quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

O "Ranço Capitalista"


“A falta do saber e a falta de informações, são os princípios da manipulação" Diogo Pantoja

Desfilam memes “socialistas” onde as diferenças sociais são exploradas com uma pitada de humor macabro, acentuando o “egoísmo” dos abastados.

A última trazia uma família rica em opulenta ceia de Natal, uma dezena de presumidos pobres espiando pela janela; na legenda o marido recriminando à esposa, por não ter, essa, fechado as cortinas.

As causas das diferenças são múltiplas; é desnecessário arrolá-las aqui. O problema não são as diferenças que, óbvio, existem; mas as “soluções” que os comunistas propõem. Se eles tentaram seus métodos “igualitários” em 63 países, em todos, enriqueceram os líderes ditadores, foram miserabilizados e tolhidos da liberdade, todos os demais, onde está o estímulo para que se tente de novo aquilo?

Se, no prisma econômico do qual se gaba de ser o construtor da igualdade o socialismo foi um estrondoso fracasso, qual seu apelo que alicia multidões a pleitear por ele ainda?

Pois, se no exercício do referido sistema apenas as lideranças se locupletam às expensas da miséria comum, então o discurso de defesa dos fracos e oprimidos, de combate ao capitalismo, não passa de manipulação; de uso das desigualdades como argumento fajuto em busca de cooptar idiotas úteis, para que os “mais iguais” enriqueçam enquanto o gado se dana. Usar os pobres como argumento em defesa da avareza, Judas também fez.

Claro que a coisa deve ter algum atrativo, pois, mesmo os idiotas o necessitam para militar pela causa. Normalmente o anzol se mascara de minhoca. A primeira isca é a promessa do vagabundo herdar sorte semelhante ao diligente; o que labora duro e o que não trabalha passariam a ser iguais. -Sim? (Aristóteles acaba de levantar a mão por um aparte) - “A pior forma de desigualdade é considerar iguais aos que são diferentes.” É amigo, tens razão, mas eles pretendem ser “igualitários” assim.

Ademais, drogados, pervertidos, adúlteros, infiéis, ladrões, anarquistas, todos teriam seus “modus vivendis” representados pelo sistema, cujo alvo cantado em prosa e verso é a “desconstrução da sociedade segundo os moldes judaico-cristãos.” É tão fácil “desconstruir”! Basta quebrar tudo o que o trabalho alheio produziu. Eis o atrativo mais pujante!

Mega-capitalistas como Bill Gates, George Soros, os Clintons, etc. Investem pesado através de “fundações” patrocinando movimentos, pasmem! “socialistas”, para invadir, quebrar, queimar, obstruir, destruir monumentos, incendiar igrejas, tudo pela “revolución” contra o maldito capitalismo. (?)

Com dois neurônios inda ativos se há de perguntar se não tem algo errado aí. Você, caro cristão, se de repente o Capeta passasse a investir pesado na Obra de Deus, não estranharia? Digo, se são os meta-capitalistas que manipulam pelo Governo Global, a ideia socialista não estaria sendo estuprada? E daí? Rejeição ao estupro é só mais um “ranço burguês.”

Não há nada novo. A diferença é que, agora, “Fidel Castro e Maduro” querem o planeta inteiro; não bastam seus países. Dominam a mídia, os sistemas educacionais, cooptam políticos venais, espalham celeremente suas garras, de modo que, homens livres capazes de pensar por si são cada dia mais raros e perseguidos.

A Palavra de Deus ordena que sejamos solícitos com os pobres; mas, sempre numa iniciativa voluntária de quem aprendeu amar ao semelhante e obedecer a Deus. O direito a propriedade é inalienável. E a pobreza em si não é virtude, tampouco patrocina algum direito. “... numa demanda não falarás tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda.” Ex 23;2 e 3

Notemos que o objetivo é a preservação do direito, não a imposição de uma canhestra “justiça social”.

No sistema proposto pelos globo-ditadores o Estado substituiria o arbítrio legado pelo Senhor. Seríamos forçados a dividir os frutos do nosso trabalho. Ora, não existe virtude compulsória; a força obra com valor, no exercício da manutenção da ordem democrática estabelecida, ou, eventual juízo; mas, usurpando a consciência e a liberdade de escolha torna-se o mais cruel dos vícios.

O simples fato de tal implemento demandar a “desconstrução” dos nossos valores, já evidencia que o mesmo só pode ser feito na marra, por absoluta incapacidade de convencer cérebros livres com argumentos minimamente inteligentes, verossímeis.

Promovem racismo e “homofobia” fazendo parecer que esses são vícios “Cristãos”, camuflagem diabólica para sua calculada e impostora fragmentação social. Contudo, cobram que o Natal seja mais “cristão” o que eles pretendem fazer, destruindo o cristianismo. Lógica? Ora, bolas! Lógica, coerência, verdade, são mais daqueles “ranços” desprezíveis.

Para eles urge fazer da Terra imenso mosaico; onde fulgirem cores de liberdade, apressam-se em mesclar suas difusas tintas. Desgraçadamente, o povo que os segue trai a si mesmo. Defende quem os escraviza, e odeia de paixão quem desejaria libertar.

O Profeta e o tempo


“Porque Jesus mesmo testificou que um profeta não tem honra na sua própria pátria.” Jo 4;44

Elias fora enviado a uma estrangeira para estar seguro; soubessem os judeus onde ele estava, presto, um “amigo do rei” o entregaria ao pusilânime do Acabe.

Eliseu, ignorado pelos muitos leprosos que havia em Israel; mas, um estrangeiro, o general Hamã veio desde a Síria para ser curado.

Tais nuances em dois que foram tidos como os maiores profetas do Antigo Testamento, o que dizer dos outros?

Por quê, somos refratários ao que conhecemos, enquanto, geralmente damos boas vidas ao desconhecido? Parece que somos uma espécie de cão ao contrário. Os cães recebem festivos aos que conhecem, enquanto, latem ameaçadores ao estranho.

As igrejas, mesmo tendo em seus quadros gente capaz no exercício da Palavra, geralmente trazem de longe, pregadores que implicam altos custos, para saciar à sede de “novidade” das ovelhas.

Aqueles que conhecemos por certo têm falhas. Mas, quem disse que os estranhos não as têm? É proverbial nossa alienação voluntária; “O que os olhos não veem, o coração não sente.” Ou, “me engana que eu gosto”.

Nos ministérios conhecidos, geralmente concorre a inveja dos que, trilharam caminhos semelhantes; por relapsos na obediência, na preparação, não cresceram o esperado no testemunho nem no ministério; então, preferem desfazer do próximo que atuou melhor, que reconhecer os talentos alheios, e tê-los como estímulos no exercício dos próprios.

As novidades desejáveis se verificam nos que, tendo vivido num “charco de lodo”, agora estão com os pés na “Rocha”. De outro modo: Os que dantes andaram de forma réproba, desprezível, confrontados com o Amor e Justiça de Cristo, encontraram arrependimento, perdão, e passaram a viver segundo Ele. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim, andemos em novidade de vida.” Rom 6;4

Se, o Evangelho é a aglutinação aportuguesada das palavras gregas para Boas Novas, refere-se à possibilidade de reconciliação com Deus, para quem estava em inimizade; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados, pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

As “novidades” não param, nas vidas que se deixam por Ele instruir; pois, “a vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18
Cada maneira rasteira de pensar e agir, uma vez ensinada segundo Deus, é desafiada a um “upgrade”; “... Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;8

Conversão é um processo contínuo que se convencionou chamar de santificação; a pregação da Palavra evidencia onde estamos aquém do esperado; os diligentes são ajudados pelo Espírito Santo, no praticar; até que, a regeneração seja plena; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

As novidades estão todas no comportamento do homem moldado segundo A Palavra de Deus. Em se tratando de ministros, novidades são inócuas, dispensáveis; no prisma da doutrina, vãs, desprezíveis. Nosso desafio é à perseverança, não à inovação. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16

Sócrates, o filósofo dizia que, ao nos identificarmos com o que aplaudimos, no fundo, aplaudimos a nós mesmos. Desse modo, ao rejeitarmos pregadores porque conhecemos, talvez estejamos patenteando nosso hábito suicida de cauterizar à consciência; ignorar à luz que já temos. Não nos movermos para melhorar, naquilo que é necessário.

De qualquer forma, um profeta veraz não se gasta em busca de honras humanas. Sua vida se ocupa em honrar ao Todo Poderoso.

Os que balizam ministérios pelo barulho, por estarem “causando, bombando” como se diz, ainda medem coisas celestes com réguas terrenas. Para O Eterno, nossa perseverança na verdade conta, não, eventual “sucesso”. “Mas tu lhes dirás Minhas Palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes.” Ez 2;7

Ezequiel foi um conhecido ignorado, em seus dias. Bajulavam, mas não se deixavam moldar por sua profecia. O Eterno avisou: “Eis que tu és para eles como uma canção de amores, de quem tem voz suave e bem tange; porque ouvem tuas palavras, mas não as põem por obra. Mas, quando vier isto (eis que está para vir), então saberão que houve no meio deles um profeta.” Ez 33;32 e 33

Deus honra a um profeta que homens desprezam, fazendo cumprir o que mandou através dele. Pois, “Tudo tem seu tempo... tempo de semear, tempo de colher o que se plantou;”

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Servir x servir-se


“Não mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes falei, porém, profetizaram. Se estivessem no Meu Conselho teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

A livre iniciativa motiva bem mais que a obediência. Cheias estão as Escrituras de exemplos de gente que O Senhor mandou, e relutou obedecer. Moisés temeu voltar ao Egito; Gideão careceu um monte de sinais; o próprio Jeremias se disse ainda infante; entretanto, os que fizeram profetas a si mesmos, “foram correndo.”

Uma iniciativa não se toma num vácuo; alguma motivação interna nos acoroçoa; não sendo comissão Divina, óbvio que será uma intromissão, ou, coisa pior; uma imitação da oposição.

Não que não devamos ser criativos, ousados; o problema é quando colocamos o carro adiante dos bois; de outro modo: A carne em lugar do Espírito. 

Alguns, na Ásia, que estragavam o bom trabalho de Paulo eram desses descolados que saem por conta própria; “Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a Lei, não lhes tendo nós dado mandamento.” Atos 15;24

Os que assim agiam, à época, foram classificados de anticristos. “... muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora. Saíram de nós, mas não eram de nós; porque se fossem, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.” I Jo 2;18 e 19

Circulam nos ambientes cristãos até aprenderem uns cacoetes gospels, depois, saem e “montam suas empresas” apregoando frivolidades alheias ao Divino querer, embora rotulando-as como se, do Tal, derivassem. São múltiplos; “Não mandei ‘esses’ profetas...” Jeremias estava só.

Os regenerados por Cristo são homens livres; porém, na desejável edificação vinda pelo discipulado, devem atingir uma estatura que os faça livres de si mesmos; submissos ao Senhor. A liberdade em Cristo não equivale à autonomia; antes, à capacidade fomentada pelo Espírito Santo, de pautar o viver segundo Ele. “Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rom 8;8

Não que um escolhido deva ostentar títulos portentosos, ser precedido por carros de som, com pompa e circunstância. A Obra do Eterno serve-se de coisas simples; é avessa a ostentações. Não raro, um desses, habitado pelo Espírito Santo é levado a fazer a Divina Vontade, sem sequer o notar. Muitas vezes, bem depois de ter sido usado como instrumento Divino consegue perceber, que O Santo, assim o abençoou.

Como na vida cristã, “Pelos frutos se conhece as árvores”, igualmente, em se tratando de ministérios. Os frutos de um profeta idôneo o Próprio Senhor arrolou: “Se estivessem no Meu Conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.”

Um profeta veraz confrontaria aos errados de espírito, mediante À Palavra e os desafiaria a voltarem pro bom caminho. Num cenário onde “curtidas, compartilhamentos e coraçõezinhos” valem mais que a verdade, fica fácil perceber de qual calibre são os “profetas” que pululam latindo “bênçãos” incondicionais. Basta “receber, curtir, compartilhar.”

Não se atrevem articular um escrito assim; afinal, são os depreciáveis “textões” que a galera não gosta; ora, a maioria não gosta da Palavra de Deus nem em drágeas; nosso trabalho é expor como ela é; o que cada um fará com isso é decisão particular.

A Obra do Eterno é séria demais, para soar atrativa à carne; ela deriva da Vontade de Deus, e, “a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Por isso, geralmente os que têm chamada relutam, sabendo a seriedade do que está em jogo; o confronto para o qual estão designados não enseja aplausos, aceitação, honrarias; antes, tanto quanto mais fiéis forem, mais rejeitados e perseguidos serão; “... todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Tim 3;12

Sim, não bastou aos falsos daqueles dias se fazerem “alternativos” a Jeremias; perseguiram-no, prenderam, esbofetearam; quando o Jugo de setenta anos foi predito pelo profeta, um dos oponentes assegurou que seriam dois anos apenas. Era mais agradável essa predição do que aquela. Entretanto, era Jeremias que falava segundo O Senhor.

Preferir o fácil ao verdadeiro é uma doença que todos padecemos; todavia, quando as consequências vierem, e virão, as “espertezas” de agora se revelarão pecaminosas; “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39

A Palavra do Eterno prescinde de luzes, curtidas, coraçõezinhos; bastam ouvidos atentos; “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Apoc 3;6

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Verdade; a ilha


“... amareis o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito.” Deut 10;19

O amor como mandamento elimina a ideia vulgar de que seja um sentimento. Antes, é uma decisão que, eventualmente, contraria sentimentos, até.

O precedente que demandava que os judeus amassem aos estrangeiros fora terem sido, eles, estrangeiros no Egito. Acaso foram amados, lá? Não. Antes, escravizados, humilhados, explorados. Então, por quê?

Porque tendo provado tais amarguras deveriam ter aprendido que são inconvenientes; e, aquilo que não convém a nós, igualmente é indesejável aos semelhantes; se devemos amar ao próximo como a nós mesmos, óbvio, devemos querer para ele as mesmas coisas que para nós.

Como ensinou a história do bom samaritano, nosso próximo não é aquele que tem comuns laços religiosos, ou, étnicos; mas, o que se aproxima durante as necessidades, para ajudar.

Assim, bem pode ser alguém que vive distante; quiçá, um estrangeiro. Ou, à luz do mandamento em apreço, nós devemos ser o próximo, deles.

A ideia rasteira de “Pagar na mesma moeda” nem de longe é um ato preceituado para nós. Nossas carências e sofrimentos devem fomentar empatia para com as agruras do semelhante, não, ensejar um endurecimento de coração de modo a desejar que ele “coma do ruim” que comemos.

Mais de uma vez depreciei o uso por presumidos cristãos, da frase: “Que Deus te dê em dobro tudo o que desejares para mim.” Ora, isso pode parecer um “fechamento de corpo” estilo macumba; uma ameaça de vingança; uma esperteza comercial; mas, em nada se parece com o amor cristão, ao qual somos desafiados.

Esse, invés de uma igualdade no amargo, nos desafia a cobrir o mal com algo mais doce; “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu Recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;19 a 21

Quantas vezes somos convidados para os tais “Cultos da vitória”? O que será que o cristão comum conceitua como vitória? Para a Bíblia, cobrir uma ofensa com um gesto de amor é vencer o mal. Será que fazem ou, ensinam essas coisas nos referidos cultos?

Infelizmente, sabemos que não é assim. Um desejo mui acalentado no coração, a despeito de ser a Vontade Divina ou, não; alcançar esse, na maioria dos casos é a “vitória” cantada em prosa e verso.

Não obstante, lermos e ensaiarmos uma teatralidade conveniente, sobre o preceito: “Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele e o mais Ele fará.” usualmente entregamos a Ele nossos “boletos” aos quais clamamos que pague. Nesses casos, embora tenhamos nossas Bíblias conosco, o ensino que está moldando-nos é o do inimigo que disse: “Vós mesmos sabereis o bem e o mal.”

Ora, a vitória que O Eterno anseia nos dar, vence aos maus hábitos mundanos, os quais, somos relutantes em abandonar. Vem da confiança irrestrita na Palavra Dele, não, dos sopros da oposição. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; esta é a vitória que vence o mundo, nossa fé.” I Jo 5;4

Mas, se temos dificuldade de convívio com certos “irmãos”, não seríamos hipócritas escrevendo algo assim, que preceitua amar aos inimigos, aos estrangeiros? Recordei ao acaso uma frase de Voltaire; “Deus me livre dos meus amigos; dos inimigos eu me cuido.”

A mesma Palavra que manda amar aos inimigos, ordena que se mantenha distância dos falsos irmãos; “Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador; com o tal nem ainda comais.” I Cor 5;11

Necessária a conclusão que a falsidade é mais perniciosa que a inimizade. Pois, a inimizade mesmo montada num sentimento avesso é honesta; enquanto a falsidade nos pode fazer danos maiores, por ter o presumido amigo/irmão, acesso a espaços que inimigos não teriam.

Na inversão de valores que grassa, e apostasia da igreja que, cada vez mais busca ser aceita pelo mundo, invés de confrontar pela Palavra, a insensatez suicida desse, tendem, os que amam à verdade, a um isolamento e rejeição cada vez maiores.

Contudo, aos judeus foi ordenado que amassem aos estrangeiros, por terem conhecido as dificuldades deles, sendo tais; a nós que vivemos a escravidão da mentira e fomos libertos pela verdade, se ordena que amemos à verdade, mesmo que isso nos isole. Afinal, “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, os que se prostituem, os homicidas, os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.” Apoc 22;15

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Cristianismo sem sal


“Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar?” Luc 14;34

Aos olhos Divinos, essa “filosofia” tipo; “Quem não tem cão caça com gato”, ou, na versão gaiata, “Não tem tu, vai tu mesmo”, não funciona. Ante a possibilidade da degeneração do sal, não cogita um “plano B”; mas, faz uma pergunta retórica que visa acentuar um vácuo, uma impossibilidade; “... com que, se há de salgar?”

Aos que chamou para seguidores, O Salvador declarou como sendo esse elemento; “Vós sois o sal da terra; se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens.” Mat 5;13

A degeneração ampliada com uma descrição; tornar-se insípido, ou, perder o sabor. Alguém que foi chamado com esse fim, caso fracasse, acaba num lugar inferior ao que, antes estava. Invés de ser um dos “homens” como fora antes do chamado, torna-se um rejeito; é laçado fora e pisado por aqueles.

A apostasia é tida como estágio pior que alienação espiritual; “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se lhes o último estado pior que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do Santo Mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;20 a 22

Nessa breve descrição amplia-se a ideia do que seja a degeneração. Escapar da corrupção do mundo pelo Conhecimento de Jesus Cristo, e depois voltar atrás se deixando novamente envolver.

Então, necessária a conclusão de que o “elemento químico” que evita a degeneração do sal é a perseverança. Assim como usamos um guarda-chuva apenas quando chove, perseverança é um “utensílio” necessário para quando as coisas vão mal; quando nossas expectativas falham.

Aliás, o sal existe não como um fim em si mesmo; antes, como algo a se gastar em proveito dos outros; um “cristianismo” cheio de projetos de sucesso, aplausos, aceitação humana já traz indícios de que o sal começa perder sua eficácia.

Pois, os que preservam o sabor recebido de Cristo devem esperar coisas diversas dessas; “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Vivemos um cristianismo raso demais. Imitamos o mundo em quase tudo, para parecermos “legais, descolados”; se possível, atrairmos o mundo para “Cristo”. Ora, o chamado do Salvador não traz um, “viu como somos parecidos?” Antes, um sonoro “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me!” Mais: Quem não nascer de novo, da Água (Palavra) e do Espírito (Santo), não pode ver nem entrar no Reino.

No sul temos a “Semana Farroupilha” que muitos imitadores do mundo tentam fazer a versão “Gospel”; as “festas juninas” idem; e, pasmem! Já há até “Carnaval gospel”. Mais; muitos artistas que cantam louvores ao adultério, aos vícios, e desfilam figurinos sensuais em seus trabalhos, eventualmente também tentam se abrigar à sombra de uma árvore, cujas raízes desconhecem. Devem inflar a carnal confiança no sal degenerado, nunca na Palavra de Deus.

Até a Páscoa, embora seja uma ordenança Bíblica, é algo superado pela Nova Aliança, na qual, o memorial ordenado é a Santa Ceia. Todavia, muitos “cristãos” exibem airosos seus “ovos de páscoa” nas redes sociais. 

Agora o Natal. Muitos “descolados” com seus gorrinhos de Noel, (coisa que putas usam nos cabarés, tal o teor de sal) exibem suas árvores enfeitadas, mostram a doentia preocupação em ser parecidos com os ímpios, malgrado, nosso chamado vise nos fazer parecidos com O Salvador.

Então, como que constrangidos pela mundanização adjacente aos seus ministérios, muitos se esforçam em explicar o “sentido do Natal”. Não faz sentido nenhum cultuar um bebê, cujos ensinos, de quando Adulto, se ignora; furtando seu lugar temos um fantoche ignóbil, um ídolo da mentira.

Ora, o sentido para aquele no qual Cristo Nasceu deveras, e Nele Persevera, é que ele foi feito sal a Terra em tempo integral, não um “adorador” numa data específica, como se, O Eterno fosse refém do tempo.

Que difícil entender o óbvio!! Cristo é separação, não comunhão com os meios ímpios. “Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei.” II Cor 6;17

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

O Divino "Filho do Homem"


“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Luc 19;10

Mesmo O Salvador tendo sido concebido sem participação humana, sempre se chamava de “Filho do homem”; posição que, para assumir, precisou descer muito. Pois, Ele “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;” Fp 2;6 e 7 Semelhante nas limitações físicas; todavia, Santo, Imaculado, avesso ao pecado.

Sua humanidade foi um arranjo circunstancial da Sabedoria e Amor do Eterno, para cumprir o juízo com o qual sentenciara à serpente. “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre tua semente e sua semente; Esta te ferirá a cabeça, tu lhe ferirás o calcanhar.” Gn 3;15 Agora, o “Filho do Homem” figura como semente da mulher. A Bíblia não se perde nessas picuinhas sexistas de gente rasa; quando O chama de “Filho do Homem” alude à Sua humanidade, Seu esvaziamento.

Como o domínio fora entregue ao homem, “... dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e todo o animal que se move sobre a terra.” Gn 1;28 Governo sobre a criação, não sobre o semelhante, coisa que não fazia parte do Plano. Pois, “... tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.” Ecl 8;9

O estado de graça colocava o homem em comunhão, sob domínio do Criador; após a regeneração, tenciona submeter todos, igualmente Ao Altíssimo, sem o concurso do insano desejo de poder, tão comum na Terra dos homens.

Por isso, aos que O Eterno escolheu para que O representem aqui, ordenou que fossem luzes, não, feitores; “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” I Ped 5;2 e 3

Os dons de Deus são irrevogáveis; Ele dera o domínio ao homem, somente um representante humano poderia, (as Olhos da Divina Justiça) resgatar o domínio perdido. Os indícios da posse vêm da submissão. “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis...” Rom 6;16

Adão desobedecera a Deus ouvindo o inimigo; só a total “desobediência” ao tal, em submissão a Deus, poderia redimir o domínio. “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores, e Feito Mais Sublime que os Céus;” Heb 7;26

Por isso, invés de afirmar Sua Autoridade por ser Ele Deus, Jesus Cristo disse tê-la, por ter se tornado homem; “... O Pai a ninguém julga, mas Deu ao Filho todo juízo... Deu-lhe Poder de exercer juízo, porque é o Filho do homem” Jo 5;22 e 27

Sendo UM com O Pai, tinha Poder nos Céus, tendo resgatado o que fora perdido passou a ter pleno domínio por aqui também. “... É-me dado todo poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18 Por isso só Ele Pode dizer: “... ninguém vem ao Pai senão, por Mim” Jo 14;6

Contudo, a ideia de estar perdido não soa bem ao ímpio. Normalmente enche-se de justiça própria, não faço isso, aquilo; ademais, faço tais e quais coisas, de modo que Deus seria “injusto” se me condenasse.

A condenação se deu na exclusão do Paraíso. O Senhor não veio em forma humana como examinador, para ver quem poderia ser salvo como estava; antes, veio como Salvador, porque todos estávamos perdidos. “Quem crê Nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no Nome do Unigênito Filho de Deus.” Jo 3;18

Notemos que, cumprida a missão de Filho do Homem, agora reassume Sua Autoridade como Filho de Deus.

Deixou claro que falava aos mortos. “... os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que ouvirem viverão.” Jo 5;25

O Eterno não entra no mérito das obras. Estando nós espiritualmente mortos, nossas obras, boas ou más, serão mortas também. Mortos, sabemos, não importa a elegância com que forem vestidos, logo cheiram mal. “todos nós somos como o imundo e nossas justiças como trapo da imundícia...” Is 64;6

Depois de regenerados, aí sim, espera de nós obras concernentes à nova filiação; “De vós, amados, esperamos coisas melhores, coisas que acompanham a salvação ...” Heb 6;9 “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

A queda se deu deixando de ouvir Deus pela voz perversa da oposição; o caminho inverso demanda deixar o príncipe desse mundo, nascer de novo em Cristo e Nele perseverar.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Mestres do Engano


“De modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;5

A relação do Sumo Pastor e as ovelhas, de uma intimidade tal, que tolhe a possibilidade de estranhos.

Entretanto, nem tudo o que se esforça por balir é ovelha. Infelizmente, vivemos a apostasia; há uma grande leva de gente que “quer Deus”, desprezando-O. Como assim?

Quer o status cristão, reputação, para não ser “incomodado” pelos que ainda pregam retamente A Palavra; daí, muitos para se locupletam dos bens de incautos que drogam as próprias consciências assalariam sobejamente aos que traficam segundo seus vícios. Paulo advertiu: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Notemos que a Santa Vontade passa ao largo, enquanto as cobiças humanas, (concupiscências) são as “pedras de toque” que “qualificam” tais “doutores”. Se o gato orar pedirá ratos; o cão rogará por ossos; o rato por queijo... cada um fará de sua vontade natural, motivo da “relação com Deus.”

Conversão não é adaptar O Eterno às minhas comichões; antes, é o oposto; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar.” Is 55;7

Um pregador desonesto não precisará muito para fazer a Bíblia “dizer” o que ele quer. Pegará algo que está escrito, ignorará contexto, alvo, linguagem, etc. Sobretudo, o que “também está escrito” e sairá vendendo seu peixe, criando “Base Bíblica” para tudo.

Por exemplo: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Bordão que muitos utilizam para encerrar cultos. Ora, essa é uma pergunta retórica que visa demonstrar que, os que se opõem, sejam quais forem, terão contra si um adversário imbatível, O Todo Poderoso; mas, não significa ausência de oposição. A Mesma Palavra mostra quem costuma se opor.

Inicialmente, nossa própria natureza caída; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7 Depois, muitas vezes, nossos próprios chegados; “assim os inimigos do homem serão seus familiares.” Por fim, as forças espirituais da oposição; lutamos contra, “... potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Ef 6;12

Portanto, em obediência submissa Deus é por nós; isso tudo, com miríades de desdobramentos possíveis é contra nós.

Outra pergunta bastante usada por gente que defende erros “biblicamente” é: “Quem nos separará do Amor de Cristo?” Rom 8;35

Primeiro: O fato de Cristo Amar a todos não significa que aceitará todos, façam o que fizerem; certamente o pai do pródigo o amava; mas, apenas quando ele voltou para casa arrependido dos seus erros foi readmitido; no mau uso de sua liberdade era ele só.

Pois, o amor costuma anexar alguns cuidados; “Porque o Senhor corrige ao que ama, açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Heb 12;6 a 8

Segundo: as coisas que não poderiam nos separar desse Amor estão escritas no argumento; o contexto imediato as expõe; todavia, o que “Também está escrito”, responde a questão sobre quem, ou, o quê, nos pode separar. “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu Rosto de vós, para que não vos ouça. Porque vossas mãos estão contaminadas de sangue, vossos dedos de iniquidade; vossos lábios falam falsidade e vossa língua pronuncia perversidade.” Is 59;2 e 3

Um dos fatores que separam é o que a língua perversa pronuncia. Esse pequeno fogo capaz de consumir um bosque, como disse Tiago.

Pregadores desonestos conduzem ao inferno quem lhes dá ouvidos. Óbvio que não são ovelhas; são cegos guiando a outros tais, como disse O Salvador.

Todos somos ovelhas em potencial, apenas quem a Voz do Bom Pastor e O Segue, é ovelha real. Sua Voz Santa É Tão Verdade, que nos compromete a sermos verdadeiros também; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Em suma, não somos chamados e redefinir, ressignificar nada. O Criador já definiu o que é santo e o que é profano; ou nos adequamos a isso ajudados pelo Espírito Santo, para salvação; ou, o inimigo trará um mestre dos seus, para mudar as placas a fazer parecer Céu, a avenida que conduz à perdição.