quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Médicos Doentes


“Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que profetizam, e dize aos que só profetizam de seu coração: Ouvi A Palavra do Senhor;” Ez 13;2

“... profetiza contra os profetas...”
aqueles que se pretendiam, meios, se tornaram fins, do Divino falar; os reputados por médicos eram meros pacientes carecendo cuidados, invés de aptos a medicar.

O ministério profético sempre foi eivado de falsidade. Duas razões me ocorrem: a vaidade humana desejando reputação de representante Divino; e interesses rasos, de vida fácil; invés do trabalho duro como a maioria; a tentadora arte de transformar falácias em pão.

Nos dias de Acabe e Jezabel havia profetas estatais, sustentados pelos impostos dos trabalhadores; “Agora, pois, manda reunir-se a mim todo Israel no monte Carmelo; como também os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal, e os quatrocentos de Aserá, que ‘comem da mesa de Jezabel’.” I Rs 18;19

850 inúteis sustentados pelo povo, ao qual enganavam sistematicamente para manter a pose.

Quando um falsário mais criativo “revelava” algo, os menos talentosos seguiam às pisadas desse: “... quando um edifica uma parede, eis que outros a cobrem com argamassa não temperada; dize aos que a cobrem com argamassa não temperada que ela cairá. Haverá uma grande pancada de chuva; vós, ó pedras grandes de saraiva, caireis, um vento tempestuoso a fenderá.” vs 10 e 11 Figuras de linguagem significando que um criava engano, os outros confirmavam.

Um profeta idôneo tem como necessidade ouvir a Deus; um imitador carece falar ao povo, não importa o quê. O veraz pode ficar largo tempo sem dar as caras, como Elias, que sumiu três anos e meio. Seu compromisso é com O Senhor que o comissiona, quando quer, não com um ativismo “espiritual” para servir drogas psíquicas aos incautos.

Quem “profetiza” em troca de pão precisa “mostrar serviço”, para “fazer jus” ao salário que recebe pelo seu teatro. A primeira credencial de um profeta verdadeiro é ter valor, não interesses. Por essas e outras, Ezequiel, invés de falar ao povo, deveria falar contra os “profetas”.

É possível que um profeta sofra rejeição; Ezequiel, Jeremias, e Elias sofreram; mas, enquanto estiver no centro da Vontade Divina, O Eterno sempre terá um corvo “garçom”, ou, outro meio de manter àquele que O agrada.

“... só profetizam de seus corações...” para alguns desavisados o coração seria uma espécie de aferidor. “Só faça se sentir no coração” costuma dizer o R. R. Soares. Quando alguém pretende enfatizar quanto deseja algo, a outrem, costuma anexar essa testemunha; “te desejo de todo coração”, diria nosso “cardiocrata” hipotético.

A Palavra de Deus não reserva tanta estima ao nosso doentio órgão; “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9 Jesus Cristo ampliou: “Porque do coração procedem maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” Mat 15;19

Por isso, mediante o mesmo Ezequiel O Senhor Vaticinou o transplante que faria nos Seus; “Dar-vos-ei um coração novo, Porei dentro de vós um espírito novo; Trarei da vossa carne o coração de pedra e vos Darei um coração de carne.” Ez 36;26

Esse “novo coração” não é novo órgão estritamente; antes, novo modo de pensar, doravante, segundo Deus; “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que Se Compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, Diz O Senhor.” Is 55;7 e 8

Embora nosso coração até possa ser um aferidor de sinceridade, está longe de sê-lo, da verdade. Para isso carecemos estar perto de Um Coração que Ama-a sem os nossos imediatismos doentios; “... Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme Meu Coração, que executará toda Minha Vontade.” Atos 13;22

Notemos que, para nosso coração se alinhar Ao Divino, temos que ter como nossa, a Vontade Dele. Nosso coração regenerado em Cristo, não é mais, fonte d’onde procedem todas aquelas coisas más; “... porque a Água que Eu lhe Der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

“Ouvi À Palavra do Senhor!
” Um profeta ouvia/via a Vontade do Senhor diretamente; os falsários aqueles estavam sendo convidados a ouvirem mediante Ezequiel.

Todos os nascidos de novo podem, pelo Espírito Santo ouvir à Palavra do Senhor diretamente; em seus entendimentos, consciências... “... Porei Minhas Leis em seus corações; as Escreverei em seus entendimentos...” Heb 10;16

Não precisamos de profetas; mas, de honestidade intelectual para admitir que sabemos o Querer de Deus; nem sempre ousamos praticar. “Mas o que Me der ouvidos habitará seguro, estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

domingo, 11 de dezembro de 2022

Andando em círculos


“Os gentios enterraram-se na cova que fizeram; na rede que ocultaram ficou preso seu pé. O Senhor é conhecido pelo juízo que Fez; enlaçado foi o ímpio nas obras das suas mãos.” Sal 9;15 e 16

Deus Fez o homem arbitrário; apto a fazer escolhas e consequente, responsável pelas mesmas. “Os céus e a terra Tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te Tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência. Deut 30;19

O Salvador Ensinou: “Portanto, tudo que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a Lei e os profetas.” Mat 7;12 O sentido da Lei e dos escritos dos profetas era ensinar isonomia; igualdade entre os povos de raças diversas, coisa que, a humanidade “descobriu” nas últimas décadas.

Quando, alguém arma redes aos inimigos e acaba preso nas mesmas que armou, é a Perfeição do Juízo Divino atuando.

Termos desafetos é inevitável nesse mundo dual, de luz e trevas, amor e ódio, verdade e mentira. Entretanto, O Eterno reservou para Si o direito de julgar; “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu Recompensarei, diz O Senhor.” Rom 12;19

O ensino requer que oremos pelos inimigos, façamos-lhes o bem, até; “Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;20 e 21

Não precisam, necessariamente, todos caírem nas redes que armaram. A Palavra de Deus insta com quem erra para convencê-lo do seu descaminho, de modo que, invés de odiar ao próximo, repense seus motivos; descobrindo imperfeições em si, arrependa-se; é uma forma sábia, julgar a si mesmo. “Porque, se julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” I Cor 11;31

“Se consegues fazer um bom julgamento de ti és um verdadeiro sábio.” Antoine de Saint-Exupéry

Os Céus não fariam festa por motivos bobos; o arrependimento de um, que julgou bem a si mesmo e não precisará passar pelo Juízo do Eterno gera júbilo por lá; “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.” Luc 15;10

Esse “juízo” que reconhece a justiça de Deus, e aceita O Resgate oferecido agrada Ao Senhor; julgar e condenar, Lhe é uma triste necessidade, não um deleite. “Vivo Eu, diz O Senhor Deus, que não Tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis...” Ex 33;11

O “progresso” da humanidade, infelizmente é um eterno andar em círculos, como as ovelhas aquelas. Novas conquistas tecnológicas, mais alcance, velocidade, e os mesmos vícios; novos meios de burlar, tirar vantagem via espertezas, roubar a vida, invés de ganhá-la.

Aparatos cada vez mais hightechs, e motivações doentias, ímpias, sempre as mesmas.

Esse andar em círculos foi observado em dias idos. “O vento vai para o sul, faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando, e volta fazendo seus circuitos. Todos os rios vão para o mar, contudo, o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr. Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir. O que foi, isso é o que há de ser; o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol.” Ecl 1;6 a 9

Partilhar nas redes sociais que, fazendo as coisas da mesma forma, nunca chegaremos a resultados diferentes é mais uma nuance dos que andam em círculo, sem perceber que sofrem da doença que pretendem medicar. Jogam ao vento sementes que não cultivam.

Enquanto nossa capacidade de ver erros for apenas externa, não ousarmos olhar dentro de nós, a ciranda de doidos seguirá, até que nossa “senha” seja chamada, e, colhamos sem nenhum júbilo, os juízos temerários que lançamos alhures quando dávamos nosso espetáculo no “Globo da Morte”.

O mundo assemelha-se ao logotipo da Toyota; uns círculos dentro dos outros. O Santo nos chama ao caminho reto, mesmo que isso nos afaste das tendências dos que preferem seguir os berrantes enfeitiçados dos modismos.

“No caminho da sabedoria te ensinei, por veredas de retidão te fiz andar. Por elas andando, não se embaraçarão teus passos; se correres não tropeçarás... Os teus olhos olhem para a frente, as tuas pálpebras olhem direto diante de ti.” Prov 11;12 e 25

sábado, 10 de dezembro de 2022

A Voz do Sangue


“Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo; dando Deus testemunho dos seus dons; por ela, depois de morto, ainda fala.” Heb 11;4

“... maior sacrifício que Caim...”
Antes de concluirmos que foram os sacrifícios dos irmãos, que fizeram um aceitável, e outro não, perante O Criador, atentemos bem ao texto: “Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício...” 

A fé patrocinando a oferenda é que a qualifica, quanto à sua aceitação. Deus olhou para os ofertantes antes das ofertas; “... Atentou O Senhor para Abel e sua oferta. Mas para Caim a sua oferta não Atentou...” Gn 4;4 e 5

“Sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele Existe, e É galardoador dos que O buscam.” v;6
Como alguém sacrificaria sem fé? Por quê? Inveja, emulação, competição; vícios que envilecem à mais opulenta oferenda.

Sem fé, até as mais eloquentes pregações perdem a eficácia: “Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram.” Cap 4;2

“... pelo qual, alcançou testemunho de que era justo...”
Pelo sacrifício oferecido com fé. Na terra dos homens se alcança testemunhos de todo tipo. Gente baixa consegue, via preço, ou, identidade na baixaria, testemunhos de toda ordem, forjando o verossímil onde deveria reinar o verdadeiro. Porém, o testemunho em favor de Abel Era de Origem Sublime, “... dando Deus, testemunho dos seus dons...”

Receber o testemunho de Deus, acerca da integridade, não é um “selo de qualidade” ordinário, que se possa conseguir no reino imperfeito dos homens; tampouco, na forja fajuta das aparências.

Deus sonda corações. Ninguém pode ver profundo como Ele. “Eu, O Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; para dar a cada um segundo seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr 17;10

“... por ela,
(pela fé) depois de morto, ainda fala.” Quando o sol se põe, restam ainda umas duas horas de claridade, antes que a noite cubra tudo. Fica uma luz residual após sua “morte” testemunhando da sua passagem.

Do mesmo modo, no reino espiritual, quando um homem justo passa pela vida. Após sua morte, a luz dos exemplos deixados ainda “fala” por muito tempo. Tanto, quanto puder ser lembrado. Como o exemplo de Abel foi registrado no Livro Sagrado, fala claramente até hoje.

Embora nem todos tenham ciência disso, há mais livros sendo escritos do que supõe nosso parco entendimento. Nossos atos, mesmo nossas falas, estão sendo registrados nos Céus; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; O Senhor Atentou e Ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram O Senhor; os que se lembraram do Seu Nome. Eles serão Meus, diz O Senhor dos Exércitos...” Mal 3;16 e 17

O teatro humano é refém das aparências; nele podemos encenar o que quisermos; Deus lida com essências, motivações; e na balança dessas pesa nossos feitos e os valora.

Jó, outro que recebera testemunho Divino disse: “Pese-me em balanças fiéis e saberá Deus, a minha sinceridade.” Jó 31;6 Pois, O Eterno não tem outro tipo de balanças. Nós balançamos em nossa integridade; Ele não. “Se formos infiéis, Ele Permanece Fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

Contudo, se o exemplo de Abel estimula a termos a mesma postura, para também recebermos Testemunho dos Céus, temos uma “Fala” infinitamente mais excelente, à qual bem faremos em estar atentos: “Mas chegastes ao monte Sião... a Jesus, O Mediador de uma Nova Aliança, e ao Sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel.” Heb 12;22 e 24

Dentre as muitas coisas que O Bendito Sacrifício nos fala, deixa patente que “O salário do pecado é a morte” Rom 6;23, não há jeitinho que possa remediar isso; O Amor Divino Ousou descer até aí, para que pudéssemos ser regenerados, embora, indignos. “Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles que rejeitaram o que na terra os advertia, muito menos nós, se nos desviarmos Daquele que É dos Céus;” v 25

A superioridade do culto de Abel derivou de ser a fé a motriz do mesmo; o desafio agora, em Cristo, “Autor da fé”, é levarmos a mesma às últimas consequências, à perda da vida temporal até, sem desonrarmos Àquele que Fez isso por nós. “Considerai, pois, Aquele que Suportou tais contradições dos pecadores contra Si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;3 e 4

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Fora da Copa


“Como ao pássaro o vaguear, como à andorinha o voar, assim a maldição sem causa não virá.” Prov 26;2

Maldição não é uma força casual que sai percorrendo a terra e fazendo vítimas ao seu bel prazer. Antes, é um juízo temporal que, uma vez aplicado, possibilita que cogitemos das causas, e quiçá, aprendamos algo com ela. Os Juízos temporais do Eterno são nuances do Seu Amor; nova oportunidade, antes do juízo final.

Quando, nos dias de Malaquias, Ele convertia bênçãos em maldições, expôs o motivo; “Se não ouvirdes e não propuserdes no vosso coração, dar honra ao Meu Nome, Diz o Senhor dos Exércitos, enviarei maldição contra vós, amaldiçoarei vossas bênçãos; já as Tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” Ml 2;2

A permissão para o advento “milagroso” do Anticristo, também será um juízo, contra quem não se apegou à verdade. “Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira, com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;9 a 12

A ameaça iminente de sermos governados pelo crime organizado, também é uma permissão do Eterno, por termos visto a honestidade ser atacada diuturnamente, durante quatro anos, sem a necessária indignação e brio para defendê-la.

Agora a “favorita” seleção brasileira, foi despachada precocemente pela Croácia; terá que ver o resto da Copa do Mundo pela televisão. Mais uma “maldição” cujas causas, convém a gente buscar.

Apesar dos sonoros e humilhantes 7 x 1 da copa em casa, o arrogante povo brasileiro não aprendeu nada. O técnico Tite disse que, caso vencesse a Copa não iria saudar ao Presidente da república, como sempre se fez. Invés de jogo limpo, neutralidade desportiva, ele fez o “L”.

Os jogadores, embora sabendo que, grande parte da população está nas ruas, protestando, desde a vergonhosa fraude que se impôs, e essa parte representa a imensa maioria, nunca se preocuparam em mandar uma mensagem de solidariedade, apoio aos manifestantes. Neymar ousou abrir seu voto no Bolsonaro, o que bastou para que muitos o demonizassem, querendo até que se machucasse.

Eu sei que eventuais atos de cunho político poderiam render punições, advertências; o treinador, zeloso, que não suporta aos “fascistas” os poderia barrar; então, muitos deles preferiram ostentar sua opulência comendo carne folheada a ouro, invés de se preocupar com os legítimos anseios dos inconformados daqui. Na bolha dos privilégios a vida transcorre sem os problemas que assolam aos reles mortais. Importante é ostentação; liberdade a gente vê depois.

Usariam de bom grado uma faixa de capitão, “inclusiva”, se a justiça catari permitisse; mas, uma simples tarja preta em solidariedade aos brasileiros que estão sofrendo, nenhum ousou. Quem se atreveria a arriscar seu lugar no time por uma ninharia dessas, de defender a justiça e liberdade?

Aquele amontoado de jogadores de vidas privilegiadas representava a si mesmo; seus anseios de glória e faturamentos cada vez mais altos; o povo, que siga sua “teimosia” em busca de liberdade e justiça.

O feitiço acabou, de forma humilhante como convinha. Cada um deles voltará para seu “reino encantado” de fama e riquezas, sem se preocupar muito com as coisas que acontecem por aqui.

O futebol sempre foi uma droga, que, como o carnaval e as novelas “domesticava” nosso povo, de modo a não se levantar, mesmo ante às grandes aberrações que sempre se fez, no meio político. “A pátria em chuteiras” descobriu-se agora envolta em bandeiras.

Pois, anulada à eficácia da droga, temos que lidar com nossa dura realidade, que parece orbitar a duas possibilidades apenas. Ou, a Lei e a ordem serão garantidas à força, pelos militares, ou, teremos que trabalhar para o crime organizado, que, mesmo antes de assumir já causou estrondosas perdas, e acena com a ruptura de todos os limites, para saciar o apetite voraz dos predadores soltos.

Passou a hora de muitas “Excelências” aprenderem, enfim, o respeito que devem ao Povo brasileiro, origem de todo poder, e quem paga os salários onerosos de vossas displicências. “Perdeu mané!” um cacete! As eleições foram extremamente duvidosas; o povo não está disposto a reconhecer nada, sem um confere do “VAR”, também chamado de código-fonte.

Estamos fora do circo, e daí? O importante é que não engoliremos essa fraude, nem mesmo folheada a ouro.

Se o outro lado tivesse logrado uma vitória justa, a vida seguiria; mas, do jeito que foi, gol de mão e impedido, nem que a vaca tussa.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Árvore de Natal


“Vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a Moisés, homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.” Ex 32;1

Deparei com um estudo sobre usar árvores de Natal, os crentes, ou não. O autor disse que, os que rejeitam tal uso, o fazem porque a origem da mesma remontaria ao paganismo.

No entanto, argumentou, muitas coisas que consumimos, alimentos, roupas, combustíveis, etc. Também têm uma origem desconhecida, e não investigamos, antes de usarmos tais coisas; portanto, ser omissos nessas coisas e cuidadosos apenas com a Árvore de Natal, ele definiu como hipocrisia.

Usou ainda como argumento, o seguinte: “Do Senhor é a terra e sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam.” Sal 24;1

Tudo o que O Senhor criou é bom; não há nada que se rejeitar. Disse mais: Que em rituais de religiões pagãs, satânicas até, se usa água, por exemplo; nem por isso deixamos de usá-la também.

Até parece um conjunto de argumentos bem sólidos; mas, as “letras miúdas do contrato” precisam ser lidas também. É vero que consumimos as coisas ordinárias sem nos preocuparmos com a origem. Mas, fazemos isso para nós, não para prestar culto a Deus. No caso da comida, oramos consagrando, agradecendo, o que anula eventuais “vícios de origem.”

Que “do Senhor é a Terra e sua Plenitude”, não restam dúvidas; Ele Criou todas as coisas.

Mas, tomar como viés argumentativo essa verdade, e levá-la às últimas consequências acabaria legitimando o uso de drogas, excessos em bebidas, e coisas similares. Afinal foi O Senhor que as criou, portanto, não devem ser rejeitadas. Pela mesma linha de raciocínio, os ímpios não deveriam ser rejeitados, uma vez que são criaturas do Divino; “O Senhor fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal.” Pov 16;4 Não seria para o dia do bem??

A água nos cultos pagãos não legitima tudo; eles usam imagens, rezas, animais mortos, além de água; agora quem está sendo seletivo é o autor, que considerou hipocrisia atuar assim.
Por que não usamos as imagens deles também?

Enfim, concluiu que podemos “natalizar” nossas casas; não precisamos ter nenhum “medinho do diabo”. De onde o ilustre professor tirou que, evitamos isso por medo do canhoto? Em mim arde zelo de Deus; a Ele temo, não à oposição. “... temei Aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;5 

Afinal, “... qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4;4 e 5

Podem dar os nomes que quiserem, ornar ambientes; isso não se encontra na Palavra de Deus; a “festa” a ser comemorada é outra: “... fazei isto em memória de mim.” I Cor 11;24 a Santa Ceia. Só isso.

Embora alguns se esforcem em provar o contrário, no “Natal” o velho rubro aquele aparece, não, Jesus; Seus Ensinos, Doutrina e Sacrifício por nós. A origem da dita árvore não é bíblica, portanto, é pagã; os íntimos de Deus nada fariam que entristecesse Seu Espírito Santo; estou certo que essas coisas que prostíbulos e centros de religiões rivais também fazem, nada têm com O Conhecimento de Deus; é uma escolha humana baseada na ignorância avessa ao que Deus ordenou.

Vimos acima, quando da “demora” de Moisés no monte, a decisão de se esculpir o Bezerro de ouro; uma “pérola” espiritual baseada também na ignorância: “... porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, ‘não sabemos’ o que lhe sucedeu.”

Sabemos tantas coisas que A Palavra do Santo nos revela, contudo, precisaríamos cometer temeridades baseados no que não sabemos?

Honrar a Deus é dar livre curso à Sua Luz em nossos entendimentos, de modo que essa molde o nosso agir; sem isso, podemos fazer cascatas de luzes “Made in China”, uma mini floresta enfeitada de penduricalhos em nossas salas e seguiremos em trevas.

O Salvador ensinou a conhecermos à árvore pelos frutos. Nesse caso específico ficam patentes os frutos pela árvore. Digo, invés da devida e necessária separação, a emulação que forja a imitação do mundo é um testemunho que grita que dentro de nós, que mesmo nas igrejas, ainda estamos no mundo.

Se Cristo nasceu deveras em nós, a Sua Luz há de brilhar full time; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que Está nos Céus.” Mat 5;16

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Karnal, o ateu


“Porque o ímpio gloria-se do desejo da sua alma; bendiz ao avarento, e renuncia ao Senhor. Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas suas cogitações são que não há Deus.” Sal 10;3 e 4

Acabei de assistir a um vídeo do filósofo Leandro Karnal, com o título: “Por que sou ateu”. Ele conta seu pretérito religioso no catolicismo. No momento que definiu como “secura da alma”, quando assomou a sensação de que falava sozinho ao orar, não havia interação com Deus, isso foi pavimentando seu afastamento da religião, até sentir-se bem, sem ela.

Defendeu que não se trata de inteligência nem de ética; essas coisas existem entre ateus e religiosos. Mas, de escolha estritamente pessoal, sua.

Bem, que há gente ética e sem, em ambos espectros, religioso e ateu, bem como, inteligentes ou, desprovidas de inteligência, isso é algo pacífico. Embora, a inteligência nem sempre esteja a serviço da verdade. Às vezes pode ser usada para se esquivar da mesma, como tantos fazem.

Cristo não foi rejeitado por incompreensão do significado de Sua Doutrina; antes, por entender e não desejar, O evitaram; “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Ante Sua pergunta sobre a origem do Batismo de João, se celeste ou terrena, Seus ouvintes sabiam as implicações de ambas as repostas possíveis; como não queriam lidar com as consequências de nenhuma, fingiram ignorar. “Não sabemos.” Luc 20;7

Um exemplo clássico de inteligência à serviço do erro; a popular desonestidade intelectual.

Acima temos uma denúncia moral contra o ateu; é alguém que “... gloria-se do desejo da sua alma; bendiz ao avarento, e renuncia ao Senhor.” Nesse breve recorte repousam três coisas nocivas à necessária santidade; egoísmo, avareza e rejeição a Deus.

“... Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas as suas cogitações são que não há Deus.” Agora, orgulho e um “cogito” não investigativo, mas calculado para “pavimentar” o caminho da conveniente negação. Não são cogitações abertas em busca da verdade; antes, condicionadas a um fim estabelecido “à priori”, não há Deus. Já “sei” que Deus não existe; apenas preciso ordenar minhas reflexões de modo a “provar” isso.

A diferença entre os veros filósofos e os sofistas era que esses buscavam prevalecer numa disputa a qualquer custo; aqueles buscavam à verdade, mesmo que essa se revelasse contra antigos postulados, que, uma vez demonstrados falsos, deveriam abandonar.

A Palavra defende que mesmo a natureza já é eloquente o bastante; “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças...” Rom 1;20 e 21

De novo, a barreira não é intelectual, mas, volitiva; “... tendo conhecido Deus, não O glorificaram como Deus...” Isso revela uma escolha.

“O testemunho dos céus não é um simples indício, mas uma declaração inconfundível e clara, do tipo permanen­te e inalterável. Apesar disso tudo, que proveito há numa de­claração em alto e bom som dirigida a um surdo, ou a mais evidente demonstração feita para um cego no sentido espiri­tual? O Espírito Santo de Deus precisa iluminar-nos ou nem todos os sóis da Via Láctea poderão fazê-lo... É humilhante pensar que até mesmo as mentes mais devota­das e elevadas, quando querem expressar seus pensamentos mais sublimes sobre Deus, precisam usar de palavras e metáfo­ras extraídas da terra. Somos todos crianças e temos de confes­sar: "Penso como criança, falo como criança." Deus está na vas­tidão acima de nós; sua bandeira estelar mostra que o Rei encon­tra-se em casa e levanta seu escudo para que os ateus vejam como ele menospreza suas acusações. Aquele que após olhar para o firmamento se apresenta como um ateu, está ao mesmo tempo se declarando um idiota e mentiroso.” Spurgeon

Desde o, “sereis como Deus; vós mesmos sabereis o bem e o mal”, que o homem se fez também, mentiroso. Os mais sutis pintam o que entendem e não querem, com “cores” de ignorância; ceticismo conveniente.

Suas concessões éticas e caridosas são limites que traçam, até onde estão dispostos a ir. Como à mulher de Jó, até certo limite; “... Ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa Deus, e morre.” Jó 2;9

“A voz de Deus nos diz constantemente: uma falsa ciência faz um homem ateu, mas uma verdadeira ciência leva o homem a Deus.” Voltaire

Coisas de loucos


“Livrará até ao que não é inocente; porque será libertado pela pureza de tuas mãos.” Jó 22;30

Elifaz, um dos “amigos” de Jó, depois de acusá-lo de “nazista, fascista, genocida,” digo, lançar ao vento palavras sem nexo com a realidade. “Não deste ao cansado, água a beber, ao faminto retiveste o pão. Mas para o poderoso era a terra; homem tido em respeito habitava nela. As viúvas despediste vazias, os braços dos órfãos foram quebrados.” vs 7 a 9

Após dessas inverdades contra aquele que Deus Testificara ser justo, reto, temente, que se desviava do mal, exortou-o: “Apega-te, pois, a Ele, e tem paz; assim te sobrevirá o bem. Aceita, peço-te, a Lei da Sua Boca e põe Suas Palavras no teu coração. Se te voltares ao Todo-Poderoso, serás edificado; se afastares a iniquidade da tua tenda.” vs 21 a 23

Palavras verdadeiras se, enviadas ao devido endereço. “Uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar.” Spurgeon

Assim, uma exortação à obediência, contra uma pessoa que já teme a Deus e observa Seus mandamentos. “Sabendo isto, que a Lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, ímpios e pecadores, profanos, irreligiosos, parricidas, matricidas, para os homicidas.” I Tim 1;9

Depois das acusações infundadas e exortação desnecessária, expôs uma conclusão verdadeira; que, ao que Deus aceita, sua intercessão tem eficácia. “livrará até ao que não é inocente; será libertado pela pureza das tuas mãos.”

Não sabia, o loquaz conselheiro, que o culpado a ser remido mediante a intercessão de Jó seria ele mesmo, junto aos seus companheiros; “Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros; ide ao Meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós; Meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele Aceitarei, para que não vos Trate conforme vossa loucura; porque vós não falastes de Mim o que era reto como Meu servo Jó.” Cap 42;8

Normalmente se considera louco, alguém que fale coisas desconexas, mostre lapsos cognitivos e interpretativos da realidade, faça coisas desalinhadas à ética dos “normais”.

No prisma espiritual a regra se mantém; com a ressalva que agora a “realidade” a ser apreciada está nos domínios do espírito, não no enganoso campo dos fenômenos. As coisas como são, não como parecem, vistas por pessoas espirituais; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Luz espiritual parece loucura aos cegos, a cegueira de não ousar adentrar nos domínios do Espírito é a insanidade deles; pois, sabedoria espiritual não tem como antônimo a ignorância. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Prov 1;7

As palavras certas contra o alvo errado, como falou Elifaz, testificam certo conhecimento acerca dos Valores Divinos, e total ignorância, quanto à aplicação.

A “loucura” de se entregar irrestrito ao Senhor, faculta que nossos olhos sejam abertos por Ele, para nos livrar da demência de sermos sábios aos próprios olhos. “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para teu âmago, e medula para teus ossos.” Prov 3;5 a 8

Nisso repousa a sutil ironia de Paulo: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação... Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” I Cor 1;21 e 25

A aceitação da intercessão de um justo, em favor de outrem que não é inocente é a base da nossa salvação. Nenhum de nós é justo; mas, todos os que se submeterem a Cristo, O Salvador, serão aceitos, por causa da Inocência Dele a rogar em nosso favor. “a todos quantos O receberam, Deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Jó não era inocente ao ponto de entrar no Céu por méritos; mas, vivia em seu contexto, de um modo aceitável ante O Eterno. Quando o permitido infortúnio o visitou, até os bem piores sentiram-se melhores que ele. A leitura que o sofrimento seja necessariamente, consequência de pecados, deve ser feita no inferno.

Aqui se premia ao vício e se desonra à virtude, de modo geral. O exercício duro de um soldado não deriva de suas culpas; antes, do seu alvo.