segunda-feira, 22 de maio de 2023

Erro de endereço



“... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens... ingratos...” II Tim 3;1 e 2

Ingratidão nos incomoda quando sofremos; nem sempre identificamos quando cometemos; “... sede agradecidos.” Col 3;15 Aconselhou Paulo.

O homem tem facilidade de manifestar sua “gratidão” às coisas criadas, como se elas fossem responsáveis pela própria existência; muitos agradecem ao sol, lua, chuva, animais, à “mãe natureza;” mas, quão difícil é exaltar O Criador, que fez todas as coisas. “Mudaram a verdade de Deus em mentira, honraram e serviram a criatura mais que O Criador, que É Bendito eternamente. Amém.” Rom 1;25

Desse mesmo viés, imagens de esculturas seguidas em procissões; obras humanas fazendo poses de deuses, furtando a honra Dele; “... nada sabem os que conduzem em procissão suas imagens de escultura, feitas de madeira; rogam a um deus que não pode salvar.” Is 45;20 “Eu sou o Senhor; este é Meu Nome; Minha Glória, pois, a outrem não darei, nem Meu louvor às imagens de escultura.” Is 42;8

Outro dia estava assistindo a um programa desses de sobrevivência, e um incidente me incomodou; dois deles estavam tentando fisgar uma enguia elétrica na Amazônia Peruana, mas, o caçador estava inseguro temendo o choque. Acossado pela necessidade, ousou e enfiou sua lança no bicho; tirou-o da água comemorando “selvagemente”.

Sua colega de aventura o censurou. Disse que ele deveria ter agradecido ao bicho por ter dado sua vida por eles, para salvá-los, invés de comemorar daquela forma. Um clima tenso se estabeleceu, e durou até que o “ogro” pediu perdão a ela, por não ter agradecido ao bicho, invés, de o ter matado, triunfalmente.

Ora pois, na chamada “cadeia alimentar”, nenhum ser “dá” sua vida para subsistência de outro; cada um busca o que é próprio de seu “cardápio”, na eterna alternância entre presa e predador. Acaso a serpente agradece ao lagarto, enquanto o devora? Ou esse, quando predador agradeceu aos insetos e cobras menores que caçou? Ah, mas o homem é racional! É.

Pois, a capacidade intelectual e espiritual que lhe deveria patrocinar o entendimento, de que as coisas não acontecem espontaneamente; que tamanha riqueza, diversidade e ordem das coisas criadas requer um Criador. “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, Quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;20

Caso o “livro da natureza” seja insuficiente para o devido conhecimento de Deus, Ele ainda acresceu Sua Palavra, para que entendamos os pormenores necessários. Acerca dos alimentos diz: “... vos tenho dado toda erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento. Todo o animal da terra, toda a ave dos céus, todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento...” Gn 1;29 e 30

Portanto, qualquer que seja nossa opção alimentar, carnívora, onívora ou vegana, somos devedores ao Criador, pela nossa dieta. Sempre que nos assentamos à mesa para comer, o que quer que haja sobre ela, requer nossa oração de agradecimento, se, a ingratidão e a cegueira ainda não nos possuem.

Entretanto, houve um “bicho” um Cordeiro Santo que deu Sua Vida por nós, Jesus Cristo. Nossa dívida era tal, que nenhum sangue humano poderia pagar, por estar impuro. Nossa redenção “... era impossível à lei, porque estava enferma pela carne...” Rom 8;3 “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os céus;” Heb 7;26

Nosso pecado foi o “predador” que requereu Sua Vida; mesmo sendo indignos dela, Ele nos deu. “Deus prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Quando uma multidão O buscou por interesses rasos, Ele apontou para “O Pão do Céu” e explicou adiante: “Porque a Minha carne verdadeiramente é comida, Meu Sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue permanece em Mim e Eu nele.” Jo 6;55 e 56

Não é canibalismo como supuseram os superficiais que se afastaram sem desejar explicações; os que permaneceram as tiveram: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que Eu vos digo são espírito e vida.” Jo 6;63

Não a criaturas, mas a Ele somos gratos; “... oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento. Jn 2;9 Não se trata mais de sangue, antes de renúncias necessários, no pleno uso da razão, para um viver digno Dele. “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional.” Rom 12;1

domingo, 21 de maio de 2023

Fé é incondicional


“Aristarco, que está preso comigo, vos saúda...” Col 4;10

Paulo deu apenas o nome sem maiores explicações; então, Aristarco era um amigo comum, irmão de fé, tanto do remetente, quanto dos destinatários da carta, os colossenses.

“... está preso comigo...” A tendência natural é as pessoas professarem diretrizes e objetivos comuns, quando os interesses por comodidade, identificação, vantagens, alegrias, benesses inerentes ao convívio estão efervescentes; porém, abafadas essas, vindo o custo, vergonha, o preço de algo, os interesseiros, uma vez desfeitos seus motivos, somem; só permanecem os que, deveras, são.

Ante a ameaça de prisão, apenas um cristão verdadeiro se manteria inabalável.

O apóstolo se queixou dos “companheiros” que deram no pé, nas horas difíceis. “Ninguém me assistiu na minha primeira defesa, antes todos me desampararam...” II Tim 4;16 “Porque Demas me desamparou, amando o presente século, foi para Tessalônica...” II Tim 4;10

Os discípulos de Jesus, que andaram com Ele em seu afeto meramente natural, ainda não revestidos pelo Espírito Santo, também se afastaram na hora da dor; “... Fere ao pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas...” Zac 13;7 Ele afirmou isso: “Então Jesus lhes disse: Todos esta noite vos escandalizareis em mim; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão.” Mat 26;31

Então, um desconto, dada a fragilidade humana, incapaz para proezas espirituais; “Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará nossos inimigos.” Sal 60;12

Porém, após o revestimento começado em Pentecostes e permanecido na igreja, os convertidos deveriam estar aptos a irem até à morte, se necessário, (Pedro prometeu antes do tempo e não pode cumprir) invés de mudarem de ares, ante às oposições do mundo.

O Salvador bem preveniu aos Seus, sobre as aflições vindouras, perseguições, violências; a Epístola aos Hebreus convida para nos identificarmos com Cristo na vergonha, não numa eventual exaltação; “Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.” Heb 11;26 “Saiamos a Ele fora do arraial, levando Seu vitupério.” Heb 13;13

Infelizmente, muito do que se diz cristianismo é pueril, superficial, interesseiro. Tantas mensagens desse tempo refletem essa rasura onde a abordagem deveria ser profunda. Em troca do esforço por entrar no Reino oferecem riquezas na terra, esquecendo que a promessa é apenas do básico, alimento, vestes. “Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?... Mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;31 e 33

Paulo foi categórico quanto à primazia da fé, em quaisquer circunstâncias; “... porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto, ter fome; tanto a ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Fatos vergonhosos infelizmente pipocam nas redes sociais, no seio do cristianismo professo. Há sites especializados nisso; dar repercussão às estripulias da oposição, invés de anunciarem a Vitória de Cristo. 

Muitos fugazes como aqueles dos dias de Paulo, presto fazem vídeos, dão entrevistas, buscando termos da moda para parecerem descolados, invés de sofrerem o opróbrio de Cristo e orar. Enquanto minha reputação for mais importante que a do Senhor, minha conversão é uma fraude, estou mentindo para mim mesmo.

Um vero cristão sofre com escândalos que maculam O Nome Santo do Senhor; “Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?” II Cor 11;29

Se a fidelidade de Aristarco se pode ver, ao ser ele, preso junto com Paulo, a dos cristãos se evidencia em estarem esses, “mortos” com Cristo; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

“Devemos consertar o telhado enquanto o sol brilha, não quando chove.” Benjamin Franklin. Onde estarão esses “cristãos” de tempo bom, quando chover opressão no império do Anticristo em célere implantação?

Nossa batalha é contra o pecado, não contra a rejeição do mundo, tampouco, circunstâncias adversas. “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Nosso corpo pode ser preso, molestado, morto até; ele não é um fim; apenas meio de preservação de nossas almas, tesouros eternos.
“Não temais os que matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer... temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno...” Luc 12;4 e 5

sábado, 20 de maio de 2023

O melhor cego


“... Saulo, irmão, recobra a vista. Naquela mesma hora o vi.” Atos 22;13

Paulo mencionando o segundo estágio de sua conversão; o primeiro fora quando, indo perseguir cristãos em Damasco, um clarão do céu o envolveu, e Cristo perguntou-lhe: “Por que Me persegues?”

Após breve diálogo com O Senhor, tendo recebido ordem de entrar na cidade e aguardar novas instruções, precisara ser conduzido, pois, ficara cego. Então, certo Ananias fora enviado ao seu encontro, fizera a oração acima, e a visão fora restituída a Saulo.

Não é o itinerário comum dos que se convertem; primeiro ficarem cegos, depois, serem curados. Mas, no caso dele, cego de ódio contra a Obra de Deus, julgando que seu zelo seria justo, vindo da Vontade do Eterno, nesse caso, precisava desaprender o que sabia; dar um tempo à sua fúria, para que a visão do sobrenatural tivesse um pouco, sua atenção.

Tendo ouvido do Próprio Senhor que era a Ele que perseguia, e que era essa uma luta inglória, como um animal recalcitrando contra os aguilhões, teve esse período de três dias para rever conceitos, fazer uma nova leitura dos fatos; quiçá, perceber nuances que o ódio no qual estava impregnado, não permitia ver.

O fanatismo sempre faz isso; invés de iluminar, tolhe de ver até o que está patente. Patrocina o mau uso do que vemos; aí, acoroçoados pelas distorções do que cremos, tendemos a converter a bênção da visão, numa maldição. Não significa que a fé precise, necessariamente, do apoio das vistas; mas, o que vemos, sem distorções, pode ajudar-nos a crer; “Porque Suas coisas invisíveis, (de Deus) desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê, pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;20

O problema da nossa visão geralmente é de foco; no episódio da mulher adúltera, todos viam o erro dela e estavam prestes a apedrejá-la; desafiados a olhar, cada um, para dentro de si para saber se estava sem pecados, ninguém pareceu ter gostado do panorama visto. Quando alguém coloca sua ênfase no foco, geralmente atina aos seus objetivos; mas, o prisma mais sábio é o que se autoavalia segundo o plano de Deus. Pois, “há caminhos que ao homem parecem direitos; mas, no fim, são caminhos da morte”. Prov 14;12

Quando Saulo via, respirava ameaças, ódio contra os “errados”; privado da faculdade de ver, foi forçado a “olhar” para dentro de si mesmo. Não sabemos o que viu; mas, temos razões para inferir que viu melhor a si e a Cristo; seu ódio deu assento à esperança e à fé, assessórios naturais de quem ora; “Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando; numa visão ele viu que entrava um homem chamado Ananias, e punha sobre ele a mão, para que tornasse a ver.” Atos 9;11 e 12

Nos dias de ira Saulo esteve cego; porém, cegados os olhos naturais pode ver na dimensão espiritual. Depois, ele mesmo se fez opositor da ira; “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre vossa ira. Não deis lugar ao diabo.” Ef 4;26 e 27 Aquilo que, outrora lhe parecera fazer a Obra de Deus, visto do prisma espiritual se lhe revelou como “dar lugar ao diabo”. É mui tênue a fronteira entre o santo e o profano. “... o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que seus ministros se transfigurem em ministros da justiça...” II Cor 11;14 e 15

Sem o discernimento que Deus confere aos Seus, todos claudicamos no escuro. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Mais tarde, falando dos seus, Paulo atribuiu-lhes o mesmo erro, no qual andou antes da conversão: “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer sua própria justiça, não se sujeitaram à de Deus.” Rom 10;2 e 3

O engano da Justiça própria tem desviado muitos da salvação. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

A cegueira de Saulo foi juízo circunstancial; a da maioria, é obra da oposição; “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho...” II Cor 4;4

domingo, 14 de maio de 2023

Sede de vida


“Com minha alma Te desejei de noite, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo Teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26;9

Mente, emoção, vontade; faculdades da alma; “com minha alma te desejei”, tive vontade. Intuição, comunhão, consciência; “sentidos” do espírito. Para buscar os juízos Divinos, precisa o espírito humano ansiar pela comunhão com O Espírito de Deus. Andar na mesma direção.

As necessidades sadias da alma carecem assessoria do Espírito para serem supridas. Que valeria à alma humana desejar coisas que apenas o espírito pode obter, estando esse morto? Por isso a sentença do Salvador: “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;3 e 5 Antes dos legítimos anseios da vida, é necessária a vida.

A carência dessa, estando o espírito humano morto, fatalmente instigará a alma, a buscar suprimento onde não existe; “... Por que buscais o vivente entre os mortos?” Luc 24;5
A migração para a vida, em Cristo, é indispensável para salvação da alma. 

Dizer que alguém está morto, mesmo existindo e podendo se expressar parece contraditório. Porém, em se tratando das coisas espirituais, que comunicam com Deus e Seus valores é mesmo assim. Cristo foi categórico: “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus, os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25 “Ouvir” envolve mais que tímpanos e orelhas; requer entender, aceitar no coração, submeter-se ao que ouve.

Sempre que alguém supõe saciar sua sede espiritual em credos alternativos, religiões de matrizes humanas, ou pior, satânicas, estará buscando em fontes espúrias, riquezas que apenas Cristo possui; noutras palavras, estará buscando ao que vive, entre os mortos. “... Eu Sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6 Restrito o caminho da salvação! Exclusivo, Ímpar, Único.

Como água do mar não sacia a sede, antes, amplia, assim, os cultos espúrios não passam de uma droga psíquica, que, engana seu agente por um pouco, supondo que fez o que deveria, para depois descobrir que sua sede aumentou; seu labor foi cansaço vão, por ter buscada Água da Vida onde essa não estava. “Tomai sobre vós o Meu jugo, aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;29 ensinou O Salvador.

Buscar Deus traz anexos alguns “efeitos colaterais”, como disse Isaías: “Havendo Teus juízos na terra os moradores do mundo aprendem justiça.” Não há como buscarmos a Ele alienados dos Seus juízos.

Há um levante global contra isso, difamação dos mensageiros da verdade, como se, fossem difusores do ódio; direta aversão à integridade da Palavra Divina, sugerindo edições, supressões, acréscimos, para que “Deus” se torne palatável aos gostos ímpios.

Ora, conversão é voltarmos à Casa Paterna; realinharmos nosso viver ao projeto original, não alterarmos o que não nos compete fazer.

A Palavra Divina anteviu isso: “Os reis da terra se levantam governos consultam juntamente contra O Senhor e contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, sacudamos de nós Suas cordas.” Sal 2;2 e 3 Notemos que são diretrizes governamentais, não mera vontade humana; ditames dos “reis da terra.” Há um pleito por poder em jogo, no qual os reis são meros títeres.

Se, para aprendermos justiça são necessários os Divinos Juízos, para a ímpia geração atual, comodidade e prazer desmedido é que importam; não essas coisas antiquadas e sombrias, tipo, verdade, justiça, equidade. Para o príncipe desse mundo, quanto pior, melhor. O mundo está do jeito que o Diabo gosta.

A modernidade avança rumo à robotização das almas, que são “pensadas” e “supridas” pela Matrix; essa difunde “urbe et orbe” a voz e a imagem da besta; enquanto, o espírito do mundo se ocupa em semear cizânia e aversão contra Deus.

Os que ainda podem ouvir ao Eterno, não se maravilham com as alegorias vanguardistas meticulosamente calculadas para atrair aos incautos; “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para as vossas almas...” Jr 6;16

Como se esmerará por aprender justiça, quem gastou sua vida toda a cultuar prazeres apenas? “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Deus permite que o mundo edifique seu império enganoso; “... mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e fará proezas.” Dn 11;32

sábado, 13 de maio de 2023

Hesitando na janela


“O que é, já foi; o que há de ser, também já foi; Deus pede conta do que passou.” Ecl 3;15

Aparente confusão dos tempos verbais, cuja causa é a divergência essencial, entre O Eterno e o efêmero.

Se, o que há de ser já foi, de duas uma: Ou, refere-se a um hábito que se repete, de modo que, atuar assim não é novo, já foi desse modo em dias pretéritos; ou, refere-se à visão pelos Olhos do Eterno, que, por não estar limitada ao âmbito temporal, como nós, vê o que ainda nos será, como feito.

Limites temporais se restringem às coisas “debaixo do sol”. O Senhor, Criador do Sol, inclusive, não as vê da nossa perspectiva. Se Ele só nos “pede contas do que passou”, é pela Sua Justiça, que nos responsabiliza apenas pelo que fizemos, malgrado, saiba o que faremos. Nos oferece acesso ao passado, mediante arrependimento, perdão, saudade; ao futuro, através da fé, esperança, sonhos; mas, restringe nossa atuação ao presente.

A possibilidade Divina de “andar no tempo” causou espanto e agressividade nos dias de Cristo, quando Ele disse ter visto Abraão, porque O presumiam ser, apenas como nós. “... Ainda não tens cinquenta anos, e viste Abraão? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, Eu Sou.” Jo 8;57 e 58

Mais um “erro” verbal afrontando à “lógica” dos oponentes ao Salvador.

Um dos Nomes pelos quais O Messias seria conhecido aludia à Sua superioridade em relação ao tempo; “... Seu Nome será, Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Is 9;6 “... Pai da eternidade...”; a ordem natural prescreve que filhos obedeçam aos pais; assim, o tempo submete-se a Deus, não o contrário.

Ele não se cansa, fadiga, tampouco, envelhece. O fato de terem lido aquela promessa inúmeras vezes, não significa que a tivessem entendido; como os discípulos no caminho de Emaús, falando com O Senhor ressurreto, bem podemos dialogar com a verdade sem a identificar.

A Palavra ensina que Deus, “... chama as coisas que não são como se já fossem.” Rom 4;17 Por isso a inerrância de Sua Palavra profética; quando a dá não está adivinhando coisas; antes, revelando as que já viu; o que já foi.

Quando decidiu na eternidade, criar “anjos” frágeis (Pois, pouco menor o fizeste que os anjos, de glória e honra o coroaste. Sal 8;5) e aperfeiçoá-los mediante o sofrimento e santificação vindo de um estágio inferior, (Sua presciência sabia da queda) ao aceitar pagar o preço do resgate por esses “esboços angélicos”, mesmo antes de operado isso, aos Olhos Divinos foi tido como tendo feito já. Por isso se diz: “... Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” Apoc 13;8

Aquilo que o vulgo chama de vida, a duração da existência terrena, aos Olhos Divinos, é apenas uma janela espaço-temporal, à qual, aproveitando devidamente, nela reencontraremos o caminho de casa, a vereda da vida; “De um só sangue fez toda geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, O pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;26 e 27

Ganhamos tempo e limites para viver, dentro dos quais, nos está sorrindo a possibilidade de buscarmos a Deus; Ele facilita as coisas colocando-se perto de nós.

Como não sabemos o momento em que essa “janela” se fechará, no tocante a cada um, bem faremos se, recebermos o chamado à salvação como urgente; “Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável, socorri-te no dia da salvação; Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação!” II Cor 6;2

Tendemos a gastar nosso vigor em futilidades, como se, a salvação fosse uma coisa para se pensar, na velhice. Imensa leva de pessoas morre antes de chegar a ela. Engana-se quem supõe que nesses dias as renúncias ao pecado são mais fáceis; mesmo adormecendo os apetites do corpo no vasto leito do tempo, a alma que capitulou aos vícios desde sempre, sentirá mais saudade desses, que atração pela virtude à qual recusou-se a conhecer. Fugirá do presente, em insanas voltas ao passado.

Então, o conselho do mais sábio dos homens: “lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;” Ecl 12;1

Sabendo como vai ser o fim dos pecadores, Deus chama-os em tempo, pelo prazer de salvar. “... não tenho prazer na morte do ímpio, mas que o ímpio se converta do seu caminho e viva...” Ez 33;11

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Maravilhosa graça


“... Deus exige de ti menos que merece tua iniquidade.” Jó 11;6

Antes que alguém se presuma o merecedor das Divinas Graças, o mais honesto dos cidadãos, última donzela do lupanar, precisamos ver as coisas com olhos espirituais, tendo como veraz e inquestionável a forma como Deus, “O Pai dos espíritos” vê.

As coisas na perspectiva Divina são diferentes, como ensinou Paulo: “As quais também falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.” I Cor 2;13

O veredito sobre a condição humana foi severo, mas justo: “... Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem. O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.” Sal 14;1 a 3

Embora possamos e devamos praticar boas obras em nossos relacionamentos, dada nossa índole egoísta, normalmente estragamos eventuais coisas boas feitas, quando, pretendemos que elas tenham um mérito que lhes escapa; nos justificar perante Deus, por exemplo.

Nesse caso, as obras humanas, acrescentam ao nosso vasto currículo de pecados, a doentia pretensão de justiça própria, coisa que Isaías denunciou: “Mas todos nós somos como o imundo, nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

Tampouco abastança de bens materiais poderia resgatar a uma alma: “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir ao seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele, pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;6 a 8

Nem mesmo sacrifícios de animais; serviam como indício de arrependimento, conservavam vivos os ofertantes, deixando em suspensa sua dívida, até ao tempo do aperfeiçoamento do sacerdócio, em Jesus Cristo. “Este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime do que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo-se.” Heb 7;24 a 27

Deus requer de nós, menos do que merece nossa iniquidade porque Cristo pagou por nós, o preço dos nossos pecados. “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus, a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6;23

Embora sejamos chamados a tomar nossas cruzes, isso é figura para a renúncia dos modos pecaminosos de viver, aos quais estávamos acostumados.

“Os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências.” Gál 5;24 Uma metáfora significando que, os tais, abandonaram ao curso natural de suas vidas se rendendo a Cristo.

Quando chamou todos a Si, O Salvador explicou que deveriam imitar Sua Obediência ao Pai; “Tomai sobre vós o Meu jugo, aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas. Porque Meu jugo é suave e Meu fardo, leve.” Mat 11;29 e 30

O fato de O Senhor demandar de nós menos do que merece nossa iniquidade não significa que poderemos bancar os desentendidos, quando denunciados e exortados a buscarmos arrependimento. “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Pois, “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído sem que haja remédio.” Prov 29;1

A primeira coisa para lidarmos honestamente com nossos pecados é fazê-lo pela Palavra de Deus; conhecendo e obedecendo-a; os míopes olhos humanos devaneiam com pureza, onde O Santo vê o imundo. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas que nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

O Eterno cancela a morte que merecíamos, se tão somente recebermos em nosso favor a morte de Cristo, e permanecermos na obediência a Ele. “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;16

Uma vez que, a justiça à qual somos chamados se estabelece pela fé, quando creio sou justificado; herdo a Justiça de Cristo, que por amor, herdou minha morte.
Maravilhosa é a graça! Necessária a perseverança; “O justo viverá da fé; se ele recuar, Minha alma não tem prazer nele.” Heb 10;38

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Obra de arte

 
“Agora, Senhor, despedes em paz teu servo, segundo Tua Palavra; pois, meus olhos já viram Tua salvação” Luc 2;29 e 30


Antes da possibilidade visível, palpável, Simeão tivera uma revelação. “ ... que... ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor.” v 26


Assim é a fé. Fala aos ouvidos esperando abrigo no coração; sendo ali recebida, em tempo oportuno, testifica aos olhos também.


O que é dito deriva do que foi decidido no coração. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4;23 O convertido deverá dizer como o salmista: “... todas minhas fontes estão em Ti.” Sal 87;7


O homem não tem problema em acreditar no que o deixe bem, confortável. Dada nossa situação espiritual, impossível a revelação da verdade nos deixar satisfeitos. Sempre nos colocará em maus lençóis.


Uma decisão será tomada em nosso íntimo; virá em consórcio com a honestidade que assume as próprias misérias, ou, com a loucura que, por preferir o mal, dado o prazer que enseja, à ventura de ser regenerado, mesmo ao custo de renúncias. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20


Uma “fé” superficial acredita apenas no que Deus Pode Fazer em seu favor, mas recusa acreditar no que precisa, para ser restaurada à comunhão com Ele; uma forma de enganar a si mesmo, usando um verniz de religiosidade para dar novo brilho à estátua desbotada do próprio ego.


O Salvador foi categórico: “negue a si mesmo!” A salvação não é pelas obras, mas pela fé; porém, quem crê e não age conforme, perde-se maquiando um cadáver. “... a fé sem obras é morta.” Tg 2;20


Para chegarmos ao estágio em que as vistas colherão frutos da fé, esse primeiro passo é indispensável. “Porque vistes, Tomé, crestes; bem-aventurados os que não viram e creram” disse O Senhor ressurreto, ao tímido apóstolo.


A Abraão, “o pai da fé” foi dito: “Sai da tua terra e da tua parentela para uma terra que te mostrarei.” Era preciso obediência À Palavra de Deus, antes de ver a terra.


Esse aspecto demandado pela fé, andar conforme se crê, é que “dificulta” a adesão da maioria. As digitais do Criador estão explícitas, mas, eles preferem produzir credos alternativos; “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes, em seus discursos se desvaneceram; seu coração insensato se obscureceu.” Rom 1;19 a 21


O texto não diz que eles não puderam “conhecer” a Deus; antes, recusaram a glorificar e lhe dar graças, depois de O terem conhecido. Esse preço, a rendição das almas em submissão, o homem natural se recusa a pagar; aí cerca-se de subterfúgios vários, sob a casamata da desonestidade intelectual, para fazer parecer que sua impiedade tem razões sólidas. Trai a si mesmo.


O que é o ecumenismo em gestação, senão, a validação de todas as fugas, formação de quadrilha global, para, em nome de suposta união, castrar aos poucos que ainda levam a sério A Palavra de Deus?


Não se trata do veto a um credo sabidamente errôneo, doentio; antes de rejeitar ao Senhorio de Cristo, junto com Seus ensinos; “Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra O Senhor e contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, e sacudamos de nós Suas cordas.” Sal 2;2 e 3


Enfim, a fé real será separada das imitações na reta final da humanidade. Antes de sermos “despedidos em paz” como pediu Simeão, teremos que suportar ainda, a guerra dos inimigos da luz.


O mundo da pós verdade, vive de narrativas; danem-se os fatos! Quem tem o poder diz o que é e o que não é, por bisonho e obtuso que pareça.


Uma geração acéfala como a atual, que considera uma banana colada com uma fita, uma “obra-de-arte" relevante, bem poderá considerar o canhoto, um deus.


Mesmo que sejamos perseguidos, violados em nossos direitos, qualquer que seja a forma de nossa morte, se permanecermos fiéis, seremos despedidos em paz, com Deus.


O que Cristo Fez por nós é a mais bela das obras, por pintar com Seu Sangue, o quadro da redenção eterna
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