sábado, 14 de agosto de 2021

O Privilégio da Cruz


“Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos Céus.” Ef 3;10

Irônico que “o Mistério de Deus”, Sua Sabedoria não tenha sido devidamente entendida nos Céus; e agora, possa ser posta em relevo à partir de um sítio tão impuro como a Terra.

A mesma doença que nos vitimou fez estragos por lá; de nós outros se diz: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21 A excelência em si não foi vista por nossa miopia, O Eterno colocou-a ao lado da “loucura” para ser exposta mediante contraste.

Poderíamos dizer sobre aqueles: Visto que, na plenitude das bênçãos, principados e potestades não conheceram à Sabedoria do Altíssimo, aprouve a Ele demonstrar-lhes isso, num ambiente adverso, onde concorrem as maldições.

Paulo advoga que julgaremos aos anjos (caídos); de certa forma já o fazemos; quando, em meio às fraquezas de nosso pó, dizemos não! a uma tentação que assedia, “condenamos” àqueles que disseram sim, ao comércio do iníquo, vivendo na perfeição. Presumíveis argumentos de suas defesas são desfeitos, por seres frágeis, que abraçam à Justiça de Cristo.

Do prisma didático (não justificando-os) certas “grandezas” atrapalham mais que ajudam; a mensagem de salvação mediante arrependimento, primeiro por João, depois pelo Salvador encontrou resistência precisamente entre os “grandes.” “Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes; mas, publicanos e meretrizes creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para crer.” Mat 21;32

Foi a grandeza do “Querubim Cobridor” que o cegou para a origem da mesma; então, alimentou a insana presunção de “Subir ao mais alto, e ser semelhante ao Altíssimo.”

Na Terra, todos, grandes e pequenos estão no mesmo barco; caíram e carecem salvação.

Jeremias pensou, em certo lapso de ingenuidade que a rejeição fosse coisa da ralé, que os “grandes” não a padeciam, ledo engano; “Eu disse: Deveras estes são pobres; são loucos, não sabem o caminho do Senhor, nem o Juízo do seu Deus. Irei aos grandes, falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus; mas estes juntamente quebraram o jugo, romperam as ataduras.” Jr 5;4 e 5

Qualquer posto que venhamos a exercer por aqui, qualquer dom que tenhamos, sempre será um dom; logo, não se originou em nós; antes, foi dado para ser expresso mediante nós: “O que tendes que não o tenhais recebido?” É por perder a noção sobre isso, que muitos erram o passo ignorando o fim pelo qual tais dons foram legados. “A manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” I Cor 12;7

Quem recebeu dons na área da sabedoria deve usá-los para realçar à Sabedoria do Eterno, não para garimpar ouro de tolo na insana presunção de que o curso se tornaria uma fonte.

Se, a “estatura” de alguns faz sombra e lhes embaça as vistas, a mesma Sabedoria que deseja ser conhecida busca ambientes sem esse obstáculo para suas vitrines. “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar às que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;27 a 29

Portanto, todas essas mensagens antropocêntricas (centradas no homem) que desfilam obscenas, fantasiadas de “profecias” derivam da falta de noção duma geração adoecida; que, por incapaz de entender, também se faz inepta para obedecer à Divina Vontade, a qual, abraçada os faria profetas verdadeiros, consortes da Sabedoria do Alto.

Astúcia, esperteza, velhacaria, até conhecimento, estão aí, disponíveis a todos. Sabedoria de Origem Divina não costuma fazer pouso em ramos sujos; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;7 e 8

O vero saber não é ostensivo; não desfila como um fim; antes, patrocina nosso agir, pelo fomento do qual ele veio; “Falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” I Cor 2;7 e 8

Vendo a Terra crucificar à Sabedoria Encarnada para afirmar paixões doentias, os filhos dos Céus, de certa forma se veem no espelho, pelo menos os que caíram.

Contemplando a mudança dos que se arrependem, desejariam nossa sorte, se possível, para evitar à eterna perdição.

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