segunda-feira, 31 de outubro de 2022

O Filho Pródigo do Diabo


Certo príncipe tinha muitos filhos, na verdade não eram legítimos, ele os sequestrara, embora gostasse de ser chamado de pai. Era cheio de posses e dava aos seus “filhos” prazeres de todo tipo; vícios, libertinagem, com a única condição que obedecessem e servissem sempre.

Viviam sujos, sem esperança de cambiar de sorte, mas seu “pai” insistia em dizer que eram felizes. Promovia toda sorte de distrações, de modo que, nem tempo para se lavar, tinham.

Certo dia, de ressaca da vida dissoluta, um deles ouviu falar de uma Fonte pura, onde toda sujeira seria limpa e até os prazeres seriam purificados. Isso mexeu com seu pensamento; falou a um ou dois de seus irmãos que zombaram dele; disseram que a fonte era apenas uma prisão, no castelo do Rei, não estava com nada; seu pai lhes ensinara isso desde pequenos.

Ele continuou inquieto. Via pelas ruas alguns que bebiam da dita Fonte e eram limpos, saudáveis e pareciam felizes, nunca de ressaca... Por um instante sentiu desejo de conversar com um daqueles e saber como eram, de fato, as coisas.

O príncipe quando soube ficou furioso, mandou que o servo fosse cercado de conselheiros e guarda-costas, de modo que, se não fosse desencorajado pelos conselhos, deveria ser, por ameaças.

Sempre que podia, ele conversava com os que bebiam da Fonte Eterna; (assim chamavam) quanto mais ouvia sobre a Água Pura, mais sede sentia. Um dia, não resistiu; decidiu enfrentar a tudo e a todos, fugiu dos guarda-costas, desprezou os conselheiros de In mundo e foi conhecer a famosa Fonte.

No começo sentiu-se mal, indigno, sujo. O Rei, dono da Fonte, mandou Seus servos dizerem que não tinha importância, que ele era bem-vindo ali; e que Seu Mordomo-Mor, O Espírito Santo, Estava disposto a ajudar se ele quisesse se lavar. Aquilo mexeu com seus sentimentos; porém, lembrou dos prazeres de in mundo, dos conselhos que desencorajavam e das ameaças dos guardas; foi embora sem aceitar o convite do Rei, que o queria salvar.

Desde então, suas angústias só fizeram crescer; as promessas do Rei soavam verdadeiras; contudo, também eram presentes as ameaças do príncipe de In mundo, que já pensava em matá-lo, para que não fosse embora de novo. 

Vez por outra se pegava ouvindo as palavras dos servos do Rei, que prometiam prazeres verdadeiros e eternos, além de limpá-lo por inteiro. Vencido por inexplicável sede, voltou à Fonte.

Foi recebido com o mesmo amor; as promessas do Rei foram renovadas. O mesmo anseio interior o moveu e como que puxado por uma mão invisível, mergulhou. Suas próprias lágrimas de alegria pareciam lavá-lo; realmente, num momento sentiu-se limpo. Aprendeu que sempre pertencera àquela família, apenas fora sequestrado pelo príncipe de In mundo; agora, estava de volta ao lar. 

O Rei designou um guardião para proteger seu filho contra conselhos e ameaças dos servos do príncipe.

Mas, nem tudo era festa no Reino Eterno. Era preciso estudar suas leis, treinar uma postura excelente para um dia estar apto a viver na corte. 

Sempre que podiam os conselheiros de In mundo acenavam com seus sujos prazeres em contraste com a disciplina do Reino, pra convencerem ao, agora fiel, a voltar à antiga vida. Às vezes ele se esquecia de beber Água da Vida, ou de se lavar para deitar; uma pequena porção de sujeira já trazia saudades de In mundo.

O guardião do Rei o protegia de ataques, mas deixava ir aonde quisesse, fazer suas escolhas; era ordem Dele, que todos Seus filhos fossem plenamente livres. 

Cada vez que esquecia de se lavar, tendia a aproximar-se de antigos amigos, que sempre o convidavam para suas festas impuras, seus prazeres doentios.

Continuava frequentando o castelo do Rei, mas sempre dava uns passeios nos arrabaldes, saudoso da antiga vida. Nessas idas e vindas, um dia esqueceu o cantil e bebeu de novo nas fontes do príncipe.

O guardião disse: Voltemos ao castelo que o Rei te vai perdoar. Mas os conselheiros do príncipe insistiram que ele voltasse a antigas festas, que era muito mais fácil que a disciplina do Reino. Vencido em sua alma, desistiu de retornar ao castelo; voltou aos antigos ambientes; não viu mais seu protetor.

O príncipe quando soube de seu retorno mandou que fosse atribulado, algemado aos vícios na masmorra da depressão. Além desses castigos, os bobos da corte zombam repetindo promessas do Rei dos reis, que ele desprezou...

“Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do Santo Mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22

A Noite


“Sua Ira dura só um momento; no Seu Favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” Sal 30;5

O salmista atribuiu seu choro à Ira de Deus; não pareceu esposar a ideia de que O Eterno o estaria punindo diretamente; antes, deixando-o à mercê da sorte; “... Tu Encobriste Teu Rosto, e fiquei perturbado.” v 7

Isaías explicou os motivos; “Vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu Rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59;2

Esse “desprezo” Divino fora lido como manifestação eventual de ira. Todavia, a esperança albergava-se na Divina Misericórdia; “... no Seu Favor está a vida.” Adiante, comemorou: “Tornaste meu pranto em folguedo; desataste meu pano de saco, e me cingiste de alegria.” v 11 A noite tinha acabado.

O silêncio, esperas, nãos, de Deus, têm uma eloquência mui forte para quem sabe ouvir. Por vezes, mesmo que, em Sua Misericórdia perdoe nossos pecados, permite que sorvamos alguma parcela de consequências com função didática. Em Sua Contrariedade, não nos faz comer o fruto dos nossos erros, mas, beber um chá de suas folhas amargas, para que aprendamos quão maus eles são.

Embora nos tenha plantado para darmos bons frutos, não raro, O decepcionamos, como fez a nação de Israel; Ele reclamou frustrado: “Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das Suas delícias; Esperou que exercesse juízo, e eis aqui opressão; justiça, eis aqui clamor!” Is 5;7

Poderíamos parafrasear para nosso tempo, mais ou menos assim: “Porque a Videira Verdadeira É Jesus Cristo; os homens dispostos a segui-lo, a plantação desejada pelo Pai; esperou que vivessem a santificação, eis a profanação! Que ajuntassem tesouros no Céu, e eis seus impérios na Terra!”

O Santo Suporta que nós O deixemos por muito tempo, esperando em Sua Longanimidade, até que, também nos deixa por um pouco, como um convite a pesarmos nas consequências, e alcançarmos arrependimento. “No Seu Favor está a vida.”

A noite do choro, se esse for segundo Deus, acaba sendo nosso “dia” de regeneração; “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” II Cor 7;10

A única desgraça real é aquela com a qual nada aprendemos; e, quando uma frustração, uma decepção nos leva ao arrependimento e à oração, ela nos faz mais bem, do que mal.

A duração de uma “noite” espiritual não se equivale, necessariamente, a uma cósmica. É um período de prova, correção determinada por Deus, que, se devidamente entendido, e absorvido, será a preparação do riso porvir; desafio à retomada do bom caminho, alento disfarçado, assim como uma tempestade preparando um arco íris.

Dado o que aconteceu com nossa “eleição” presidencial, uma dura noite assola aos cristãos do país. Os presídios, o crime organizado em todos os níveis, comemora, enquanto o povo decente lambe feridas.

Os mais indignados manifestam seu luto pela nação; uns lavam as mãos dizendo que fizeram sua parte; outros mais afoitos lançam suas diatribes contra a má “escolha da maioria”.

Não estou de luto; a esperança não morreu; nem culpo à escolha do povo, pois, os que fizeram má escolha são minoria; trata-se de uma grotesca fraude; poucos culpados machucando a muitos.

A sentença final inda não foi dada; pertence ao Senhor dos Exércitos, que Tem Poder para converter pranto em riso. Afastar as brumas da noite e trazer nova manhã.

A Palavra ensina que Deus apanha aos sábios em suas próprias astúcias, e prevê a colheita dos semeadores de enganos: “Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados.” II Tim 3;13

Aproveitemos nossa noite, para, como Jonas no ventre do peixe, analisarmos nossas escolhas, repensarmos os motivos. Quem sabe, ao ouvir nossa oração de arrependimento, como a daquele, cause uma indigestão no monstro e nos regurgite na praia de um recomeço, de uma caminhada que agrade ao Eterno.

Sempre tivemos liberdade plena, e muitas vezes não a usamos da melhor maneira; quem sabe, à iminência de a perdermos, aprendamos, enfim, seu inefável valor, e usemos os dias de tempo bom para prevenir goteiras, invés de as querer reparar durante o temporal.

O país ainda não está entregue aos maus; algumas vozes poderosas se farão ouvir. Até crimes “esquecidos” serão devidamente julgados; a justiça dos homens anda raquítica, mas a do Eterno, não.

“Longe de Ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de Ti. Não faria justiça o Juiz de toda terra?” Gn 18;25

domingo, 30 de outubro de 2022

Terra Prometida


“Passou Abrão por aquela terra até ao lugar de Siquém, até ao carvalho de Moré; estavam então os cananeus na terra. Apareceu O Senhor a Abrão, e disse: À tua descendência Darei esta terra...” Gen 12;6 e 7

Duas coisas “ilógicas” a testar a fé do patriarca. Os cananeus ocupavam então, à terra; não estava baldia; o que, certamente demandaria algum fato novo que removesse aos tais; e ele não tinha filhos, sendo de idade avançada; como a promessa da terra fora à descendência, mais um fato novo se impunha; que ele e Sara tivessem um sucessor.

A fé nos desafia a ousarmos nossas expectativas na Integridade Divina sem a muleta das circunstâncias, como ensinou Isaías: “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Alguns louvores fazem menção, (erroneamente) aos “sonhos de Deus”. Ora, sonho é um, quem sabe, quem dera, quisera, se Deus quiser, irei batalhar por isso, essas aspirações incertas de pessoas de capacidades também incertas; nós.

Deus É O Todo Poderoso; não sonha, planeja. Paulo O descreve assim: “... Deus, o qual Vivifica os mortos, e Chama as coisas que não são como se já fossem.” Rom 4;17 Senhor da vida, ciência, tempo... Ancoramos nossas aspirações num, “se Deus quiser”, Ele Faz o que Quer, segundo Sua Soberana Vontade.

Tanto antevê coisas que Deseja Fazer, quanto, as que Necessitará, mesmo não desejando; como a cruz de Cristo por exemplo. Quando Criou o homem, Sua Presciência Sabia que aconteceria a queda e seria necessário o resgate. Ao ter Se disposto a aceitar a dura missão, O Salvador, dada Sua Integridade, foi imputado como tendo já Feito, o que ainda faria, milênios depois; “... Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” Apoc 13;8

A idade avançada de Abrão e Sara seria obstáculo ao Doador da vida?? Mas, e os cananeus? Como dar aquela Terra aos descendentes de Abraão com eles habitando-a? “A casa dos ímpios se desfará, mas a tenda dos retos florescerá.” Prov 14;11

O Senhor Conhecia a impiedade dos tais; ainda prorrogaria seu tempo, para que o juízo, quando viesse fosse transbordante de justiça. “Tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado. A quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia.” Gn 15;15 e 16 O fato de O Eterno tolerar a iniquidade sem punir de imediato, tem a ver com Sua Longanimidade, não, concordância.

À descendência não significava ao filho, estritamente; antes, a um povo que derivaria dele e só herdaria a promessa quatro séculos adiante. Abraão não veria se cumprir. Morreria antes. Por isso a fé é aquilatada como sendo, “... o firme fundamento das coisas que se esperam, a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Quando findou o tempo dos amorreus, O Senhor explanou os motivos da destruição deles; depois de vetar incesto, adultério, zoofilia, homossexualismo etc. Denunciou: “Com nenhuma destas coisas vos contamineis; porque com todas estas coisas se contaminaram as nações que Expulso de diante de vós. Por isso a terra está contaminada; Visito sua iniquidade, e a terra vomita seus moradores.” Lev 18;24 e 25

Não há acepção, parcialidade, no Eterno. As mesmas coisas pelas quais punia aos amorreus, vetava aos seus escolhidos que as fizessem. Os que as não cumpriram também foram punidos. 

Na verdade, os “escolhidos” são os primeiros no juízo, como disse Ezequiel e repetiu Pedro: “... matai velhos e meninos... começai pelo Meu Santuário...” Ez 9;6 “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; se, começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao Evangelho de Deus?” I Ped 4;17

A prosperidade eventual dos ímpios, avessos ao Santo, era engano deles; “... entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles. Certamente Tu os Puseste em lugares escorregadios; Tu os Lanças em destruição. Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores.” Sal 73;17 a 19

Também a Volta do Senhor “padece” circunstâncias adversas, como se, não fosse acontecer; “Onde está a promessa da Sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.” II Ped 3;4 dizem os zombadores.

Somos sucessores de Abraão, enxertados no seu mais Nobre Descendente, Cristo. Como ele, devemos descansar na Integridade Divina, mesmo que, o prometido pareça pertencer a outros.

Quem larga na frente, não chega, necessariamente, primeiro. “O que começa um pleito, a princípio parece justo; porém, vem seu próximo e o examina.” Prov 18;17

sábado, 29 de outubro de 2022

Segunda milha


“A manifestação do Espírito (Santo) é dada a cada um, para o que for útil.” I Cor 12;7

Manifestação significa tornar público, notório, evidente, manifesto. Fazermos “visível” O Espírito Santo, é um dom que cada salvo recebe. “... O mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.” v 11

O critério que Ele usa para a distribuição dos dons é pragmático, objetivo. “Para o que for útil.” Diferente de nós, seres imperfeitos, pacientes da vaidade, que carecemos exibir alguma “perfeição”, física, intelectual, psicológica, material, espiritual, funcional, Ele não sofre nenhum desses complexos. Não precisa tentar “compensar” nada, vai ao que interessa, o útil!

Seu serviço costuma ser mui sóbrio; sem nenhuma placa em neon a exaltar “nossos” produtos; apenas, devemos mirar outros seres que Ele também Ama e precisam ser alcançados através de nossas vidas.

O mundo está fragmentado em bilhões de “deuses”; mal surgido desde o nascimento do ego na queda, pela sugestão da oposição. O filho primogênito dele, o egoísmo, separa pessoas, individualiza motivos, tolhe interação, cooperação; torna a cada um, do jeito que o diabo gosta. Alienado de Deus, senhor de si.

O que é o relativismo, senão, a preservação filosófica do direito pessoal de reinarem as preferências particulares, a despeito do Divino querer?

Não havendo Absoluto, como esposam, não haveria Deus. Cada um seria senhor dos seus motivos e escolhas, não devendo prestar contas a nada, exceto à certa massificação calculada, que, os incapazes de ceder à correção chamam de “politicamente correto”.

Admitindo eles, ou não, há um “Deus” por trás dessa manipulação a formar sorrateiramente um rebanho de degredados, cujo traço comum é a cegueira. “Se ainda nosso Evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é A Imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4

O que inimigo tenta manter longe de nós é que, em Cristo, não precisamos mais ser deuses falidos; podemos voltar Ao Eterno e recebermos Seus Cuidados. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós A Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Receber ao Salvador nos “mata”; porém, nos faz renascer Nele; “... a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

Para nascermos de Deus carecemos “morrer de nós”, ou, renunciar o ego.

Não é fácil o homem natural ser convencido a essa ruptura; “negue a si mesmo”; depois, ainda deve romper com os valores dos demais egos disseminados e suas doentias predileções, suicidas escolhas; o mundo.

Deus nos espera mui “além do arco íris”; digo, das nossas inclinações naturais, e das dos semelhantes, que nos rodeiam com suas receitas de seguir mortos, manter “distância segura” dos caminhos da vida. Daí, o conselho: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Como vimos, o “Deus” oculto por detrás dos degredados do Reino dos Céus cega entendimentos; por isso, O Eterno convida-nos mediante Sua Palavra para a renovação dos nossos. “Deixe o ímpio seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Depois de deixarmos de confiar em nossas percepções desorientadas e aprendermos a descansar no Senhor, receberemos Dele dons espirituais, segundo Seu propósito.

O Divino Chamado ao serviço é também ao amor. Esse só se sente útil dando-se, amando; por isso ousa andar a “segunda milha”, fazendo algo mais que o requerido, costuma se expressar. “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” Luc 17;10

O proveito dos dons só será visível se, potencializado por esse “aditivo” precioso que lhes emprestará sentido; “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa, como sino que tine.” I Cor 13;1

Em nós mesmos, nos domínios do ego estamos mortos; com dons espirituais, sem amor, como cantou alguém, “a gente somos inútil.”

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Deus e a política


“Porque eis que Teus inimigos fazem tumulto; os que Te odeiam levantaram a cabeça.” Sal 83;2

Nós sempre escutamos que, religião e política, não se discute; tais, não se misturam. É sério isso??

Desde que Escolheu um povo para Si, O Eterno Foi O Governante do mesmo, através de homens que escolheu. Abraão, Moisés, Josué, Samuel... esse, aliás, o último representante do que chamamos teocracia; o Governo Divino através de um juiz escolhido. Então, o fim do período dos juízes e o início da monarquia.

Isso, porque o povo teve desejo de ser como as nações vizinhas e escolher para si um rei; tal desejo foi lido nos Céus como rejeição a Deus. “Disse O Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não têm rejeitado a ti, antes a Mim têm rejeitado, para Eu não Reinar sobre eles.” I Sam 8;7 Se, já tinham um Rei e escolheriam outro, natural a conclusão que rejeitavam ao primeiro.

A rejeição a Deus pode se expressar de mil maneiras; aversão aos valores que Ele Preza; desobediência aos Seus preceitos, aos profetas que Envia; escolhas espúrias de alternativas contrárias, conveniências casuísticas usadas como máscaras, acréscimos ou supressões à Lei, etc.

Embora, os reis, fruto da escolha humana divorciada da Divina ainda recebessem instruções do Alto, mediante profetas, e horizontais, via sacerdotes, (Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos. Ml 2;7) não obstante isso, digo, eram escolhas que não agradavam plenamente à Vontade Divina. A Permissão da monarquia nunca significou aprovação; “Dei-te um rei na Minha Ira, e Tirei-o no Meu Furor.” Os 13;11

Deixar a direção do Alto em troca de frágeis veredas humanas foi denunciado por Jeremias nesses termos: “Porque Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;13

Quando da vinda do Senhor e Salvador, a abordagem inicial não foi meramente espiritual; apenas atinente à salvação; referia-se a um novo governo também; “Arrependei-vos porque é chegado O Reino dos Céus”.

Não se tratava de uma possibilidade; para quem desejasse ser salvo, era e ainda é, questão prioritária; “Buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça...” Mat 6;33

Embora as sociedades civis estejam organizadas em bases humanas, com suas leis e métodos de escolha, todos os que optaram por obedecer ao Rei dos Reis, em Seus Valores e Sua Vontade, não sacrificam pelas efêmeras coisas daqui os valores do Reino Eterno, no qual foram inseridos mediante Jesus Cristo.

Quando bens como Deus, pátria, família e liberdade são diretrizes de uma campanha eleitoral como agora, natural entender de qual lado formarão fila os que temem ao Senhor.

Não bastasse isso, do outro lado acenam com aborto, legalização das drogas, sexualização precoce, perversão das crianças, censura, restrição à liberdade religiosa, corrupção, etc. Essas pautas necessariamente nos excluem; somos atraídos pelas “cores” de um lado e repelidos, pelas do outro.

Um sistema apodrecido, parcial e corrupto, que inclui mídia tradicional, judiciário, corporações financeiras, religiões rivais do cristianismo, todos unidos em busca do poder a qualquer custo.

Pipocam fraudes e parcialidades, perseguições descaradas contra os conservadores; e vistas grossas para violações dos canhotos; esses desmandos têm mostrado na prática, o sentido de duas frases soltas por aí: “Vamos tomar o poder; que é diferente de ganhar uma eleição.” José Dirceu. “Eleição não se ganha; se toma”. Ministro Luiz Roberto Barroso.

Como “Deus acima de todos” é nosso lema, fica notório mais uma vez, que a bronca, no fundo, é contra Ele; “Porque eis que Teus inimigos fazem tumulto; os que Te odeiam levantaram a cabeça.” Sal 83;2 “Aquele que habita nos Céus Se Rirá; o Senhor Zombará deles. Então lhes falará na Sua Ira; no Seu Furor os turbará.” Sal 2;4 e 5

O PT quando posava de defensor da ética e da inclusão social, antes de ser visto como a organização criminosa que é, andava de mão dadas com a Igreja Católica; quando eles tiveram o poder por quatro mandatos seguidos, não se mencionava que religião e política não se misturam. Agora, que os conservadores acordaram, tentam nos dopar com esses dardos fajutos? Menosprezam nossa luz.

A vergonhosa roubalheira das inserções radiofônicas que veio à tona é fruto da Mão de Deus; Ele preza verdade e justiça, acima de tudo. Sigo aguardando nova carta dos próceres econômicos, artísticos, jornalísticos, e políticos em “defesa da democracia”.

Esses vermes acreditam mesmo que podem ludibriar ao Eterno?? “Ele apanha os sábios na sua própria astúcia; o conselho dos perversos se precipita.” Jó 5;13

domingo, 23 de outubro de 2022

A dor dos justos


“Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.” Jó 10;2

Jó interpretara seus infortúnios como sendo uma contenda de Deus consigo. Pois, não identificava iniquidade em seus atos. Ousara dizer, aliás, que nem mesmo Deus o via como iníquo. “Bem sabes Tu que não sou iníquo; todavia, ninguém há que me livre da Tua mão.” v 7

É prudente uma postura humilde; deixarmos a porta aberta à possibilidade de termos feito algo mau que sequer percebemos. Assim, invés de julgamento, que seria algo cabal, desejava esclarecimento; então, poderia se arrepender e mudar. “... Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.”

Tinha razão em supor que Deus não o via iníquo; “... ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro, reto, temente a Deus, que se desvia do mal.” Cap 1;8 fora o veredicto Divino sobre ele.

Como Abraão duvidara que Deus cometesse injustiças, “Longe de Ti que Faças tal coisa, que Mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não Faria justiça o Juiz de toda a terra?” Gen 18;25 Acertava Jó em pensar o mesmo; Deus abomina injustiças; ele se guardara de agir de modo iníquo, por que tanto sofrimento o assolava? Por que contendes comigo?

Na sua visão, a vida sem justiça perderia o sentido; por um momento desprezou-a: “Minha alma tem tédio da minha vida...” Cap 10;1 depois, desejou nem ter nascido; “Por que me tiraste da madre? Ah! se então tivera expirado, olho nenhum me visse! Então teria sido como se nunca fosse; desde o ventre seria levado à sepultura!” vs 18 e 19

Muito se disse sobre o sofrimento dos justos. O Maior de todos, o Único Justo, vertical e horizontalmente, perante Deus e os homens, Jesus Cristo, Foi O Maior dos sofredores. Também Ele, no auge da dor sofreu perplexidade ante às razões da justiça; “À hora nona, Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste.” Mc 15;34

A luta de Deus não era contra Jó; antes, Satanás. A fidelidade do servo era o objeto dela. Assim, fora “necessária” a provação a ele permitida.

O fato de alguém estar sofrendo na terra, não significa, necessariamente, que seja por maus passos. Num mundo que “Jaz no maligno”, campeia muito mais a injustiça que outra coisa qualquer. Por ela, são galardoados os maus; não raro, perseguidos os que prezam pela justiça. “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é O Reino dos Céus;” Mat 5;10

A Palavra ensina: “Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo propósito debaixo do sol.” Ecl 3;1

Logo, se quisermos a justiça na estação imprópria, poderemos padecer necessidade. Embora, nuances dela possamos fruir aqui na terra, o juízo cabal é que destinará a cada um, o que for justo aos Olhos Divinos, não agora; “... aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.” Heb 9;27

O sofrimento de Jó foi um gracioso feixe de luz para que possamos compreender os nossos; o de Cristo, o indispensável resgate que nossos pecados requeriam para que pudéssemos ser reconciliados; “Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados...” II Cor 5;19

A justiça pertinente aos sofredores Jó e Cristo, recuou por um pouco, porque era tempo de misericórdia. Recebida e apreciada devidamente essa, poderemos ser livres das demandas daquela, como ensina Tiago: “Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo.” Tg 2;13

No entanto, O Eterno, após desfeitas a calúnias da oposição abençoou grandemente ao Seu servo, como num juízo temporário, ainda sobre a Terra, como lembrou o mesmo Tiago: “Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas que falaram em Nome do Senhor. Temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que O Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.” Tg 5;10 e 11

Quando nossos sofrimentos derivarem de imprudências, pecados, bem faremos em nos arrepender e buscarmos em Deus, o perdão dos mesmos; no entanto, se andando bem, formos vitimados pela dor, olhemos mais além; está sendo feito em nossa conta um depósito nos Céus, a ser usufruído no devido tempo.

Na hora da angústia, do tédio, não devemos desistir; antes sermos fortalecidos no Senhor. “Se te mostrares fraco no dia da angústia, é que tua força é pequena.” Prov 24;10

Não devemos nos restringirmos às nossas forças; “Deus É o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.” Sal 46;1

sábado, 22 de outubro de 2022

O bom depósito


“Ajuntem toda comida destes bons anos e amontoem o trigo debaixo da mão de Faraó, para mantimento nas cidades, e guardem. Assim será o mantimento para provimento da terra, para os sete anos de fome, que haverá na terra do Egito...” Gn 41;35 e 36

Frutos dos bons anos seriam armazenados para recurso, durante o lapso dos maus.

Salomão apresentou o concurso de uns e outros, como necessários. “No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque também Deus Fez este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

Mesmo sendo os egípcios um povo politeísta alienado do Eterno, Ele, mediante José Revelou o que viria; sete anos de fartura, depois, outros sete de escassez; afinal, invés de Ser um “deus tribal” como acusam alguns, O Eterno É universal; “... em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gn 12;3 Dissera a Abrão, o bisavô de José. 

As famílias egípcias e adjacentes estavam sendo preservadas com vida através do servo do Senhor.

Em tempos de “desconstrução”, convém observarmos que, Deus prometeu abençoar às famílias, não aos coletivos políticos ou ideológicos, alternativos.

A provisão prescrita era do pão de cada dia, esse discreto e valioso mantenedor da existência. Todavia, em se tratando da vida espiritual, regeneração segundo Deus, o “pão” é outro: “... Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra de Deus.” Luc 4;4 “Porque o Pão de Deus é Aquele que Desce do Céu e dá vida ao mundo.” Jo 6;33

Não carecemos um José apontando caminhos; a Própria Palavra que alimenta e dá vida, adverte da “seca” porvir; “Eis que vêm dias, diz O Senhor Deus, em que Enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as Palavras do Senhor.” Am 8;11

Estamos tendo pequena amostra de como a coisa será na reta final. Bastou surgir um ousado defendendo: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, para o sistema satânico reagir; saiu à caça das “fake news”; censura pesada turva nossos céus. Fatos vastamente comprovados pelos próprios tribunais que, ora sofrem conveniente amnésia, são proibidos de ser lembrados, deixando patente que é à verdade que esses párias temem. Ela libertaria aos que sempre mantiveram presos e desejam que continuem.

O movimento global ecumenista tratará de tachar A Palavra de Deus de patrocinadora dos “discursos de ódio”; assim, será proibida pelos defensores do “amor”.

Nossa liberdade de expressão e culto (já ameaçada) precisa ser aquilatada como o período das vacas gordas, espigas cheias, onde se deve fazer o providencial depósito, para termos recursos disponíveis na fome dos dias maus. “... guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência.” I Tm 6;20 “Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós.” II Tim 1;14 Advertiu Paulo a Timóteo; advertência que, bem faremos, aplicando-a a nós.

O inimigo não tem um mal preferido; qualquer um lhe serve; tanto proibir a pregação da Palavra da Vida, quanto, falsificar à mesma. Enquanto não tem domínio suficiente para vetá-la, contenta-se em estragar.

Desde sempre vem malversando ao que O Santo Falou: Nos dias de Paulo, seus falsários eram atuantes já; “Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus.” II Cor 2;17

Aos novos convertidos Pedro aconselhou: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

A edificação é muro protetor contra os falsos ensinos que grassam; aconselhando sua busca, Paulo expôs o motivo: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;14

Nos dias do estio, até famílias distantes, de outras nações migraram ao Egito em busca de pão. Como a própria de José, da qual fora injustamente privado.

Assim, os depositários da Palavra, mesmo em momentos de grandes privações, inda podem abençoar outros em situações piores; “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é O Senhor. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro; não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Jr 17;7 e 8

Pode o mundo mau nos tirar tudo, matar até; mas, não de sede. “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede...” Jo 4;14