fazer. Mas, Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;4 e 5 “... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Apoc 2;10

Estranho vida e morte tão vizinhas assim, de parede e meia; como se, o advento de uma fosse hall de acesso à outra. Não basta morrer fisicamente para ser salvo, como devaneiam os incautos. Um sujeito vive à sua ímpia maneira, de costas para Deus; de repente morre, e presto dizem: “Foi pro andar de cima”. Não! Nesse caso desceu à masmorra.

A ponte que conduz da morte espiritual para a regeneração é ouvirmos à Palavra do Senhor. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

O Eterno É Senhor do tempo; Pai da Eternidade. A nós, faculta andarmos nele, malgrado, nosso corpo. Ao passado podemos ir mediante experiências, saudade, arrependimento. Ao futuro galgamos na nave da esperança, da fé. Todavia, o tempo que nos é dado administrar é o presente. Por isso, “... Hoje, se ouvirdes Sua Voz, não endureçais vossos corações.” Heb 4;7

Antes de nos livrar de eventuais inimigos externos que nos possam perseguir, o mais nocivo habita em nós, o ego. Se esse for vencido, os demais nada poderão fazer. “Já estou crucificado com Cristo; vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim...” Gál 2;20

É necessário estar morto, “crucificado” para estar vivo; em Cristo. Então teremos todo tempo do mundo.

sábado, 27 de maio de 2023

Maquiagem da sede


“Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” Ef 4;3

O grande projeto atual é o ecumenismo; união de todos os credos numa religião, cujo traço comum, é que todos concordam em não discordar. Lhes inexiste um absoluto, cuja transgressão da vontade signifique pecado; Deus. Antes, tudo se forja no relativismo, ao paladar espiritual e religioso escolhido. Cada um faria suas próprias distinções entre verdade e mentira, justo e injusto.

Embora “todos busquem a Deus, cada um do seu jeito” como dizem, no fundo, todos fogem Dele, preferindo a condenação, a enfrentar a realidade da queda. “a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Refeita a velha mentira do capeta, remasterizada, colorida; agora assessorada por ditos como, inclusão, tolerância, diversidade... “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão vossos olhos e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Gn 3;5

A pretexto de ampliar as vistas, o capeta empurrou a morte como solução, como upgrade. Não havia um problema, cuja intervenção do canhoto ajudasse a solucionar; ele transformou a cerca protetora em problema; depois ofereceu sua “solução.” Nada de novo debaixo do sol; ainda é assim.

O traíra sabe que o ser humano foi criado com algumas características específicas. Necessidade espiritual, cuja saciedade sadia necessariamente demanda voltar ao Pai; e uma “programação” psicológica induzindo a alma humana à virtude, rejeição ao vício.

Não podendo mudar essas nuances, mascara a saciedade da sede de Deus, com águas turvas; troca as roupas entre virtude e vício, invertendo os valores para que suas presas cultivem a doença e desprezem à saúde. “Ai dos que ao mal chamam bem, e bem, mal; que fazem das trevas luz, e da luz, trevas; fazem do amargo, doce, e do doce, amargo!” Is 5;20

Fidelidade passou a ser “radicalismo;” confiança inabalável, “fundamentalismo;” pregação da mensagem regeneradora, O Evangelho, “discurso de ódio.”

Desse mirante, quando perseguem aos fiéis, os cegados pelo traidor sentem-se paladinos da justiça do novo mundo em gestação; mentalidades abertas e inclusivas, diligentes defensores da “ciência”, novos difusores do amor, capazes do uso da força, se necessário, contra os cultores do “ódio”. O “amor” tem cada nuance!

Invés de unidade espiritual, como foi receitado à igreja, diversidade no mesmo balaio, união. Invés de paz com Deus mediante Cristo, a enganosa paz do mundo, com o sistema e seu príncipe.

A de Cristo é peculiar, única; “Deixo-vos a paz, Minha paz vos dou; não vos dou como o mundo dá. Não se turbe vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14;27 Essa paz refaz a relação com O Pai, perdida desde a queda; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Se, o que mantém a “unidade do Espírito é o vínculo da paz”, óbvio que é paz com Deus; essa não peleja pela dita “diversidade”, nome bonito que deram ao egoísmo ímpio, cuja essência é feia.

Como nossa paz com Deus requereu a obediência incondicional de Cristo em nosso lugar, agora, nele, requer a nossa; a maneira de viver em desobediência, autonomia, impiedade, rompe-a. “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 A Paz de Cristo tem essência moral, espiritual.

Afinal, “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus; Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós.” Ef 4;4 a 6

A “inclusão” de um credo espúrio, diverso da Palavra de Deus e seus termos, não traz a promoção do referido credo perante Deus; antes, nossa exclusão, separação de Cristo e do Espírito Santo. A Unidade do Espírito nunca desafina da Palavra de Deus que Ele mesmo revelou; “Ele Me glorificará, porque há de receber do que é Meu, e vos há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é Meu; por isso vos disse que há de receber do que é Meu e vos há de anunciar.” Jo 14; e 15

Não há dissidência entre Pai, Filho e Espírito Santo; antes, Perfeita Unidade.

Cristo deu Sua vida, não para colocar panos quentes, multicores sobre um sistema, condenado; antes, para possibilitar o escape, de quem ainda pode identificar a sede de Deus; “... quem tem sede, venha; quem quiser, tome de graça da Água da Vida.” Apoc 22;17

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Erro de endereço



“... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens... ingratos...” II Tim 3;1 e 2

Ingratidão nos incomoda quando sofremos; nem sempre identificamos quando cometemos; “... sede agradecidos.” Col 3;15 Aconselhou Paulo.

O homem tem facilidade de manifestar sua “gratidão” às coisas criadas, como se elas fossem responsáveis pela própria existência; muitos agradecem ao sol, lua, chuva, animais, à “mãe natureza;” mas, quão difícil é exaltar O Criador, que fez todas as coisas. “Mudaram a verdade de Deus em mentira, honraram e serviram a criatura mais que O Criador, que É Bendito eternamente. Amém.” Rom 1;25

Desse mesmo viés, imagens de esculturas seguidas em procissões; obras humanas fazendo poses de deuses, furtando a honra Dele; “... nada sabem os que conduzem em procissão suas imagens de escultura, feitas de madeira; rogam a um deus que não pode salvar.” Is 45;20 “Eu sou o Senhor; este é Meu Nome; Minha Glória, pois, a outrem não darei, nem Meu louvor às imagens de escultura.” Is 42;8

Outro dia estava assistindo a um programa desses de sobrevivência, e um incidente me incomodou; dois deles estavam tentando fisgar uma enguia elétrica na Amazônia Peruana, mas, o caçador estava inseguro temendo o choque. Acossado pela necessidade, ousou e enfiou sua lança no bicho; tirou-o da água comemorando “selvagemente”.

Sua colega de aventura o censurou. Disse que ele deveria ter agradecido ao bicho por ter dado sua vida por eles, para salvá-los, invés de comemorar daquela forma. Um clima tenso se estabeleceu, e durou até que o “ogro” pediu perdão a ela, por não ter agradecido ao bicho, invés, de o ter matado, triunfalmente.

Ora pois, na chamada “cadeia alimentar”, nenhum ser “dá” sua vida para subsistência de outro; cada um busca o que é próprio de seu “cardápio”, na eterna alternância entre presa e predador. Acaso a serpente agradece ao lagarto, enquanto o devora? Ou esse, quando predador agradeceu aos insetos e cobras menores que caçou? Ah, mas o homem é racional! É.

Pois, a capacidade intelectual e espiritual que lhe deveria patrocinar o entendimento, de que as coisas não acontecem espontaneamente; que tamanha riqueza, diversidade e ordem das coisas criadas requer um Criador. “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, Quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;20

Caso o “livro da natureza” seja insuficiente para o devido conhecimento de Deus, Ele ainda acresceu Sua Palavra, para que entendamos os pormenores necessários. Acerca dos alimentos diz: “... vos tenho dado toda erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento. Todo o animal da terra, toda a ave dos céus, todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento...” Gn 1;29 e 30

Portanto, qualquer que seja nossa opção alimentar, carnívora, onívora ou vegana, somos devedores ao Criador, pela nossa dieta. Sempre que nos assentamos à mesa para comer, o que quer que haja sobre ela, requer nossa oração de agradecimento, se, a ingratidão e a cegueira ainda não nos possuem.

Entretanto, houve um “bicho” um Cordeiro Santo que deu Sua Vida por nós, Jesus Cristo. Nossa dívida era tal, que nenhum sangue humano poderia pagar, por estar impuro. Nossa redenção “... era impossível à lei, porque estava enferma pela carne...” Rom 8;3 “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os céus;” Heb 7;26

Nosso pecado foi o “predador” que requereu Sua Vida; mesmo sendo indignos dela, Ele nos deu. “Deus prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Quando uma multidão O buscou por interesses rasos, Ele apontou para “O Pão do Céu” e explicou adiante: “Porque a Minha carne verdadeiramente é comida, Meu Sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue permanece em Mim e Eu nele.” Jo 6;55 e 56

Não é canibalismo como supuseram os superficiais que se afastaram sem desejar explicações; os que permaneceram as tiveram: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que Eu vos digo são espírito e vida.” Jo 6;63

Não a criaturas, mas a Ele somos gratos; “... oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento. Jn 2;9 Não se trata mais de sangue, antes de renúncias necessários, no pleno uso da razão, para um viver digno Dele. “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional.” Rom 12;1

domingo, 21 de maio de 2023

Fé é incondicional


“Aristarco, que está preso comigo, vos saúda...” Col 4;10

Paulo deu apenas o nome sem maiores explicações; então, Aristarco era um amigo comum, irmão de fé, tanto do remetente, quanto dos destinatários da carta, os colossenses.

“... está preso comigo...” A tendência natural é as pessoas professarem diretrizes e objetivos comuns, quando os interesses por comodidade, identificação, vantagens, alegrias, benesses inerentes ao convívio estão efervescentes; porém, abafadas essas, vindo o custo, vergonha, o preço de algo, os interesseiros, uma vez desfeitos seus motivos, somem; só permanecem os que, deveras, são.

Ante a ameaça de prisão, apenas um cristão verdadeiro se manteria inabalável.

O apóstolo se queixou dos “companheiros” que deram no pé, nas horas difíceis. “Ninguém me assistiu na minha primeira defesa, antes todos me desampararam...” II Tim 4;16 “Porque Demas me desamparou, amando o presente século, foi para Tessalônica...” II Tim 4;10

Os discípulos de Jesus, que andaram com Ele em seu afeto meramente natural, ainda não revestidos pelo Espírito Santo, também se afastaram na hora da dor; “... Fere ao pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas...” Zac 13;7 Ele afirmou isso: “Então Jesus lhes disse: Todos esta noite vos escandalizareis em mim; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão.” Mat 26;31

Então, um desconto, dada a fragilidade humana, incapaz para proezas espirituais; “Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará nossos inimigos.” Sal 60;12

Porém, após o revestimento começado em Pentecostes e permanecido na igreja, os convertidos deveriam estar aptos a irem até à morte, se necessário, (Pedro prometeu antes do tempo e não pode cumprir) invés de mudarem de ares, ante às oposições do mundo.

O Salvador bem preveniu aos Seus, sobre as aflições vindouras, perseguições, violências; a Epístola aos Hebreus convida para nos identificarmos com Cristo na vergonha, não numa eventual exaltação; “Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.” Heb 11;26 “Saiamos a Ele fora do arraial, levando Seu vitupério.” Heb 13;13

Infelizmente, muito do que se diz cristianismo é pueril, superficial, interesseiro. Tantas mensagens desse tempo refletem essa rasura onde a abordagem deveria ser profunda. Em troca do esforço por entrar no Reino oferecem riquezas na terra, esquecendo que a promessa é apenas do básico, alimento, vestes. “Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?... Mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;31 e 33

Paulo foi categórico quanto à primazia da fé, em quaisquer circunstâncias; “... porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto, ter fome; tanto a ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Fatos vergonhosos infelizmente pipocam nas redes sociais, no seio do cristianismo professo. Há sites especializados nisso; dar repercussão às estripulias da oposição, invés de anunciarem a Vitória de Cristo. 

Muitos fugazes como aqueles dos dias de Paulo, presto fazem vídeos, dão entrevistas, buscando termos da moda para parecerem descolados, invés de sofrerem o opróbrio de Cristo e orar. Enquanto minha reputação for mais importante que a do Senhor, minha conversão é uma fraude, estou mentindo para mim mesmo.

Um vero cristão sofre com escândalos que maculam O Nome Santo do Senhor; “Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?” II Cor 11;29

Se a fidelidade de Aristarco se pode ver, ao ser ele, preso junto com Paulo, a dos cristãos se evidencia em estarem esses, “mortos” com Cristo; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

“Devemos consertar o telhado enquanto o sol brilha, não quando chove.” Benjamin Franklin. Onde estarão esses “cristãos” de tempo bom, quando chover opressão no império do Anticristo em célere implantação?

Nossa batalha é contra o pecado, não contra a rejeição do mundo, tampouco, circunstâncias adversas. “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Nosso corpo pode ser preso, molestado, morto até; ele não é um fim; apenas meio de preservação de nossas almas, tesouros eternos.
“Não temais os que matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer... temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno...” Luc 12;4 e 5

sábado, 20 de maio de 2023

O melhor cego


“... Saulo, irmão, recobra a vista. Naquela mesma hora o vi.” Atos 22;13

Paulo mencionando o segundo estágio de sua conversão; o primeiro fora quando, indo perseguir cristãos em Damasco, um clarão do céu o envolveu, e Cristo perguntou-lhe: “Por que Me persegues?”

Após breve diálogo com O Senhor, tendo recebido ordem de entrar na cidade e aguardar novas instruções, precisara ser conduzido, pois, ficara cego. Então, certo Ananias fora enviado ao seu encontro, fizera a oração acima, e a visão fora restituída a Saulo.

Não é o itinerário comum dos que se convertem; primeiro ficarem cegos, depois, serem curados. Mas, no caso dele, cego de ódio contra a Obra de Deus, julgando que seu zelo seria justo, vindo da Vontade do Eterno, nesse caso, precisava desaprender o que sabia; dar um tempo à sua fúria, para que a visão do sobrenatural tivesse um pouco, sua atenção.

Tendo ouvido do Próprio Senhor que era a Ele que perseguia, e que era essa uma luta inglória, como um animal recalcitrando contra os aguilhões, teve esse período de três dias para rever conceitos, fazer uma nova leitura dos fatos; quiçá, perceber nuances que o ódio no qual estava impregnado, não permitia ver.

O fanatismo sempre faz isso; invés de iluminar, tolhe de ver até o que está patente. Patrocina o mau uso do que vemos; aí, acoroçoados pelas distorções do que cremos, tendemos a converter a bênção da visão, numa maldição. Não significa que a fé precise, necessariamente, do apoio das vistas; mas, o que vemos, sem distorções, pode ajudar-nos a crer; “Porque Suas coisas invisíveis, (de Deus) desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê, pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;20

O problema da nossa visão geralmente é de foco; no episódio da mulher adúltera, todos viam o erro dela e estavam prestes a apedrejá-la; desafiados a olhar, cada um, para dentro de si para saber se estava sem pecados, ninguém pareceu ter gostado do panorama visto. Quando alguém coloca sua ênfase no foco, geralmente atina aos seus objetivos; mas, o prisma mais sábio é o que se autoavalia segundo o plano de Deus. Pois, “há caminhos que ao homem parecem direitos; mas, no fim, são caminhos da morte”. Prov 14;12

Quando Saulo via, respirava ameaças, ódio contra os “errados”; privado da faculdade de ver, foi forçado a “olhar” para dentro de si mesmo. Não sabemos o que viu; mas, temos razões para inferir que viu melhor a si e a Cristo; seu ódio deu assento à esperança e à fé, assessórios naturais de quem ora; “Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando; numa visão ele viu que entrava um homem chamado Ananias, e punha sobre ele a mão, para que tornasse a ver.” Atos 9;11 e 12

Nos dias de ira Saulo esteve cego; porém, cegados os olhos naturais pode ver na dimensão espiritual. Depois, ele mesmo se fez opositor da ira; “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre vossa ira. Não deis lugar ao diabo.” Ef 4;26 e 27 Aquilo que, outrora lhe parecera fazer a Obra de Deus, visto do prisma espiritual se lhe revelou como “dar lugar ao diabo”. É mui tênue a fronteira entre o santo e o profano. “... o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que seus ministros se transfigurem em ministros da justiça...” II Cor 11;14 e 15

Sem o discernimento que Deus confere aos Seus, todos claudicamos no escuro. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Mais tarde, falando dos seus, Paulo atribuiu-lhes o mesmo erro, no qual andou antes da conversão: “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer sua própria justiça, não se sujeitaram à de Deus.” Rom 10;2 e 3

O engano da Justiça própria tem desviado muitos da salvação. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

A cegueira de Saulo foi juízo circunstancial; a da maioria, é obra da oposição; “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho...” II Cor 4;4

domingo, 14 de maio de 2023

Sede de vida


“Com minha alma Te desejei de noite, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo Teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26;9

Mente, emoção, vontade; faculdades da alma; “com minha alma te desejei”, tive vontade. Intuição, comunhão, consciência; “sentidos” do espírito. Para buscar os juízos Divinos, precisa o espírito humano ansiar pela comunhão com O Espírito de Deus. Andar na mesma direção.

As necessidades sadias da alma carecem assessoria do Espírito para serem supridas. Que valeria à alma humana desejar coisas que apenas o espírito pode obter, estando esse morto? Por isso a sentença do Salvador: “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;3 e 5 Antes dos legítimos anseios da vida, é necessária a vida.

A carência dessa, estando o espírito humano morto, fatalmente instigará a alma, a buscar suprimento onde não existe; “... Por que buscais o vivente entre os mortos?” Luc 24;5
A migração para a vida, em Cristo, é indispensável para salvação da alma. 

Dizer que alguém está morto, mesmo existindo e podendo se expressar parece contraditório. Porém, em se tratando das coisas espirituais, que comunicam com Deus e Seus valores é mesmo assim. Cristo foi categórico: “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus, os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25 “Ouvir” envolve mais que tímpanos e orelhas; requer entender, aceitar no coração, submeter-se ao que ouve.

Sempre que alguém supõe saciar sua sede espiritual em credos alternativos, religiões de matrizes humanas, ou pior, satânicas, estará buscando em fontes espúrias, riquezas que apenas Cristo possui; noutras palavras, estará buscando ao que vive, entre os mortos. “... Eu Sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6 Restrito o caminho da salvação! Exclusivo, Ímpar, Único.

Como água do mar não sacia a sede, antes, amplia, assim, os cultos espúrios não passam de uma droga psíquica, que, engana seu agente por um pouco, supondo que fez o que deveria, para depois descobrir que sua sede aumentou; seu labor foi cansaço vão, por ter buscada Água da Vida onde essa não estava. “Tomai sobre vós o Meu jugo, aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;29 ensinou O Salvador.

Buscar Deus traz anexos alguns “efeitos colaterais”, como disse Isaías: “Havendo Teus juízos na terra os moradores do mundo aprendem justiça.” Não há como buscarmos a Ele alienados dos Seus juízos.

Há um levante global contra isso, difamação dos mensageiros da verdade, como se, fossem difusores do ódio; direta aversão à integridade da Palavra Divina, sugerindo edições, supressões, acréscimos, para que “Deus” se torne palatável aos gostos ímpios.

Ora, conversão é voltarmos à Casa Paterna; realinharmos nosso viver ao projeto original, não alterarmos o que não nos compete fazer.

A Palavra Divina anteviu isso: “Os reis da terra se levantam governos consultam juntamente contra O Senhor e contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, sacudamos de nós Suas cordas.” Sal 2;2 e 3 Notemos que são diretrizes governamentais, não mera vontade humana; ditames dos “reis da terra.” Há um pleito por poder em jogo, no qual os reis são meros títeres.

Se, para aprendermos justiça são necessários os Divinos Juízos, para a ímpia geração atual, comodidade e prazer desmedido é que importam; não essas coisas antiquadas e sombrias, tipo, verdade, justiça, equidade. Para o príncipe desse mundo, quanto pior, melhor. O mundo está do jeito que o Diabo gosta.

A modernidade avança rumo à robotização das almas, que são “pensadas” e “supridas” pela Matrix; essa difunde “urbe et orbe” a voz e a imagem da besta; enquanto, o espírito do mundo se ocupa em semear cizânia e aversão contra Deus.

Os que ainda podem ouvir ao Eterno, não se maravilham com as alegorias vanguardistas meticulosamente calculadas para atrair aos incautos; “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para as vossas almas...” Jr 6;16

Como se esmerará por aprender justiça, quem gastou sua vida toda a cultuar prazeres apenas? “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Deus permite que o mundo edifique seu império enganoso; “... mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e fará proezas.” Dn 11;32

sábado, 13 de maio de 2023

Hesitando na janela


“O que é, já foi; o que há de ser, também já foi; Deus pede conta do que passou.” Ecl 3;15

Aparente confusão dos tempos verbais, cuja causa é a divergência essencial, entre O Eterno e o efêmero.

Se, o que há de ser já foi, de duas uma: Ou, refere-se a um hábito que se repete, de modo que, atuar assim não é novo, já foi desse modo em dias pretéritos; ou, refere-se à visão pelos Olhos do Eterno, que, por não estar limitada ao âmbito temporal, como nós, vê o que ainda nos será, como feito.

Limites temporais se restringem às coisas “debaixo do sol”. O Senhor, Criador do Sol, inclusive, não as vê da nossa perspectiva. Se Ele só nos “pede contas do que passou”, é pela Sua Justiça, que nos responsabiliza apenas pelo que fizemos, malgrado, saiba o que faremos. Nos oferece acesso ao passado, mediante arrependimento, perdão, saudade; ao futuro, através da fé, esperança, sonhos; mas, restringe nossa atuação ao presente.

A possibilidade Divina de “andar no tempo” causou espanto e agressividade nos dias de Cristo, quando Ele disse ter visto Abraão, porque O presumiam ser, apenas como nós. “... Ainda não tens cinquenta anos, e viste Abraão? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, Eu Sou.” Jo 8;57 e 58

Mais um “erro” verbal afrontando à “lógica” dos oponentes ao Salvador.

Um dos Nomes pelos quais O Messias seria conhecido aludia à Sua superioridade em relação ao tempo; “... Seu Nome será, Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Is 9;6 “... Pai da eternidade...”; a ordem natural prescreve que filhos obedeçam aos pais; assim, o tempo submete-se a Deus, não o contrário.

Ele não se cansa, fadiga, tampouco, envelhece. O fato de terem lido aquela promessa inúmeras vezes, não significa que a tivessem entendido; como os discípulos no caminho de Emaús, falando com O Senhor ressurreto, bem podemos dialogar com a verdade sem a identificar.

A Palavra ensina que Deus, “... chama as coisas que não são como se já fossem.” Rom 4;17 Por isso a inerrância de Sua Palavra profética; quando a dá não está adivinhando coisas; antes, revelando as que já viu; o que já foi.

Quando decidiu na eternidade, criar “anjos” frágeis (Pois, pouco menor o fizeste que os anjos, de glória e honra o coroaste. Sal 8;5) e aperfeiçoá-los mediante o sofrimento e santificação vindo de um estágio inferior, (Sua presciência sabia da queda) ao aceitar pagar o preço do resgate por esses “esboços angélicos”, mesmo antes de operado isso, aos Olhos Divinos foi tido como tendo feito já. Por isso se diz: “... Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” Apoc 13;8

Aquilo que o vulgo chama de vida, a duração da existência terrena, aos Olhos Divinos, é apenas uma janela espaço-temporal, à qual, aproveitando devidamente, nela reencontraremos o caminho de casa, a vereda da vida; “De um só sangue fez toda geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, O pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;26 e 27

Ganhamos tempo e limites para viver, dentro dos quais, nos está sorrindo a possibilidade de buscarmos a Deus; Ele facilita as coisas colocando-se perto de nós.

Como não sabemos o momento em que essa “janela” se fechará, no tocante a cada um, bem faremos se, recebermos o chamado à salvação como urgente; “Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável, socorri-te no dia da salvação; Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação!” II Cor 6;2

Tendemos a gastar nosso vigor em futilidades, como se, a salvação fosse uma coisa para se pensar, na velhice. Imensa leva de pessoas morre antes de chegar a ela. Engana-se quem supõe que nesses dias as renúncias ao pecado são mais fáceis; mesmo adormecendo os apetites do corpo no vasto leito do tempo, a alma que capitulou aos vícios desde sempre, sentirá mais saudade desses, que atração pela virtude à qual recusou-se a conhecer. Fugirá do presente, em insanas voltas ao passado.

Então, o conselho do mais sábio dos homens: “lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;” Ecl 12;1

Sabendo como vai ser o fim dos pecadores, Deus chama-os em tempo, pelo prazer de salvar. “... não tenho prazer na morte do ímpio, mas que o ímpio se converta do seu caminho e viva...” Ez 33;11