segunda-feira, 30 de maio de 2022

Suicidas escolhas

“Porque o ímpio gloria-se do desejo da sua alma; bendiz ao avarento, e renuncia ao Senhor.” Sal 10;3

Três erros. Um: Absolutiza ao relativo; faz de seu próprio desejo, um deus; ou, como disse Jeremias, “Faz da carne mortal, seu braço;"

Dois: espelha-se em maus referenciais; bendiz ao avarento; materialismo doentio, seu objetivo de vida; dinheiro, seu alvo.

Três: A cereja da torta; renuncia ao Senhor.

Eu diria que as três coisas são sintomas da mesma doença. A alienação do Eterno, forçosamente demandará confiança em si mesmo; falta de bens nos domínios do espírito, fatalmente desviará a confiança para os bens materiais; apego doentio e egoísta ao direito de dirigir os próprios rumos, necessariamente trará à tiracolo a renúncia ao Senhor. Como ensina A Palavra, “Um abismo chama outro abismo.”

A velha autonomia proposta pela oposição, “vocês mesmos resolvem tudo.” Continua fazendo vítimas até hoje.

O problema do homem se autodeterminar nas coisas espirituais, é que, alienado da revelação que diz como as coisas são, só pode descansar em suas presunções; pois, ao recusarmos a Palavra Divina que nos revela como é, ficamos por nossa conta. Mesmo dizendo que as aparências enganam, nos posicionamos ante as coisas, como melhor nos parece. E, “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

O materialismo além de impotente para o outro lado, escraviza do lado de cá. “Caixão não tem gavetas”, dizem; mas, amealham como se pudessem adquirir bens após a morte com valores daqui. O excessivo apego às coisas que o dinheiro pode comprar (que são poucas) se torna um hábito como correr atrás das sombras.

“Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Ecl 5;10

Por renunciar a Deus o homem acaba endeusando a si mesmo. O Salvador ensinou que Ele fora rejeitado, não porque houvesse algum lapso em Seu Ser; antes, pelos que havia no homem; “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Renunciar a Deus é fugir da luz. Platão já dizia: "É normal as crianças temerem ao escuro; trágico é os adultos com medo da luz."

Teoricamente entendemos que o valor supremo é a vida; outros bens todos perdem sentido sem a vida para usufruto. Sendo, pois, O Senhor O Único que dá a vida, a rejeição a Ele, no fundo, equivale a rejeitar tudo.

Embora possamos, pois, em nossas filosofias de botecos, tagarelar as coisas certas, no âmago, no entendimento seguimos cegos, à mercê da oposição, enquanto não nos rendemos ao Salvador. “O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Não existe como servir a Cristo sem obediência; “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;16

O canhoto sutilmente apelida a obediência a ele de “liberdade”, autonomia. Estando nossa natureza totalmente inclinada ao pecado, o homem sem Deus fatalmente se faz servo dele. E pela sua obsessão poluída, é a desobediência que o serve, seu caminho se faz mais fácil. Mas, leva para onde?

Quem tenciona andar com Deus precisa negar a si mesmo e se submeter à direção do alto. “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir os seus passos.” Jr 10;23 “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Certa vez ouvi de um castelhano: “Los hombres prefiren ser cabezas de ratón, a ser cauda de león.” Infelizmente é assim. Preferem a autonomia suicida para cinco ou seis décadas, invés da eternidade ao lado do Senhor.

A “matéria-prima” da vida não é material. “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra;” Cal 3;1 e 2

domingo, 29 de maio de 2022

O leite ignorado


“Certamente que me tenho portado sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; minha alma está como uma criança desmamada.” Sal 131;2

Eloquente figura, para ilustrar as ideias de descanso e suprimento por parte do Senhor. O sossego como a consequência de ter sido alimentado, e poder descansar Nele.

Desmamar acontece em duas situações distintas; uma, quando finda o período de lactação; a criança não mais será alimentada ao peito; chegado esse tempo, dizemos que a tal desmamou. Ou, como parece ser a ideia do texto, quando um bebê acabou de se alimentar o bastante, agora dorme sossegado nos braços maternos. Bastou, está saciado, desmamado.
Nesse caso, encerra-se uma ação pontual, por ser suficiente, naquele momento.

O sossego deriva de estar, a alma, satisfeita com o lugar recebido; “Senhor, meu coração não se elevou nem meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes matérias, nem em coisas muito elevadas para mim.” V;1

A dificuldade em aceitar lugares humildes é uma enfermidade humana bastante comum, infelizmente; geralmente presumimos que mereceríamos lugares melhores. “Cada um fique na vocação em que foi chamado.” I Cor 7;20 “... não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;” Rom 12;16

Não obstante a renúncia necessária para sermos de Cristo, o “negue-se”; não poucos “cristãos” amantes de honras humanas e prazeres, partilham sua oposição a Cristo sem sequer perceber: “Permita-se”. Ora, isso é o velho conselho da oposição; “vós mesmos sabereis o bem e o mal”, com um verniz melhor.

Pois, assim como, “A vida de cada um não consiste da abundância do que possui.” Também, o valor de alguém não se mensura a partir do lugar que ocupa; muitas inversões grassam na Terra: “A estultícia está posta em grandes alturas, mas os ricos estão assentados em lugar baixo. Vi os servos a cavalo e príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;6 e 7

Assim, o “leite” haurido é uma confiança irrestrita no Eterno, cuja consequência é sossego e paz. Mesmo que, eventualmente estejamos em posições insignificantes; se estamos na Divina Direção, podemos descansar. “Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus Mandamentos, então seria tua paz como o rio, e tua justiça como as ondas do mar!” Is 48;18

Pedro, falando aos novos convertidos usou a mesma figura, comparando A Palavra com leite, disse: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Esse crescimento, contudo, tem a ver com nossa estatura espiritual, cujo exercício nos faz galgar entendimento, discernimento; nada a ver com hierarquias terrenas, cujo valor é dúbio. Basta vermos a nuvem de “Profetas e Apóstolos” que existe atualmente, para constatar sem esforços, que lugares humildes são de pouco apreço entre nós.

Os hebreus que se mostraram lentos no processo de crescimento espiritual foram exortados: “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na Palavra da Justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;12 a 14

Pode parecer contraditório que num momento sejamos exortados a ser crianças; noutro, corrigidos por ainda sermos.

“Aquele que não se tornar como uma criança não pode entrar no Reino dos Céus”. Na ausência de malícia e confiança irrestrita, devemos ser infantes; todavia, no entendimento, no crescimento espiritual, devemos ser edificados até a estatura de “homens perfeitos.”

Paulo mostrou os dois lados da moeda num verso apenas: “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento.” I Cor 14;20

Num contexto de hiper-valorização dos dons espirituais, sem o devido concurso do amor, o apóstolo ensinou: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” I Cor 13;11

Meninices são perniciosas, onde devemos manifestar postura de adultos. O crescimento é “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;14

Vendo a inversão de valores, pós-verdade, apostasia, a pressa dos arquitetos do Império de Satã na forja do motim global, meu homem espiritual não pode conter certos abalos alarmistas; todavia, olhando para a Palavra, os vaticínios de que a coisa seria mesmo assim, melhor, sabendo Quem vencerá no final, minha alma criança sossega, na suficiência do Pai.

sábado, 28 de maio de 2022

Os escolhidos


“... Ainda que todos se escandalizem, nunca, porém, eu.” Mc 14;29

Quando O Mestre lavara os és aos discípulos, Pedro se recusara, inicialmente; agora, advertido que todos se escandalizariam por ocasião da crucificação, de novo, assegurava que com ele seria diferente. Ah a presunção humana!! Nossas boas intenções, alienadas da miséria que nos habita.

Facilmente sabemos o que seria o certo a fazer; porém, entre o que sabemos e fazemos, vai uma grande diferença. “Porque o que faço não aprovo; pois, o que quero não faço, mas o que aborreço, faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;15 a 17

Por isso o ditado que, de boas intenções o inferno está cheio. Muitos que até desejaram as coisas certas, mas acabaram presos às erradas.

Para o catolicismo Pedro recebeu o “Primado” que o teria feito “Primeiro Papa”; mas, suas precipitações em contrariar O Mestre, a sua promessa de fidelidade mesmo em momento adverso, depois tendo falhado miseravelmente mediante de tripla negação, vistas essas coisas, parecia à “Igreja” de então, que o infeliz estava fora dos planos.

O Anjo do Senhor, ao invés de mandar um recado ao colégio dos discípulos como um todo, mencionou Pedro em particular; “Mas ide, dizei a Seus discípulos e a Pedro, que Ele vai adiante de vós para a Galileia; ali O vereis, como Ele vos disse.” Mc 16;7

Pedro não foi citado particularmente por ser o mais importante; mas, porque naquele momento parecia o menos, o que falhara mais grotescamente. Como se, o anjo dissesse: Incluam ainda a esse infeliz.

As “Chaves do Reino” que O Salvador lhe prometera, nada tinham a ver com hierarquia, governo. Mas, com a honra se ser o primeiro pregador do Evangelho, o que abriria a Porta (Jesus) ao entendimento dos demais. “Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” Atos 4;12

Ao atual “sucessor de Pedro,” todas as portas se abrem para o Céu; endossa os credos mais antagônicos, no fatídico ecumenismo!!

Todos somos como Pedro. Uns mais falastrões, outros comedidos, mas, com limitada visão no tocante à nossa maldade. Facilmente prometemos coisas que não fazemos; muitas vezes, fazemos o oposto até.

A Luz, para cada um de nós em particular é quando conhecemos a Cristo; junto ao desafio de amarmos a quem nos desnuda e denuncia, O Senhor; negando quem nos fazia presumir bons, o ego. “Negue a si mesmo tome sua cruz e siga-me.”

A conversão aplica duro golpe no amor-próprio. Geralmente as pessoas preferem a condenação à verdade. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Nos presumimos “do bem” mesmo agindo totalmente alienados a Deus. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

Por isso o conselho: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

Tendemos a reivindicar as promessas bíblicas e nem sempre dar a devida importância às advertências. Essa “seletividade” ainda é a velha maldade se esgueirando pelas beiradas, para, se possível nos passar despercebida, sem enfrentar o devido embate. Tanto fazemos bem em confiar na Palavra do Senhor, quanto, em desconfiar de nossa “bondade”.

Pedro foi reabilitado, capacitado, feito uma bênção na Obra de Deus. O mesmo pode se dar com cada um de nós.

Deus não trabalha sobre nossas “qualidades”; antes regenera apesar dos nossos defeitos. “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são;” I Cor 1;27 e 28

Pedro era falastrão; O Salvador começou por ele. Não há pecado em você que o desqualifique para a salvação, basta estar perdido; sem Cristo você está, portanto, és a pessoa certa para essa mensagem.

“Esta é uma palavra fiel, digna de toda aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais sou o principal. Mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda Sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para vida eterna.” I Tim 1;15 e 16

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Mordomos fiéis


“... porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz. Eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.” Luc 16;8 e 9

O mordomo infiel, prestes a perder o emprego “saiu atirando”; antes de ser banido do seu posto, “perdoou” grandes dívidas dos credores de seu senhor, para socorrer-se nesses “amigos” quando privado da sua mordomia.

É preciso ser criterioso com o “elogio” de Jesus ao referido administrador, para não concluirmos, grotescamente, que O Salvador aprovaria a desonestidade.

Certa vez deparei com um irmão que, “interpretando” o “Granjeai amigos com as riquezas da injustiça” entendia que seria lícito o uso de dinheiro mal havido, na Obra de Deus. Desde dias antigos, essa prática fora vetada. “Não trarás o salário da prostituta nem preço de um sodomita à casa do Senhor teu Deus por qualquer voto; ambos são igualmente abominação ao Senhor teu Deus.” Deut 23;18

Esse exemplo basta, para que entendamos que o dinheiro mal havido não é bem-vindo.

Convém atentar bem para o quê, O Senhor disse: “Os filhos desse mundo são mais prudentes ‘na sua geração’, que os filhos da luz.” A única coisa boa retirada daí é a ideia de sermos prudentes, na nossa geração, de “filhos da luz”, como eles o são, na deles.

Digamos que, tínhamos uma coisa boa, prudência, em má companhia; a serviço dos ímpios. Noutra parte O Senhor ensinou: “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes, inofensivos como as pombas.” De novo a prudência em má companhia. Devemos ser “como as serpentes” no quesito prudência; no demais, como ovelhas ou, pombas.

Notemos que, os “amigos” comprados com dinheiro alheio pelo mordomo infiel, irão na eternidade, para o mesmo lugar que aquele; estarão juntos na perdição, corruptos e corruptores. “Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.” Ou alguém supõe que os “tabernáculos eternos” onde estarão os infiéis, seja algo parecido com salvação?

Todavia, caso paire alguma dúvida sobre o quê O Senhor aprova nessas questões, o contexto imediato se encarrega de dissipar: “Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito. Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras?” Vs 10 e 11

O que está em nossas mãos para gerirmos aqui, por muito que seja, trata-se de um mínimo, um nada se comparado às riquezas eternas que O Senhor tenciona nos dar. Aqui somos testados no pouco, para que fique patente nossa fidelidade, ou não.

Onde aparecerão os que usam da Palavra de Deus para negócio, os mercadores da fé? Paulo ensina: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé; traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas; segue a justiça, piedade, fé, amor, paciência e mansidão.” I Tim 6;9 a 11

Se a prudência do mordomo o fazia pensar num “depósito” para socorrer-se nos dias maus, o que aconselharia a nossa? De novo Paulo: “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos, às oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé.” I Tim 6;20 e 21

Guarda teu depósito; cuidado com a “ciência” que faz oposição à fé! Essa é falsa e como tal, deve ser resistida.

Sem acesso à Árvore da Vida, o inimigo trará seus frutos roubados da Árvore da Ciência. Mediante o domínio da tecnologia, usará todos os meios de gerar enganos, e controlar o planeta inteiro até estabelecer o totalitarismo global que anseia.

Nosso depósito é espiritual; discernimento do que procede de Deus, e do que é um simulacro, vindo da oposição. Toda “conquista” moderninha, não importa quão hightech seja, se, no final faz oposição a Deus e Sua Palavra, deve ser combatida, não assimilada.

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4

Nos convém permanecermos fiéis, mesmo padecendo injustiças; toda privação por amor a Cristo, oportunamente terá sua recompensa. “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos;” Mat 5;6

quinta-feira, 26 de maio de 2022

O Opróbrio de Cristo



“Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso, do corpo?” I Cor 12;15

Se fôssemos zelosos com erros individuais que cometemos, como muitos o são, para com pecados coletivos, do cristianismo em geral, dos quais se tentam apartar pressurosos, com certeza nosso nível de santificação daria um salto.

Muitos esquecem convenientemente, que nos convém levar o “Opróbrio de Cristo”; ter as injúrias dirigidas a Ele, como sendo também, nossas; Paulo ensinou: “Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?” II Cor 11;29

Então, o que acontece no meio cristão, com nossa anuência, ou não, de certa forma nos diz respeito. Muitos, no afã de se “descolarem” dos escândalos que infelizmente acontecem, se dizem desigrejados, assistêmicos, antirreligiosos...

Igrejas têm problemas; eu mantenho minha fé sem igreja. O sistema está corrompido? Eu critico-o de “fora” dele. O ranço religioso de muitos, atrapalha; me faço “não religioso”.

Um erro é um erro, sob qualquer rótulo. Mas, aquecer-se no fogo dos adversários em momentos convenientes e negar pertencer a Cristo, como Pedro fez, só mostra nossas misérias, não alguma indignidade em Nosso Senhor.

Se, a chamada do Salvador tem certo liame com a rejeição, perseguição, “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12 Qual o sentido de nos pretendermos dedetizados, limpinhos, acima de toda e qualquer crítica?

Sofrer por Cristo é uma honra, não uma vergonha. “Porque a vós foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer Nele, como também padecer por Ele, tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim.” Fp 1;29 e 30

Aquele que se apressa a espanar o menor resquício de “poeira” que macula seu “fardão santo”, no fundo é um hipócrita; apenas um adorador de si mesmo. Não se trata de negar a existência dos erros; mas, de como lidarmos com isso. A Palavra ensina: “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8

Muitos criam canais para combater essas coisas, ignorando que nossa missão delegada é a difusão do Evangelho. O joio será, oportunamente, separado do trigo; mas, essa pasta não é nossa. A única maneira decente de não endossar errôneas posturas é não as imitar.

Lógico que convém aos apologetas, a defesa de verdade. Mas, a abordagem contra as infiltrações de erros doutrinários sempre será do prisma de quem está inserido no corpo, não se pretendendo um médico atuando de fora.

Chegará a hora, em breve, em que essas periferias tipo, pré isso, pós aquilo, Dispensacionalista, Arminiano, Calvinista, Sabatista ou não, serão tidas em seus devidos lugares; irrelevâncias inúteis na hora dos vamos ver. Então, a fé de cada um será testada em outro nível, no qual jamais foi. Acabarão os dias das balas de festim; corpos começarão a cair ao nosso redor.

Não se tratará mais de identificar à Besta, sua marca; mas, de como reagir ante ao que estará patente. Então, o que Cristo realmente significa para nós será demonstrado de maneira cabal. Se, agora, meros melindres por falhas de terceiros que se dizem cristãos já nos incomodam, como será quando nossa fé for testada à morte, e não haverá terceiros para levar a culpa?

Naqueles dias, o “cristianismo” para nuvem literalmente irá pelos ares; então, que tal começarmos já, a levar o “Opróbrio de Cristo”, encarando os erros latentes em nosso meio como problemas nossos, invés de pretendermos ser, a única bolacha inteira do pacote?

Fuga costuma ser parceira dos ímpios; “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

Ousemos imitar nosso Mestre às últimas consequências: “... deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o Qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando afronta, e assentou-se à Destra do Trono de Deus.” Heb 12;1 e 2

Somos peregrinos; nosso lugar de descanso é além. Em terra longínqua o Pródigo se viu traído, abandonado; de volta pra casa, encontrou vestes novas e festa. 

Não esperemos, pois, encontrar entre os porcos, aquilo que só na casa do Pai, nos espera. “Tudo tem seu tempo determinado... tempo de plantar e de arrancar o que se plantou;” Ecl 3;1 e 2

terça-feira, 24 de maio de 2022

A Luz necessária


“Não há trevas nem sombra de morte, onde se escondam os que praticam a iniquidade.” Jó 34;22

Não devemos entender, dada a impossibilidade expressa de se esconderem, que os iníquos não tentem. Todavia, a simples necessidade de se esconder, no fundo, é uma confissão de que, as pessoas sabem que estão agindo mal; de modo que, se fossem vistas se envergonhariam.

“Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

Os que sabem que, vistas, suas obras seriam reprovadas, possuem boa noção acerca dos valores; embora, vivam reféns do mal; de tal forma, a buscarem o acessório das trevas, invés de atuar sem nada a esconder.

Quando o homem é desafiado a negar a si mesmo, por um lado, significa a renúncia de uma série de “direitos” de viver a vida à sua maneira, por outro, a abertura ao Novo Nascimento, da água e do Espírito, trazendo à Luz, um ser que não tem afinidade com as trevas. “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na Face de Jesus Cristo.” II Cor 4;6

Os que se “escondem”, no fundo se ocultam de si mesmos, sabedores que estão visíveis diante de Deus. “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com Quem temos de tratar.” Heb 4;13 “Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não posso atingir. Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face?” Sal 139;6 e 7


Quando o salmista cogita que, subindo aos Céus, descendo ao Inferno, ou mesmo ao abismo, em qualquer lugar O Eterno estaria, não significa que tenha ido a esses lugares pra saber; antes, sabia que O Espírito de Deus estava em si; assim, onde fosse Esse Iria. “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo o interior até o mais íntimo do ventre.” Prov 20;27

A Luz ilumina, não, coage; O Eterno Mostra O Caminho e nos desafia a andarmos nele; agora obedecer é uma decisão nossa. Mas, só fazendo isso, seremos purificados; “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

Infelizmente, muitos correm após “revelações” que não ousam mostrar o que é vital às pessoas; que elas estão mortas em delitos e pecados e carecem urgentemente de Cristo.

Qualquer falsário manipulador de tecnologias, ou, mesmo um espírito de pitonisa, bem podem “revelar” nomes, números de documentos, e frivolidades afins; mas, só um servo de Deus genuíno, se atreveria revelar para onde rumam os ímpios sem Cristo, bem como apontar o caminho que conduz a Ele. “Arrependei-vos e crede no Evangelho!”

Mais que conhecer mistérios ocultos, devemos nos atrever a abraçar e viver os ensinos revelados. “Pelos teus mandamentos alcancei entendimento; por isso odeio todo falso caminho.” Sal 119;104

Nossa preocupação, mais que, com refrigérios eventuais, é com a rota verdadeira; o sentido de um caminho não é ele, estritamente; mas, aonde conduz. Cristo foi categórico: “... ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6

Então, invés de nos gastarmos correndo após pretensos reveladores de eventos futuros, que tal nos dedicarmos mais à edificação, ao Conhecimento do Santo, para que possamos atuar Segundo Ele, em futuros eventos? “Sou teu servo; dá-me inteligência, para entender Teus Testemunhos.” Sal 119;125

Afinal, o aprendizado espiritual não tem nada a ver com decorar sentenças, assimilar ensinos; antes, permanecer na Palavra; ou seja, aprender a mesma e continuar nela, na hora de agir. “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos;” Jo 8;31

O homem traidor de si mesmo consegue pintar palavras bonitas ao longo de sua apostasia; “tolerância, inclusão, liberdade, amor, independência, autonomia, liberalidade, bem comum”, etc. Mas, lá no fundo todos sabem que lhes pesa, uma sentença, enquanto, alienados do Salvador. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.” Jo 3;19

Uma má obra não deixa de ser o que é, se se colarmos um rótulo bonito.

Andar na luz fatalmente, nos indisporá contra esse mundo que jaz nas trevas.

Não é necessário que as pessoas do mundo concordem conosco. É indispensável, apenas, que vejam Cristo atuando através de nós. “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

domingo, 22 de maio de 2022

Caminhos do coração

“Bem-aventurado o homem cuja força está em Ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

Embora contraditório, ser fortalecido em Deus, requer um enfraquecimento do homem. “Negue a si mesmo; tome cada dia sua cruz e siga-me". Deixar a autoconfiança e se estribar estritamente no Senhor.

Jeremias mostrou os dois lados da moeda: “Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço e aparta o seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes, morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia No Senhor, cuja confiança é O Senhor. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro, não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Jr 17;5 a 8

O Eterno não se torna mais forte em razão da minha fé, nem menos, se em mim houver incredulidade. As possíveis oscilações estão sempre no homem; nunca, Nele.

Ele costuma se “mostrar forte” para com as vidas que O Amam e deixam isso patente através da obediência; “Porque, quanto ao Senhor, Seus Olhos passam por toda a terra, para Mostrar-se Forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele...” II Cro 16;9

Mais que fortalecer, tem prazer neles, os quer perto; “Os Meus Olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem Comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

O que forma acidentes nos caminhos do coração, são nossos pecados. A primeira consequência, óbvio, da escolha pelas trevas é a privação das vistas; então, tendemos a ver ameaças fora de nós, quando as causas mortais albergamos dentro. “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

As inquietações já são “luzes no painel” advertindo que algo não está bem. Enquanto o justo pode descansar em Deus, mesmo cercado de adversidades. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre o seu Deus.”

Antes de contarmos com a Força do Senhor, porém, devemos descansar na Sua Sabedoria. O fato de O Poderoso estar comigo não significa que abrirá as portas que desejo; tampouco, que me socorrerá quando, espero.

Obediência traz discernimento, nunca, arrogância; “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5 “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;14

A Sabedoria Eterna não faz experiências para aprender como nós; a cortina das aparências que nos embaça às vistas, não existe aos Olhos do Santo. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

Sem essa balela de “Teísmo Aberto”, onde, O Onisciente iria “descobrindo” caminhos. “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que Eu sou Deus, e não há outro; não há outro semelhante a Mim. Que Anuncio o fim desde o princípio, desde a antiguidade coisas que ainda não sucederam...” Is 46;9 e 10

Então, ser fortalecido no Senhor, mais que poder fazer as coisas acontecerem segundo nossos anseios, é deter as inquietações patrocinadoras de angústias; uma força que se revela em quietude, descanso, confiança. “Se te mostrares fraco no dia da angústia, a tua força será pequena.” Prov 24;10

A Luz Divina em nós atua como antídoto às precipitações feitoras das angústias. Freio esse que falta aos ímpios. “Mas os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

Normalmente pensaríamos em força para a guerra; porém, os meios “bélicos” são preventivos contra ataques do inimigo e enfermidades da alma. “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos seus santos.” Prov 2;7 e 8

Não por coincidência, a fé foi figurada como escudo. Nossa confiança impedirá que saiamos batendo cabeça, segundo os açodos naturais, ou, da oposição.

Essa força que aquieta e conforta, tem a ver com ouvidos, não com músculos; “Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus Mandamentos, então seria tua paz como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar!” Is 48;18