sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Por quê Deus Se Esconde?


“Por que estás ao longe, Senhor? Por que te escondes nos tempos de angústia?” Sal 10;1

Forma humana de falar; do homem expor as coisas como lhe parecem; não, como são, necessariamente.

Onipresença Divina é conhecida; “Se subir ao Céu, lá Tu Estás; se fizer no inferno minha cama, eis que Tu ali Estás também. Se tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali Tua mão me guiará, Tua destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz ao redor de mim.” Sal 139;8 a 11

A queixa quanto ao “esconderijo” em horas de angústia não deve ser entendida em sentido estrito, literal.

Invés de um “Por quê te escondes?” Talvez, a pergunta seja: Por quê permites? Por quê, não intervéns?

Como Jesus dormindo no barco; os discípulos gastaram suas forças antes de clamarem a Ele. Também O Poderoso permite que se gastem nossas vãs presunções se, no final puder mostrar “... quem é Esse, que até os ventos e o mar obedecem.” Propõe: “Invoca-me no dia da angústia; Eu te Livrarei, e tu Me glorificarás.” Sal 50;15

Nossas forças precisam revelar sua inutilidade, antes de vermos claramente que somos totalmente dependentes do Senhor. “Maldito o homem que confia no homem! Faz da carne mortal seu braço, e aparta seu coração do Senhor.” Jr 17;5

“Porque o ímpio gloria-se do desejo da sua alma; bendiz ao avarento, e renuncia ao Senhor. Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca Deus; todas suas cogitações são que não há Deus.” Sal 10;3 e 4

Estar perto como se, não estando, é o “esconderijo” possível de um Ser Onipresente. Tanto é impossível Ele se esconder, quanto, qualquer de nós ocultar-se; Ele mesmo questiona: “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja? diz o Senhor. Porventura não encho Eu os Céus e a Terra? diz o Senhor.” Jr 23;24

Todos nós já passamos por isso, ou, quiçá, ainda estejamos passando. Dores angustiosas que testaram nossa fé e até inteligência, ao tentar entender por que O Santo as permite.

Em nossa concepção imediatista e sentimentalóide, imaginamos que, se nosso Pai pode, Ele ‘deve’ nos livrar das dores, uma vez que nos ama. Entretanto, talvez não nos livre do modo que gostaríamos, justamente por isso.

Seu Amor É Eterno; sabedor das coisas que enfrentaremos logo ali, permite que soframos, se, puder usar o sofrimento como consorte na arte de nos infundir a devida têmpera, (e Ele Pode) para atingirmos a estatura que Ele, Sábio Arquiteto, planejou pra nós. Sabedor disso Paulo assegura que “... todas as coisas contribuem juntamente para o bem dos que amam a Deus ...” Rm 8;28

Mirando nosso crescimento, prefere dividir conosco nossas dores, a nos fazer pairar sobre elas. “Quando passares pelas águas Estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Sal 43;2

Alguém disse com propriedade que, quando as tribulações da vida nos levam a orar, nos aproximarmos de Deus, elas já estão fazendo mais bem que mal; “Na angústia invoquei ao Senhor, clamei ao meu Deus; desde Seu Templo ouviu minha voz, aos Seus Ouvidos chegou o meu clamor perante Sua Face.” Sal 18;6

Assim, se pode o Eterno fazer das angústias uma travessia que nos aproxime Dele como deseja, por quê explodiria essa ponte estreita, invés de nos ensinar como passar por ela?

Davi bem sabia disso; seu estreitamento emocional se converteu em maior amplitude espiritual; “Ouve-me quando eu clamo, ó Deus da minha justiça, na angústia me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve minha oração.” Sal 4;1

Ele mesmo aprendera, que muito de nossas dores deriva de nossas percepções errôneas, precipitações; nos angustiamos porque as coisas não acontecem no nosso tempo, invés de aprendermos a esperar confiadamente; “Por que estás abatida, ó minha alma, por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face e meu Deus.” Sal 42;11

Antes de concluirmos que Deus se escondeu, que tal nos aproximarmos inda mais, para podermos ver a preciosa operação da Sua Mão ao nosso favor? Dos ímpios diz: “Senhor, Tua mão está exaltada, nem por isso a veem; vê-la-ão, porém, confundir-se-ão por causa do zelo que tens do teu povo ...” Is 26;11

Por fim, resta analisarmos se o “esconderijo” não deriva de uma barreira nossa; “... vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus ...” Is 59;2

Enquanto atua em nosso favor Aquele que perdoa pecados, Nele, Cristo, Deus pode ser encontrado; “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar ...” Is 55;6

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Limitando Deus


“... Poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera.” Ef 3;20

Alusão às ilimitadas possibilidades do Senhor; porém, trazendo uma condição, que, pela origem humana põe limites; “... segundo o poder que em nós opera.”

Quando diz: “Tudo é possível ao que crê.” Não está patenteando à fé como um poder ilimitado e independente; antes, como antídoto à incredulidade que limitaria a atuação Divina. “... aos que Me honram Honrarei, porém os que Me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

“Correntes e orações fortes” circulam como se, a Operação Divina fosse manipulável mediante certas “fórmulas infalíveis”.

Deus É Todo Poderoso; “Operando Eu, quem impedirá?” Desafia. Todavia, “não pode” tratar ao justo como o ímpio; É Santo. “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça O Juiz de toda Terra?” Gn 18;25

Se, superficialmente parecem todos iguais, (às vezes o ímpio parece levar vantagens) chegará um momento em que as diferenças serão notórias; se, não antes, no juízo. “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, o que não serve.” Ml 3;18

Eventualmente, O Eterno desnuda erros; amostras grátis de juízo ainda na Terra; “Os pecados de alguns homens são manifestos, precedendo o juízo; noutros manifestam-se depois.” I Tim 5;24

Não há um justo sequer; O Eterno justifica aos que se arrependem e submetem a Cristo. Nesses, A Sua Palavra opera e lega poder; não para subjugar desafetos, mas para agir segundo Suas diretrizes. “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

A ideia vulgar do Poder espiritual é “pisar serpentes e escorpiões e toda obra do maligno.” Esses bichos, ao olhar do simplório estão nos outros, não em si mesmo. Ora, se o poder da Palavra atua para purificar meu caminho, então, seus alvos primeiramente estão em mim. “Com que purificará o jovem (o Homem) seu caminho? Observando-o conforme Tua Palavra.” Sal 119;9

Na Palavra aprendemos que o Nome “Jesus”, foi determinado por Deus, por um propósito específico: “... chamarás Seu Nome Jesus; porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados.” Mat 1;21

O Nome que, no original significa: “Deus é Salvação” foi escolhido por dois motivos, ao menos; Porque Jesus Cristo É Deus, e também É O Salvador.

Então, quando alguém roga por coisas várias em “Nome de Jesus” pressupõe-se uma operação do Poder Dele nesses dois âmbitos; o tal está convencido que Jesus é Deus, e por Ele foi Salvo. Orar em Nome do Senhor demanda viver do modo que esse Nome Excelso significa; “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tm 2;19

As “serpentes e escorpiões” que muitos incautos presumem enfrentar em jactâncias frívolas atuam para esconder o real significado desse Nome e Seu Feito. A revelação necessária é de entendimento, não de qual porta espera pelo João, ou de quem fez macumba contra qual; “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em Seu conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento ...” Ef 1;17 e 18

Pois, a oposição faz seu trabalho sujo na contramão; “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é A Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Embora O Poder Regenerador nos seja franqueado mediante À Palavra, ele não se manifesta por meras palavras, mas após a obediência. Caso contrário seremos como aqueles que, “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

Erram os ministros que aconselham que se “busque poder.” Devemos buscar a obediência; pois, uma vez alcançada essa ... de outra forma: Se, o Poder regenerador da Palavra operar em nós, as transformações desejadas pelo Eterno se verificarão também; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Os dos dois fundamentos, um na areia, outro na rocha. Ambos tinham o Poder da Palavra ao dispor; mas só operou num; o que ouviu e praticou.

Alguns saudosistas perguntam: “Por quê não acontecem mais milagres como antigamente?" A Mão do Senhor segue Poderosa. Nossos ouvidos estão agravados, escolhemos o que queremos ouvir, refratários ao que precisamos.

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Super-heróis de plástico


“Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;6

Seria óbvio que só corrigisse à desobediência um obediente. Entretanto, às vezes o óbvio não é tão cristalino assim.

O Faça o que eu digo, não o que faço, vira “versículo bíblico” pra obreiros hipócritas que, são severos com terceiros e cegos com os próprios erros.

Oportuno o exemplo de Esdras; “Porque Esdras tinha preparado seu coração para buscar a Lei do Senhor, para cumpri-la e ensinar em Israel Seus Estatutos e juízos.” Ed 7;10

Buscar e cumprir à Lei do Senhor, para só então, ensiná-la. Nossa relação com a autoridade inicia de baixo para cima; somos chamados pra servir.

Como o centurião que rogou ao Senhor e disse; “Sou homem sujeito à autoridade e tenho solados às minhas ordens.” Quando somos investidos de autoridade na Obra de Deus, jamais devemos esquecer que, antes de tudo, estamos sujeitos à Autoridade do Pai.

Mais que ordenar, um líder atrai pela sua luz, como ensinou Pedro: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo.” I Ped 5;2 e 3

Quando a disciplina se faz necessária, se, a mesma for embasada na Palavra, deixa de ser do pastor, da igreja, e, como convém, é a Disciplina do Senhor. “Porque o Senhor corrige o que ama, açoita qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” Heb 12;6 e 7

Como O senhor me olharia se, representando-O eu aplicasse Sua disciplina contra terceiros e a mesma não valesse para mim? “Tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?” Rom 2;3

O simples ensinar se nos torna um peso, uma vez que as verdades que ensinamos se nos aplicam antes, que a terceiros. “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Tg 3;1

Houvesse devida ciência disso, e seriam bem menos as “cátedras virtuais”, de onde analfabetos bíblicos se pavoneiam com coloridas penas de mestres.

Com a mesma lógica segundo a qual, só podem punir à desobediência os obedientes, também, só podem ensinar as doutrinas da Vida, aqueles que vivem-nas. Vulgarmente se diz que uns, “pregam moral de cuecas”.

Somos chamados a nos revestirmos de Cristo; na igreja e sobretudo, fora, onde as tentações mais campeiam.

Muitos, infelizmente, vivem vidas tão ordinárias que, exceto o sotaque evangeliquês, que eventualmente assoma, no mais em nada diferem dos ímpios; todavia, chame-se os tais ao púlpito; logo, mercê de alguma palavra mágica “vestem uma personagem” e o super-herói “gospel” destila seus “superpoderes.”

Carecemos urgentemente mais verdade e menos teatralidade; obreiros que não se preocupem com performance (Preocupe-se mais com a pessoa para a qual olhas, que com seu modo de olhar - Spurgeon) mestres que tenham ojeriza à ideia de soarem falsos; invés de avivamento, como tantos, eu oro por mais verdade e menos artifícios. Por pastores que saibam mais de ovelhas que de números, que edifiquem almas, mais que templos.

Esses dos cifrões nos olhos deveriam ler com mais atenção algumas passagens; “Os que querem ser ricos caem em tentação, e laço; em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” I Tim 6;9 a 11

Para “Pastores” assim, a única desobediência que incomoda é a infidelidade nos dízimos; evitada essa, o demais, tá valendo; passam batidos os atropelos éticos, as ofensas, calúnias, mentiras, e pecados sexuais até. 

Não estão prontos para demandar obediência nisto, pois nem mesmo eles o são. Para fruir dinheiro fácil são capazes de mentir e torcer textos bíblicos, se, isso resultar em mai$ Di$ciplina.

Mencionam eventualmente entradas financeiras; a devida prestação de contas das saídas, raramente acontece. Mesmo se agirem honestamente dão margem a dúvidas; pintam a “aparência do mal”, assim.

Invés de avivamento como devaneiam, os últimos dias serão de apostasia; “Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.”

Não apenas em relação aos semelhantes, mas sobretudo o tocante à verdade, pois vivem bem à sombra da mentira. Esses “... perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.” II Tess 2;10

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Nossa obras, de Deus


“Senhor, Tu nos darás paz; porque Tu És que fizeste em nós todas as nossas obras.” Is 26;12

Aparenta ambiguidade, “Tu És que fizeste... nossas obras.” Porém, é assim mesmo. Notemos que as obras em apreço são feitas “em nós”; não, por nós. Então, são “nossas” porque somos pacientes delas; mas, operadas por Deus, O Agente. Paulo assegurou: “... Aquele que em vós começou a boa obra aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo.” Fp 1;6 Noutra parte disse: O Senhor é que opera tanto o querer, quanto o efetuar.

Jeremias assemelhou-se, com outras palavras: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha dirigir seus passos.” Cap 10;23

O caminho do homem é “seu” porque não é de outro homem; mas, não tão seu que possa fazer o que der na telha; antes, deve ouvir ao Espírito Santo, ser por Ele dirigido. “Os teus ouvidos ouvirão a Palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes para direita nem para esquerda.” Is 30;21

Quando aprendermos isto, que, andar em Espírito é o caminho proposto pelo Eterno, e praticarmos, já não haverá resquícios de condenação para nós. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

A certeza que as obras operadas em nós, são, por Deus, nos dá paz. “A Paz de Cristo seja árbitro em vossos corações.”

Moisés, quando por iniciativa própria tencionou matar um egípcio olhou ao redor para ver se havia testemunhas, desejou que ficasse oculto. "Olhou um lado e outro; vendo que não havia ninguém ali, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia.” Ex 2;12 Foi descoberto, teve que fugir.

Entretanto, quando, sob ordens Divinas “fechou” o mar vermelho e milhares de egípcios morreram, não há registros de que tenha se preocupado olhando furtivo para os lados.

Tudo que fazemos em obediência a Ele, nos deixa em Paz com O Eterno; seja, algo grandioso, como então, ou mesmo pequeno. Como disse o salmista, “Meditarei nos Teus Preceitos, e terei respeito aos Teus Caminhos.” Sal 119;15

As Obras Divinas em nós não acontecem na marra; são derivadas de um consórcio, onde nosso querer conta também; não existe uma “possessão benigna” que nos force a fazer o que não queremos.

Patenteamos nosso querer meditando na Palavra Santa e obedecendo-a; só assim, a libertação que Ele tenciona para nós se verifica. “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

O venturoso do Salmo primeiro, além de evitar o contágio da “banda podre”, “Tem seu prazer na Lei do Senhor, nela medita dia e noite.”

As Obras de Deus em nós também acontecem no escopo ministerial; quando Ele nos escolhe e capacita para que façamos algo para Si; obtida nossa anuência, é Ele que faz mediante nossas vidas, o que nos ordena, como fez com Ezequiel; “Disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo. Então entrou em mim o Espírito, quando Ele falava comigo, me pôs em pé e ouvi o que me falava.” Ez 2;1 e 2

Aqueles que, escolhidos por Ele, se identificam com Seu querer, serão rejeitados tanto quanto Ele é; “A casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não querem dar ouvidos a Mim; pois, toda casa de Israel é de fronte obstinada, dura de coração.” Ez 3;7

A rejeição pode vir camuflada. Como no caso de Ezequiel, trataram seu ministério como um fim em si mesmo, como se fosse um dom para o brilho do profeta, não para fazer manifesta a Divina Vontade.

Aplaudiam hipocritamente o desempenho dele e recusavam a cumprir o que Deus ordenava. “Tu és para eles como uma canção de amores, de quem tem voz suave, e tange bem; porque ouvem tuas palavras, mas não as põem por obra.” Ez 33;32

Temendo essa rejeição, muitos “obreiros” criam mensagens alternativas, passam panos para iniquidade, invés de denunciá-la; Desses O Santo diz: “Não Mandei esses profetas, mas eles foram correndo; não lhes Falei, contudo, profetizaram. Mas, se estivessem no Meu Conselho, então teriam feito Meu povo ouvir as Minhas Palavras...” Jr 23;21 e 22

Se, como disse Jeremias, “Não é do homem seu caminho ...” tampouco, é do pregador a escolha das mensagens que deverá pregar. Todo o ministro idôneo deveria poder dizer como Paulo: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei...” I Cor 11;23

domingo, 15 de agosto de 2021

Os "Negacionistas"


“Agora, porém, completai também o já começado...” II Cor 8;11

Abstraiamos o contexto; sirva-nos de base para meditarmos sobre isso; o hábito de começar algo e o não terminar.

O Salvador ensinou-nos a calcularmos as possibilidades de vitória antes duma batalha; ou, mensurar devidamente os custos, antes de começar uma torre sob pena de, não a podendo acabar, servirmos de escárnio pelo passo maior que a perna.

Em se tratando do “edifício” da salvação, na Parábola do Semeador O Salvador advertiu do concurso das “aves dos céus” (demônios); os projetos fundados no calor emocional, imprudência; por fim, os “espinhos” das aflições que fazem o pretenso peregrino abandonar o caminho.

Jesus Cristo nunca iludiu a ninguém sobre o que esperar ao intentar segui-lo: “Entrai pela porta estreita ... no mundo tereis aflições ... sofrereis perseguições por causa do Meu Nome ... quem quiser salvar sua vida perdê-la-á ...” etc.

Jamais prometeu “avivamento” para os últimos dias, como apregoam alguns sonhadores; ensinou: “Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.” O amor Ágape só convive em ambientes de equidade; igualdade.

No entanto, a simples ideia de interdependência já soa como ameaça, atualmente. O mero aconselhar algo da parte do Senhor, ensinar tencionando a salvação é lido por muitos como intromissão.

Presto surgem peles de porcos-espinhos; “Só dê palpites em minha vida quando pagares minhas contas... se há algo que nunca pedi foi sua opinião...” alguns chegam ao extremo de forjar postagens dum com a Bíblia aberta perguntando onde estão escritas tais coisas que devem dar contas de seus atos a terceiros.

Bem, na tentação no deserto o Capeta usou à Bíblia para testar a Jesus. Essa pose “bereana” do onde está escrito poderia significar que, o que está escrito vale; contudo, não é assim.

A Palavra apesenta o conjunto dos salvos, como “O Corpo de Cristo”; cada um em particular como membro, de modo que a interação, mais que desejável é necessária. “O olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários; Para que não haja divisão no corpo, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros.” I Cor 12;21, 22 e 25

Não é isto que temos visto atualmente. Um “cristianismo” avesso à correção, todos são arte-final; refratários ao ensino, donos da verdade; incapazes de suportar o talento alheio, narcisitas; avessos a abrir mão de um triz em proveito de terceiros, egoístas; pregoeiros das coisas celestes agarrados às da terra, materialistas ...

Contra as esperanças dos “avivacionistas” A Palavra mostra que outrora foi assim, apostasia; “Por isso o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar.” Is 59;14

E adverte que seria assim novamente; “... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia. 

Todos os que professam ser cristãos, bem ou mal começaram a edificar a aludida “torre.”

Entretanto, a maioria deles, sobre O Fundamento Precioso de Cristo, está usando material de construção ordinário; “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo; se alguém, sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia declarará, pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3;11 a 13

O fogo da prova nunca esteve tão perto como agora. Frivolidades como métodos, ritos, usos e costumes, guarda de dias, dispensação disso, daquilo, deixarão de ter peso, e a renúncia do conforto e aceitação, para obtenção da vida vai ser muito estreita; talvez, jamais tenha sido igual.

Assanha-se no horizonte, já vige o ensaio global, do zelo com a “saúde”; obrigatoriedade de “se cuidar”, para cada um, como pretexto de Satã para marcar a todos.

Os “Maus cidadãos” que ficarem de fora, “negacionistas” serão perseguidos e mortos.

Somos, os salvos, “negacionistas” de larga data. Foi o primeiro passo nos requerido para ingressarmos no CAMINHO. “Negue a si mesmo.”

Então, todos os pretensos edificadores serão testados à morte, e só ali veremos, quais, começaram e terminaram à boa obra.

Todo “Material de construção” espúrio se queimará; “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam ...” Sal 127;1

sábado, 14 de agosto de 2021

A Coragem das Crianças


“A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Se as crianças temem ao escuro pela incerteza, (vá saber o que ele esconde) os adultos temem à luz, por saberem bem o que ela mostraria. Pelo medo da condenação “abrigam-se” à margem dessa.

Como se, cegos se fizessem traidores de si mesmos. “O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Eles entendam o que a Luz, uma vez abraçada revelaria; por bem saberem disso e das implicações, evitam-na; o que recusam a entender é que sua obstinada escolha pelas trevas, malgrado, o “conforto” eventual, ruma à eterna perdição. Agem como se, não estivessem fugindo de uma decisão difícil e vital; enganam-se como se estivessem apenas adiando para um momento mais oportuno. Com um mínimo de honestidade saberiam que tal momento, jamais chegará.

Por isso, a mensagem de salvação sempre se apresenta urgente; “... Hoje, se ouvirdes Sua Voz, (de Deus) Não endureçais vossos corações ...” Heb 3;15

Ao saberem que a luz mostra-os como são, por gostarem de ser daquele modo e temerem a mudança que a mesma propõe, preferem a fuga.

Por isso, o primeiro desafio da Luz, para quem a desejar receber é “negue a si mesmo.” Se, o “eu mesmo” está acostumado ao escuro e é chamado, doravante, ao convívio com a luz, para não fazer feio precisa ser mudado de maneira tal, que é como se deixasse de existir. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

Para Deus, os ímpios não passam de mortos-vivos; eles podem ouvir, decidir, andar, e são, mediante A Palavra, desafiados a uma mudança radical; “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

Esse ouvir que regenera e traz vida equivale a obedecer. O Adão fugitivo sai detrás da moita e é reconduzido à Bendita comunhão; se abrem, assim, seus olhos, pois, “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” Jo 3;3

Se, o medo levou Adão a se esconder, a regeneração mediante Cristo refaz a confiança perdida; o que não podia nem se atreveria a se aproximar, temendo morrer, agora descobre que carece do Pai, para viver; “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; Os quais não nasceram do sangue, da vontade da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

O primeiro homem, ao se esconder após pecar, evidenciou que, pecado e Luz são coisas excludentes. Luz espiritual, claro! Há tantos desavergonhados fazendo atrocidades à luz do sol.

Nosso espírito regenerado não é um lugar de se ocultar nada; antes, de se revelar ante O Criador; “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo interior até o mais íntimo do ventre.” Prov 20;27

Assim como, o painel de um veículo acende uma luz quando um componente qualquer deixa de funcionar, nossas consciências são o painel do Espírito Santo, onde nos adverte sempre que nos desviamos da Luz.

O andar na luz, tem reflexos horizontais e verticais segundo nos ensina João: “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

Notemos que a Luz nós é uma possibilidade; “... se andarmos ...” Nele É Parte do Seu Ser, Seu Habitat; “Na Luz Está.” Assim, resulta a conclusão que somos desafiados em Cristo, a andarmos em direção a Deus. Logo, tornar-se como crianças nos fará temer ao escuro, doravante, não à Luz, a qual passaremos a desejar.

Tendemos, como mostram as redes sociais, a exibir as maiores conquistas, os melhores eventos, os melhores ângulos para nossas fotos; os renascidos devem, em todas as noites tirar uma “selfie” com o Pai, onde, as imperfeições que necessariamente surgirão serão removidas pelo seu Photoshop, o perdão; desde que, tenham a honestidade necessária para expor perante Ele, e a integridade, para disso se arrependerem.

A mesma luz que expõe nossas falhas para devida correção, em tempo exporá também a arte-final quando essa for plasmada em nós; “Ele fará sobressair a tua justiça como a luz, o teu juízo como o meio-dia.” Sal 37;6

Como aparecerão na foto os que fizeram opção pelas trevas?

O Privilégio da Cruz


“Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos Céus.” Ef 3;10

Irônico que “o Mistério de Deus”, Sua Sabedoria não tenha sido devidamente entendida nos Céus; e agora, possa ser posta em relevo à partir de um sítio tão impuro como a Terra.

A mesma doença que nos vitimou fez estragos por lá; de nós outros se diz: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21 A excelência em si não foi vista por nossa miopia, O Eterno colocou-a ao lado da “loucura” para ser exposta mediante contraste.

Poderíamos dizer sobre aqueles: Visto que, na plenitude das bênçãos, principados e potestades não conheceram à Sabedoria do Altíssimo, aprouve a Ele demonstrar-lhes isso, num ambiente adverso, onde concorrem as maldições.

Paulo advoga que julgaremos aos anjos (caídos); de certa forma já o fazemos; quando, em meio às fraquezas de nosso pó, dizemos não! a uma tentação que assedia, “condenamos” àqueles que disseram sim, ao comércio do iníquo, vivendo na perfeição. Presumíveis argumentos de suas defesas são desfeitos, por seres frágeis, que abraçam à Justiça de Cristo.

Do prisma didático (não justificando-os) certas “grandezas” atrapalham mais que ajudam; a mensagem de salvação mediante arrependimento, primeiro por João, depois pelo Salvador encontrou resistência precisamente entre os “grandes.” “Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes; mas, publicanos e meretrizes creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para crer.” Mat 21;32

Foi a grandeza do “Querubim Cobridor” que o cegou para a origem da mesma; então, alimentou a insana presunção de “Subir ao mais alto, e ser semelhante ao Altíssimo.”

Na Terra, todos, grandes e pequenos estão no mesmo barco; caíram e carecem salvação.

Jeremias pensou, em certo lapso de ingenuidade que a rejeição fosse coisa da ralé, que os “grandes” não a padeciam, ledo engano; “Eu disse: Deveras estes são pobres; são loucos, não sabem o caminho do Senhor, nem o Juízo do seu Deus. Irei aos grandes, falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus; mas estes juntamente quebraram o jugo, romperam as ataduras.” Jr 5;4 e 5

Qualquer posto que venhamos a exercer por aqui, qualquer dom que tenhamos, sempre será um dom; logo, não se originou em nós; antes, foi dado para ser expresso mediante nós: “O que tendes que não o tenhais recebido?” É por perder a noção sobre isso, que muitos erram o passo ignorando o fim pelo qual tais dons foram legados. “A manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” I Cor 12;7

Quem recebeu dons na área da sabedoria deve usá-los para realçar à Sabedoria do Eterno, não para garimpar ouro de tolo na insana presunção de que o curso se tornaria uma fonte.

Se, a “estatura” de alguns faz sombra e lhes embaça as vistas, a mesma Sabedoria que deseja ser conhecida busca ambientes sem esse obstáculo para suas vitrines. “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar às que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;27 a 29

Portanto, todas essas mensagens antropocêntricas (centradas no homem) que desfilam obscenas, fantasiadas de “profecias” derivam da falta de noção duma geração adoecida; que, por incapaz de entender, também se faz inepta para obedecer à Divina Vontade, a qual, abraçada os faria profetas verdadeiros, consortes da Sabedoria do Alto.

Astúcia, esperteza, velhacaria, até conhecimento, estão aí, disponíveis a todos. Sabedoria de Origem Divina não costuma fazer pouso em ramos sujos; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;7 e 8

O vero saber não é ostensivo; não desfila como um fim; antes, patrocina nosso agir, pelo fomento do qual ele veio; “Falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” I Cor 2;7 e 8

Vendo a Terra crucificar à Sabedoria Encarnada para afirmar paixões doentias, os filhos dos Céus, de certa forma se veem no espelho, pelo menos os que caíram.

Contemplando a mudança dos que se arrependem, desejariam nossa sorte, se possível, para evitar à eterna perdição.

Já pensou no privilégio da cruz?
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